Recebemos Uma Misão //Sofia e Guilherme

Sinto meu sangue gelar quando vejo Hades.

Aquilo era para ser mais um segredo, mas... No dia em que a minha mãe se foi... Bem, eu pensei que o culpado era alguém como Cronos ou Gaia, mas, mais tarde, fui perceber que era Hades. Ah... Então por isso que eu tive aquele sonho! Era um aviso... Um aviso sobre Hades.

– Acho que temos que conversar. – O deus da morte anunciou. Como se não fosse óbvio!

– Certamente. – Nathally respondeu.

– Por que estão aqui? – Leo perguntou, ainda mexendo no cinto e construindo sei lá eu o quê.

– Leo, Nathally... Bem... Eu não sei como dizer isso. – Hefesto falou.

– Nico foi sequestrado. Ele estava passando pelas terras dos projetos defeituosos de Hefesto e parece que um, que estava claramente louco, resolveu sequestrá-lo. – Hades disse num tom calmo, quase entediado.

Vi Nathally arregalar os olhos, cerrar os punhos e olhar com raiva para Hades. Nico deveria ser importante para ela.

– E vocês estão aqui por causa disso? – Leo perguntou cautelosamente. Observei em silêncio uma Nathally furiosa matar Leo com os olhos.

– Nico é... Importante. Vocês sairão numa missão para resgatá-lo. – Hesfesto respondeu.

– Nós? – Nathally perguntou levantando a sobrancelha.

– É. Decidimos dividir o problema, um filho de Hefesto e uma minha. E dependendo da profecia mais quantos forem necessários. E acho que é bom vocês terem terminado em exatos quatro dias. – Hades respondeu rispidamente.

Leo olhou para Nathally e ela olhou de volta. Como se estivessem pensando: “Então eu vou com ele/ ela?”.

– Certo. – Nathally disse relutantemente por final.

– Tudo bem. – Leo concordou.

– Ótimo! Estamos indo agora, tchau Leo. Nathally. Semideuses. – Hefesto se despediu e assim os dois deuses desaparecem.

– Acho que temos uma missão. – Quíron, que tinha se mantido em silêncio, finalmente falou algo. – Amanhã de manhã, Leo e Nathally, podem visitar o Oráculo. Eu vou mandar uma mensagem de íris para Rach...

– Não precisa, Quíron. Estou aqui. – Uma voz feminina se pronunciou a minha direita e todos viraram para ver quem era. Rachel Elizabeth Dare. O nosso Oráculo. – Eu senti algo que algo estava errado e vim para cá. Bem, o que tem...

Nem deu tempo de ela terminar de falar quando arregalou os olhos e se dobrou para frente, como se tivesse levado um soco na barriga. Seus olhos começaram a brilhar num brilho esverdeado, como uma serpente. Ela olhava fixamente para Nathally e Leo. Quando falou, sua voz estava mais grave e triplicada:

“No Monte destruído está perdido

O Filho da Morte desaparecido.

Para os ladrões encontrar,

A Bruxa Gelada terão de enfrentar.

A cura para a Bebida será a última esperança

Mas apenas dois voltarão em segurança.”

Depois de dito isso, ela cambaleou para trás e alguns filhos de Apolo a conduziram para enfermaria.

– Acho que acabamos de ouvir uma profecia. – Quíron comentou.

– E precisamos de pelo menos mais um semideus para nos acompanhar. – Leo disse, embora Rachel não tenha mencionado um número. Então o filho de Hefesto não queria ficar a sós com a garota morta-viva?

– Eu posso ir. – Respondi sem pensar muito. Eu poderia finalmente sair daquele Acampamento e fazer algo útil.

– Faz sentido, já que ela ganhou o Capture a Bandeira. – Guilherme apoiou.

– Tudo bem para vocês? Nathally, Leo... – Quíron perguntou.

– Claro. – Nathally respondeu num tom baixo.

– Sem problemas! – Leo parecia feliz. Claro, ele me adora. Ok, não, somos apenas bons amigos.

– Maravilha! Acho que Sofia, Nathally e Leo podem sair amanhã de manhã, às sete. Vão dormir agora! – Dito isso todos voltaram para o seus respectivos chalés.

****

Já eram por volta de umas 6 horas, realmente foi muito difícil para conseguir levantar da cama, até porque ela estava mais confortável que que o normal. Arrumei minha mochila apenas com o necessário ( se você pensou comida em excesso, parabéns você me conhece muito bem!)

Ao abrir a porta me deparo com Nathally sorrindo e Leo dormindo em pé. Sinceramente aquela missão ficaria complicada por um lado só por causa dele. Eu olhei os dois de cima a baixo, realmente estavam bem simples, do jeito que eu esperava:

– Bom dia Sofia! – Nathally olhou para o lado e percebeu Leo dormindo, ela fez uma cara feia e bateu no ombro do garoto fazendo o mesmo despertar.

– Ah! Eu não gosto de pandas! – Ele gritou assustado com os tapas leves de Nathally. Arqueei minhas sobrancelhas.

– Pandas? Sério mesmo Valdez? – Perguntei fechando a porta e logo depois o encarando de leve.

– Eu estava tendo um pesadelo onde pandas me atacavam com adagas e pediam minha beleza... – Ele disse coçando a nuca.

– Realmente uma perda deplorável, mas nós temos uma missão! Então vamos esquecer pandas e beleza e continuar com o foco? – Nathally disse e eu dei uma risada nasal realmente aqueles dois seriam a comédia daquela jornada.

– Nathally está certa! Temos que manter o foco no nosso verdadeiro objetivo... Vamos? – Apontei para o caminho a nossa frente, o qual teríamos que encarar daqui para frente.

~*~*~*~*

O caminho estava realmente um tédio, não aparecia nem um coelho para nos atormentar com sua fofura. Leo chutava pedrinhas enquanto estalava os dedos apagando e acendendo pequenas chamas em seus dedos. Nathally cantarolava alguma canção e eu estava concentrada no caminho.

Comecei a pensar em minha mãe, ela fazia falta, muito grande. Mas como nada na vida de um semideus é planejado, o que eu posso fazer certo? Mas eu só queria saber, por que mataram ela? Por acaso, ela fez algo de errado?

Alguns cálculos, hipóteses foram se formando em minha mente mas nenhum era compatível com a situação, o que me estressava. Nathally já estava andando ao meu lado, ela parecia ser uma menina legal, eu nunca havia reparado nela no acampamento e se percebi foram bem poucas vezes:

– Não está com uma cara muito boa... – A garota se pronunciou. Eu arqueei as sobrancelhas.

– Um dia que eu estiver com uma cara boa, me avise... – Falei sarcástica arrancando-lhe uma risada nasal.

– Pode deixar! – Ela entrou na brincadeira. – Você não parece ser a garota chata que todos falam...

– Eu sou chata somente com Piper, Jason, alguns irmãos e com quem não gosta de mim. – Falei listando as pessoas com quem eu tinha o maior prazer em mostrar minha antipatia.

– O que tem com Jason e Piper? – Ela perguntou me olhando. Logo eu ri, a situação de como tudo aconteceu era engraçada.

– Se acham heróis sem nem saberem metade de sua jornada... Tentam concluir o futuro e ficam se beijando o tempo todo... Isso é nojento! – Falei fazendo careta e ela concordou com a cabeça.

– Acho que entendi...

– Por que nunca te vejo muito no acampamento? – Perguntei e ela suspirou.

– Eu nunca fui muito de me enturmar, digamos que meus amigos são Connor, Becca e Travis. – Nathally disse com uma voz trêmula, parecia que iria chorar.

– Sinto falta do Connor... – Ela levantou a cabeça e seus olhos estavam arregalados. – A qual é? Passei sei lá... Anos com Travis, Connor e... E... – Eu queria falar o nome dele,mas minha mente estava empacada, parecia que havia um muro na minha mente,me limitando.

– Luke? – Ela perguntou e eu suspirei e depois assenti. – Vou querer saber dessa história depois... – Ela saiu andando na frente.

Sorri de lado e prossegui a trilha, algo dentro de mim falava que eu ainda encontraria Castellan, poderia ser do jeito mais desagradável, vergonhoso, idiota, mas eu iria. Eu lembro da promessa que fiz logo depois que de um anos de que minha mãe havia falecido...

“Prometo nunca abandonar, esquecer as pessoas que amo...”

****

Guilherme POV

Já não me restava a barulhenta da Sofia, que sai do chalé fazendo um carnaval às 6 horas da matina e depois batem na porta como se Gaia estivesse brincando de pique- esconde com Zeus. Levantei irritado e todo desajeitado, tanto que até tropecei nos meus próprios pés:

– O que foi? – Falei e me deparei com Becca e Cammi, as duas filhas de Apolo. –Gente não é legal acordar meninos lindos como eu às... 9 horas!

– Nosso assunto é muito sério Guilherme! – Rebecca falou me encarando e eu revirei os olhos.

– É bom mesmo! Se for algo bobinho, eu juro que dou uma de Cronos aqui ta bom? – Falei e Cammi bateu na minha cabeça. – A Sofia vai embora e vem vocês pra me atormentar?

– Estamos pensando em ir à uma missão para procurar Connor... –Cammi disse, pesquisei em minha mente quem seria Connor... Ah sim! O filho de Hermes.

– O que eu tenho a ver com isso pelo amor de Santo Zeus! – Falei coçando os olhos.

– Se reclamar de novo, vou te fazer lamentar dentro de uma privada! – Rebecca já estava com um tom vermelho em sua pele, deduzi que ela estaria irritada, bufei.

– Prossiga. – Falei reunindo toda minha paciência. Conversar com meninas a não ser Sofia, era algo realmente difícil pra mim. Já que nós nos entendíamos apenas pelo olhar.

– Bem, eu estou ficando atormentada com isso do Connor sem dar nenhuma notícia e somente Quíron saber de tudo e não contar nada. Eu estava pensando em irmos em um período onde todos estariam ocupados... – Becca falou e Cammi assentiu sorrindo.

– Olha Becca eu não sei... É um ideia meio arriscada... – Falei coçando a nuca.

– Guilherme por favor! Faça isso não só por mim, mas pelo Travis, Connor e até a Sofia! – Becca me implorou, ela realmente estava preocupada.

– Tudo bem. Eu vou fazer essa missão com vocês. – Falei.

– Sério? – Rebecca perguntou e eu assenti. – Obrigada Gui! Muito mesmo! Venho aqui logo depois do meu treino. As duas saíram do meu chalé. Caí na cama,que roubada eu estava me metendo?