Os mapas foram estendidos. Anotações eram feitas, e planos traçados. Na atual situação, erros eram inadmissíveis, e a segurança do grupo tinha de ser lembrada a todo instante, em cada ponto pensado.

Sasuke estava ansioso. De alguma maneira, a ideia de estar perto de Sakura mais uma vez, mesmo que por pouco tempo, o animava de uma maneira surreal.

Afinal, o Uchiha não era como Naruto, que ficava ansioso e animado com qualquer coisa. Aliás, ele não ficava animado com nada, desde um fato específico ter ocorrido anos atrás.

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– Teme!

Piscou, e voltou sua atenção para Naruto. Pelo modo como o loiro o encarava, não era a primeira vez que chamava o amigo.

– Pensando em quê, Teme? – o loiro franziu o cenho, com um mapa de Tóquio em suas mãos. – Estou te chamando há séculos!

Itachi ergueu os olhos de seu tablet, com um sorriso de canto em seus lábios.

– A pergunta certa seria; em quem Sasuke está pensando?

O mais novo não deixou de perceber o quanto Itachi parecia mais animado em comparação aos dias que seguiram à acusação de Hinata contra ele.

Arqueou uma das sobrancelhas, inquirindo-o.

– De onde vem tanta alegria? – cruzou os braços, enquanto Itachi prestava atenção ao tablet, fingindo que não tinha ouvido seu irmão.

Naruto encarou Sasuke, e soltou um suspiro dramático.

– Veja o melhor caminho pra gente fazer. Vou andar por aí. – Lançou o mapa dos “atalhos” no amigo, e deixou a van, fechando a porta com um baque.

Sasuke começou a analisar os atalhos mais rápidos, que direcionassem até a Mansão dos Haruno, obviamente a mais protegida do país.

Sorriu internamente. Imaginava qual seria a reação de Sakura com a surpresa que estava preparando.

(...)

O presidente tinha saído em mais uma longa viagem para avaliar as opções mais cabíveis que pudessem salvar o seu país da eminente guerra, e buscar uma forma de negociar por Mebuki Haruno.

Sakura e Shizune aproveitavam a ausência do Haruno, para pensarem sobre as mensagens anônimas que há vários dias não eram mandadas.

Embora suas ideias não fossem muito compatíveis, ambas passavam horas tentando encontrar alguma pista que ligasse Kisashi à “Garota Anônima”. Mas era como tentar achar uma agulha em um palheiro.

O presidente podia confiar cegamente em Sakura, crendo que ela realmente perdeu parte de sua memória, porém, não seria tolo a ponto de deixar pistas espalhadas pela casa.

– Temos de ser cautelosas – disse Shizune, mordendo os lábios, enquanto colocava todos os papéis do escritório em seus devidos lugares. – Se não o seu papai pode acabar desconfiando e dá cabo da garota.

Sakura considerava a possibilidade remota. Afinal, se Kisashi pudesse manter seu brinquedinho intacto, ele certamente o faria.

E tal pensamento era uma das únicas coisas que realmente tranquilizavam a Haruno na atual situação. A “Garota das Mensagens” e Mebuki Haruno ainda tinham chances.

– Vou tentar me comunicar com a Legião – disse a morena, fazendo Sakura encará-la. – O objetivo agora, é tentarmos localizar a “anônima”, com base nos horários de Kisashi e em lugares que costuma frequentar todos os dias...

Sua fala foi interrompida quando Tenten adentrou a mansão, atravessando a sala em direção às duas.

Shizune crispou os lábios, levando as mãos à cintura.

– Não bate mais na porta, não?

Sakura adiantou-se à Mitsashi, ansiosa por notícias.

– Entregou os arquivos à Tsunade-sama? – questionou.

Tenten assentiu, fazendo a rosada soltar o ar dos pulmões, aliviada. Por um instante, pensou que seu plano dera errado.

– Tsunade disse que já tem tudo sob controle – a morena sentou-se em um dos sofás de veludo, com Sakura ao seu lado. Shizune permaneceu de pé, com os braços cruzados. – Ela até comentou que a Legião teria de intervir, mas Hinata achou melhor que ela pensasse com calma na situação...

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– Espera. – interrompeu Sakura, franzindo o cenho. – Hinata estava lá?

A garota assentiu.

Shizune sorriu com desdém.

– Pensei que a Hinata estivesse com os terroristas...

Sakura lhe lançou um olhar duro, recebendo um dar de ombros. Voltou sua atenção para Tenten.

– Hinata disse alguma coisa a você? – inquiriu.

– Pediu para que você tente encontrar algo que ligue Kisashi aos terroristas. – informou a Mitsashi, fazendo Shizune emitir um bufo, e revirar os olhos.

– É mais fácil falar do que fazer – murmurou ela. Sakura lhe lançou mais um olhar de repreensão. – Quê?

A rosada revirou os olhos, encarando sua amiga mais uma vez.

– Obrigada, Tenten. Graças a você, Shizune e eu possuímos algum reforço agora. – sorriu-lhe, agradecida, segurando suas mãos.

A Mitsashi abraçou-a.

– Sabe o quanto quero que tudo dê certo. – Alternou seu olhar de Shizune para Sakura. – O presidente tem de pagar por todas as maldades que fez.

– Agora, é melhor que você se esconda. - propôs a Haruno, sem rodeios. – Vá para a casa do Neji, ou para a casa dos seus pais. Não sei se a Akatsuki tem rastreado você, e caso isso tenha acontecido...

– Entendi. – Tenten suspirou. – Essa é uma boa desculpa para eu ficar um pouco com o primo da Hinata. – riu, mas sem o típico humor.

Dali para frente, nada mais era previsível. O melhor era Sakura manter-se longe de seus amigos, mesmo que tal decisão fosse extremamente difícil.

(...)

Desligou o chuveiro, sentindo as gotas quentes deslizarem por seu corpo alvo. Fechou os olhos por um instante, enquanto a fumaça que seguia um banho quente, rodeava seu banheiro.

Puxou a toalha branca, enrolando-se nela. Refez seu coque frouxo, e deslizou a mão pelo espelho embaçado, visualizando a própria imagem sem ânimo algum.

Completamente sozinha, sem que ninguém soubesse, lágrimas sorrateiras percorriam sua face, marcas da dor que demoraria a passar.

Seu peito se apertava, pois sabia que quanto mais auxílio tivesse, mais pessoas sofreriam por sua causa. Estava sozinha. Estava trilhando um caminho sem volta.

E tal percepção a chocava de uma maneira absurda.

Perdera Ino... Perdera Hinata... Perdera seu pai e sua mãe... Perdera sua antiga vida, e principalmente, perdera Sasuke.

Tal pensamento retornava a sua mente, para perturbá-la, a todo instante. E com ele, pensava no Uchiha, e lembranças que não queria aumentavam sua saudade.

Não sabia se ele sentia algo por ela, algo verdadeiro, mas tinha certeza sobre seus sentimentos. Antes, quando tudo não passava de encenação por parte dele, Sakura não falava sério sobre amá-lo; porém, agora, seu coração clamava pelo Uchiha, por seus beijos, por seus carinhos, pelo seu sorriso enviesado e por sua fala mansa...

Balançou a cabeça. Estava ficando louca.

Saiu do banheiro, distraída demais para perceber que havia outra pessoa no quarto, observando-a.

Abriu o guarda-roupa, pegando uma camisola de seda preta. Lembrou, com amargor, que fora Ino quem lhe dera, e acabou por se lembrar das palavras anteriores de Shizune. Pressionou o tecido contra o corpo, refletindo. Sentia falta de sua amiga.

– Talvez essa não fique tão boa em você.

A voz rouca ecoou, quebrando o silêncio do quarto. Todos os sensores na mente da rosada foram ligados naquele instante, e um calafrio atravessou cada parte de seu corpo.

Virou-se.

Ele estava de pé, encostado na janela do quarto, com os braços cruzados e um olhar indecifrável fixo em si.

Sakura abriu e fechou a boca algumas vezes, tentando encontrar algo para falar, mas percebeu que não tinha nada a dizer.

.

.

.



Seu rosto na TV
Parece um milagre

Uma perfeição
Nos mínimos detalhes.

.

.

.

Sasuke estava próximo dela novamente, e aquela sensação era maravilhosa. Porém, mesmo tendo-a a sua frente, a saudade ainda existia, e apenas se ampliava conforme os segundos decorriam.

Era como se Sakura estivesse diante dele, mas não passasse de um sonho que logo se desmancharia.

.

.

.



Eu mudo o canal
Eu viro a página

Mas você me persegue
Por todos os lugares

.

.

.

– Sasuke... Kun. – ela sussurrou com uma doçura incomparável, e este foi o estopim para que ele agisse.

Enlaçou-a pela cintura com um sutil movimento. Os olhares se cruzaram por um instante, e Sakura foi quem encerrou as distâncias, puxando-o pela camisa.

.

.

.

Eu vejo seu pôster
Na folha central
Beijo sua boca
Te falo bobagens

.

.

.

As bocas se chocavam com volúpia, e não demorou até que Sasuke descesse os beijos pelo pescoço da Haruno, deixando marcas.

Ambos os corações estavam descompassados, e o certo e o errado já não importava mais.

.

.

.

Fixação
Seus olhos no retrato
Fixação
Minha assombração

.

.

.

– Para! – Sakura interrompeu os beijos, e as mãos ágeis de Sasuke que começavam a desenrolar sua toalha. A rosada se afastou, cruzando os braços diante do corpo, séria. – Por que veio aqui, tão de repente?

O Uchiha a encarava, impassível. Demorou a responder, tanto que a rosada se viu impaciente.

– Porque eu queria te ver.

Seu coração bateu mais forte. Conteve o impulso de sorrir, desviando o olhar dos dele. Queria a verdade, pelo menos uma vez. Não queria que as coisas se atropelassem, e que na manhã seguinte acordasse completamente só.

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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Será que Sasuke ao menos pensava nisso?

Antes que pudesse inquiri-lo novamente, o moreno a envolveu, não em mais um beijo de tirar o fôlego, mas em um abraço confortante.

Um abraço.

Sakura arregalou os olhos, surpresa. Sasuke nunca tinha a abraçado daquela maneira.

E como ato final, as palavras mágicas que desejava ouvir desde criança, quando ganhasse o amor de sua vida futuramente, foram emitidas pela primeira vez em um baixo murmúrio:

– Eu te amo... Sakura.

.

.

.

Fixação

Fantasmas no meu quarto

Fixação

I want to be alone

Fixação - Kid Abelha