Lílian.

Hoje, quando acordei com um grande sorriso no rosto. O estranho era que não havia motivo. Ultimamente eu estava me sentindo uma boba alegre e nada podia estragar essa alegria. Olhei para a janela e estava nevando. O dia não podia estar mais lindo.

– Bom dia – disse com um enorme sorriso para minhas colegas de quarto.

– Bom dia – disse Marlene retribuindo o sorriso – E de onde vem toda essa alegria?

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– Sinceramente? Não sei. Apenas estou feliz.

– O que foi? Potter te deu um beijo? – perguntou Alice.

No mesmo instante fiquei vermelha de vergonha e raiva.

– E por que ele teria algo haver com isso? – esbravejei.

– Calma, é apenas uma suposição.

– Pois sua suposição está errada.

– Fala sério Alice – disse Marlene – Lily e James? Sinceramente, eu não acredito nisso.

Alice simplesmente deu de ombros e começou a conversar com Marlene e Dorcas sobre fofocas.

Apesar de minhas amigas um pouco chatas, ainda estava estupidamente alegre. Levantei-me e me arrumei despreocupadamente. Só iria ter aula à tarde.

Esperei minhas amigas se arrumarem e fomos para o Salão Principal. Depois de acharmos um canto na mesa lotada, percebemos que os marotos não estavam ali.

– Que estranho, geralmente eles são os primeiros a chegar – disse Dorcas.

– É, porque eles são os mais esfomeados – disse.

– Será que dormiram demais? – perguntou Marlene.

– Deve ser, mas voltando a atenção para mim, quero um conselho de vocês – disse Alice.

Na mesma hora, eu, Marlene e Dorcas ficamos curiosas e afinamos nossos ouvidos o máximo que podíamos.

– Bem – começou Alice cautelosamente – Vocês sabem que meu namoro com Franco já faz bastante tempo, né?

– Aham – dissemos eu e minhas amigas em uníssono.

– Pois bem, ontem à noite, quando estávamos escondidos em um canto do Salão Comunal, ele disse certas coisas.

Provavelmente Alice deixou essa frase no ar para ter certeza que estávamos raciocinando direito o que ela acabara de falar, só que isso fazia outro efeito. Deixava-nos ainda mais curiosas.

– Pare de suspense e fale logo, Alice – disse.

Alice nos olhou por um tempo e voltou a falar.

– Ele disse que me amava muito e todas as coisas bonitas que vocês podem imaginar. E ainda mais. Ele disse que queria nosso relacionamento fosse algo mais sério. Então ele falou em... em...

– Fale logo – pediu Marlene.

– Falou em casar – disse Alice em quase um sussurro, mas foi o suficiente para escutarmos.

Gritamos na mesma hora.

– Calem a boca, suas idiotas.

– Oh meu Merlin, Alice, parabéns – disse abraçando Alice, já que estava do seu lado. Marlene e Dorcas logo se levantaram e foram abraçá-la.

– Parem, parem, eu não quero chamar atenção.

– Ora, você vai chamar atenção se aparecer um dia com um anel de casamento – disse Marlene.

– Não está nada certo ainda Marlene – disse Alice – É por isso que quero o conselho de vocês. Ele perguntou o que eu havia achado.

Eu, Marlene e Dorcas ficamos nos encarando até eu não aguentar mais e dizer:

– Agarra! - gritei para o alto, atraindo a atenção das outras pessoas.

Na mesmíssima hora, uma Alice vermelha tapou minha boca enquanto eu me debatia de rir. Dorcas e Marlene também não se demoraram a rir.

– Sabe, você era mais sensível antes, Lily – disse Alice com raiva enquanto eu continuava a rir.

– Deve ser as influências – disse Dorcas risonha.

Ainda continuamos a rir por mais algum tempo até nos acalmarmos e ficarmos sérias.

– Acabaram? – perguntou Alice.

– Certo – começou Dorcas – Eu sinceramente acho que você deveria aceitar, mas com calma. Tente não pensar em se casar aos 17 anos.

– Eu apoio a Dorcas.

– Eu já expressei minha opinião.

– É, muito obrigada Lily. Mas, então vocês acham que eu devo começar talvez com um noivado?

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Pensamos por um tempo e Dorcas foi a primeira a responder.

– Isso. É uma boa.

– Afinal, ele não é o homem da sua linda e ensolarada vida – disse Marlene sorridente.

– É mesmo – disse Alice com ar sonhador.

– Ih, Alice está em um de seus devaneios, vamos comer – disse.

Depois de nosso café-da-manhã tomado, voltamos para o Salão Comunal e vi uma cena particularmente desagradável e aquela enorme alegria que vinha sentindo desapareceu.

– James, Sirius, o que aconteceu com vocês? – perguntei com os olhos arregalados.

James e seu eterno amigo, estavam todos machucados. Não machucados originados de feitiços ou azarações, mas de agressão física. James estava com sangramento no nariz, sua bochecha esquerda estava um pouco roxa e inchada e estava ofegante, como se faltasse ar nos seus pulmões. Almofadinhas estava com um corte enorme na sobrancelha direita, alguns hematomas pelo rosto e fazia uma careta de dor enquanto segurava o braço esquerdo.

Aluado estava tentando acalmá-los enquanto curava seus ferimentos.

– Episkey – disse Aluado apontando sua varinha para o rosto de Sirius.

O rosto de Sirius logo estava limpo e apenas com uma fina cicatriz na sobrancelha que logo sumiria. Logo foi a vez de James e novamente seu rosto risonho apareceu.

– Obrigado.

– Sobre seu braço Almofadinhas, eu não me recordo do feitiço para reparar esse braço, vai ter que ir à enfermaria.

Sirius gemeu de desgosto.

– Mas é muito chato lá.

– Problema seu por arrumar encrenca todo tempo – rebateu Aluado – E você James, também deveria ir. Vamos, eu levo vocês até lá.

– Não precisa, conhecemos o caminho – disse James.

– Vamos – disse Aluado com certa autoridade. Os meninos logo se levantaram.

– E-eu vou também – disse.

Aluado assistiu e seguiu na frente.

– Preocupada comigo, Lily? – perguntou James com um sorriso enviesado.

– É claro seu idiota – disse batendo em seu braço.

– Ai, Lily . Eu estou machucado sabia.

– Provavelmente por estar fazendo algo errado. Isso é sua punição. Aliás, por que vocês estavam naquele estado?

– Isso mesmo, o que vocês estavam fazendo? – perguntou Aluado finalmente quando chegamos a um corredor deserto.

– Ahn, nada não – disse James.

– Fale.

– Não foi nada, nós só, competimos com o salgueiro lutador – disse Almofadinhas.

– Vocês o que? – dissemos eu e Remo exasperados.

– Mas, olhe, nós estamos bem – disse James.

– Por que vocês fizeram isso? – perguntou Aluado.

– Uma simples apostazinha – disse Sirius.

– Seu idiota, podia ter morrido – disse.

– E agora podem levar uma bela suspensão.

– Mas vocês não nos delatariam, não é? – disse James com aquela cara fofa que me faz derreter.

– Argh, que raiva, vamos logo para a enfermaria – disse.

Após os meninos se tratarem pelas mãos competentes de madame Pomfrey, me senti um pouco mais leve. É sério, aqueles garotos conseguiam tanto me fazerem rir intensamente como me deixar preocupada e ansiosa. Principalmente James. Quando o vi todo machucado, senti um leve aperto no coração. Isso é normal?

Depois de sairmos de lá e não contarmos para McGonagall, apesar deles merecerem um bom castigo, voltamos para o Salão Comunal, me sentei ao lado de James e ficamos conversando.

– Ei, vocês viram Rabicho por aí? Não vi até agora – percebeu Sirius.

– Não – disse Aluado – O que será que ele está fazendo? Ele sabe que teremos aula logo.

– Qual é mesmo a próxima aula? – perguntou James.

– Defesa Contra as Artes das Trevas.

– Legal – disse sorrindo – Eu gosto do professor.

– Como assim? – perguntou James.

– Ele é uma pessoa experiente em combate contra magia negra e nos ensina muito bem. Não acha? O desempenho da turma melhorou muito depois que ele veio à Hogwarts.

– Hum.

Quando se iniciou sua aula, o professor Klaus, logo nos pediu para formarmos duplas. James, no mesmo instante, veio para o meu lado, o que eu não rejeitei. Ele era uma ótima companhia, me sentia segura perto dele e adorava o cheiro da sua colônia. Estranho como uma pessoa pode mudar assim. Antes eu não gostava nem um pouco de James, agora o que eu mais gosto é de estar perto dele.

– Agora eu vou chamar algumas pessoas e quero que entrem naquela cabine – disse Klaus apontando para uma cabine preta colocada no fundo da sala. Ela não ocupava muito espaço e dificilmente comportaria duas pessoas. Bem, mas como isso é o mundo mágico, acho que podia esperar qualquer coisa.

– Vejamos – continuou o professor – Alice e seu parceiro.

– Boa sorte – sussurrei para Alice que estava ao meu lado junta a Franco.

Ela assentiu e foi para lá.

Depois de certo tempo, comecei a ficar nervosa.

– Você está batendo de novo seu dedo na perna – disse James

– Ahn? – olhei para baixo e percebi que realmente estava fazendo aquilo. Que droga de hábito.

– Está nervosa?

– Uhum.

– Por quê?

– Bem, é que... Não sei, isso me parece meio estranho.

– Mas como estr... – nesse momento, James foi interrompido por Alice e Franco que saíram da cabine.

– O que tem lá dentro? – perguntei quando ela voltou ao meu lado.

– Algumas coisas estranhas, não identifiquei, estava muito escuro.

– Mas é como se fosse uma batalha. Só dá tempo de vermos um jato de luz e nos defendermos – disse Franco.

– Isso, tem alguns sons estranhos que dá mais realidade, dá bastante medo, mas não fiquem preocupados. Na hora em que os ataques ficaram mais rápidos e não pudemos mais nos defender ou atacar, os raios pararam.

– Então saímos.

– Bom saber – isso aliviou um pouco minha desconfiança.

Assim ficamos algum tempo enquanto alunos grifinórios e sonserinos entravam na cabine. Uns demoravam mais, outros menos, mas todos saíam meio aturdidos e ofegantes.

– James e seu acompanhante, podem entrar – disse o professor.

James segurou minha mão com força e deu um sorriso. Não sei como ainda consegui andar. Aquele sorriso havia me tirado o fôlego. Era lindo e acolhedor, que passava confiança e força. Aliás, ele mesmo transmitia tudo aquilo. Deixava-me calma. Não sabia o que estava sentindo, estava completamente confusa, só sabia que queria aquele sorriso ao meu lado sempre.

A única coisa que me lembro foi de ser arrastada por James até a cabine como uma marionete. Infelizmente, meu nervosismo voltou e fui obrigada a voltar à realidade.

– Uau, aqui é bem maior do que pensei – disse.

– Se isso é como uma batalha, vamos ficar a postos. Eu cubro suas costas e você as minhas.

– Certo.

Então o som de uma explosão sacudiu meus nervos. Vozes estavam gritando e pedindo por socorro, mas estávamos no completo escuro. Não podíamos ajudá-las. Foi quando eu vi um raivo vermelho vindo em minha direção.

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Fiz um escudo imediatamente. Logo mais ataques vieram e parecia que o barulho estava cada vez aumentando. Jatos vinham, eu revidava tentando acertar ninguém em particular. Gritos perfuravam meus ouvidos, a escuridão me angustiava, sons de explosões e desabamentos me davam medo e os feitiços vinham cada vez com mais frequência. A única coisa que me acalmava era saber que James estava perto de mim.

Logo estávamos duelando com a escuridão. Protegíamo-nos e atacávamos o nada. Aquilo estava ficando cada vez mais rápido. Eram raios para todo lado e aquela situação estava me assustando cada vez mais. As vozes, os gritos, as explosões ensurdecedoras, o medo de ser acertada por um daqueles feixes de luz. Estava me defendendo com uma louca desesperada. Meu coração batia fortemente e às vezes tremia quando quase deixava que um feitiço me ultrapassasse.

Eu ainda estava duelando, quando fui demasiada lenta e fui atingida por daqueles raios. Apavorada, esperei algo horrível acontecer comigo. Foi então que me lembrei que ainda estava nas propriedades da escola e percebi que os raios pararam.

– Você está bem? – perguntou James um pouco ofegante.

– Sim – foi aí que me forcei a me acalmar. Nada havia acontecido comigo – Vamos indo?

– Aham.

Fui na frente e abri a cabine. Saí rapidamente de lá com James a meu encalço e fui para o lado de Alice.

– Nossa, vocês demoraram um pouquinho sabia?

– Desculpa.

Alice riu – Eu estou elogiando vocês. Devem ter sentidos bons para batalhas.

– É, só algumas outras pessoas demoraram assim – disse Dorcas ao vir conversar conosco.

– Com quem você foi para lá, Dorcas?

– Com Remo, a culpa foi minha por sairmos de lá logo. Remo é um ótimo duelista.

– Sabemos disso – disse James sorrindo.

– Não se rebaixe, Dorcas, você também é uma boa duelista. Já vi você desarmar Fontaine em uma outra aula do professor.

Depois de vários outros alunos, o professor finalmente decidiu falar algo mais que nomes de alunos.

– Como percebido, tentei simular a situação que é uma batalha. O desespero, o medo. Com isso, eu espero estar preparando vocês para o que estamos vivendo, uma batalha. O que eu simulei dentro da cabine, é o que irão encontrar lá fora. Certo? Então dispensados.

Eu e James logo saímos de lá. Ainda estava um pouco assustada, mas bem. Apenas esperava não precisar voltar lá tão cedo.