Don't Be Afraid

Protective Barrier


Chris acordou primeiro pela manhã, comprou café para eles e alguns donuts, quando voltou ouviu o barulho do chuveiro ligado e olhou as horas. Dava tempo de um banho e um café tranquilo. Ele se despiu e entrou no banheiro notando Eva com os olhos fechados enquanto a água escorria por seu corpo. Ele parou deslizando a língua pelos lábios, como ele queria aquela mulher...

– Bom dia Doutora Zambrano... – Sussurrou segurando sua cintura por trás.

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– Bom dia Doutor Deleo... – Ela se virou ficando de frente para ele, que ao mesmo tempo caminhou até a parede e a encostou nela segurando suas coxas e a puxando para cima. – Acordou empolgado.

– Para “brincar de médico” com você eu sempre estou empolgado. – Apalpou novamente sua coxa, dessa vez com força. Eva inclinou a cabeça para traz e fechou os olhos sentindo as mãos de Chris explorem seu corpo. Ele beijou seu pescoço e depois mordeu sua orelha.

– Onde você foi essa manhã? – Perguntou beijando-o.

– Buscar o café da manhã.

– Então vamos comer que eu estou com fome e preciso trabalhar. – Ele sorriu e se afastou deixando-a terminar o banho...

– Acho que agora é pra valer. – Disse Chris enquanto bebia mais do seu café.

– O quê? – Eva perguntou encarando ele.

– Eu estou em um relacionamento. – Ela riu.

– Eu dormi com você duas vezes... Considera isso um relacionamento? – Ela perguntou encarando-o.

– Eu te amo. – Ela riu novamente.

– Eu acredito. – Disse com ironia. – Se eu me comprometer a algo com você meus chifres poderão ser vistos do espaço a olho nu! – Riu tomando um pouco do café.

– Eu fui atrás do seu café da manhã... Isso é muito amor! Eu não costumo comprar café nem para mim! – Ela se inclinou beijando-o.

– Foi muito bonitinho... Mas não me convenceu. – Ela se levantou pegando a bolsa e o copo de café na mesa. – Você termina isso no caminho ou vamos chegar atrasados... Graças a sua brilhante ideia de interromper meu banho.

– Não me diga que você não gostou? – Perguntou parando atrás dela enquanto ela pegava as chaves do carro e beijando seu pescoço. – Se não estamos em um relacionamento. O que é isso?

– Estamos nos divertindo... – Simplificou o que estavam fazendo.

– E como estamos! – Pensou alto observando as curvas de Eva. – Vai passar todas as noites comigo para possamos nos divertirmos mais. – Ele entrou no carro sorrindo e com seu olhar malicioso.

– Você é um tarado! Sem contar que não posso simplesmente fechar as portas do minha casa e dar adeus a tudo.

– Então o dia que você não for, eu vou. Resolvido nosso problema! Eu sou mesmo um gênio! – Ela estacionou perto do prédio e eles entraram. Mas que depressa ele envolveu seus ombros com um dos braços e caminhou sorrindo como se nada estivesse acontecendo. Aquilo era muito previsível, todos sabiam que um dia aconteceria... Só não sabiam que seria naquele dia.

– Lembre-se... Apenas nos divertindo. – Advertiu.

– Claro. Como quiser Doutora Zambrano. – Ele beijou seu rosto e continuo seguindo.

– Onde estava ontem a noite? Tentei te ligar. Eu, Proctor e Tuck saímos para curtir um pouco. – Serena perguntou a Eva quando ela entrou na sala que ela estava.

– Ela estava comigo. – Chris apareceu.

– Ah... E onde estavam? – Serena perguntou sem maldade alguma. Ela sabia que eles saiam as vezes para conversar, beber e se divertir.

– Na cama. – Chris sorriu. – Minha cama. – Ele piscou para Eva e saiu deixando ela nervosa e Serena surpresa.

– Ele está brincando? – Perguntou a Eva.

– Não... – Respondeu prometendo que faria Chris pagar por aquilo.

– Passou a noite com ele?

– Não foi só essa. A anterior também.

– Estão fazendo algum tipo de pegadinha comigo? – Perguntou incrédula.

– Não. Nenhuma. – Respondeu acabando de se vestir. Saiu apanhando Chris no elevador. – Segure para mim! – Pediu pulando para dentro.

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– O que Serena disse?

– Não importa. Vai pagar por isso. Hoje a noite... – Ela “rosnou” próximo ao rosto dele e quase o beijou enquanto saia pela porta já aberta do elevador.

– Vítimas de um atropelamento, perna amputada, espasmos violentos e um estilhaço no pulso esquerdo. 2 minutos. – Chris olhou para Eva e eles seguiram para receber um dos pacientes.

– Eric Di Lauren, 16 anos. Espasmos violentos e estilhaço no pulso esquerdo. – Eva encarou o menino branco de cabelos negros se debatendo sobre a maca.

– Eric eu sou a Doutora Zambrano e esse é o Doutor Deleo, vamos cuidar de você.

– Eu não consigo controlar meu corpo! – Disse apavorado entre um espasmo e outro.

– Apenas se acalme Eric, faremos tudo que for possível. – Ela olhou para Chris. – Temos que parar os espasmos, os espasmos matam quando...

– Comprimem o diafragma impedindo a respiração... – Completou. – Eu sei. Precisamos ir rápido! – Eric gritou de dor.

– Percebeu isso? – Eva perguntou.

– Isso o quê? – Perguntou olhando o garoto.

– Ele gritou... Mas quase não abriu a boca. – Entraram no elevador e ela pegou um palito se aproximando do garoto. – Eric poderia abrir a boca por favor? – Disse quando ele teve um intervalo entre os espasmos. Quando ele forçou para abrir sua boca se fechou automaticamente. – Vem sentindo algum dos seus músculos rígidos há alguns dias? – Perguntou examinando o rapaz.

– Sim. Meu pescoço e minhas costas estão me matando á uns dias. – Eva olhou para Chris quando notou alguns cortes no pulso do rapaz.

– A quanto tempo você se corta?

– É recente. Minha mãe confiscou as lâminas do meu banheiro... Usei a lâmina de um apontador velho. Por que isso interessa? – Ela apertou de leve seu abdômen notando a rigidez, observou o suor em sua testa e então parou para ouvir seus batimentos cardíacos.

– Acelerado... – Pensou alto. – Tétano! – Respondeu correndo com ele para fora do elevador. - As feridas do pulso devem ser limpas com antisséptico ou oxidantes, a penicilina e o metronidazol eliminam as bactérias, mas não têm efeito no agente tóxico que elas produzem. Os depressores do sistema nervoso central diazepam e DTP também podem ser usados eles reduzem a ansiedade e resposta espásmica aos estímulos. A internação deve ser imediata em UTI de alta complexidade, com isolamento, baixa estimulação sonora, luminosa e tátil enquanto durarem os riscos de espasmos. Estamos falando de Tétano pessoal, podemos lidar com isso. – Ela entregou a maca uma das enfermeiras e começou a segui-la.

– Sinto informar Doutora Zambrano, mas acho que devemos remover o estilhaço no pulso do rapaz e tentar salvar sua artéria radial.

– A questão é: Como faremos isso sem provocar espasmos e acabarmos nós mesmos detonando sua artéria radial?

– Uma ótima pergunta... E eu espero muito que tenha a resposta para ela. – Ele sorriu e acompanhou a maca do rapaz enquanto ela ficava pensando.

Chris caminhou até Eva na sala de descanso e se sentou ao seu lado.

– Tem alguma ideia? – Perguntou com uma das mãos em sua coxa.

– Na verdade, sim. – Ela o encarou.

– E por que não está animada?

– Por que é muito arriscado.

– Eva, nosso trabalho inteiro é arriscado... A qualquer momento podemos perder uma vida, assim, em nossas mãos. Acha que dessa que dessa vez é diferente? – Perguntou encarando-a.

– Tem razão.

– Então, qual sua ideia?

– Eu pensei em realizar todo o procedimento sem qualquer apoio além dos recursos da UTI... Não poderemos fazer barulhos nem usar muita luz, evitar toques desnecessários e... Torcer por nenhum espasmo. – Ele se virou encarando-o.

– Estou dentro... – Disse segurando seu queixo e se inclinando para beijá-la.

– Mas está dentro por que a ideia foi minha ou por que acha que tem alguma chance de dar certo?

– Vai dar certo, Eva... – Ele sorriu. – Você é brilhante. – Ela sorriu.

– Vamos. Temos um garoto problemático com uma artéria radial comprometida e espasmos violentos. – Ele se levantou e caminharam abraçados até o quarto do rapaz. Ele parecia mais calmo e livre dos espasmos... – Eric? – Sussurrou.

– Está apagado. – Uma enfermeira disse no mesmo tom.

– Vamos tentar ser rápidos.

Chris começou a remoção do estilhaçado enquanto Eva o auxiliava. Quando estavam terminando o processo e prontos para fechar, o braço direito teve um leve espasmo fazendo-os soltarem o pulso esquerdo.

– Droga. – Eva praguejou começando ela mesma fechar o corte. – Você pode me ajudar Deleo?! – Perguntou indignada.

– Claro, Doutora Zambrano. – Ele começou a fechar juntamente com ela. As pernas se curvaram um pouco e a cabeça voltou-se para trás.

– Vão ficar mais violentos. Se ele mexer o braço acabou artéria radial! – Eva apressou-se enquanto Chris já preparava um curativo. – Rápido, corte aqui. – Pediu terminando de fechar. Ele cortou e colou o curativo a tempo de ver os calcanhares e a cabeça se curvarem e a coluna ser direcionada para frente.

– Por um segundo! – Disse aliviado.

– Uma fração de segundo você quis dizer... – Suspirou retirando as luvas e a mascara enquanto saía da sala.

Enquanto lavava as mãos Eva pensava se o que ela e Chris tinham algum dia poderia se tornar um relacionamento sério...

– O que está pensando Pêssego? – Chris perguntou beijando seu rosto enquanto parava ao seu lado para lavar as mãos.

– Nada. Apenas em como fizemos um bom trabalho. – Sorriu para ele.

– Sei que não é isso. Eu conheço você... Mas se não quer falar. – Ele sorriu e saiu.

Não tiveram nenhum mais nenhum paciente depois das duas vítimas. Eva estava apenas esperando acabar seu plantão para ir embora. Decidiram que hoje Chris passaria a noite na casa dela. Ela não estava em clima para ter nenhuma relação sexual com ele. Entraram na casa dela e ela foi direto para o banho, quando saiu ele a esperava deitado em sua cama sem a camisa, ela encarou o abdômen bem defino dele e mordeu o lábio inferior.

– Quero conversar com você. – Ele disse se sentando na cama. Ela deixou a toalha no chão vendo ele não desgrudar os olhos de seu corpo por nenhum segundo.

– Pode esperar eu me vestir? – Perguntou.

– Seria bom, assim que consigo me concentrar. – Ela sorriu e pegou um pijama para ela.

– Ok, o que está acontecendo? – Perguntou se sentando ao lado dele

– Quero te pedir uma coisa. – Ele sorriu encarando ela. – Hoje no meu horário de lanche eu saí e comprei uma coisa para você. – Ele se ajoelhou e tirou apenas um anel do bolso. – Eva, eu quero que você fique comigo... Mas só comigo. Algo além de apenas diversão. – Ele estendeu o anel para ela. – Quer ser minha?

– Chris isso é... Isso é incrível, mas... – Ela tentava escolher as palavras.

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– Mas não gosta de mim o suficiente?

– Não! Jamais! É que...

– Olha sua barreira aí novamente! Já não falamos sobre isso uma vez?

– Chris eu...

– Está com medo... É normal... Mas não seja covarde. Eu quero uma resposta Eva... Por que eu sei exatamente o que eu quero. E é você. Mas parece que não tem essa mesma certeza. Me procure quando descobrir o que quer. – Ele se levantou saindo do quarto.

– Chris! – Ela o seguiu até a porta.

– O quê? – Ele se virou desafiando-a a aceitar o pedido.

– Fique.

– Me dê um motivo para ficar. – Pediu encarnado-a, ela se jogou em seus braços e o beijou se separam ofegantes, mas ela não conseguiu aceitar...

– Eu... Eu...

– Já deixei minha opinião clara... Me procure quando souber o que quer. – Ele se virou fechando a porta. Ela caminhou lentamente até o quarto e se sentou na cama, deslizou as mãos pelo cabelo curto e se levantou olhando no espelho.

– Covarde. – Disse para si mesma enquanto se preparava para tentar dormir...