Após ler alguns capítulos de seu presente, Hermione queria esganar Draco.

Tudo bem que a história era completamente apaixonante, mas a garota não estava acostumada a ler assuntos mais... Quentes. Perguntava-se toda hora, como ele tivera coragem de dar-lhe algo assim?

“Coitadinho, até agora não devia ter descoberto seu presente.”

Ainda estava eufórica por mal chegarem a escola e ele já querer encontrar-se com ela. Porém, ao mesmo tempo, apavorada por ser no banheiro dos monitores. Havia até feito uma pequena lista do que deveria fazer, para tomar devidas precauções:

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Definir nossa atual situação.

Ensiná-lo como usar seu presente.

Ver que eu estava totalmente certa em relação à marca.

Esganá-lo pelo livro adulto.

Ficar longe da banheira.

Agarrá-lo.

***

–Er, Neville... Será que podemos conversar?

–Oh, claro Luna.

O garoto foi conduzido até a parede mais próxima, que prontamente ficou a frente da amada, numa tentativa de isolar-se do mundo.

–Eu sei que não é, mas meu subconsciente diz que é melhor confirmar, para ter certeza.

–O que, querida?

–É verdade o que estão dizendo?

–O que inventaram dessa vez?- perguntou, encostando sua testa na dela.

–Que você e Hermione irão se casar...

–Lun...

–Por que descobriram no Ano-Novo que ela ‘tá grávida.

–Mas o q-que?

Neville Longbottom gaguejava de nervosismo. Nunca imaginara que a fofoca fosse chegar a tamanho ponto.

–Luna, é óbvio que isso NÃO é verdade! Por favor, diz que você não acreditou nisso...

O garoto estava desesperado, segurando o rosto de Luna com as duas mãos.

–Mas é claro que não, só queria ter certeza absoluta, e além do mais, como eu poderia te contar isto sem parecer fofoca?

–Luna, saiba que nunca aconteceu nada entre Hermione e eu, ela é apenas minha amiga. Eu só tenho olhos para você, meu amor...

–Você me chamou do que?- perguntou com um sorriso no rosto.

–Meu amor...

E ali, um olhando nos olhos do outro, com um sorriso de orelha a orelha, depois daquela meia declaração, aproximaram-se devagar, até os lábios do garoto roçarem os rosados da menina, que esboçava um sorriso tímido. Quando finalmente tomou coragem, Neville a beijou delicadamente, com medo de estragar o momento.

Ele sabia que ia dar merda. Tanto beijar sua garota no meio do corredor quanto à nova fofoca, mas, só daquela vez, resolveu dar preferencia a sua trágica vida amorosa primeiro.

***

–Como estão as coisas com Angelina, George?

Os garotos estavam no dormitório masculino, esperando a hora do jantar, quando resolveram entrar no seu assunto preferido: GAROTAS.

–Ah, sei lá cara... Acho que normais?- mais perguntou do que afirmou.

–E você, Rony, conseguiu convencer Lilá que você gosta dela?

–Se você soubesse o que ela é capaz de fazer quando eu falo isso...

Ao dizer isto, todos fizeram caras maliciosas, e desta vez, Ronald não ficara vermelho, comprovando que era a mais pura verdade o que pensavam.

***

Ele estava alguns minutos atrasado.

Após sussurrar a senha e entrar no banheiro, reparou que Hermione estava sentada na borda da banheira, lendo o livro que havia dado a ela, vermelha como um pimentão.

A princípio, não havia reparado sua presença, tendo que dar um pigarro para ter atenção.

–Você gostou mesmo do livro, hein?

–Eu adorei, na verdade.

–E porque ‘tá tão vermelha assim, Hermione?

–Acho que você não percebeu quando o comprou, mas é um livro ADULTO.

E para deixar mais cômica à situação, Malfoy corou.

–Mas então, suponho que queira saber o que lhe dei de presente.

–Exato.

Hermione sabia que o próximo passo comprovaria sua teoria, e no mínimo, o deixaria assustado. Apenas levantou-se e se aproximou do garoto, que encarava seus lábios. Ao chegar mais perto, riu ao ver que Malfoy pensara que ela iria beijá-lo, e riu mais ainda ao ver a expressão de pânico do garoto ao perguntar:

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–Posso?- segurando seu braço esquerdo.

–Granger...

–Malfoy, sei o que estou fazendo.

–Mas...

–Você confia em mim?

Após alguns segundos de silencio, a voz grossa sussurra um simples:

–Pode.

Delicadamente, a castanha levanta a manga do uniforme, e quando a Marca Negra surge diante de seus olhos, solta a respiração, com um leve sorrisinho.

Alguns itens de sua lista já podiam ser riscados.

Até então, Draco Malfoy estivera de olhos fechados, evitando olhar para Hermione, com vergonha do que ela veria.

–Exatamente como eu imaginei.

–Não queria que você descobrisse isso, agora provavelmente vai terminar comigo e...

–Não precisei descobrir. Sabia que mais cedo ou mais tarde isso iria acontecer. - por incrível que pareça, Hermione sequer escutou a parte do terminar.

–Como... ?

–Sou uma Sabe-Tudo, não? Agora, trouxe o presente?

–Sim.

Ao tirar a caixa da capa, viu a agilidade da garota em abri-la, e o puxar para mais perto da luz, explicando:

–Acho meio difícil de você saber, mas isto aqui é maquiagem teatral. Ela é muito pesada e...

–Pesada? Mas a caixa é tão leve...

Hermione apenas bufou um “Garotos...”

–Quis dizer que ela cobre tudo. Agora, você pega essa esponja e passa um pouquinho na caixa, depois vem e esfrega bem aqui.

Com cuidado, Hermione passou a maquiagem quase branca no antebraço esquerdo de Malfoy, que ainda estava sensível com a marcação. Apenas soltou uma sonora gargalhada ao olhar para o rapaz e ver os olhos arregalados com a surpresa de desaparecer sua “tatoo”.

–Hermione...

–Assim você não precisa ficar o tempo todo de manga comprida.

–Você é um gênio!

E num impulso, agarrou a cintura da morena, colando seus corpos, num abraço apertado, chegando a levantá-la do chão.

–Eu acho que você precisa saber de uma coisa, Draco.

–O que?

–Neville andou me rondando; querendo saber se tinha alguma coisa entre nós dois e sem querer escapou uma coisa importante.

–Conte-me mais sobre isso.

–Ele afirmou que nos encontramos algumas vezes, sendo que a ÚNICA vez que ele nos viu sozinhos foi no dia daquele visgo.

–Me lembro disso, se não fosse por eles eu teria seguido a tradição e te beijado ali mesmo.

–Você ainda não entendeu. Lembra-se como eles estavam eufóricos? E eu pensei mais um pouco e entendi tudo.

–Então me explica por que eu não entendi bulhufas.

–Ele e Zabini armaram pra gente.

–Oi?!

–Tentaram dar uma de cupido.

Ao dizer isso, um flashback rodou pela mente de Draco, o fazendo gargalhar intensamente, puxando Hermione e dando-lhe um selinho.

–Só que no caso, devo dizer que são péssimos cupidos.

–Concordo plenamente, sabe por quê?

–Por quê?

–Simplesmente porque acha m que não aconteceu nada ainda.

–Você deixou ele acreditar nisso Hermione?

–Claro, foi divertido.

–Quer dizer então que a minha garota quer deixar os amigos pensando que está solteira, enquanto fica com o gostoso aqui? – disse isso tudo sussurrado no ouvido da morena, enquanto a abraçava por trás.

–Pode-se dizer que sim. Espera, sua garota?

–É, minha garota.

Ao tocar neste assunto, a garota desvencilhou-se do abraço do rapaz e o olhos nos olhos e perguntou:

–Draco, o que nós somos?

–Bem, estamos ficando a algum tempo, então... Ficantes?

–É, acho que sim...

E toda a coragem de dizer que sempre fora apaixonada por ele, se esvaiu ao ouvir aquilo.

–Hermione, olha só, porque não continuamos assim até deixarmos eles loucos, aí assumimos?

–Você quer mesmo assumir?- perguntou com os olhos brilhando.

–Mas é claro, já disse que você é a minha garota.

Malfoy começara a rir quando Hermione jogou-se para cima dele, juntando seus lábios num beijo desesperado.

Eles iriam se divertir muito com os cupidos atrapalhados