Capítulo 1

Por que eu?? Vou ter de deixar minha casa nessa cidade, amigos, minha fama na escola, deixar tudo por causa deles. De boa, as vezes não entenda o que se passa na cabeça deles, sério! Devo ser a pessoa mais sensata da casa! Boa, isso em comparação, pois nunca me julguei um poço de inteligência...

#Flashback on:

–Tadaima!- Gritei, anunciando que não era ninguém estranho entrando, pois caso fosse, era capaz dos meus pais pedirem para o invasor sentar na sala, e esperar eles terminarem.

–Okaeri, Kuu-kun!- Ouço a voz de minha mãe, e vejo-a descer. Ela é uma pessoa muito linda, e mesmo com seus 45 anos, aparenta ter cerca de 20: Cabelos bem rúivos e compridos, olhos azuis e pele clara. – Seu pai logo chega! Quer comer algo, querido?

Algo que amo nessa casa, é que normalmente eu escolho tudo, e ganho o que quero. Vivemos em uma casa grande, de dois andares, mas não é uma mansão (embora desse para comprarmos uma mansão pequena, essa foi a melhor no centro de Tokyo).

–Quero lamem!- respondi tirando os sapatos, e subindo para meu quarto. (Não sei descrever casas :/ Imaginem o quarto grande, com alguns instrumentos como violão, teclado e guitarra, pôsters de bandas, e as cores e moveis, deixo com vocês ;)

Sentei-me na cama, e peguei minha guitarra. Amava instrumentos, mas só sabia guitarra e violão... Após tocar uns acordes, larguei na cama, e fui até o banheiro. Ainda tinha meu uniforme de blusa cinza e grava preta, da mesma cor que a calça. Banhei-me, e me vesti. Olhei no espelho, e pude ver minha aparência: ruivo como minha mãe, com olhos verdes de meu pai, e a pele clara dos dois. Sempre quis ter os cabelos negros do velho, mas por algum motivo, as meninas me acham exótico por ser “vermelho”... E como homem, obvio que curto isso. Sou popular, bom em esportes, e na escola. O problema é que sou bagunceiro e animado demais... Muitas vezes competitivo, e preguiçoso. As meninas babam por mim, mas não ligo. Nunca gostei de ninguém, e não será hoje que perderei tempo com isso.

Sou tirado de meus pensamentos com a voz do velho, e em seguida, de minha mãe, anunciando o lamem. Sai em disparada, quase caindo no velho. AMO comida! Mas consigo ficar magrinho sem nem me esforçar... Hahahahaha! Sintam inveja. Sentei-me na mesa, e comecei a comer. Conversamos sobre as broncas de meus senseis pela competitividade de notas, conversas na sala, e faltas por dormir no intervalo, e sobre minhas notas, as maiores da escola. Assuntos normais, até começarem um assunto diferente...

–Kuu-kun, amanhã receberemos visita! Quero você em casa as 15:00.

–Mas eu ia sair com meus amigos...

–Kuu, é importante. Queremos que veja uma pessoa, e precisamos resolver uma questão, esteja em casa as 15:00. – quando meu pai fala, não tem jeito. Não consigo fuga. Ótimo, em pleno sábado, preciso estar em casa... Mas o que será que vão resolver?

–Qual a questão?

–Envolve nossa mudança de empregos. Depois falamos disso, Kuu-kun, agora... Quem quer gelatina?

–Eeeeeu!! – posso ser meio infantil as vezes (cof cof, muitas vezes...)mas deixa eu ser feliz!

Terminando de comer, perguntei se queriam ajud para tirar a mesa, mas como sempre, me mimaram dizendo que podia ir pro quarto. Cara... Eles podem ser meio desligados, mas adoro isso!

Fui ao quarto, e troquei-me. Usei o computador até umas 1:30 da manhã, e fui dormir, pensando o que me aguardava amanhã...

...Mal eu sabia que um simples “sábado perdido”, mudaria minha vida...

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–Meeeerdaaaaa!! Já são 15:45!! Hashikoooo! Maldito, você fez eu me atrasar com suas idéias malucas de tentar escalar a casa!!!

Todos olhavam pra mim, mas eu não ligava. Estava dando o foda-se a eles, sabia que receberia desaprovação do velho!! Eles podiam me mimar, mas isso não quer dizer que não levasse bronca ou ficasse de castigo!!

Cheguei em casa, e disse a frase de sempre. Tirei os sapatos, me ajeitei, e entrei. Estava tão afobado que nem notei de primeira o sapato a mais lá.

–Kuuyshi! Que parte do “esteja em casa as 15:00” você não entendeu!!??

–Gomen...

–Kuu-kun, seja mais responsável com seus horários, por favor!

–E cadê a tal visita?

–Estou aqui. Ora, como você cresceu, Baka-kuuy... Mas continuo mais alto, hehe!

Não acreditava em quem estava lá. Não o vi desde meus 10 anos de idade, ou seja, a 6 anos atrás! Aquela figura ruiva só podia ser uma pessoa...

–T-tio!!??