Lição de Amor
Enzo
Ao sair do colégio, Emma foi para o seu trabalho de meio período. O seu primeiro emprego. Vestiu o seu uniforme com um sorriso no rosto. “Vou me esforçar para poder ir viver a minha vida. Sozinha” pensou “mas sozinha não será triste?”.
****
–Então ela quer se livrar de você? – Enzo indagou gargalhando ao escutar de Raoul o que Emma pretendia fazer. Eles estavam sentados na sala de Raoul como acontecia nas ultimas semanas. – Realmente deve ser insuportável.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!–Ela está certa – Raoul falou ao tomar um gole de seu café que estava sobre a mesa – estava pensando em um modo de me livrar dela.
–Como pode ser tão frio com sua esposa? Não tem medo que ela consiga um amante? – sorriu diante da expressão de desprezo de Raoul. – não entendo como consegue ser italiano sem a veia possessiva.
–Sou possessivo com quem gosto e definitivamente não sinto nada por ela.
–Está bem – ergueu as suas mãos suspirando – eu desisto de tentar dar bons conselhos.
–Demorou ate demais.
–Sei que no fundo gostava. – olhou para o relógio em seu pulso levantando-se – tenho que ir. Depois nos falamos e dê atenção a sua esposa – gracejou antes de sair da sala.
Raoul sorriu levemente após a saída de Enzo. Mesmo não querendo admitir divertia-se com seu primo. Voltou a se concentrar no trabalho quando escutou uma batida em sua porta. Resmungou um “entra” com mal humor e ao ver Raquel em sua frente vestindo uma saia curta, uma blusa branca e um blazer sentiu toda a tensão de seu corpo dissipar.
–Vim fazer uma visita rápida – anunciou fechando a porta passando a chave. Retirou o blazer com leveza e sedução – quer que eu vá embora?
Raoul engoliu em seco ao levantar-se de sua cadeira, caminhar ate ela sem quebrar o contato visual entre ambos. Ele não gostava que ela fosse ate a sua sala daquela forma, mas não conseguiu dizer não a ela. Aproximou-se como um homem esfomeado de amor, a agarrou pela cintura antes de beijá-la ardentemente, amando-a em sua sala sem reservas.
***
–Bem vindo – Emma disse para mais um freguês que entrava no café em que trabalhava. Como era o seu primeiro dia encontrava-se servindo algumas, poucas, meses e ficando na limpeza. O seu uniforme a deixava com um ar mais delicado e infantil do que aparentava. A calça verde folgada, a blusa branca e o boné verde davam um ar maroto a ela.
Enzo sorriu ao olhar para a jovem sorridente a sua frente. Lembrou-se de já tê-la visto antes, mas deu de ombros ao se sentar em uma mesa próxima da janela. Ele gostava de frequentar aquele café por ter as atendentes gentis, bonitas e ser próximo do trabalho.
–O que deseja? – Emma indagou sorrindo ao segurar um bloco em mãos. Olhou para Enzo com curiosidade. – “Ele me lembra alguém” pensou.
–Um café expresso – disse sorrindo a olhando – és nova aqui, certo?
–Sou sim.
–Preciso vir mais vezes – sussurrou brincalhão ao vê-la se afastar com as faces avermelhadas. Pegou a câmera de sua mochila começando a ver todas as fotos que tirava ate parar em uma. Olhou para jovem loira e a garota da foto. – é ela mesma. – murmurou.
–Aqui está – Emma disse colocando a xícara em frente a Enzo que a observava com curiosidade. – Mais alguma coisa?
–Qual o seu nome?
Emma olhou desconfiada, mas deu de ombros ao lembrar-se que estava trabalhando.
–Emma.
–Emma? – repetiu confuso. – de que?
– Emma Sartorelli.
Enzo a olhou sem conseguir dizer nada, passando alguns segundos começou a gargalhar diante da realidade.
–Me perdoe – bebeu um gole do café a fitando – conhece algum homem frio com 30 anos de idade?
–Na verdade sim – murmurou após olhar para ele pensativa fazendo uma careta.
–Então deves ser Emma Sartorelli Belinni, correto? – a corrigiu.
–Quem é você? – questionou com medo. Aquela era a primeira vez que aquilo acontecia com ela.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Perdonami – levantou-se tentando ficar sério sem sucesso – sou Enzo Belinni, o primo de Raoul.
–Primo... de Raoul? – indagou surpresa o fitando.
–Aquele homem mal nem falou de mim – fingiu estar decepcionado rindo em seguida – estou surpreso por ele ter a deixado trabalhar.
–O senhor.. Sabe da nossa situação, não é?
–Sim – assentiu a observando cuidadosamente.
–Então porque a pergunta?
–Como?
–Nada, é melhor eu voltar ao trabalho – deu as costas a ele saindo com a expressão fechada. Ela não sabia dizer se aquilo era alguma coincidência ou se Raoul havia mandado aquele homem ate ela. Optou por esquecê-lo e concentrar-se em seu trabalho.
–Isso foi realmente uma surpresa – Enzo sussurrou para si mesmo ao olhar Emma. – ele não tem chances. – sorriu ao tomar o seu café lentamente.
***
–Adivinhe quem eu encontrei hoje – Enzo falou ao abrir a porta da sala de Raoul encontrando-o arrumando a sua gravata com um semblante leve. Olhou em volta estranhando a sala desarrumada – Algo me diz que teve uma visita.
–Irei lhe dar mais trabalho. Isso está ficando ridículo – o encarou sem sorrir – só vive em minha sala. Não acha que está exagerando? Admito que a empresa agora é minha, mas não é certo o que está fazendo. Se não gosta, já pode sair. Nossa avó não irá mais nos controlar.
–Está.. Me despedindo?
–Não Enzo, apenas lhe dando um pouco de.. – “esperança” pensou – chance. Vá atrás de seus sonhos enquanto é novo.
–Eu vou, não se preocupe comigo, mas acho que deveria se preocupar mais consigo mesmo. Nunca lhe vi sorrir sinceramente ou falar sem ironia ou apenas demonstrar alguma emoção. Não sei o que aconteceu contigo, mas não acho que seja uma boa forma de viver. Ate Emma, a jovem com quem casou, sorri apesar da vida lhe dizer para chorar. Deveria aprender com ela.
–Do que está falando? E porque está falando sobre ela?
–Por nada – deu as costas a Raoul – começo a achar que a nossa avó não era tão louca assim – disse antes de sair da sala dele, deixando-o confuso para trás.
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