Em Lugar do Frio
Minha história
Hoje devia ser só mais um dia comum. Acordar cedo, ir para a faculdade, depois casa, estudar e então dormir. Devia ser assim. Mesmo que hoje seja 25 de agosto. Mesmo que seja meu aniversário. Mesmo que eu esteja completando 21 anos. O que isso importa? É só mais uma data estúpida que eu prefiro esquecer.
Por quê?!
Porque simplesmente é o pior dia do ano! E não estou falando de amigos fazendo surpresas, estourando ovos em sua cabeça, ou sua mãe comprando aquele livro que você encheu o saco para ganhar, ou sua avó apertando suas bochechas e lhe presenteando com o suéter mais cafona que você já viu. Não é isso.
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Estou falando de coisas bizarras, estranhas, e a presença constante e irritante de um cara para quem o tempo aparentemente não existe.
Ah, sim! É, ele é um gato.
O que só aumenta a minha irritação por ele.
Como ele é?
Alto, loiro, olhos absurdamente azuis. É, eu sei. Extremamente previsível. E se encaixa no padrão de perfeição estabelecido pela sociedade. O que é muita hipocrisia. Da sociedade, quero dizer.
Mas voltando a ele... Sabe o que acaba comigo? Ele parece querer esconder toda essa beleza! Certo, não esconder, mas não se importa com ela. Sempre que eu o vejo, ele está com aquele estilo “sujinho”. E só Deus sabe o quanto isso mexe comigo.
Ele é um imbecil.
Desde quando eu o vejo?
Desde o meu fatídico aniversário de treze anos. Que, por sinal, foi o primeiro aniversário em que ganhei um livro. E até esse episódio foi estranho.
Vou contar a versão resumida da história: no dia do meu aniversário, eu passeava alegremente e... inocentemente... pelo parque. Do nada, um senhor me parou e perguntou qual era a data. Respondi feliz e disse que eu estava completando treze aninhos de pura felicidade. Então o homem sorriu, dando-me os parabéns, e disse que uma data tão especial não devia ser passada em branco. Entregou-me o livro que segurava, dizendo-me que era seu presente e para ter cuidado com ele, porque era muito especial. Eu agradeci milhares de vezes e sentei-me para ler. O velho se despediu e se foi.
O livro se chama “Em Lugar do Frio”.
Nunca mais vi o velho. Ainda tenho o livro.
Agora, esquecendo toda a ironia, gostaria de acreditar que aquele senhor ainda está vivo. Na verdade, sinto que ele está. Mas eu gostaria de vê-lo mais uma vez, agradecer de novo. Aquele homem me apresentou um mundo novo, um novo horizonte. Graças a ele, amo a leitura.
Ah! Esqueci de me apresentar!
Meu nome é Liv, e esta é a minha história.
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