Amor às Avessas

Moço "versus" Moça.


"O amor não pode ser fabricado. Se não existe, não há como mudar essa ausência." -A Casa das Orquídeas

Acordei tarde, um pouco depois da hora do almoço para ser mais especifica e continuei na cama com a cara enfiada no travesseiro macio.

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–Rachel? -ouvi a voz de Luke e ergui o pescoço para trás, o olhando. Apenas sua cabeça estava para dentro de meu quarto.

–Oi Luke.

–Você está muito cansada?

–Só com preguiça mesmo. Por quê?

–Porque hoje é o dia de tirar o gesso e você falou ontem que...

Levantei da cama em um pulo.

–Claro. Havia me esquecido. Só vou trocar de roupa e... comemos algo na rua. Pode ser?

–Sim. –ele respondeu vagamente e fechou a porta.

Passei a mão em meu cabelo super bagunçado e por um segundo refleti sobre o que faria com ele. O penteei e fiz um coque bagunçado, depois encarei meu guarda roupa ainda aberto da noite anterior e escolhi literalmente a primeira roupa que vi. Passei no banheiro rapidamente e fui para a sala de estar.

–Prontinha!

Luke ergueu o olhar e deu um sorriso de lado.

–É... Você sabe ficar melhor, mas vamos logo ou nos atrasaremos.

✶✵✴

A enfermeira de antes nos atendeu.

–São amigos agora, é?

–Não. –respondemos juntos e ela sorriu balançando a cabeça negativamente.

–Vamos tirar esse gesso, rapaz? –ela perguntou.

Luke nem se deu ao trabalho de responder, levantou-se apoiando em suas muletas e foi andando para alguma sala acompanhado da enfermeira.

Algum tempo depois ele reapareceu, andando e sorrindo.

–Vai ficar tudo bem agora, pode voltar a fazer tudo que você sempre fez.

–A perna engessada não me atrapalhou tanto não, doutora. Consegui fazer coisas as quais eu estava acostumado sem dificuldade nenhuma. –ele sorriu safado e tive a impressão que sabia do que ele estava falando. Não pude evitar de revirar os olhos e pensar em voz alta:

–Por quê não escondi as muletas dessa criatura quando tive a oportunidade?

✶✵✴

–Vamos passar no Central Park para comemorar. Vamos fazer uma caminhada.

–Você nem está com roupa de corrida, Rachel.

–É só caminhar, Luke. Comer alguma coisa... Estou faminta.

–Está certo, moça.

Estacionei meu carro nas proximidades do parque, em uma rua tranquila e fomos andando pelo parque.

–Quando começam suas aulas? –ele perguntou.

–Em alguns dias, eu acho. Por quê?

–Não vou ter ninguém para encher o saco quando acordar.

–É verdade. Só o pobre do Fumaça.

–Os pelos dele não aparecem bagunçados pela manhã e mesmo se eu risse, ele nem entenderia. Pois ele é um gato.

–Um gato com sentimentos, moço! Sendo assim, não fale isso perto dele, faça-me o favor.

–Ok, Rachel. Me conte...

–Isso soou muito gay. –comentei rindo. –Garotas que falam assim. Mas prossiga, por favor.

–Você não beija e nem dorme fora nunca não?

–Luke! Você só pensa nisso? E sim, eu sou uma pessoa normal, ok?

–Não acredito que alguém tenha coragem de te beijar. –ele disse colocando as mãos dentro do bolso do casaco.

Eu já estava me virando para dar uns tapas nele, quando o vi sorrir. Ele falou de propósito, apenas para irritar-me.

–Você é muito sem serviço, Luke Dean. Francamente!

–E você é ocupada demais, precisa relaxar. Homens não gostam de mulheres tensas, preocupadas com o relógio o tempo inteiro.

–Eu não sou assim. –rebati.

–Aham, sei. E meu sonho é ter um labrador e colocar o nome dele de Marley, sabia? –ele disse sarcástico e revirando os olhos.

–Tem certeza que você é homem? Parece muito gay. –ri alto.

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–Está duvidando é? Quer ver meu documento?

–Documento? –perguntei confusa e depois entendi. –Oh não! Credo, Luke. Seus países baixos não me interessam, acredite.

–Nem você a eles. –ele disse sorrindo.

Revirei os olhos.

–Você só acha que é engraçado, não é?

Ele ia me responder quando me deparei com um vendedor de pipoca e maças do amor. Comprei dois saquinhos de pipocas e duas maças. Entreguei um de cada à Luke.

–Você é menos chata do que eu pensei, até. –ele disse colocando uma mão cheia de pipoca na boca e mastigando as que não haviam caído no chão.

–Obrigada, mas não posso dizer o mesmo de você. –pisquei o olho.

–Retiro o que eu disse, então.

–Tudo bem, senhor maduro.

✶✵✴

Já havia voltado para casa há algumas horas. Estava no meu quarto com a cara enfiada em “Orgulho e Preconceito”, quando Luke apareceu no vão da porta:

–Quer ver filme?

–Qual? –perguntei levantando os olhos de minha leitura.

–Eu os declaro marido e...Larry!

–Que título é esse?

–Oh desarrumada, vai vim ou não?

Ponderei em minha mente; um livro ou um filme que só pelo título está propenso a ser uma comédia de mau gosto?

–Olha, quem faz é o Adam Sandler...

Levantei da cama, eu adorava aquele ator de comédia. Jane Austen e sua obra renomada de sucesso poderiam esperar até mais tarde. Que Kate nunca soubesse de tais pensamentos...

Fomos para os sofás. –Luke no pequeno e eu espichada no grande com Fumaça sob a barriga.

O filme começou aparentemente típico. Impressionante como sempre havia um canalha em filmes.

–Está vendo aquele canalha, Luke? O Adam, que está fazendo papel de Chuck Levine?

–O que pega todas essas gostosas? Sim.

–Seu irmão gêmeo.

–Há-há-há. Ta vendo a advogada super gostosa?

–Sim.

–Não é você. –ele sorriu irônico. Maldito. Mil vezes maldito.

–Uau... Quem é essa advogada, meu Deus? –Kate adentrou a sala de estar, com um pote de sorvete na mão.

–Você é comprometida. –lembrei-a.

–Bem lembrado. Mas não sou cega não, baby.

Sentei-me direito para abrir espaço a Kate, que viu o filme conosco até o fim. O filme era idiota –igual todas as comédias anti-gays americanas, mas ainda assim, nos submeteu a ótimas gargalhadas.

Kate despediu-se de nós e foi dormir em seu quarto, cercada de seus livros e cd’s. Já eu, tomada pela preguiça, resolvi ficar deitada no sofá com Fumaça vendo qualquer coisa que estivesse passando na TV.

O fato é: eu adormeci.

Acordei com uma luz fraca na sala de estar, a TV desligada e nenhum sinal de Fumaça. Eu podia jurar que alguém tinha pisado em mim enquanto eu dormia, pois minhas costas doíam significativamente. E onde estava Luke?

Ainda adormecida fui até meu quarto, já esperando pelo o que iria ver.

Luke. Estava. Dormindo. Na. Minha. Cama. E com o meu gato!

–O que você está fazendo, idiota? –acordei-o gritando e o agredindo fisicamente com o travesseiro.

–Aí, droga, Rachel! Isso dói!

–O que você está fazendo na minha cama, no meu quarto, com o meu gato?

–Você dormiu na sala, oras.

–E daí? –sim, eu estava gritando.

–E você acha mesmo que eu ia deixar... –Luke bocejou. –essa confortável cama sozinha? E perder essa oportunidade? –ele se espreguiçou. –Acho que não.

–Você só pode estar de brincadeira com a minh...

–Rachel, -ele interrompeu – relaxa. Vai arrumar esse cabelo, tira esse pijama, mas não exagera no café da manhã não, ok? Come uma fruta, pois além de tudo, parece que você está engordando...

–Eu vou te matar, Luke Dean Roach!!!