Instituto Gore

Maninha


Mia andava tranquilamente pelo corredor quando viu Pedro vindo com um enorme sorriso na sua direção.

– Me desculpe não ter aparecido ontem. - Ele lhe entregou a blusa de Rômulo de volta. - Tive uma reunião com uma associação, para ajudar aqui com o trabalho do nosso clube...

A garota abriu um enorme sorriso, nada poderia tranquiliza-la mais e deixa-la mais feliz do que ver Pedro de novo e ter a camisa de Rômulo de volta.

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Um peso a menos na sua consciência e um amigo a mais para alegrar o seu dia.

Vanessa apareceu ali correndo e puxou os dois para fora para participarem de um protesto musical que tinham acabado de inventar de fazer, ali no pátio.

– Não tem momento melhor para chamar a atenção! Ainda que foi autorizado pelo diretor que a gente fizesse nossas atividades pelos pátios...

No entanto, o que esqueceram de avisar para a garota que eles chamaram para tocar no protesto, ou seja, a Mia, é que ela era bolsista e não era mesmo uma boa idéia para bolsistas, participarem de coisas assim ali dentro.

Para a sorte de Mia, mesmo que ela não soubesse que era sorte naquele momento, as amigas que fizera ontem na aula de piano apareceram em frente a ela. Muito animadas e acompanhadas do maestro Felico, a puxando com urgência para tocar na apresentação do clube de música.

A garota então não sabia o que deveria fazer, os dois queriam que ela tocasse e ao mesmo tempo.

– Vocês não precisam dela para esse showzinho de vocês! - Tácita gritou puxando Mia para o seu lado. - Qualquer macaco tocando já estaria bom para essa suas apresentações. O talento da Mia não pode ser desperdiçado com tal banalidade...

– Quem é você para chamar o que a gente faz de banalidade? Se existe um grupo que é tudo menos banal nesse lugar é o nosso! - Vanessa exclamou.

– Solte ela! Ela estava vindo com a gente. - Pedro então puxou Mia pelo braço.

Nesse instante formou-se uma platéia muito maior do que mesmo as apresentações dos outros clubes conseguiam juntar, assistindo a briga que se desenvolvia.

– Mia precisamos de você! A orquestra toda esta lá! - Então dizendo isso, Felico começou a ajudar a puxa-la para o lado deles.

E naquele cabo de guerra que faziam com seus braços, a menina não sabia o que fazer até que um lado da "corda" acabou se rompendo e Mia vou para longe do alvoroço.

Batendo fortemente contra exatamente quem ela menos deveria.

A confusão rapidamente se dissipou, todos tentando disfarçar quando perceberam que a garota tinha sido lançada para cima DELE, de Rômulo, que passava pelo pátio acompanhado de seus amigos.

O problema é que ele estava carregando um copo com Jenipá que voou todo em cima de sua roupa, o deixando completamente molhado.

O pátio ficou assustadoramente quieto. As pessoas por ali pareciam tentar olhar o mais disfarçadamente possível o que iria acontecer, imaginando que tipo de punição os meninos do Jump Contact aplicariam no “bicho” a frente deles.

Dizia a lenda que o último que se atreveu a mexer com eles, passou o fim de semana inteiro amarrado de ponta cabeça na quadra, cheio de toalhas sujas ao redor do corpo, até que um funcionário inexplicavelmente o achou por lá na segunda-feira...

Mia ainda olhava para ele, sem reação, quando Rômulo apontou para sua camisa jogada no chão, apertando o coração da pobre garota logo que percebeu que ele reconheceu sua blusa.

– Como vai, maninha? - Então ele só disse a surpreendendo e quebrando o silencio, junto com parte da consistente tensão no ambiente. - Vejo que trouxe uma blusa para eu me trocar.

Mia olhou para a camisa dele no chão e se apressou a pega-la e estende-la para ele.

Rômulo a encarou por um momento, até que sorriu e aproximou aceitando sua blusa da mão dela.

– Está tudo bem com você, mesmo? Você esta pálida. - O garoto perguntou pegando em sua testa, como se estivesse medindo sua temperatura e logo depois comparando com a dele.

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Por mais que ele parecesse irônico, nos seus olhos havia reais vestígios de preocupação faiscando deles.

Então ele olhou ao redor e disse:

– Por que você não vem com a gente?

– A... A gente? - Disse baixinho meio gaga.

– É. Eu e os meninos estávamos indo para o refeitório almoçar. Não está com fome?

Ela olhou para trás preocupada que estava indo deixar seus amigos dos clubes na mão. Porém nenhum deles queria parecer estar olhando para ela, estavam na verdade só disfarçadamente parados tentando ouvir o que os dois conversavam de longe.

Quando ela os olhou uns deles viraram, achando terem sido pegos e sorriram sem graça.

Rômulo olhou para eles também, entendendo a situação e perguntou sem qualquer interesse aparente na resposta:

– Vocês não se importam, nao é? Tenho certeza que vocês não se importam.

Antes que ele terminasse de falar, os que tinham olhado já balançavam a cabeça mostrando que estava tudo ótimo para eles...

Então o garoto passou a mão ao redor do ombro dela, puxando-a próxima a ele enquanto seguiam para o refeitório.