Loucuras À Meia Noite
Convite Inesperado
P.O.V: Scorpius.
— SCORPIUS! — ouvi a voz de Rose, totalmente abafada, vinda do seu quarto.
Estive esperando ela se trocar no banheiro por quase meia hora, é quase um alívio saber que ela não morreu lá dentro.
— O quê? — perguntei me aproximando da porta.
— Estou presa! — ouvi ela choramingar e em seguida um estrondo como se tivesse caído.
Tomei um susto na hora e entrei, preocupado que ela tivesse se machucado seriamente. Contudo, ela estava sentada com a cabeça presa em um vestido vermelho e o seu cabelo havia agarrado no zíper. Gargalhei sem poder evitar e cruzei os braços. Eu podia imaginar a carranca que Rose deveria estar fazendo por trás do vestido.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!— Droga, doninha, só me ajuda logo! — ela balançou os braços erguidos com dificuldade, tentando se levantar.
Peguei suas mãos e a puxei para cima com cuidado, sustentando seu peso. Foi nesse momento que eu percebi que ela estava apenas de lingerie. O pequeno corpo magro trajava apenas uma calcinha preta com detalhes de cetim e um sutiã do mesmo material e cor moldando os seios médios. Engoli em seco ao notar isso e a própria Rose se moveu meio desconfortável.
— Scorpius, feche os olhos! — ela exclamou ao perceber a situação.
— Como vou te soltar se fechar os olhos?
Ela ficou em silêncio por alguns segundos, pensando.
— Ok, então apenas não olhe! Ou já olhou? VOCÊ JÁ OLHOU?!
Eu ri com o desespero dela.
— Já. Sinto muito. Fique quieta. — comecei a soltar o cabelo dela primeiro, tentando não olhar para baixo e falhando descaradamente. — Tem um nó, vou ter que cortar. — brinquei.
— O QUÊ?! — a ruiva se desesperou, virando bruscamente e me empurrando de forma que eu bati a cabeça na porta e de alguma forma tropecei nela, levando nós dois a cairmos no chão do pequeno banheiro. O cabelo de Rose aparentemente quebrou (desde que eram só alguns fios presos) e o zíper correu livre enquanto ela caía; dessa forma agora, comigo sobre ela no chão frio, não lhe resta nada além da lingerie. — Aut! — ela reclamou esfregando a cabeça e então notando que estava sem o vestido.
Seus olhos encontraram os meus por um momento e ela olhou para o meu corpo sobre o dela e arfou levemente.
— Acho que o seu problema foi resolvido. — falei meio baixo com um meio sorriso.
— E o meu cabelo foi junto com ele. — ela pegou a pequena mexa ruiva quebrada e bufou.
Eu ri e me levantei, lhe oferecendo a mão para ela vir junto. A puxei para perto de mim, puxando sua cintura com força, colidindo nossos corpos antes de murmurar em seu ouvido:
— Esse preto caiu muito bem em você. — em seguida beijei seu pescoço e me afastei, saindo do banheiro e ouvindo ela soltar um muxoxo frustrado.
Hoje temos um almoço para ir, Rose está nervosa, é bom tentar distraí-la. Eu tenho que dizer, eu não esperava que isso fosse acontecer. Tudo, menos isso. E o pior é que o acontecimento só me deixa ainda mais pressionado... Eu ainda me lembro de como foi:
– Flashback On –
Eu havia acabado de acordar, Rose permanecia em meus braços, tranquila. Suas feições delicadas pareciam angelicais enquanto ela dormia. Seus lábios levemente cheios e avermelhados pareciam me chamar, seus cílios consideravelmente cumpridos faziam uma suave sombra sobre as maçãs do rosto, suas bochechas tinham um tom rosado natural e saudável. Os cabelos ruivos se espalhavam em volta de seu rosto, dividindo-se entre o meu braço e o travesseiro.
Lentamente, como se soubesse que eu a observava, ela foi acordando. Os cílios se moveram algumas vezes à medida que ela abria os olhos, me dando a visão de olhos castanhos esverdeados, os quais me avaliaram por alguns momentos.
— Bom dia. — ela disse ainda meio sonolenta, com a voz rouca.
— Bom dia. — sorri levemente e ela se espreguiçou, meio que empurrando a minha cara no processo. — AI! — reclamei e ela riu.
— Eu sou a delicadeza em pessoa. — ela brincou.
— Nota-se. — me espreguicei também, a empurrando a ponto de ela cair da cama.
Gargalhei de sua queda, tentando manter o tom baixo. A usual carranca mal humorada apareceu em seu rosto quando ela levantou. O problema foi que assim que ela se colocou de pé, eu pude ver o baby-doll que ela usava, o mesmo que gerou a sessão de amassos da noite anterior. Só de lembrar de como foi, eu senti meu corpo esquentar.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!As bochechas de Rose coraram arduamente e ela baixou o olhar.
— Eu vou ver se o corredor está livre... — ela disse e correu até a porta, espiando pela fresta antes de sair rapidamente.
A cama ficou estranhamente vazia sem ela ali, mas como eu precisava me levantar de qualquer forma...
Fiz minha higiene matinal, tomei uma ducha e depois desci para tomar café. Do alto da escada eu vi Rose abaixada perto da porta com a correspondência em mãos. Ela fitava uma em especial, a qual tinha uma caligrafia que eu conhecia bem.
Fui até ela o mais rápido que os degraus permitiram.
— É do... — ela começou, indicando a carta.
Assenti.
— Eu sei. Do meu pai. — peguei a carta e a abri.
“Filho,
Espero que esteja aproveitando o seu tempo com os Weasley. Fiquei muito surpreso ao saber que você estava namorando e na verdade, também tenho muita curiosidade em conhecer a jovem, afinal, eu nunca conheci nenhuma das suas namoradas... Então eu pensei: por que não dar uma chance dessa vez?
Estou convidando você e Rose para virem almoçar comigo e com sua mãe hoje. Ela está particularmente animada, então nem pense em negar.
Esperamos ansiosamente”
– Flashback off –
Maldito seja o dia em que o meu pai decidiu se importar com quem eu namoro ou deixo de namorar!
Talvez todo o alvoroço seja em cima do fato de ela ser uma Weasley, mas o ponto não é isso, o ponto é...
Fui tirado de meus pensamentos quando Rose saiu do banheiro. Ela não usava o vestido vermelho que a vi tentando tirar, ao invés disso ela trajava um vestido verde água, comportado e esvoaçante. O tecido era tão leve que parecia dançar quando ela andava. Os cabelos ruivos estavam presos de alguma forma atrás de sua cabeça, mas algumas mexas caíam levemente em seu rosto e outras estavam apenas soltas.
Ela usava maquiagem, era notável, mas bem pouca. De alguma forma seus olhos pareciam realçados e os lábios tinham um tom mais puxado para o vermelho do que o usual.
E foi assim que eu esqueci qual era o ponto anterior.
— Então? O que acha? — ela perguntou mordendo o lábio inferior com o nervosismo.
— Eu acho que você está linda. — falei olhando para ela meio vidrado.
Ela riu brevemente e se aproximou de mim, ajeitando a minha camisa.
— Acha que ele vai gostar de mim?
Achei incrível ela estar mesmo tão insegura. A verdade é que acho que o meu pai deve estar mais desesperado para ela gostar dele do que para ele gostar dela. Todos conhecem o histórico perfeito dessa ruiva. Ótima aluna, ótima ex-jogadora de Quadribol, ótima amiga, filha, prima, irmã... namorada.
— É óbvio que ele vai gostar de você, porque não gostaria?
Ela fez uma careta meio duvidosa.
— Você sabe...
— Isso é passado, é entre ele e os seus pais, você não tem nada haver. Ele tem isso em mente, relaxa, ok? — tentei acalmá-la.
Rose assentiu com um suspiro e pegou a minha mão, puxando-me escada abaixo.
Os pais dela estavam na sala com Hugo, eles conversavam baixinho sobre alguma coisa incompreensível. Assim que descemos, os olhares se viraram para nós.
Hermione sorriu ao ver a filha e uma expressão meio abobalhada tomou o rosto de Ronald.
— Ah, Rosie! — Hermione exclamou. — Está linda!
— Com certeza está... — Ronald complementou.
Rose corou.
— Obrigada.
Hermione se levantou.
— Bem, precisam ir logo ou vão se atrasar! — ela nos conduziu para fora.
Depois de um tempo discutindo hoje mais cedo sobre como iríamos, decidimos que aparatar seria o modo mais fácil e prático. Eu e Rose nos posicionamos no jardim, um de frente para o outro e de mãos dadas. Ela apertou os meus dedos, parecendo um tanto quanto apavorada.
— Vai ficar tudo bem. — sorri para ela, tentando soar o mais convincente possível. O problema é que não sei se disse isso a ela ou a mim mesmo; talvez a nós dois.
Ela assentiu e fechou os olhos, se concentrando.
— Pronto? — indagou e eu fechei os olhos.
Não. Pensei.
— Pronto. — confirmei, preparando-me para a situação mais embaraçosa da minha vida.
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