Meu Snape

Capítulo 20


Hermione se mexeu mais uma vez na cama. Não queria levantar mesmo com o sol incomodando seus olhos. Virou-se para o lado e encontrou olhos negros a fitando.

― Bom dia ― Snape saudou com a voz rouca de sono.

― Bom dia ― ela respondeu corando. Tinha plena consciência de que ambos estavam nus embaixo dos lençóis.

Snape apenas riu do rosto corado dela, aquela ainda era a mesma Hermione de sempre, com a única e vital diferença de que agora era somente sua.

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Hermione sabia que deveria dizer algo, fazer qualquer coisa que não fosse ficar olhando bobamente para o rosto do seu marido, em fim podia chamá-lo assim com todos os direitos. No entanto, logo ouviu seus filhos reclamando de fome, provavelmente. Fechou os olhos e suspirou, aquela era mais uma prova da família que eram. Família Snape.

Minutos depois ela já estava dando de mamar para Brian, que era o mais irritado, enquanto Snape tentava manter Rose calma e distraída em seu colo.

― Acho que devíamos tentar a mamadeira ― Snape sugeriu vendo a pequena inquieta em seus braços.

― Eles ainda não muito novos Severo ― defendeu Hermione.

― Sim, mas não temos culpa se eles decidem ter fome na mesma hora ― ele argumentou crispando os lábios.

― Tenha mais paciência com eles amor.

Snape parou de embalar Rose no mesmo instante, fitando Hermione de olhos arregalados.

― Do que me chamou?

Hermione arqueou uma sobrancelha e sorriu abertamente.

― Amor ― repetiu enquanto se levantava e se aproximava dele, dando-lhe um beijo rápido ― Meu amor.

Snape piscou algumas vezes, atônito.

― Ninguém nunca me chamou assim.

― Tenho certeza que algum dia ouviu isso da sua mãe.

― Mas era minha mãe, apenas ela.

― Bom, se houvesse mais alguém além dela nós teríamos que ter uma conversa bem séria Sr. Snape ― brincou Hermione enquanto voltava a sentar.

Snape não conseguiu reprimir um sorriso, ninguém podia negar que estava feliz.

― Eu acho que está na hora de contar a verdade aos meus amigos Severo.

Hermione fitou Snape esperando alguma reação negativa, mas não encontrou nada. Talvez tenha sido uma boa ideia contar durante o café da manhã.

― Por que acha isso? ― ele questionou sério, colocando seu suco de lado.

― O plano era esconder pelo bem da gravidez ― ela lembrou, cautelosa ― E a gravidez acabou. Eles já estão com três meses.

Snape suspirou, preparando-se. Sabia o quanto aquela mulher era teimosa.

― Hermione, não acho que esteja pronta para isso.

Foi a vez de Hermione colocar a comida de lado e questionar, séria;

― Como assim? É claro que estou pronta.

― Não, não está ― insistiu o Mestre em Poções.

― Eu concordo com meu filho, Hermione ― anunciou Eileen enquanto entrava na cozinha e se servia à mesa.

― Vocês não podem estar conspirando contra mim ― resmungou Hermione, emburrada.

― Não é conspiração querida ― argumentou Snape, tentando apelar ― Você ainda está com uma doença desconhecida e não pode se estressar, esqueceu?

Hermione revirou os olhos, bem que ela queria esquecer.

― Mas há muitas semanas eu não sinto nada, nenhum sintoma.

― Mesmo assim ainda está em risco.

― Escute seu marido, ele apenas está preocupado com você ― disse Eileen gentilmente.

Hermione suspirou e pegou a mão de Severo, que a encarou preocupado.

― Querido eu sei que está preocupado comigo, mas eu não me sinto mais fraca ― ela tentou com a voz embargada ― Por favor, eles são meus amigos, não quero mais mentir para eles e já devem estar muito preocupados. Entenda, eu sou amiga deles há anos, não posso fazer isso.

Snape fitou sua mulher com grande seriedade, pensando no assunto. Não era a primeira vez que Hermione deixava claro a saudade que sentia dos amigos, e nem seria a última. Que mal fará ela contar a verdade aos próprios amigos? Já estavam casados, com os filhos em seus braços, não havia mais o Lord das Trevas.

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Suspirou. No final, com sua graça, teimosia e claro, aqueles olhos brilhantes, Hermione sempre vencia.

Hermione não conseguia disfarçar o nervosismo. Suas mãos tremiam e já estava começando a ficar gelada.

― Fique calma Hermione ― pediu Snape reparando no estado dela.

Já estavam no terreno da família Weasley, a apenas um passo de distância da barreira de segurança.

― Não consigo ― ela respondeu, sincera ― E se eles me odiarem? E se não entenderem?

Snape a encarou e entrelaçou a mão dela com a sua, dando um leve beijo na mesma. Hermione fechou os olhos, permitindo-se sentir um mínimo de calma naquele breve momento.

― Querida, você se casou com o professor mais odiado de Hogwarts e teve filhos com ele ― começou lançando um sorriso de lado ― Eles nunca vão entender. Mas são seus amigos, sempre estarão do seu lado.

Hermione sorriu, Snape tinha esse poder com ela.

― Estou com vontade de beijar você agora ― declarou sorridente.

― É uma ótima ideia ― aprovou Snape ― Mas não podemos correr o risco de criar uma confusão antes da hora.

Ela sorriu compreensiva e se afastou um pouco dele, separando suas mãos. Respirou fundo e deu um passo a frente.

Não demorou mais do que alguns segundos para toda a família de ruivos aparecer do lado de fora da Toca com as varinhas em mãos, entre eles também estava Harry, Dumbledore, Minerva e Sirius.

― Parece que Dumbledore preparou tudo... ― ela murmurou.

Não pôde ouvir a resposta de Snape, pois todos vieram em sua direção, gritando e agradecendo por finalmente aparecer. Mesmo se sentindo sufocada, não teve coragem de dispensar ninguém, abraçou Molly Weasley que não conseguia segurar as lágrimas e abraçou Harry e Rony ao mesmo tempo, enquanto ouvia palavras desconexas sobre ela estar desaparecida por tanto tempo.

De relance percebeu que Dumbledore sorria e que uma Minerva irritada fuzilava Snape com o olhar, mas estava contida, isso era um bom sinal.

― Onde você esteve?

― Por que não veio antes?

― Alguém sequestrou você?

― Por que está com o Snape?

― Você está diferente...

Esse ultimo a fez parar. Não era uma pergunta, era um comentário feito na hora certa e nas condições certas. Hermione fitou Minerva, a dona do comentário, e sorriu docemente, abraçando-a em seguida.

― É um belo reencontro, mas será muito mais seguro se for feito dentro da casa ― argumentou Snape recebendo alguns resmungos em resposta.

Lógico que ele nem se importou.

Todos entraram ainda resmungando, Hermione seguia eles quando foi interrompida.

― Ei...

Virou-se e encontrou Gina a fitando com o olhar triste. Não precisou dizer mais nada. Hermione avançou e abraçou forte, deixando a amiga surpresa.

― É claro que você está perdoada ― sussurrou no ouvido da ruiva, que sorriu em resposta.

― Obrigada Mione, prometo não beijar seu marido de novo.

***

Todos já estavam espremidos na sala da família Weasley e esperavam impacientemente por respostas da Hermione. Por sua vez, ela estava sentada no banco mais no canto da sala, de um forma que pudesse ficar de frente para todos e Snape estava consideravelmente longe, mas ainda do seu lado.

― Então? Comece a falar ― insistiu Sirius enquanto cruzava os braços.

Hermione engoliu em seco e começou, hesitante.

― Primeiro de tudo... eu não fui sequestrada ― alguns respiraram aliviados ― Eu, com plena consciência dos meus atos, decidi ir embora.

Harry e Rony se entreolharam, preocupados, mas foi o sr. Weasley que questionou.

― Por que Hermione? Por que ir embora assim, sem ao menos se despedir?

Hermione respirou fundo antes de continuar.

― Porque eu estava grávida.

A sra. Weasley arfou enquanto Harry e Rony ficavam cada vez mais pálidos, a sala começou a ser tomada por vozes alteradas.

― Como assim?

― Quem fez isso com você?

― Eu só quero que saibam ― continuou Hermione aumentando o tom, fazendo todos se calarem ― Que nada foi contra a minha vontade, foi um acidente sim, mas eu aceitei a responsabilidade muito bem e... ― ela fitou Dumbledore ― E me casei com o pai das crianças.

― Das crianças?

― Você casou com quem? ― arfou Sirius.

― É mais de uma? ― questionou Rony assustado.

― Com quem?

― Meu Merlin!

― Calem a boca! ― exclamou Harry de olhos arregalados.

Todos o fitaram, assustados com a reação. Mas ele não deu importância, apenas se levantou e se aproximou de Hermione.

― Não me diga... que... ― ele gaguejou ― Você casou com ele.

Todos olharam para onde ele apontava. Snape.

Hermione sorriu sem graça e levantou a mão esquerda, mostrando a aliança.

― Culpada de novo.

Eles ouviram um banque surdo e em seguida uma exclamação:

― Rony!

― Rony! ― Hermione correu até ele, ajoelhando-se no chão apenas para alcança-lo e sacodi-lo.

Snape tentou se aproximar, mas foi impedido por Sirius.

― Nem pense em chegar perto dela!

Snape o fuzilou com o olhar.

― Ficou maluco Black? ― ele o empurrou para longe rudemente ― Ela é minha esposa!

Ainda bufando se aproximou de Hermione e a segurou com firmeza, impedindo que ela tocasse no garoto de novo.

― Hermione. Hermione! Você é bruxa, lembra?

Ela sorriu constrangida novamente e acenou com a varinha, fazendo Rony despertar imediatamente.

Rony acordou atordoado, olhando todos que estava a sua volta e arregalou os olhos ao ver Hermione e Snape lado a lado.

― Pensei que tivesse sido um pesadelo... ― lamentou levando a mão a cabeça ― Droga, vocês estão casados de verdade...

― E com dois filhos, sabe Rony ― provocou Gina rindo ― Gêmeos.

Harry arregalou os olhos em compreensão.

― Você sabia! Gina, você sabia o tempo todo! Por isso quis ficar na casa do Snape.

― É Harry, eu sabia ― admitiu Gina indiferente ― Eu tinha que proteger minha amiga.

― Proteger de quem? De nós? ― questionou Rony começando a ficar nervoso.

― Sim, de vocês! ― Gina exclamou convencida ― A gravidez dela era de risco e vocês apenas iam deixa-la nervosa, como estão deixando hoje.

― Mas você o beijou ― jogou Harry fazendo Gina arregalar os olhos enquanto os outros na sala a olhavam assustados ― Você beijou o Snape!

― Você disse a ele? ― Hermione perguntou a Snape, arqueando uma sobrancelha.

― Ele tinha que dar um jeito na namorada dele ― respondeu Snape simplesmente.

Gina tentou sorrir e se aproximou do Snape, tocando levemente seu braço.

― O professor Snape sabe que foi apenas um momento de loucura da minha parte.

― E ela não é minha namorada ― corrigiu Harry.

Snape arregalou os olhos e imediatamente se afastou de Gina, ficando do outro lado de Hermione, o mais próximo possível.

― Vamos embora, a ruiva ainda está a solta.

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Hermione riu com vontade, abraçando-o em seguida.

― Não se preocupe Severo, eu protejo você dessa ruiva safada.

Gina a olhou fingindo-se de ofendida.

― Eu não estou tão carente assim, okay?

― Não pareceu na ultima vez em que ficamos sozinhos ― murmurou Snape, mas Rony e Harry ouviram e fizeram caretas de nojo.

― Ei, respeitem meu marido ― repreendeu Hermione fingindo-se de brava.

― Com licença.

Hermione virou-se em direção a voz e arregalou os olhos com o que viu. Eileen estava parada um pouco depois da entrada, segurando seus filhos. Todos a fitavam assustados. Segundos depois todas as varinhas estavam apontadas para ela, imediatamente Hermione ficou entre ela e os demais.

― Nem pensem nisso. Ela não é inimiga ― declarou convicta.

― Quem é ela? ― gritou Sirius ainda sem abaixar a varinha.

― Como ela entrou aqui? ― questionou Harry mais pálido que o normal.

― Minha cara Eileen... como está? ― questionou Dumbledore indiferente a todos eles, avançou e tentou envolver a mulher em um abraço. Não teve sucesso por causa das crianças.

― Dumbledore ― Eileen saudou em um tom de voz doce e um sorriso espontâneo.

― Quem é ela?! ― questionou Sirius novamente ― Não me diga que o Seboso tem duas esposas ― ele lançou um olhar feio a Snape.

Snape respondeu com um olhar mortal e adiantou-se para pegar Rose do colo de Eileen, dizendo:

― Eu não admito que fale assim da minha mãe Black.

Sirius arregalou os olhos e deixou a varinha cair.

― Ma-mãe? ― gaguejou.

Logo depois todos ouviram mais um banque surdo.

― Mais um que desmaiou ― concluiu Hermione ― Estamos fazendo um bom trabalho Severo.