Meu Snape

Capítulo 10


Gina acordou assustada, tivera um sonho estranho onde tentava beijar Snape e ao ver isso, Hermione tentava matá-la com livros. Pareceu horrível na hora. Apressou-se em tomar banho, se arrumar e descer o mais rápido possível, ajudaria os Elfos com o café da manhã.

― Bom dia ― saudou para a cozinha vazia.

Fitou o lugar, confusa. Onde estavam todos? Hermione sempre disse que Eileen e Helena acordavam cedo, e a própria Hermione acordava cedo, Gina era a única que achava que o dia não seria feliz se acordasse antes das nove.

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― Bom dia senhorita Weasley, Mestre Snape ainda está nos seus aposentos ― informou o Elfo adentrando a cozinha.

Gina demorou a reconhecer o Elfo que entrara.

― Wina, certo?

A Elfa concordou com um leve aceno e depositou a bandeja de comida sobre a mesa.

― Onde está Hermione?

Mas antes que obtivesse resposta, os alarmes consequentes dos feitiços de proteção do Snape, começaram a tocar, quase todas de uma vez. Em um desespero irracional, Gina correu para o lado de fora da Mansão, só para encontrar Harry Potter caído no chão enquanto massageava o braço.

― Potter! ― Snape exclamou enfurecido ao sair, de alguma forma ele já sabia o autor da invasão. Ele levantou o garoto abruptamente e o desarmou manualmente ― O que o fez pensar que pode entrar nos meus terrenos sem ao menos avisar? Garoto insolente, vai ficar desarmado até segunda ordem.

― Calma aí professor, eu apenas vim visitar Gina ― defendeu-se Harry levantando as mãos em sinal de paz ― O senhor disse que eu podia.

― Eu disse que poderia vim, caso avisasse com antecipação ― retorquiu o Mestre.

Harry fez um murmúrio de desculpas e abaixou o olhar.

― Weasley entre.

― Ei, não precisa falar com ela assim ― o garoto protestou.

Mas Snape apenas lançou um olhar para a ruiva, um pedido silencioso. Vá avisar Hermione.

Ela não precisou de um segundo pedido e deu as costas para Harry, ainda podendo ouvir Snape dizer:

― Você está na minha casa, não ouse corrigir meus atos!

Ela correu o máximo que conseguiu, subindo as escadas de dois em dois degraus, até bater freneticamente na porta do quarto.

― Hermione, abra essa porta. Hermione pelo amor de Merlin, abra essa porta!

Cansada de esperar e com um aumento de desespero, ela escancarou a porta e a fechou com estalo logo em seguida.

― Hermione?

O quarto estava vazio, a cama arrumada, as cortinas abertas. Parecia que ninguém mexera em nada nele há horas.

― Wina? ― a Elfa apareceu com um estalo ― Onde está Hermione?

― Madame Snape saiu antes do nascer do sol, deixou apenas esse bilhete para a senhorita.

Fui me encontrar com uma pessoa, não se preocupem comigo, estarei segura. Era tudo o que estava escrito no maldito bilhete. Gina bufou. Quando Hermione entenderia que enquanto estiver grávida de gêmeos não fará nada sozinha.

Chegou na sala pisando fundo e ignorou Harry completamente.

― Professor, podemos conversar em particular? É muito importante.

Gina permitiu que ele adentrasse sua mente sem qualquer dificuldade, mas sabia que ele não ia entender muita coisa. Sua mente estava um turbilhão de pensamentos desconexos.

― Algum problema? ― questionou Harry, desconfiado. Já estava mais do que cheio desses olhares que os dois trocavam na sua frente.

― Nada que seja da sua conta Potter ― rosnou Snape se aproximando de Gina e a levando para mais perto da cozinha e longe de Harry Potter ― Ela fugiu?! ― sussurrou incrédulo.

― Eu não disse que ela tinha fugido ― Gina sussurrou de volta ― Mas ela está fraca ainda, e nem disse aonde ia. Ela é teimosa e não podemos deixá-la por ai.

Snape bufou e fitou Potter que ainda encarava os dois de modo desconfiado, então lançou a ruiva para dentro da cozinha e fechou a porta atrás de si, encurralando-a na parede assim que foi possível. Ela arquejou surpresa.

― O que está fazendo?!

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― Sua amiga já está esgotando minha paciência ― ele rosnou baixo ― Sugira um lugar.

― Como assim? ― ela tentou sair, mas Snape a impediu pegando seu pulso e a empurrando contra a parede novamente.

― Vocês são amigas há anos, é impossível que não venha um nome na sua cabecinha oca quando se trata de Hermione.

― Ah, não.

― Tente pensar como ela, se você fosse Hermione e precisasse de ajuda, para onde iria?

― Por que ela precisaria de ajuda? ― de repente Gina pensou o pior de Snape, mas logo apagou o pensamento, Snape não faria mal a Hermione de forma alguma.

― Ela está ficando desesperada com essa história da Helena ― ele se limitou a responder.

― Eu não tenho ideia de onde ela esteja ― insistiu Gina tentando se soltar, sem sucesso ― Estamos falando da garota mais inteligente de Hogwarts, se duvidarmos ela pode ter descoberto uma forma de visitar Merlin!

Então Snape paralisou, e como se sua mente estivesse sendo iluminada, sorriu. Gina não segurou a curiosidade:

― O que foi?

Ele a soltou lentamente.

― Não temos Merlin, mas temos alguém bem parecido.

Essas palavras foram o suficiente para clarear a mente de Gina também.

― Dumbledore, claro. Quem mais poderia ajudá-la além do maior bruxo de todos os tempos?

― Eu vou atrás dela. Cuide de Potter.

Snape se afastou tão subitamente que Gina não segurou o impulso de segurá-lo pelo braço e o puxar para si, sussurrando:

― Como assim? Não pode me deixar aqui sozinha com ele!

― Por que não? ― ele arqueou a sobrancelha.

― Ele é Harry Potter! Com certeza não veio aqui só me ver, tem outras intenções nesta Mansão, intenções que desconheço.

― Sei que você é perfeitamente capaz de se cuidar sozinha.

― Eu também sei ― Gina retorquiu ainda sem largar o braço dele ― Mas não sei se sou capaz de impedi-lo de bisbilhotar a casa! Tem um quarto lá em cima cheio de coisas proibidas para os olhos dele.

― Mande-o embora!

― Ele não me escutaria.

― Lance uma azaração.

― Por Merlin! E se ela aparecer aqui e ele ainda estiver aqui? O que direi? O que farei?

― Então ― ele tentou novamente, mas ela o interrompeu.

― Não. Ou eu vou com você ou você fica comigo.

― Mas o que está acontecendo aqui? ― Harry questionou ao abrir ainda mais a brecha da porta.

Eles paralisaram. Por que Potter sempre fazia isso? Então Gina tomou consciência do quanto estava próxima de Snape, que ainda o segurava e que Harry estava rubro de raiva. Quase soltou um suspiro de alivio, ele estava com raiva pelo o que estava vendo e não porque tinha ouvido algo.

Segure minha mão, segure minha mão! Ela pediu repetidas vezes mentalmente, para que Snape ouvisse. E ele deve ter ouvido pois aceitou a mão dela sem demora. Gina levou suas mãos para as costas dela, como se quisesse esconder o ato, sendo propositalmente péssima nisso.

Harry passou de rubro, para vermelho como um pimentão em segundos. E com uma raiva má contida, questionou:

― Tem algo que eu deva saber?

― Na verdade sim, Potter ― respondeu Snape venenoso ― Estamos de saída, por favor, retire-se da minha casa, não quero você sozinho aqui.

― E porque não?

― Porque é a minha casa.

Harry recuou e foi embora em silencio, bufando de raiva.

― Ele vai correndo contar para a sua mãe ― comentou Snape se afastando.

― Eu sei, essa foi a intenção ― respondeu Gina sorrindo. E quando Snape a olhou confuso, esclareceu ― Ele vai fazer um alvoroço tão grande que vai chamar a atenção de toda a Ordem, eu vou para casa agora e enrolo eles, enquanto isso você vai atrás de Hermione em Hogwarts, e não haverá chances de cruzarem com alguém importante da Ordem.

― Pois todos estarão com você... ― ele concluiu previamente.

― Exato.

***

― Rony, eles estão tendo um caso!

Não ― insistiu Rony pelo o que parecia a milésima vez ― Harry é impossível. Gina jamais iria querer algo com Snape!

― Não? ― desferiu Harry quase gélido ― Eles estavam tão próximos, que mais um segundo e eu provavelmente os encontraria se beijando.

Eca! ― Rony imitou um som de vomito e abriu a porta.

― Onde você vai?

― Onde mais? ― o ruivo questionou retórico. ― Gina pode estar tendo um caso com Snape, minha mãe precisa saber disso.

Harry o impediu, hesitante.

― Acha que é realmente necessário?

― Gina pode estar namorando o Snape!

Por um momento uma cena se passou pela mente de Harry, onde Gina e Snape trocavam caricias e beijos, alegres e maliciosos. E de repente o enjoo que surgiu mais cedo, pareceu ter voltado com toda força.

― Eu conto.

***

A Toca parecia um ambiente de guerra entre adolescentes. Bagunçada, barulhenta, cheia de pessoas andando de um lado para o outro, pessoas que simplesmente sentava e pensavam, enquanto outras exclamavam sem motivo.

Ou melhor, tinham um motivo: Gina Weasley.

― Como isso aconteceu? ― gritava Artur Weasley descabelado ― Fale a verdade!

― Estou dizendo a verdade ― insistiu Gina entediada ― Não estou namorando o Snape, ou qualquer outra pessoa.

― Então como explica o que Harry viu na casa do Snape?

― Harry viu coisas.

― Não minta! Olhe o estado da sua mãe ― exclamou apontado para uma Molly Weasley que fungava no sofá.

― Não estou mentindo.

Então muitos outros aparecerem, pessoas da Ordem, Remo, Sirius, todos os seus irmãos, pessoas que não via há muito tempo e até Minerva McGonagall. Todos falando ao mesmo tempo.

― Namorando o Snape?

― Com o Snape?

― Por acaso é o mesmo Snape que conheço?

― Impossivel que uma garota como ela goste de um morcegão como ele!

― Por Merlin, coitada da Gina.

― Snape é mesmo um homem sem solução, um professor que se permite ter esse tipo de relacionamento com uma aluna, que infame! Onde Hogwarts vai parar dessa forma Merlin?

Gina reconheceu esse ultimo comentário como vindo de Minerva, e em extrema rapidez, sua paciência esgotou e a raiva lhe subiu, deixando sua face mais do que ruborizada. Ela levantou-se e olhou diretamente para a professora.

Cala a boca.

A casa se tornou silenciosa, nem as respirações podiam ser ouvidas, talvez porque todos estavam prendendo-as, esperando a reação da professora.

― O que disse? ― ela se limitou a questionar.

Molly revezava seu olhar espantando entre a filha e Minerva, assim como quase todos os presentes.

―Eu mandei você calar a boca ― esclareceu Gina deixando a raiva transparecer na voz.

Minerva ainda a fitava espantada, como se não acreditasse que uma aluna levantara o tom a esse ponto com ela.

― Ora, senhorita Weasley, tenha modos.

Você que deve ter modos ― rebateu Gina entredentes ― Não fale mal do Snape.

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― Por que você o está protegendo?

― Você sabe muito bem os meus motivos e você também tem os seus. Agora tenha um pouco de respeito pelo o seu colega de trabalho e mantenha a boca fechada quando quiser falar esse tipo de coisa sobre ele. Você sabe a verdade, então não o acuse em vão!

Minerva apenas acenou rapidamente e quase imperceptivelmente, quando Gina se dirigiu aos demais.

― Não estou mentindo ― repetiu ― Não gosto do Snape e jamais terei algo com ele além de uma amizade profissional, entenderam? Parem de viajar no assunto, pensei que estavam ocupados demais procurando Hermione Granger, ou não? Pelo menos eu e Snape não perdemos nosso tempo com boatos tolos.

Assim que trancou a porta do próprio quarto, Gina percebeu que estava surpreendida com ela mesma. Falara colocando sua raiva em cada palavra e colocando um ponto final em cada boato ridículo que ela mesma fizera questão de começar. Lembrou-se tanto de Snape enquanto falava, pois estava falando como ele.

Os boatos foram longe demais, mas ela não desistiria tão fácil. Só rezava para que Snape pudesse encontrar Hermione o quanto antes.