Acordei cedo novamente, com meu celular irritante.

Pensei em quebrar, só que eu não estava a fim de comprar outro.

Ah, que se dane! Hoje vai ser um dia perfeito porque eu vou estrear meu vestido preto que tia Alice comprou pra mim. E vai ser com o Seth.

Olhei pro relógio e era nove e quarenta e sete. Perfeito. Vai dar tempo suficiente de me arrumar.

Fui tomar um banho um pouco demorado. Praticamente tomei um banho de espuma.

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Quando sai, coloquei meu roupão e me sentei na mesinha que tinha um espelho, minhas maquiagens e produtos de beleza.

Finalizei meu cabelo e o sequei até ficar úmido. Depois passei uma maquiagem a altura da roupa.

Olhei-me no espelho. Não gosto nem um pouco de me gabar, mas realmente eu estava linda. Fui tomada novamente por aquela onda de vaidade ao imaginar que ele me notaria mais do que uma menininha.

Mas o que a gente faria? Sairíamos? Íamos a praia? Ah, de salto claro que não.

Quer saber? Chegando lá eu decido.

Fui para a cozinha, onde mamãe fazia o café.

—Mamãe, estou indo até La Push. – falei, comendo apressada os ovos mexidos.

—Como? – ela estreitou os olhos.

—Vou pedir para um dos meus tios me levar. Quero ver vovô.

Era parte do motivo. Uma pequena parte.

Assim que ela me deu a palavra final, peguei um sobretudo para o caso de esfriar, e luvas. Ela me aconselhou, caso eu passasse por algum humano. Minha pele quente demais não era algo que eu precisava compartilhar com qualquer um.

—Uau, vai pra balada, gata desse jeito? – tio Emmett brincou quando entrei na casa.

—Não. – eu disse rindo – Estou indo até a reserva. Vou ver o Seth. Oi, tia Rose.

—Oi, querida. – ela disse sorrindo, caminhando até mim e acariciando meu cabelo. - Você está linda. Poderia ter pedido para mim.

—Não se preocupe. – sorri, beijando sua bochecha. – Será que pode dirigir até a casa do meu avô? – pedi a tio Emm.

—Vamos lá, minhoquinha.

Peguei a chave do lindo conversível da mamãe.

—Espere um segundo. – pedi, lembrando do batom perfeito que estava no meu quarto.

—Você está muito bonita. – me sobressaltei ao ouvir a voz de Nahuel.

—Err... – eu não sabia o que dizer. Nahuel me deixava nervosa de verdade. Talvez por eu ter crescido longe de contato com o sexo masculino de forma diferente, e seus elogios estavam entrando de uma forma estranha em mim. – Obrigada, mesmo.

Ele riu.

—Quem é o sortudo?

—Sortudo? – gaguejei. – N-não, estou indo ver Seth. Ele é meu amigo. – acrescentei depressa. – Hãn, espero que esteja gostando da estadia. E sempre lembre que nos sentimos agradecidos por tudo.

—Não precisa lembrar isso sempre. – sorriu, tímido. – Agora eu acho legal conhecer vocês. Já que se esconderam por tanto tempo. – brincou. – Cresceram num passe de mágica.

—Precisávamos de um momento em família. – sorri. – Bom, tenho que ir. Nos vemos depois.

—Claro.

Desci para a garagem. E fomos. Ao chegar lá, identifiquei passos indo em direção a porta.

—Tio. – falei depressa, ouvindo a maçaneta da porta girar. – Por favor, agora saia e finja que nunca esteve aqui. Faria isso por mim?

Sorriu por um momento, malicioso, e bagunçou de leve meu cabelo antes de sair num rápido movimento e desaparecer na floresta. Eu o teria repreendido, se esse movimento não tivesse sido em um piscar de olhos.

Saí do carro, agora envergonhada com minha roupa. Mas assim que me viu, me olhou admirado, depois recompôs a expressão e veio até mim sorrindo. Só que em seus olhos estavam com certo brilho.

—Oi, Seth. – disse sorrindo e o abracei.

—Oi, Carlie. – e retribuiu meu abraço. – Seu tio saiu correndo, uh?

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Dei de ombros, não querendo falar disso.

—Você tá linda! – ele segurou a minha mão e me rodopiou devagar, me fazendo corar - A que devo a honra de sua visita?

—Seth! – fiz-me de ofendida – O que isso quer dizer? Que não posso vir aqui sem que seja por algum motivo? Então tchau – nem o deixei responder e fingi me virar pra ir embora. Sorri quando sua mão quente escorregou pelo meu braço para segurar a minha mão, me virando de novo.

—Desculpe, é que você quase nunca vem aqui – ele disse e eu sorri.

—Porque você sempre vai lá em casa. – retruquei e depois rimos – Sei que a gente se viu há pouco tempo, mas eu estava com saudades. – e o abracei de novo inspirando seu cheiro amadeirado.

—Eu também. – ele falou ao pé do meu ouvido e eu estremeci. Fiz de tudo para que ele não percebesse, e acho que deu certo.

Desfizemo-nos do abraço.

—E aí, o que vamos fazer? – ele perguntou.

—Na verdade, não sei, eu tinha esperança de que você pensasse em algo. – eu disse encolhendo os ombros.

Ele pensou alguns segundos.

—Que tal um cinema...?

—Claro! – eu disse empolgada.

—Por minha conta. – ele continuou e eu me desanimei. – Eu que estou convidando. - me lembrou.

Abri a boca para constatar, mas eu sabia que ele ia ganhar essa discussão de qualquer forma. Que diferença ia fazer?

—Está bem. – eu disse aborrecida e ele riu acariciando minha bochecha, deixando um rastro de fogo por onde passava.

—Venha. Charlie está de folga hoje. Fique com ele enquanto me arrumo.

Entramos, e meu avô estava na cozinha com Sue.

—Olha, minha neta maravilhosa. – ele falou assim que me viu.

—Olá, vovô. – sorri, apreciando o abraço. – Sue, como está?

—Ótima, querida. – ela me deu um beijo na bochecha.

—Vai sair? – meu vô perguntou.

—Pretendo. – sorri acanhada.

—Com Seth? – Sue sorriu, ao contrário de mim, nada envergonhada em mostrar que gostava disso.

—Ahh, sim. Estou esperando-o se arrumar.

Enquanto o esperava, meu avô tentava me dissuadir desse passeio. Ele reencarnou em meu pai na mesma vida?

—Você tem idade para dirigir? Quero dizer, não me aprofundo no seu desenvolvimento, mas você não tem pouca idade?

Revirei os olhos, entretanto me esforcei para não ficar brava.

—Eu não sou criança, vovô. Minha idade é apenas cronológica. De qualquer forma, quem está dirigindo é Seth. Não se preocupe.

—Ela cresceu muito, Charlie. – Seth falou, aparecendo na cozinha.

Tentei não me impressionar. E fracassei. Mesmo sem querer, ele parecia um modelo de passarela. Aqueles que causam as melhores críticas. Sua camisa preta valorizando seus braços, sua calça jeans e seu tênis o deixaram lindo. E com isso, meu coração bateu mais rápido.

—Não é de se impressionar. – continuou.

Com certeza é de se impressionar...

Deve ter ouvido minha mudança cardíaca, mas fingi que não entendi seu olhar curioso e apenas sorri.

—Vamos? Tem um filme que estou querendo muito ver.

Após alguma enrolação, conseguimos ir. Ele dirigiu até o shopping. Ainda tentei insistir um pouco em pagar os ingressos, só que ele não deixou.

Compramos ingressos para assistir uma comédia romântica. De início, me senti ridícula por escolher este, o que não durou muito, já que ele não riu de mim.

As luzes apagaram e o filme começou e todos já deram muita risada do começo. Era um filme bem divertido.

Só depois de um tempo fui perceber como tivemos o azar pelos lugares que sentamos. Um garoto se sentou ao meu lado e uma garota se sentou ao lado do Seth. Do meu Seth. Tive uma ideia arriscada, mas decidi fazer. Peguei em sua mão para aparentarmos namorados e ele gostou. E comigo não era diferente.

Ah, Seth. Como eu queria que isso fosse mais do que um fingimento. Uma realidade!

Tive cuidado em não pensar isso alto demais.

Quando estava na parte do casamento dos protagonistas, deitei minha cabeça no ombro do Seth. Era muito confortável ficar assim, eu ficaria para sempre.

O lugar apagado dava a impressão de... intimidade. Eu senti que poderia fazer qualquer coisa, e ficaria ali, somente naquele momento. “O que acontece no escuro, fica no escuro”. Se eu beijasse Seth, ficaria enterrado ali? Se eu dissesse que o amo, ele deixaria isso pairando no ar?

Não tive tempo de pensar mais. Não percebi que o filme acabara, as luzes que se acenderam que me avisaram

Nos levantamos, toda aquela magia do escuro evaporou. Fui puxada de volta a realidade.

Quando estávamos perto da porta, me lembrei de que esqueci minha bolsa no banco.

—Esqueci a minha bolsa. – falei – Já venho.

Voltei até lá e peguei-a. Quando sai da fileira de cadeiras, dei de cara com o cara que se sentou ao meu lado.

—Oi gata. – ele me cumprimentou. Fiquei muda. Eu já sabia que tipo era ele – Meu telefone no caso de você cansar daquele cara ali. – ele pegou a minha mão e colocou o papel lá. Agradeci mentalmente mamãe pelas luvas. – Me liga, princesa. – ele falou acariciando a minha bochecha e dei um passo para trás.

Meus olhos só viam vermelho. Que abusado! Vou mostrar para ele.

Dei um passo mais perto dele com um sorriso sedutor. Senti prazer em ver um sorriso vitorioso em seus lábios. Foi melhor ainda quando dei um pisão em seu pé. Ele uivou enquanto pulava de um lado para o outro de um pé só.

—Nunca mais se atreva a me tocar de novo. – avisei – Apenas fique feliz porque eu não bati mais "alto". – amassei o papel e joguei para trás enquanto me afastava e ia de encontro com Seth.

Ele estava mais perto do que estava antes e sua expressão era de choque.

— O que foi? – perguntei.

—Você é incrível.

—Esses humanos idiotas se superestimam. Acham que conseguem ficar com qualquer uma. – revirei os olhos.

—Depois dessa, acho que ele não vai mais tentar tão cedo. – soltou um risinho, e eu o acompanhei.

Andamos pelo shopping de mãos dadas. É normal, não é? Quero dizer, somos amigos desde sempre, ele só queria ter certeza de que nenhum outro cara iria me importunar...

Apesar de ter tido meu café da manhã, comemos um sanduiche com refrigerante. Como a ideia foi minha, quem pagou desta vez foi eu. Demos mais uma volta, aproveitei para comprar umas coisinhas complementares para o meu guarda roupa. Tinha uns enfeites maravilhosos, e não resisti. Queria decorar meu novo quarto.

—Como foram esses anos longe de Forks?

—Eu senti muita falta de todos. – dei de ombros, gostando de seu braço ao redor do meu ombro enquanto andávamos. – Porém foi uma boa experiência. Acredita que papai comprou triciclo para nós?

—Ele comprou triciclo? Sem paredes ao redor para proteger vocês? Aposto que teve airbag.

—Ele tentou. – falei, lembrando de Renesmee ter feito a mesma acusação, e essa ter sido sua resposta. "Eu tentei, mas eles não colocaram."— Conheci um sereiano. Ele e sua irmã. Papai não gostou da aproximação.

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—Sereiano? – repetiu, estreitando seu aperto em mim. – Eles tentaram algo com vocês? Por que Edward não gostou?

—Porque papai estava sendo papai. – revirei os olhos. – Eles... bem. Não tentaram nada de ruim.

—Como assim, Carlie? - falou entredentes.

—Isso não é algo meu para falar. – franzi os lábios. O primeiro beijo da minha irmã. Eu achei nojento. Quero dizer, era um peixe. Bonito, mas um peixe. Claro que meus pais descobriram mais tarde quando ela não conseguiu evitar em pensar nisso. Resultou em confusões, e quase fomos proibidas de ir até a praia sozinhas.

Apareceu um vinco de confusão em sua testa, sobretudo não insistiu. Eu queria dirigir, mas – apesar de o triciclo ter mostrado como eu sou boa na direção – Seth não deixaria. Nem meu avô, e não duvido que meu pai poderia se materializar em La Push só por eu cogitar isso.

Entramos e ficamos com vovô e Sue por mais um tempo. Ela me oferecendo de tudo para comer, e puxa! Cada coisa gostosa que ela sabia fazer.

Depois mandei mensagem para o meu tio. Assim que ele disse que chegou, pedi para ele esperar no carro.

—Bom, foi bem legal, né? – Seth perguntou sorrindo quando estávamos na porta da casa dele.

—Foi, muito legal. – eu disse. – Me diverti bastante.

— Vai ter boas lembranças minhas quando se mudar. – falou distraído, colocando uma mecha solta de cabelo atrás da minha orelha.

— Isso já é óbvio. – soltei uma risada, tentando disfarçar meu coração acelerado. – Bem, eu tenho que ir.

—Ta bom. – ele se inclinou olhando meus lábios entre aberto. Ele ia me beijar! Ele ia me beijar? Ele ia mesmo me beijar? Oh, meu Deus, ele ia me beijar!

Também olhei para os seus lábios, só que minhas esperanças foram por água abaixo quando ele parou a centímetros da minha boca, quando dava pra sentir sua respiração, seu gosto na minha língua, e me deu um beijo na bochecha, bem perto da boca. Ok, ele não ia me beijar...

Quando ele se afastou, eu estava com os nervos à flor da pele. Engoli dificilmente, tentando me recompor.

—Bom... É... Então Tchau. – eu disse ainda piscando.

—Tchau. – ele murmurou um pouco tímido e com os lábios entre abertos que eu podia apostar que estava igual o meu.

Fui para o carro. Quando estava no meio do caminho, andei mais devagar do que eu estava e respirei fundo. Eu estava ciente de que iria ser zoada pela eternidade.

—Carlie, o que é que foi isso? – ele tentou deixar seu tom sério, o que falhou foi o enorme sorriso zombeteiro em seus lábios.

—Não sei do que está falando. – coloquei o cinto antes de ele arrancar dali.

—Não posso esconder isso do seu pai.

—Tio. – gemi, afundando no meu assento. – Nada aconteceu. Não me torture. Seth me conhece desde que eu era bebê.

—E não envelheceu desde então. Antes disso, aliás.

—Outro motivo. – suspirei, chateada. – Agora vou morrer por nada. Papai vai contar para mamãe, e os dois vão surtar.

—Eu não vou contar nada, minhoquinha. Só estou pegando no seu pé. Só não faça nada precipitado, ok? Confio em você.

Confusa com suas palavras, falei apenas:

—Eu estou com a consciência tranquila, tio. – ri, nervosa. – Você as vezes tem um papo estranho.

Se limitou a sorrir e o resto da viagem foi suas típicas palhaçadas.

...

Chegamos à garagem, e eu de repente fiquei nervosa por meus pais se estivessem aqui. Não precisava de um carro para ir até a casa dos meus avós, então até eu entrar não sabia se eles vieram visitar.

Isso se devia ao fato de eu querer algo mais do que amizade com Seth, e ficar inquieta com o pensamento?

Meu tio abriu a porta da garagem para mim, e eu entrei tirando o salto. Fomos para a sala, encontrando meus tios assistindo a um filme.

—Oi, gente. – eu disse exausta me sentado no sofá. Tio Em logo se juntou a minha tia.

—Oi. – responderam docemente, menos tia Alice, que aparentemente não estava nada doce comigo.

—Onde você estava? – ela disse furiosa enquanto vinha até eu e sentando-se ao meu lado. Lá vem sermão – Fui a sua casa de tarde pra gente fazer algumas combinações de roupa, e quando cheguei lá, seus pais disseram que você tinha saído. Acho que você não sabe o quão frustrante é não conseguir ver seu futuro. São apenas borrões, o mesmo que nada. E ainda mais quando você se mistura com lobisomens...

—Tia! – eu a interrompi - Calma, eu só fui dar uma volta...

—Com quem? – ela estava muito desconfiada e irritada.

—Com o Seth – admiti com um pouco de vergonha.

—E seu pai sabe disso?... Ei, você está com o vestido que eu te dei. – ela disse quando realmente olhou pra mim e neste mesmo instante, todos os meus tios me olharam e eu corei.

—Eu queria usar logo – eu disse envergonhada.

—Ficou maravilhoso em você, querida. – elogiou tio Jasper.

—Obrigada. – eu podia sentir minhas bochechas queimarem.

—Eu falei que ela ia para a balada. – tio Emmett brincou e todos rimos.

—Você está realmente linda, querida. – tia Rosalie falou e sorri.

—Bom, vamos agora fazer as combinações de roupas porque eu fiquei esperando a tarde toda e...

—Sabe o que é? Eu realmente estou cansada, foi um dia longo. – eu disse me lembrando do quase beijo. De seus lábios tão perto dos meus. Suspirei.

—Deixa ela, Alice. – tio Emmett falou – Ela deve ter dado uns amassos no amarelinho e deve estar sem fôlego. Ela precisa descansar. Ele deve ser bom de amasso para deixá-la assim, sem disposição para nada.

—Tio Emmett!

Você prometeu não pensar nisso. Se meu pai tivesse aqui?

Ele deu uma piscadela. Esperava que isso fosse algo para me confortar.

—Por quê? É verdade? – tia Rosalie perguntou incrédula.

—Claro que não. – a acalmei. Mesmo querendo ao contrário.

—Está bem. – tia Alice se rendeu. - Você não me escapa depois.

—Prometo. Meus pais estão no chalé?

—Sim. – tia Rose disse.

—Então vou indo. Tchau, gente. – me despedi.

—Quer uma carona? – tio Jazz ofereceu.

—Não, obrigada. Quero correr um pouco.

Peguei minha sandália nas mãos, as sacolas e fui.

Quase chegando, vi Nessie também estava toda produzida.

—Foi aonde? – perguntei, impressionada.

—Fui almoçar com Jake e Billy. As gêmeas estavam lá também. São um amor.

—Como Billy está?

—Está ótimo. Disse que suas articulações estão um pouco chatas, mas ele é durão.

Ri.

Repassei meu quase beijo com Seth, e ela surtou.

—Não acredito! - você queria, né? Sei que queria. Ele também pareceu muito à vontade. - Não acredito! - Eu já disse que dou uma forcinha, só me dizer.

Não contive minha risada ao ver sua empolgação. Mal conseguia concentrar seus pensamentos em minha cabeça.

—Não foi nada. - deixei para lá. Ou tentei. - Vamos lá. - passei meu braço em seus ombros e caminhamos para casa.

Entramos em casa. Deparamos com a cena mais horrível e engraçada desse planeta. Lá estavam mamãe e papai, no sofá assistindo TV, entrelaçados de uma forma que eu achei impossível.

—Foi assim que fomos feitas? – Ness esganiçou.

—Ótimo, mal nos mudamos e já está sendo influenciada pelo humor de Emmett. – papai reclamou, tomando uma boa distância da mamãe.

—Eu ainda estou confusa. – me pronunciei, e eles me olharam. – Foi assim mesmo?

—Engraçadas vocês duas.

Eles se aproximaram de nós, e iniciaram uma sessão de cócegas.

—Agora vão dormir. Está tarde.

Estranhei não haver comentários sobre minha tarde, mas não ousei reclamar. Eles deviam achar que não tinha motivo para desconfiar. E não tinha mesmo.

Eu olhei no relógio e me surpreendi como a hora passou rápido.

Tomei um banho, coloquei um short de dormir e uma camiseta. Fiquei assistindo um pouco. Lembrei-me do nosso quase beijo.

—Ta bom. – ele se inclinou olhando meus lábios entre aberto. Ele ia me beijar! Ele ia me beijar? Ele ia mesmo me beijar? Oh, meu Deus, ele ia me beijar!

Também olhei para os seus lábios, só que minhas esperanças foram por água abaixo quando ele parou a centímetros da minha boca, quando dava pra sentir sua respiração, seu gosto na minha língua, e me deu um beijo na bochecha, bem perto da boca. Ok, ele não ia me beijar...

Eu sei um suspiro exasperado. Assisti um pouco de qualquer seriado, e sem perceber, peguei no sono.