I'm Never Changing Who I Am

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–Precisamos de uma mortalha. -anunciei, minha voz falhando. –uma mortalha para o filho de Hermes.

Demorou um pouco para que as Três Parcas levassem o corpo de Luke. Annabeth não continha as lagrimas, que eram derramadas sobre o corpo sem vida do amigo.

–Vai ficar tudo bem. –eu tentava acalma-la, mesmo com a voz vacilante. –ele conseguiu, ele cumpriu a profecia. Vai ficar tudo bem.

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O que mais poderia dizer? Admito que não sou muito bom para consolar, mas Annabeth parecia tão frágil que eu simplesmente não podia deixa-la lá, chorando sozinha sobre o corpo de Luke.

–Annabeth, olhe pra mim. –ela virou seus olhos cinzas úmidos em minha direção. –vai ficar tudo bem, ele escolheu assim, e não gostaria de te ver desse jeito, e eu também não.

Ela olha mais uma vez para Luke e então me abraça forte para a minha surpresa.

–Obrigada. -eu conduzo Annabeth para longe do corpo de Luke, praticamente a arrastando e mantendo-a em pé.

Então finalmente as Parcas chegam com a mortalha branca e verde, mas antes de leva-lo, são interrompidas por Hermes.

–Esperem!

O deus usava seu tradicional traje de guerra, com uma túnica grega, sandálias e capacetes, porem tinha a roupa quase toda fora do lugar, com a túnica meio chamuscada e capacete amaçado. Acho que com certeza ele conseguiria com um estralar de dedos dar um jeito no estado da roupa, a questão e que ele realmente não parecia de importar.

Ele tinha o rosto preocupado e um tanto culpado, mas completamente normal, tendo em vista que seu filho havia acabado de morrer drasticamente. Ele sussurrou algo em grego antigo, como uma benção, e beijou a testa do filho falecido.

Pensei em dizer algo para Annabeth, como apontar para Hermes e dizer da benção, e de como Luke provavelmente alcançaria o Elísio e tudo mais. Mas resolvi me manter calado, Annabeth caminha sem olhar para trás, mas eu sabia quanto se esforçava para fazê-lo. Decidi manter a boca fechada.

–Ele foi um herói no final das contas. –ela gagueja. –ele foi um herói.

–Ele foi, salvou a todos nós. –eu digo, afinal, não poderia ter dito nada diferente, não com Annabeth naquele estado.

Sinceramente não sei muito bem o que pensar sobre Luke. No final, ele havia tomado a decisão certa e havia salvo a todos, e o seu erro custou a própria vida, que ele havia dado para salvar o mundo inteiro. Mas também não posso ignorar o outro lado, que por causa de seu erro, muitos semideuses haviam morrido de ambos os lado da guerra. Isso sem contar a boa destruição do mundo mortal, acampamento meio-sangue e no Olimpo.

Chegamos a sala dos tronos, onde todos os sobreviventes se reuniam, olho por cima do ombro e vejo as Parcas com o corpo, uma das avós demoníacas do mal olhou para mim e pegou um pedacinho de lã.

Aos doze anos elas haviam cortado o fio da profecia, que eu pensava se referir a mim, mas que na verdade se referia a Luke. Aquelas avós me assustam tanto agora como faziam quando tinha doze anos.

Mas agora, eu via que o pedaço de lã que ela segurava de fato significava a minha vida. Tinha a lã em uma mão e a tesoura na outra. No entanto, quando estava prestes a cortar, a Parca hesitou, olhou para mim e para um fio e deu um sorriso enigmático, quase sarcástico e desafiador. Em seguida enfiou o pedaço de lã e a tesoura no bolso e voltou a se concentrar em Luke.

O que isso significava eu não sabia. Talvez por que meu destino ainda não esteja determinado, talvez isso tenha sido uma segunda chance. Eu não sabia dizer, apenas torcia que pelo menos uma vez na vida seja um bom presságio, afinal eu passei os últimos anos como marionete de deuses e titãs e de uma maldita profecia que conspirava contra mim, já está na hora de uma boa notícia.

Annabeth estremeceu, pensava que fosse cair, portanto a segurei pelo braço. Fui descobrir tarde de mais se se tratava do braço quebrado.

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–Ah, deuses. Annabeth me desculpe.

–Está tudo bem. –ela disse, mas em seguida desabava em meus braços.

–Ajuda! Ela precisa de ajuda.

–Deus da medicina ao seu dispor. –Apolo veio até nós, exibindo um sorriso arrogante e os dentes brancos o suficiente para cegar qualquer um, e vestindo uma túnica grega e capacete parecido com o de Hermes, apenas com a exceção de estar em perfeito estado, pois ao contrário do deus mensageiro, Apolo realmente se importava com a aparecia.

Ele tocou a testa de Annabeth, que ainda estava um pouco consciente, e então ela desmaiou de vez. Apolo apenas exibiu um sorriso convencido, podia jurar que ele teria dado uma piscada se não fosse pelos óculos escuros, que ele usava como se tivesse acabado de sair de uma tarde na praia ao em vez de uma guerra.

O tempo por ali passou em um piscar de olhos, felizmente eu lembrei-me de pedir a Zeus tornar todo o céu azul, para que minha mãe pudesse saber que estou bem, como havíamos combinado. Zeus nem piscou antes de atender ao meu pedido, como se pedir uma serie se luzes azuladas fosse complemente rotineiro. Mas afinal, era um deus com uma idade inimaginável, já devia ter pedido coisas mais estranhas a ele.

Não me importei muito, eu estava vivo e bem, e agora minha mãe sabia disso.

Os deuses reconstruíam a sala dos tronos rapidamente, imagino que não demoraria muito pouco para que todo o olimpo fosse reconstruído. Com a ajuda de todos os deuses? Bem, com os seres mais poderosos existentes trabalhando juntos não acho que uma reforma de muito trabalho, até por que estou certo que Atena vai amar projetar tudo aquilo. A deusa da sabedoria e dos arquitetos teria com o que ocupar seu tempo divino por um tempinho.

A sala dos tronos também servia como um tipo de hospital de primeiros socorros para os sobreviventes de guerra, estava dando tudo certo até agora, todos trabalhavam juntos e por estarmos no olimpo, néctar e ambrosia estavam no fim, mas não eram economizados para aqueles que realmente precisavam! E a parte mais trágica da guerra, ficaram encarregadas as Parcas, por fim, resultou em muitos fios cortados, muitas mortalhas novas, e é claro, muita gente de luto.

Quando todas as emergências haviam sido resolvidas, cada deus pôs-se em seu devido trono, Hades em uma cadeira reserva, e os campistas as sua frente, com exceção as caçadoras, que se coloram aos pés do trono de Ártemis.

Um raio rugiu iluminando o céu olimpiano, todos se calaram e se voltaram para Zeus, como se com um raio ele dissesse: Calados todos! Ou eu frito todos vocês!

Então Zeus começou o discurso sobre e a guerra, e eu me perguntei se ele não achava aquilo uma chatice e se só fazia por pura formalidade, ou se realmente pensava que com toda essa exaustão, alguém conseguisse prestar atenção. Aliás, hey! Nem todos aqui somos deuses superpoderosos imunes ao cansaço!

–Perdi muita coisa? –Annabeth se aproximava apoiando no ombro de Grover, que estava ao meu lado.

–Apenas um discurso, nada tão emocionante quanto um batalhão de monstros, é claro. –eu tentei brincar, mas Annabeth não sorriu. Ao em vez disso, franziu as sobrancelhas me reprendendo no mesmo momento que Grover me deu uma cotovelada de lado, e também no mesmo momento em que pude jurar que vi um raio cintilar nos olhos de Zeus, que me encaravam ferozmente. Decidi ficar quieto a partir dali.

–Para lembrar a todos os guerreiros que os deuses ainda conhecem o momento de reconhecer seus heróis, nós os reconheceremos. –Zeus disse, o que começou a tornar aquele momento entediante não tão entediante assim. –E também para lembrar que não é qualquer um que se torna um herói, mas quando se torna, é preciso ser reconhecido. Eu clamo um momento de silencio para LukeCastellian, o filho de Hermes que soube reconhecer o momento onde a luta termina.

Zeus não parecia muito feliz em clamar por um traidor, mas valia lembrar que ele também clamava por um mártir. Independente disso, raios soaram rasgando o céu quando o deus ergueu o braço com o raio mestre.

–Luke Castellan, o filho de Hermes, assim como tantos outros sacrificados pelo bem do Olimpo. –ele anuncia, todos, inclusive a mim, abaixamos a cabeça por um momento de silencio pelos mártires.

–Agora, aos homenageados da noite. –Zeus prossegue –meu irmão Posseidon, sem dúvida, sem ele, nossa vitória teria sido difícil...

–Difícil? Eu diria muito difícil. –meu pai diz, com uma calma divertida sobre o irmão mais novo. Contenho a vontade de rir pelo medo de levar um raio na cabeça. Podia ter salvo o Olimpo, mas rir do deus dos céus nunca era uma boa ideia.

–Teria sido muito difícil...

–Impossível, eu diria. –meu pai o interrompeu novamente, Zeus o mandou um olhar enraivado.

–Teria sido impossível nossa vitória. –se corrigiu. –está bom para você, irmão?

–Está ótimo, obrigada, irmão. –o deus do mar estava caçoando de Zeus, eu não sabia de onde esse tirava paciência que eu podia comprovar ser pouca.

–Bem, conte com a ajuda dos demais olimpianos na reconstrução de seu lar, Atlanta. –Poseidon pareceu surpreso com a última frase, e se é difícil impressionar um deus. Ele apenas acenou com a cabeça.

–Irmão Hades, -ele se referiu ao deus, que se sentava em um trono improvisado ao lado do último trono, no caso de Dionisio, e também ao lado de Héstia, que por sua vez se sentada no chão, rodeada por uma coroa de fogo. –os olimpianos agradecem a você também, tem conosco uma dádiva.

O deus da morte concordou com a cabeça. Nico, que sentava-se aos pés do trono do pai, sorriu, um sorriso feliz e aliviado que o pai parecia conter.

–Agora, saindo da parte divina: Tyson, ciclope, filho de Poseidon. –procurei meu irmão pela multidão e o encontrei dando um passo à frente. –por liderar os demais ciclopes em ajuda aos deuses, eu lhe ofereço a arma que bem entender –ele diz. -qual você deseja?

–Eu quero um bastão! –ele diz, feliz, erguendo o pedaço de madeira partido ao meio, que, antes, deviria ser o tal de seu bastão.

Zeus ergueu uma sobrancelha.

–Um... bastão? Como quiser. –com um estralar de dedos divino Tyson segurava um anovo bastão dourado, parecia pesado, praticamente impossível de ser carregado para um ser humano comum, mas não para Tyson. Ele ergueu a nova arma acima da cabeça com facilidade para um grito de guerra, que foi acompanhado pelos demais ciclopes. Eu podia jurar ter ouvi-lo girar “pasta de amendoim”, mas resolvi ignorar quando o som foi abafado pelos demais gritos.

–Também ofereço a você, meu filho, -Poseidon continuou, sorri junto a Tyson ao ouvi-los pronunciar o “meu filho” a Tyson pela primeira vez – o cargo oficial de diretor militar das forças armadas de Atlanta, assim que for reconstruída, é claro.

–Eu aceito! –mais gritos foram ouvidos em seu nome, eu os acompanhei com louvor.

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–Grover Underlood! –Dionisio chamou.

–Underwood. –Grover o corrigiu fracamente pela surpresa de seu nome , apesar de pronunciado errado, ter sido chamado.

–Isso –o deus disse, com um aceno de mãos. –devido a morte do antigo membro, Leneu, eu o ofereço um cargo no Conselho dos Anciãos de Casco Fendido.

Apenas ouvi o BANG! do desmaiou repentino de Grover ao meu lado. Me abaixei para acudi-lo, mas duas ninfas chegaram em seguida. É, acho que Grover estava em boas mãos, ele irá gostar de acordar como um membro dos anciãos do Casco Fendido cercado de belas ninfas.

Sorri para Annabeth, que retribuiu com o mesmo sorriso contende por nosso amigo.

–Annabeth Chase e Perseu Jackson. –Zeus anunciou, e a euforia dos demais se calaram, eu e Annabeth trocamos um olhar preocupado, eu lhe ofereci um sorriso que tentava passar confiança, mas era difícil se livrar do sentimento pré-morte sempre que falávamos com Zeus, geralmente, ele tentava decidir a forma como nos matar.

Demos um passo à frente, com Annabeth ainda levemente apoiada em meu ombro. Tentava me lembrar que não havia o que temer, estávamos bem e em paz, pela primeira vez em anos. Nada daria errado agora. Mas os olhares do todos sobre nós ainda fazia com que meu coração batesse fortemente contra o peito, me perguntava se Annabeth também estava assim.

–Annabeth –Atena disse, com a voz doce que eu nunca imaginei a deusa da sabedoria usando –você me causou muito orgulho, minha filha, meu parabéns.

–E você, Percy –dessa vez foi meu pai quem disse, com um tom orgulhoso que me fez abrir um sorriso –novamente provou ser um herói, completando a profecia e salvando o Olimpo.

Annabeth estava radiante assim como eu, em nossas condições, impressionar os pais era difícil, mas tínhamos feito por merecer. Aplausos foram ouvidos dos semideuses, ciclopes, ninfas e todos os outros ao nosso redor.

–Annabeth Chase, meio sangue, a filha de Atena –para a minha surpresa, foi Ártemis quem continuou –a alguns anos atrás eu lhe ofereci a imortalidade como caçadora que você, infelizmente, recusou. Poucos recebem essa oferta duas vezes, mas você fez por merecer. Hoje lhe ofereço o cargo de chefe das caçadoras junto a Thalia Grace, que ficou feliz em compartilhar o cargo.

Aos pés do trono da deusa estava Thalia, com um sorriso apesar dos olhos manchados de lagrimas, deixando a maquiagem punk borrar. Não acreditava que já havia a visto chorar antes.

–E-Eu eu não tenho certeza eu... –Annabeth começou a pronunciar, Ártemis a calou com a um aceno gentil.

–Não espero que me dê uma resposta agora, é claro, tome o tempo que precisar, filha da sabedoria. –Annabeth devolveu um sorriso tímido e chocado.

Annabeth aumentou o aperto em meu ombro, eu fechei os olhos com um certa dor, porém, não tinha nada a ver com o meu ombro.

–Perseu Jackson. –Zeus quem diz, eu obro os olhos para encarar o deus. –por salvar o olimpo se mostrou um herói digno do maior presente que os deuses podem lhe oferecer, a imortalidade.

Pisco uma, duas vezes, tentando compreender o que me foi oferecido.

–Você está dizendo que quer me tornar um deus? –pronunciei, e ouvi como resposta uma risada de Zeus.

–Exatamente, com o voto dos demais olimpianos... –ele deixou a frase solta no ar, e um por um os olimpianos foram levantando as mãos, me surpreendi quando vi Atena e até mesmo Ares com as mãos levantadas, até mesmo Dionisio se pronunciou a meu favor. E, observando bem, eu tinha uma quantidade perigosa de deuses que não gostavam de mim, no entanto, todos eles tinham suas mãos levantadas. –aprovado.

–Além disso, Percy –Poseidon continuou. –você poderá vir comigo, viver o resto da imortalidade junto a mim e Tyson, em Atlanta.

Uma vida inteira ao lado de meu pai, em Atlanta. Não era uma oportunidade oferecida a muitos, que heróis eu conhecia que tinham tido essa escolha? Lembro-me de Hercules, o próprio Dionisio... Não conseguia contar mais ninguém, mas também, nunca fui bom com a história mitológica, e mesmo assim, estava perto de fazer parte dela.

Pensei por um instante, eu gostaria de ficar vivo para sempre? Ter sempre a mesma idade, ver os anos passarem sem ser afetado por isso? Mas por outro lado, eu podia deixar de ser um semideus que foge e corre perigo para me tonar um ser divino, fazer a verdadeira diferença no mundo de uma maneira mais eficaz que ninguém jamais sonhou em fazer. Poderia impedir que meu fio da vida fosse cortado. Eu poderia.

Eu poderia?

Não, eu não poderia. Não dessa forma.

–Eu não posso aceitar. –ouço de todos os lado olhares espantados, inclusive de Annabeth, que eu notei que agora já tinha os pés bem apoiados no chão, ela segurava meu ombro por puro nervosismo, preocupação ou seja lá o que fosse. –não assim.

Assim, como? –meu pai perguntou, com algo entre a curiosidade e o choque.

–Não depois de tudo que aconteceu. Se me permitirem, eu gostaria de mudar o meu desejo. –um silencio tenso tomou conta do ambiente, Zeus acenou com a cabeça, me indicando para prosseguir. –meu desejo é que todos os deuses reclamem seus filhos, todos eles, aos 13 anos, que os deuses menores tenham também o direito ao acampamento meio sangue.

–Voce tem ideia do que está nos pedindo? De quanto trabalho, confusões e tempo isso desperdiçaria por um simples capricho? –Zeus disse, com uma irritação clara na voz, como se eu fosse uma criança dando bronca a um adulto, e, na verdade, era exatamente o que parecia.

Eu já havia abrido a boca para defender meu ponto, mas, para a minha surpresa, Atena se pronunciou.

–Na verdade eu concordo com o garoto. –ela disse, criando olhares espantados até da própria filha. –Essa guerra foi causada por que vários semideuses não assumidos, tantos dos olimpianos como de deuses menores, foram esquecidos e abandonados ao mundo a própria sorte, criando um sentimento de repulsa, ódio, rancor e vingança pelos deuses.

–Para mim, o garoto pede algo muito bem aceitável. –Héstia fala –está pedindo algo pelo bem da própria família, pela nossa família, algo que nos sozinhos não fomos capaz de pensar.

Zeus pareceu se zangar ainda mais com o ultimo comentário.

–Temos o apoio de todos? –Poseidon perguntou. Todos levantaram as mãos, até que, relutante, Zeus também acabou por levantar a sua.

–Então esse é o seu desejo? –Zeus que fala –prefere isso a imortalidade, Perseu?

–Só não quero mais mortes. –digo. Ele parecia pronto para dar o veredito, quando Poseidon se prontificou, ele disse algo em grego, com um tom acusatório.

Com isso, os olimpianos começaram uma discussão da “maneira velha”, como eu chamaria, discutindo em grego antigo. Se era para que nós não os entendêssemos ou se realmente discutiam em grego quando estavam sozinhos, eu não sabia.

Por natureza, os semideuses eram capazes de entender frases em grego, e no acampamento tínhamos essa habilidade aprimorada. Porém, com os dose olimpianos mais Hades e Héstia gritando e debatendo ao mesmo tempo, eu não conseguiria entende-los nem se estivessem falando em meu idioma.

Olhei para Annabeth, ela entendia mais de grego que eu, obviamente.

–Não entendo tudo que falam, apenas palavras soltas. –ela sussurrou ao meu ouvido, já que com a discucao divina a nossa frente se era difícil se comunicar. Suas palavras roçavam em meus ouvidos fazendo cocegas. –mas aparentemente, estão discutindo a seu favor, Cabeça de Alga.

Ela falou com uma certa preocupação na voz.

–Αρκετά! –Zeus falou, e apesar de ter conseguido decifrar a palavra, ele a repetiu, dessa vez, em um idioma mais atual. –Basta!

Os deuses se calaram, um por um, quando todos já estavam em silencio, meu pai pronunciou, com mais calma que o primeiro.

–Meu filho pediu algo que nós deveríamos ter feito a séculos! É completamente aceitável que possa ter a imortalidade! Se comportou com razão e ponderadamente, colocando os outros na sua frente de modo que um deus deveria fazer, e que muitas fezes nos esquecemos.

–Ele está certo. –Afrodite diz, olhando as próprias unhas e sem se importar em encarar os demais. –monstros são problema dos semideuses, mas semideuses são problema nosso. Se fosse um ataque de monstros eu entenderia, mas de semideuses? É obvio que precisamos de uma mudança! Não é pedir de mais algo que nem deveria nem ser pedido.

–Semideuses são nossos filhos, nossa responsabilidade. –Hermes diz. –Percy Jackson pediu, como desejo divino, algo que deveria ser feito a séculos. É justo que tenha algo digno de alguém que pensou nos outros antes dele mesmo. Isso, senhoras e senhores, ainda e trabalho dos deuses.

–Eu apoio –Ártemis diz –Perseu possui esse direito, ele salvou o olimpo, e pede como recompensa que seu esforço não tenha sido em vão. Merece uma verdadeira recompensa.

–Tudo bem! –Zeus disse. –Então nos aceitaremos seu pedido como um conselho, que terá a nossa palavra que será realizado. –ele fala, levantando a mão aos céus –eu juro pelo Rio Estinge.

–Pelo Rio Estinge. –es demais deuses repetiram. Trovoes chicotearam no céu noturno, cortando até as luzes azuladas do céu.

–Mas também mantemos nossa oferta original. –meus olhos se arregalam –se desejar, pode se juntar a nos na divindade.

Minha cabeça trabalha a mil, com tudo se passando sobre ela de uma vez. Eu poderia me tornar imortal, e mesmo assim todos os semideuses poderão ter um lar.

Mas também olho em volta e vejo tantos amigos que verei morrer, além de minha própria mãe e Annabeth. Annabeth! Ela poderá virar uma caçadora... Por algum motivo eu também não quero eu ela se torne uma caçadora. Se ambos aceitássemos viveríamos para sempre, porém, sempre separados, uma eternidade solitária, ou uma curta vida juntos?

Juntos? Ela é minha amiga... certo? Caçadoras podem ter amigos homens... Não é?

Me viro para Annabeth, que tem a mesma expressão pensativa e hesitante que a minha.

–Não precisamos de uma resposta imediata. –Poseidon diz, cortando Zeus. –use o tempo que precisar para uma resposta, afinal, se resolver aceitar, você terá todo o tempo do mundo.

–O mesmo serve para você, Annabeth Chase. –Ártemis diz –pense em minha proposta.

–Não precisamos de uma resposta imediata, mas creio que ainda temos um problema, Perseu. –Zeus começa- antes que possam ir, é preciso que algumas... Alterações sejam feitas. –ele fala de uma maneira que faz um calafrio correr por minha espinha. –eu e os demais deuses discutimos anteriormente, e acreditamos que seja muito perigoso que um meio sangue possuía a maldição de Aquiles, alguém com tais poderes pode causar aos deuses muitos problemas, mesmo se tratando do herói do olimpo. -ele continuou. –Considerando a proposta da imortalidade, se aceita-la, a maldição não lhe fará falta alguma, mas se decidir prosseguir a vida como meio sangue, não posso permitir que possua tais poderes.

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Eu aceno com a cabeça, ainda que meio hesitante. Zeus fecha os olhos e pronuncia algumas palavras em latim. O que sinto é, literalmente, todo o poder, invulnerabilidade, forca e energia se esvaindo de mim, como uma forte pancada na cabeça ou um terrível veneno, a volta à normalidade me deixa tonto de uma maneira que Annabeth me segura pelo braço quando meus joelhos ameaçam ceder.

Inacreditavelmente, após uma noite de luta incansável, o que me derruba é nada a menos do que a volta à normalidade.

Abro os olhos que a tontura me obrigou a fechar, Annabeth me mantinha em pé, já que felizmente ela agora melhorara, me segurava pelo braço esquerdo. Aceno a cabeça dando sinal de estar bem, endireito o corpo –agora mole, dolorido e cansado –e volto meu olhar novamente aos tronos. Zeus segurava um pequeno franco com conteúdo prateado, a agora o fechava com cuidado. Minha maldição.

E com um último olhar severo de Zeus e uma piscadela encorajadora e inesperada de meu pai, somos liberados do Olimpo.