Capítulo 11

– Então o que estamos esperando?! – disse Jake - Temos trabalho a fazer!

– Digam a meus irmãos para fazerem um projeto simples, mas de forma que as torres fiquem resistentes a qualquer eventual impacto. E tentem camuflá-las, de algum jeito. A maioria dos monstros não tem uma visão boa. Assim não saberão de onde vem o ataque, e não tentaram derrubá-las. Eu espero, pelo menos. – Annabeth disse.

Todos concordaram com o plano. Era arriscado, mas também o único e o melhor que tinham. Assim que todos saíram, Annabeth se sentou. Seu ferimento começara a doer.

– É melhor eu não abusar.

– Tem razão. – disse Percy se sentando de frente à ela.

– O que você acha? Acha que vai dar certo?

– Tenho certeza que sim. Afinal foi você que bolou o plano.

Ela sorriu.

– Espero ter ajudado.

– Ajudado? Você fez muito mais que isso. Você nos proporcionou uma grande chance para vencermos.

– Queria poder ir com vocês.

– Annabeth, por favor...

– Já sei, já sei... Mas eu me sinto tão inútil em não fazer nada.

– A última coisa que você é, é inútil.

– Ah é? E o que eu sou Perseu Jackson?

– Ah, deixa eu ver... Inteligente, mandona, teimosa, linda, meiga... – Ele a beijou. – Enfim... Você é perfeita, senhorita Chase. - Ela sorriu.

Ele se inclinou para beijá-la novamente, mas nesse momento, Will entrou no quarto.

– Oh, me desculpem. Não queria interromper... – ele disse.

– Não, tudo bem Will. – disse Percy se levantando.

– Bom, eu só vim aqui, para te trazer isso Annabeth. – disse mostrando uma espécie de muleta de metal.

– Onde você consegue essas coisas? – perguntou Percy. – Digo os aparelhos que estavam ligados em Annabeth, essa muleta...

– Os filhos de Hefesto estão melhorando suas habilidades. Já tínhamos isso tudo há certo tempo, caso um dia precisássemos. – Ele explicou. - E eles também já começaram os projetos das torres.

– Mas já? – perguntou Percy.

– Sim. Todos aprovaram a ideia de Annabeth. Os filhos de Athena se entusiasmaram por poderem construir alguma coisa e começaram imediatamente os planejamentos, já que não temos muito tempo. Leo disse que eles teriam que utilizar pedras e outros materiais disponíveis, e que isso ajudaria na camuflagem. E por falar nisso Percy, iremos para o campo preparar tudo amanhã, bem cedo. Já que a tropa chegará ao entardecer. Thalia disse que passava aqui para te chamar.

– Avise a ela que eu estarei pronto.

– Pode deixar. Até logo, então.

Ele saiu, e Percy se virou para Annabeth.

– Bom, é melhor eu me preparar.

– É bom mesmo Sr. Jackson, se não, não deixarei que vá.

Ele se deitou ao lado dela. Ela repousou sua cabeça em seu ombro, e inspirou profundamente o cheiro da brisa do mar vindo dele, que ela tanto amava, enquanto ele acariciava seus cabelos.

– Não se preocupe. Vai dar tudo certo. – Ele disse beijando seus cachos loiros.

– Eu sei que sim.

Eles dormiram abraçados, e no outro dia, acordaram bem cedo. Percy terminava de colocar sua armadura, quando Thalia e Clarisse, entraram no quarto.

– Olá Annabeth. – Disse Thalia. – Percy, você já está pronto?

– Quase... – ele disse.

Annabeth se levantou com um pouco de dificuldade. E foi até Thalia, se apoiando na muleta que Will trouxera.

– Você parece bem melhor Annabeth. – disse Thalia

– Obrigada, eu me sinto assim. – disse Annabeth, abraçando a amiga. – Queria poder ir com vocês.

– Não se preocupe Annabeth. Você já nos ajudou muito. – disse Clarisse.

Annabeth deu um pequeno sorriso e assentiu levemente com a cabeça.

– Estou pronto. – Disse Percy.

Annabeth soltou Thalia, e se virou para olhá-lo. Seus olhos se encheram de lágrimas. Ela o abraçou forte.

– Tenha cuidado. E não se esqueça da sua promessa. – Ela sussurrou.

Ele a beijou.

– Pode deixar. Eu não vou esquecer.

– Relaxa Annabeth. – disse Clarisse. – A gente toma conta do seu namorado. - Ela disse sorrindo.

– Oh, tadinha! Vai sonhando La Rue! – disse ele empurrando as duas para fora.

Antes de sair, voltou-se para Annabeth, e sorriu de lado, fazendo o coração dela disparar.

– Eu te amo.

– Tá, ela já sabe! Você ama ela, ela ama você. Agora só não comece a chorar pombinho. – disse Clarisse, enquanto ela e Thalia o puxavam pelo braço.

– Clarisse! – disse Annabeth, sem que Percy percebesse, segurando o pulso dela. – Cuida mesmo dele por mim?

– Acredite Annabeth. Apesar de não parecer, sei como se sente. Também tem alguém que eu amo. Confie em nós. Ficaremos bem.

Ela abraçou Annabeth, que apesar de surpresa com a atitude da briguenta filha de Ares, retribuiu. Eles saíram, e logo encontraram Grover, Jason e Piper.

– Olá Percy. – disse Jason.

– Como Annabeth está? – perguntou Grover.

– Ela sentiu mais alguma dor? – questionou Pipes.

– Oi galera. Ela está melhor, e só sentiu uma pequena dor.

– E então, estão prontos? – disse Chris, que chegou animado dando um beijo em Clarisse. – Temos uma batalha para vencermos.

Seguiram para o campo de batalha. Ao chegarem, as quatro torres já estavam terminadas. Tinham um bom tamanho, de maneira que ficaram firmes, e dando a quem estivesse lá em cima, uma ótima visão tanto de monstros terrestres como daqueles que estivessem no ar. Todos os campistas já estavam ali. Alguns estavam descansando, outros se preparando e terminando de colocar a armadura.

– E então o que vocês acham? – disse Leo se aproximando. Ele estava agitado, como se tivesse ingerido uma grande quantidade de café.

– Leo como vocês montaram tão rápido? – Perguntou Percy.

– Ei cara, nós somos extremamente eficientes. Terminamos há mais ou menos 1 hora.

– Incrível. – disse Grover.

– O plano de Annabeth que realmente é incrível. – disse Jason.

O tempo passava rapidamente. Já estavam todos prontos, em seus lugares. As caçadoras e os filhos de Apolo já se posicionavam no alto das torres. Os outros se dividiram em três grupos. Cada um próximo de uma torre. Percy, Thalia, Tyson e Clarisse, lideravam o grupo do flanco direito. Jason, Piper, Will e Jake, o outro lado, no flanco esquerdo. E Connor, Travis, Leo e Chris, o terceiro grupo, no centro. Assim que a tropa chegasse, os arqueiros atacariam. Depois, com uma pequena ajuda do Chalé de Hermes, eles provocariam explosões, com fogos de artifício especialmente feitos para a ocasião. E depois os grupos atacariam. Atingiriam a tropa de todos os lados.

No acampamento, Annabeth estava inquieta. Não conseguia ficar parada, e andava de um lado para o outro em seu quarto. Pensava em seus amigos. Pensava em Percy... O sol já estava começando a abaixar, e logo a batalha iria começar. Ela queria estar lá. Queria lutar ao lado deles.

Então sentiu uma forte dor no abdômen. Sua visão ficou embaçada, e ela tonta. Se sentou na poltrona para não cair. Quando olhou para o ferimento, não gostou do que viu. Ele havia voltado a sangrar novamente.

– Essa não... Agora não...