Esquecendo você

Capítulo 5 - Na pior hora


Jace’s POV

Alec já havia viajado há algumas semanas, e a situação no Instituto estava começando a ficar crítica.

Robert voltou alguns dias após Alec ter ido embora, e quando descobriu o que aconteceu... Bom, não foi divertido. Maryse e Isabelle fizeram um grande esforço para convencê-lo de que foi uma boa ideia – não que isso tenha realmente convencido Robert.

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Clary e Simon estiveram aqui nesse dia. Izzy pediu que eles se afastassem do Instituto por um tempo para não irritar mais ainda Robert, e apesar de concordar com ela, o lugar ficava extremamente quieto sem os dois.

Izzy estava há algum tempo no quarto de Alec. Ela se recusava a voltar para o próprio quarto e praticamente não saía do quarto do irmão. Maryse, em compensação, estava ou no quarto de Isabelle ou na cozinha. Robert se recusava a sair de sua sala e eu era o único que ainda andava livremente pelo Instituto.

A verdade é que tanto Clary quanto o Diurno, Max e Alec faziam falta. Se Clary e o chupa-sangue estivessem aqui, eu e Izzy teríamos uma distração. Se Max estivesse aqui, ele faria com que Robert e Maryse se entendessem. Ele odiava quando os dois discutiam E se Alec estivesse aqui, nada disso aconteceria.

Eu realmente sentia falta do meu parabatai.

Ele havia mandado uma carta há dois dias. Disse que passara pela Itália, China e agora ia ao Japão. Que tinha uma estranha sensação de estar sendo observado, apesar de não ver ninguém. E disse que sentia saudades de casa.

– Jace? – ouvi a porta bater e o rosto de Izzy aparecer no vão da porta. Ela tinha os olhos vermelhos, e eu sabia que ela havia andado chorando.

– Entra Izz – ela sorriu e entrou. – O que foi?

Ela se sentou na cama ao meu lado, os olhos arregalados em um pedido mudo de ajuda.

– Eu quero meus irmãos de volta.

Ela se encolheu e eu abracei-a de lado, vendo-a começar a soluçar. Me perguntavam como conseguíamos gostar tanto daquela garota forte e corajosa que era simplesmente o lado rebelde dos Lightwood, mas apesar de adorar esta parte dela, a garota que eu via agora é que me encantou quando pequeno. Essa garota frágil, onde a maior fraqueza do mundo para ela era um dos irmãos. Uma garota que morreria pela família, e demonstrou isso quando me aceitou como um Lightwood.

– Eu sei – respondi, encostando minha cabeça sobre a sua. – Eu também quero. Mas o Alec precisa viver a vida dele.

– Mas e o Max, Jace? Ele...

– Izzy, shhh.

Falei, calando-a, colocando um dedo sobre sua boca. Eu sabia que hora ou outra isso ia acontecer, mas realmente não esperei que fosse tão cedo.

Desde que Max morreu, Izzy se culpava por tê-lo deixado com Sebastian. Agora, quando Robert e Maryse brigavam, ou quando ela e Alec discutiam, Max era seu primeiro pensamento e a culpa voltava.

– A culpa não foi sua – falei, acalmando-a. – A culpa foi de Sebastian. Você não iria desconfiar que Sebastian estava do lado de Valentim, nem nós percebemos. Você não pode se culpar.

– Jace... Eu vou enlouquecer – sussurrou ela. Eu ri baixo.

– Não, não vai. Você só precisa de um bom ombro para chorar.

Peguei meu telefone e digitei um número. Ouvi o telefone tocando, e esperei alguém atender...

– Pra quem você está ligando? – Chiou Isabelle, já se recuperando. Ouvi alguém atender.

– Alô, Luke? A Clary está? E, se Simon estiver ai, gostaria que o chamasse também.

Izzy me olhou com raiva e eu dei risada.

Ah, como eu adoro minha irmã.

Maryse’s POV

Estava no quarto de Isabelle, tentando decidir o que faria agora. Jace e Izzy haviam saído há alguns minutos, muito provavelmente para se encontrarem com a filha de Jocelyn e o Diurno. Não que eu aprovasse os relacionamentos de meus filhos, porém eu percebia que tanto Jace quanto Isabelle estavam felizes, e isso bastava

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Ouvi um barulho oco um pouco mais adiante, e sai do quarto. Já estava na hora de parar de fugir de Robert e de mim mesma, e meus filhos precisavam de mim.

Abri a porta de meu quarto e vi algumas coisas espalhadas pelo chão.

– Eu preferiria que você não quebrasse o quarto, mas se fizer tanta questão não vou reclamar.

Comentei, parando no batente da porta. Robert me olhou com raiva, e me afastei alguns passos.

– Qual é o seu problema? – perguntou ele, me jogando um porta-retratos. Peguei-o no ar e coloquei no chão.

– Sobre o que você se refere? Sobre deixar meus filhos serem felizes? Ou seu atual problema é apenas Alexander?

– Alexander! É claro que é com Alexander. Seu filho é gay, Maryse, e está saindo com uma bicha excêntrica que ainda por cima é um warlock! Você sabe como eu demorei para conseguir um pouco de respeito da Clave após aquela cena constrangedora no Salão dos Acordos?

– Cena constrangedora? – Perguntei, indignada. Ele pareceu não me ouvir.

– Aquele warlock havia ido embora, Maryse. Embora! Eu estava quase conseguindo fazê-lo esquecer aquele warlock homossexual...

– Robert Lightwood, o que você estava fazendo? – perguntei, notando algo escondido em seu tom de voz.

– Ah, por favor Maryse, estava óbvio que o warlock havia enfeitiçado Alexander. Apesar de não muito a favor, o Irmão Zachariah estava me ajudando, e estava tão perto...

Olhei Robert horrorizada.

– Ele é seu filho! – comentei descrente.

– Aquilo não era meu filho, Maryse. Meu filho não era uma bicha enrustida que sai dando para cada um que vê na frente!

Me afastei, sentindo a raiva aumentar a cada palavra.

– Então esse é o problema? Ter um filho gay? Sinto muito Robert, mas Alec sempre foi assim e jamais mudou. Ele foi fiel a Magnus até o último momento e continua sendo, e será até o fim de seus dias. A única pessoa que merece esse ódio todo é você. Você me dá nojo.

Cuspi as palavras, saindo do quarto logo em seguida. Me sentia enjoada e irritada, as palavras de Robert ecoando em meus ouvidos.

– Não posso fraquejar – sussurrei a mim mesma, chegando ao quarto de Izzy. – Se eu cair, todos caímos.

Então, ouvi um baque surdo da porta e fui correndo olhar.

Isabelle’s POV

Dizem que, quando as coisas estão ruins, sempre tem como piorar. Agora, isso parecia estranhamente verdadeiro.

Jace e eu havíamos combinado de nos encontrar com Clary e Simon, na casa da ruiva. Avisamos minha mãe e fomos para o lugar combinado. Mas Clary não estava lá.

E Simon também não.

Procuramos pela casa inteira, sem sinal deles. Então entrei no quarto de Clary e encontrei um bilhete. Em letras desenhadas, estava um pequeno aviso de Sebastian.

“Como vão, shadowhunters? Peguei minha querida irmãzinha de volta por um tempo, espero que não que importem. O Diurno tentou me impedir, então tive que levá-lo junto. Espero que estejam preparados. Soube que o warlock não está com vocês.

Jonathan”

Observei o bilhete por mais algum tempo.

– JACE! – Gritei, vendo meu irmão aparecer na porta.

– Encontrou? – Perguntou ele. Neguei.

– Não, mas encontrei isso.

Entreguei o bilhete a ele. Ele leu o bilhete umas cinco vezes antes de me olhar irritado.

– Será que esse cara não sabe a hora de parar? Isso realmente está começando a ficar repetitivo.

Ele passou por mim e saiu pela porta, e eu consequentemente fui atrás.

– Para onde vamos? – Perguntei, vendo-o apressar o passo.

– Para o Instituto. Precisamos avisar Maryse.

Nesse caso, ele estava certo. Não tínhamos notícias de Sebastian desde aquele anjo meses atrás, e ele finalmente estava dando as caras. E ainda por cima num momento em que estamos em desvantagem.

– Espere – falei, parando Jace no meio do caminho. – Sebastian comentou que Magnus não está conosco. Mas ele não teria como saber disso... teria?

Jace me olhou sombriamente, os olhos escuros de raiva.

– Todos são inimigos. Não podemos confiar em ninguém Izzy, você sabe disso.

– Eu sei, desculpe. Foi uma pergunta idiota.

Continuamos andando até chegarmos ao Instituto. Quando íamos entrar, alguma coisa me atacou por trás. Me virei a tempo de ver Jace ser atingido e a criatura desaparecer.

– Jace? Tudo bem? – Perguntei, me ajoelhando ao seu lado. Meus joelhos ardiam e percebi que sangrava, mas não me importei. Jace tinha um corte n rosto e sangrava bem mais do que eu.

– Droga – murmurou ele, tentando se levantar. – Sebastian está realmente brincando conosco. Deve estar muito divertido.

Vi minha mãe chegar correndo, confusão e raiva estampadas em seu rosto.

– Eu devia proibir vocês de saírem – falou ela, sorrindo de leve. – Vocês sempre voltam machucados.

Jace deu risada e piscou para ela.

– É nosso trabalho. – ela suspirou e assentiu.

– Sim, está certo. Agora entrem – disse ela, as feições magoadas. – Temos muito a conversar.