Uma escolha

Costumes.


POV: ASTORIA.

Eu e Draco andávamos de mãos dadas pela Vila de Hostshire, onde ficam algumas mansões do mundo bruxo, inclusive a de minha família que é a última da vila, a maior e mais antiga também.

– E então, nos vemos amanhã no bar?- Perguntou Draco depois que passamos pelo portão. Podíamos ter aparatado direto nos jardins da mansão, mas preferimos mostrar nossa alegria.

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As pessoas podem dizer que nós estamos apaixonados, mas eu posso confirmar com toda certeza que esse não é o caso, não estamos apaixonados um pelo outro. Eu e Draco ficamos muito tempo presos no mundo que as pessoas idealizaram para nós, que inventaram e enfeitaram, hoje a gente está vivendo as consequências de nossos atos e pela primeira vez isso não resultou em lágrimas, em tragédia ou tristeza, a consequência de tudo o que nossos pais fez por nós nos trouxe á isso, nossa amizade. Talvez os pais estejam certo quando dizem que no final tudo é para o nosso bem.

– E quando que eu não vou para o bar? Eu amo aquele lugar.- Eu disse, dando de ombros. Ele deu um sorrisinho.

– É um dos lugares mais sujos e mal habitados do Beco Diagonal, Astoria.- Ele disse, balançando a cabeça. Dei de ombros de novo.

– Eu vou lá, e eu sou boa pessoa.- Eu disse. Ele concordou com a cabeça.

– Você está sempre do meu lado o que torna o lugar mais sujo.- Ele disse. Soltei sua mão e cruzei os braços irritada, bufando. Ele revirou os olhos.- O que é? Você sabe que é assim que as pessoas pensam.

– Eu não estou ligando para o que as pessoas pensam, e você devia saber disso á muito tempo, Draco Malfoy.- Eu disse, ainda de cara fechada. Ele deu uma gargalhada e eu bati em seu peito, irritada.- Não ria de mim!

– Desculpa, é que eu acho a sua expressão irritada hilária.- Ele disse, recuperando o fôlego, a sua expressão era extremamente divertida e eu não consegui me manter raivosa diante ao seu sorriso. Draco vinha sorrindo mais á cada dia, e á cada dia seu sorriso se tornava mais bonito, mais brilhante, mais iluminado, mais do jeito que eu amo.

– Isso não tem graça.- Eu disse, revirando os olhos.

– Você é uma gracinha, Astoria Greengrass.- Ele disse, colocando a mão no meu pescoço rodeando a nuca. Ele ia se aproximando de mim. Eu acho que nunca tinha beijado Draco por tanto tempo, tantas vezes, nem quando estávamos expostos ao público... Agora é diferente, aqui somos apenas eu e Draco nos deixando levar pela porcaria dos nossos hormônios.

– Eu preferia voltar do trabalho e ver minha pequena lendo um livro, talvez.- Ouvimos a voz de papai atrás de nós e nos separamos. Eu corei vendo o sorriso encantado de papai.- Parece que vocês já estão se dando um pouco melhor, não é mesmo?

– As coisas mudam, Sr. Greengrass, as coisas mudam.- Disse Draco, sorrindo e passando as mãos pelos seus belos cabelos loiros. Eu revirei os olhos. Do jeito que ele falava até parecia que eu e Draco nos amávamos. E era assim que as pessoas pareciam achar: Que nos amávamos.

– Ah, isso é bom... As mudanças, elas são ótimas para a vida.- Disse Papai, sonhador. Depois balançou a cabeça e sorriu para Draco.- Acabo de voltar de sua casa, estive com o seu pai falando sobre você, gostaria que você estivesse no momento então eu os convidei, á você e sua mãe, para jantarem conosco hoje. Imaginei que estivessem juntos. Acredito que logo, logo eles estarão aparatando aqui. Que tal entrar?- perguntou Papai, colocando a mão em minhas costas, me guiando e á Draco para dentro da casa. Quando entrei mamãe nos olhos espantadas e depois sorriu.

– Olá. Não esperava ter tanta visita hoje. Draco, você está ótimo.- Disse mamãe, se aproximando de Draco e dando um leve abraço nele.- Você demorou, te esperei o dia todo para sairmos. Está deixando toda a coisa do casamento comigo, a noiva é você, interaja!

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– Sinto dizer que a culpa é toda e absolutamente minha, Sra. Greengrass. Eu sequestrei Astoria o dia todo.- Disse Draco, abraçando a minha cintura.- Passamos o dia todo fora, mas eu prometo que amanhã ela vai com a Senhora.

– Ah, com certeza ela vai.- Disse papai, tirando seu blazer e entregando a minha mãe. Ele deu um leve beijo na bochecha dela e acenou com a cabeça.- Vou tomar um banho antes do jantar. Com licença.

– Seria uma ótima ideia que você também fosse, Astoria. Pelo que eu sei, você deve estar podre.- Disse mamãe, olhando para mim com olhos penetrantes. Dei de ombros e olhei para Draco.

– Já volto.- Fiquei na ponta dos pés e lhe dei um beijo em sua bochecha antes de subir para o meu quarto.

Joguei a bolsa em cima da cama e tirei as sandálias rasteiras, tinha muita areia nelas. Sorri. Eram as lembranças de um dos melhores dias da minha vida. Tirei minha roupa e entrei na ducha. Estava quente, como os abraços de Draco, talvez, só um pouco mais fria, um pouco. Nada se compararia aos abraços de Draco.

– Ah, que bom, pensei que tinha perdido a minha noiva para o ralo.- Disse Draco. Estava na descida da escada com a mão no corrimão, acho que se preparava para subir. Eu mostrei a língua para ele que me estendeu a mão, quando a segure ele me puxou para um abraço.- Você está linda.

– Obrigada.- Eu disse, corando. Estava usando um vestidinho leve e floral, costumava usar ele nos dias de verão, mas aqui dentro está aquecido o bastante. Meu cabelo estava num coque frouxo e eu não usava sapatos nem joias ou maquiagem.

– Astoria!- Narcisa disse com um sorriso e estendeu os braços para mim quando cheguei na sala de jantar.

– Olá! Eu não sabia que já tinham chegado! Como vão?- Perguntei, abraçando-a.- Sr. Malfoy.- Eu cumprimentei-o, ele acenou de leve. Me sentei em minha cadeira habitual.

– O que pretendia com essa reunião?- Perguntou mamãe á papai. Todos olharam para ele.

– Bom, acho que esse não é o momento de falar de coisas sérias, porque não jantamos? A comida parece ótima.- Disse papai quando Dália começou á servir a comida. Dália é um aborto que trabalha para nós desde sempre. Ela é uma mulher incrível apesar de ninguém saber disso. As pessoas também não sabem que ela é um aborto, nossa família tem seus próprios segredos.

– Kingsley me procurou esta tarde, segurava o Profeta Diário nas mãos e tinha um enorme sorriso.- Disse papai quando terminamos o jantar e fomos para a sala de estar. Draco se sentou em uma poltrona e eu me sentei no chão, escorada em suas pernas enquanto segurava sua mão.

– Bom, e o que isso tem á ver comigo?- Perguntou Draco, impaciente. Revirei os olhos. Pra quê tanta pressa? Papai sorriu.

– Quanta pressa... Bom, você é um Malfoy.- Disse papai. Eu e Draco reviramos os olhos enquanto Lúcio ajeitava a coluna com um olhar orgulhoso esperando o resto da conversa.

– Sim, mas?- Draco continuou com sua terrível impaciência.

– Bom, você tem um cargo no Ministério desde que nasceu e as pessoas esperam a sua presença no Ministério, oras!- Disse papai, sorrindo para Draco. Narcisa olhou para papai com os olhos estreitos.- Kingsley me disse que apesar de você ser uma pessoa rica e não precisar de um trabalho, agora você vai se casar e precisa ter um trabalho, pela família.- Disse papai, apontando para mim e Draco. Eu olhei para cima para ver a expressão do loiro, ele não tinha expressão.

– Draco está sendo chamado para trabalhar no Ministério?- perguntou Lúcio, com uma espécie de sorriso escroto. Ele não estava ligando para a vida de Draco, só estava querendo saber do fato de um Malfoy estar voltando para o Ministério.

– Draco está sendo convocado, sem direito á dizer não, á trabalhar no Ministério. Kingsley o espera amanhã ás 10:00hrs.- Disse papai, sorrindo para Draco.

– Ah, mas que grande e feliz notícia!- Disse Narcisa, sorrindo abertamente. Draco devia ter puxado dela o seu enorme e belo sorriso, e sua beleza, é claro. Do pai só herdou os olhos e o cabelo.

– Ás 10:00hrs?- Perguntou Draco.

– E quem se importa com o horário? Você foi chamado pelo próprio Ministro da Magia, não é pouca coisa.- Disse Lúcio "orgulhoso".

– Kingsley é uma pessoa muito gentil.- Eu disse, dando de ombros.

– Eu me importo com o horário.- Disse Draco, se arrumando na poltrona.

– Ah, por favor! Vai deixar de ir por causa de uma frescurinha de horário? Draco, não é sempre que você consegue uma oportunidade como essa, não depois da sua condição e...

– Condição esta que o senhor me colocou, não é Papai?- Perguntou Draco com um sorriso cínico. Eu me ajoelhei no chão, apertando a mão de Draco com força. Nada de uma discussão idiota agora.

– Isso não vem ao caso, não pode perder essa oportunidade.- Disse Lúcio, dando de ombros irritado.

– Ah, eu não vou. Mas não por você, não porque você acha que sabe o que é importante. Não vou perder essa oportunidade porque concordo com Kingsley e eu quero ter uma família á qual eu possa orgulhar apesar da minha "condição".- Disse Draco que se levantou irritado e foi para a porta de saída. Eu olhei para as pessoas ao redor. Narcisa pedia desculpas com o olhar enquanto Lúcio olhava irritado para a porta. Eu me levantei e saí correndo atrás de Draco. Ele estava na escadaria de pé com as mãos no bolso.

– Oi.- Eu disse, ficando do lado dele. A brisa fria me pegou desprevenida e eu tremi, me abraçando. Ele tirou, bem devagar, seu casaco e me entregou, vesti e senti seu cheiro de perfume caro.

– Será que ele nunca vai se importar de verdade comigo? Além das coisas que ele acha que são importantes para seu status?- Perguntou ele sem olhar pra mim.

– Eu pensei que você já estivesse acostumado.

– As vezes fica pior.- Ele disse, olhando para mim agora. O calor das águas calmas e azuladas do seu olhar se foram. Não existia calor e muito menos calma.

– Eu sei. Mas passa. Ele não vai mudar, e você não vai se acostumar.- Eu disse, dando de ombros.

– Ao menos eu tenho você pra me acalmar, não é?- Ele disse irônico, olhando para mim. Revirei os olhos.

– É claro, se quiser agradecer, pode começar, eu juro que não fico acanhada.- Eu disse. Ele revirou os olhos.

– Eu tenho uma bela forma de agradecer por isso.- Ele disse, colocando as duas mãos em minha cintura. Eu sorri.

– Ah é?- Perguntei 1 segundo depois de ele me agarrar e me agradecer por eu ser tão legal.

(...)