Do or Die

Capítulo 12 - O Dia que Eu Cai Pelado do Céu!


Chips! Em um momento eu tinha de procurar chips, em outro tinha de achar Theo, em outro ajudar Alaric e em outro assistir o céu vindo em direção ao chão. Tudo neste lugar é o mais estranho possível e o inacreditável as vezes é a solução para essas equações mortíferas. Mais uma fase se termina, o circo acabou e a única coisa que sobrou foram corpos, sangue e vidas destruídas. Meu corpo se arrepia inteiro só de pensar em um nova fase e em uma nova matança.

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– Isto fez um grande ferimento! - A menina ruiva estava em pé, ao lado de Alaric e me trouxe de volta a realidade - Como vamos resolver isso? - Ela me encarou

– Eu não... sei - Parecia uma estupida resposta, porém era a verdade eu não sabia como resolver aquilo. O braço de Alaric estava roxo, o ferimento estava com uma mucosa verde e escorria pus.

– Além disso seu amigo esta com as pernas grudadas e elas não parecem estar em um bom estado - Theo continuava desacordado, torço para que ele não esteja morto - Antes de tudo meu nome é Nicolle - A menina disse, com o cabelo ruivo cacheado, sardas no rosto e uma lança na mão. Ela esteve comigo desde que me juntei ao grupo, porém nunca consegui ter um tempo para falar com ela - E o seu é Voraz? - Afirmei com a cabeça - Alaric tinha comentado sobre você, enfim onde achamos remédio nisso? - Continuei olhando para ela, eu nem sabia onde eu estava - Você provavelmente não deve saber, precisamos procurar remédio ou abandonar eles. Não da para ficarmos de guincho e perdendo tempo carregando um por um, além disso nós ficamos muito vulneráveis. Sabe eu acho que as vezes equipe só atrapalha, o individualismo as vezes é muito bom - Eu ficava falando "aham" e enquanto isso ela não parava de falar um minuto - Além disso onde foi parar nossa equipe? Não consegui mais ver a Pan e a Layla, sabe as vezes eu acho que...

– Mas que raios aconteceu? O circo caiu em cima de nós! - O menino gordinho nos encarava totalmente confuso. Nicolle olhou furiosamente com seus cachos ruivos.

– Você sabe que eu odeio que me interrompam! - Ela encarava ele - Enfim, como eu dizia, eu acho que... - O chão começou a tremer, as luzes começaram a piscar, tudo ao meu redor chacoalhava em uma velocidade assustadora. Um pequeno frasco com um liquido verde caiu em minhas mãos escrito: "Poção de cura, só pode ser usado em um jogador". A menina ruiva e o menino se entreolharam, rapidamente ela pegou sua lança e colocou em minha nuca - Nem pense em usar isso em seu amiguinho - Ela falava firme - Salve Alaric agora e sua vida será poupada entendeu?

Uma coisa era certa. Eu não poderia deixar o Theo morrer para salvar a vida de Alaric, os dois permaneciam paralisados um do lado do outro. Eu comecei a suar e Nicolle me espetava cada vez mais, precisava pensar em algo rápido. Parei em frente Alaric, destampei o frasco e o tombei. Antes que a primeira gota caísse sobre seu braço, joguei o frasco em direção a perna de Theo. Saquei minha espada na hora de evitar que a lança enfincasse em meu pescoço. Dei um empurrão nela e ela caiu no chão, o menino veio pra cima de mim com uma faca. Puxei Theo pelo braço e saímos correndo, Theo parecia meio atordoado ainda sem entender nada.

Finalmente consegui ver o lugar, as paredes eram brancas e com janelas que davam para se ver nuvens, tinham varias cadeiras e estava vazio. Eu estava em um gigantesco avião. A ideia de estar em um avião não me agradava nada por não ter para onde fugir e principalmente por olhar para trás e a garota ruiva estar correndo com sua lança na mão em minha direção.

– Quem é ela e onde estamos? - Theo me encarava meio abobado e totalmente confuso.

– Depois eu te explico, agora somente corra e tente sair daqui - Não era uma grande instrução, porém era tudo que eu conseguia falar. Cruzamos uma linha amarela e uma parede surgiu do nada, separando eu de Nicolle, ainda bem.

– Não precisa me agradecer - Uma garota estava parada ao meu lado - Meu nome é Maysa, espero que você não tente me matar e se tentar seu pescoço não será poupado - Seu cabelo era marrom e ondulado, ela usava uma camisa longa e calças rasgadas, um boné na cabeça, óculos grandes e tinha um pássaro (?) no ombro. Pensando bem até que ela era bonita - Antes que me pergunte isso no meu ombro não é bem um pássaro e sim um robô, uma cacatua só que de metal - O pássaro se mexeu e embaixo de um de suas asas tinha um numero três cravado, detalhe que não sei porque me deixou com um pé atrás - Ganhei por matar quinze jogadores de uma vez em uma fase. Já faz muito tempo que estou aqui, devo ser uma das jogadoras a mais tempo no jogo. Já sobrevivi a tudo que você imaginar e já encontrei jogadores de diversos tipos, vi todos morrerem em minha frente - Sua voz era triste e ela parecia estar conformada com o fato de viver em um lugar que tenta te matar todo momento.

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– Fiu,fiu - Theo estava quase babando ao meu lado - A gatinha vem sempre aqui? - Ele murchou a barriga, debruçou na parede e mordeu o lábio. Maysa mostrou um de seus dedos para ele, você já deve estar imaginando qual dedo foi.

– Se bem que eu conheço - Ela disse retomando o assunto - Esse tipo de fase é melhor nos apreçarmos, o avião esta indo diretamente na direção de uma enorme montanha. Ou agimos rápido ou temos uma dolorosa morte - Em minha frente estava o painel de comando e o avião se aproximava cada vez mais de uma gigantesca montanha. Theo saiu correndo e começou a apertar todos os botões, nada aconteceu

– O Painel esta desligado! - Ele me olhava incrédulo - Precisamos fazer algo Voraz! - Ele estava um pouco desesperado e a montanha estava cada vez mais perto.

– Este é a clássica fase que testam nossa rapidez, se analisar tem duas fechaduras no painel - Maysa estava calma, enquanto eu e Theo estávamos visivelmente desesperados - Precisamos das duas chaves para ligar o painel e finalmente parar o avião - Rapidamente comecei a vasculhar todo o lugar, em baixo das cadeiras, nos vãos, no chão, em todo o lugar. O tempo passava e a montanha se aproximava cada vez mais, o desespero começou a me dominar, não sei se conseguiria passar por essa fase. Maysa estava escorada em um cadeira bocejando, ela parecia nem ligar para a situação de vida ou morte. Enquanto Theo já estava chorando e finalmente falou algo que iria salvar nossas vidas.

– As chaves não estão aqui dentro - Foi então que eu percebi, que as chaves realmente não estavam dentro do avião e sim fora. Corri na janela e consegui confirmar minha teoria, a chave estava grudada no final da asa do avião. Uma chave em cada asa.

– Precisamos sair daqui e subir na asa agora se quisermos sobreviver - Maysa pareceu entender e Theo me encarava abismado.

– Theo nos de assistência, nós precisamos da saída de emergência e ela esta do outro lado do avião. Ela esta do lado daquela garota ruiva que tentou te matar, espero que ela seja amigável comigo - A garota da camisa larga usava uma mochila nas costas e da mochila tirou um par de sai, avançamos perto da parede onde ela apertou um botão e fiquei novamente frente a frente com Nicolle.

O menino gordinho avançou em minha direção, peguei minha espada e rapidamente o desarmei. Maysa tirou algo de sua mochila e arremessou em minha direção, era uma corda. Rapidamente amarrei o moleque, olho para trás e vejo Maysa encurralada. A menina ruiva rapidamente joga sua lança, a garota do pássaro no ombro gira para o lado, gruda nas pernas de sua inimiga e a joga no chão. Nicolle gruda nos cabelos de Maysa e bate sua cabeça contra a parede do avião, a menina ficou meio abobada. Nicolle começa então bater a cabeça de sua agressora freneticamente, vi sua visão começar a se perder, seus olhos vagavam cada vez mais a cada batida, a menina começava a desmaiar . Então Theo puxa a ruiva pelas pernas e a amarra.

– Seu traidor! - Nicolle apontava para mim - Era para ter salvo Alaric! Ele é o líder de nosso grupo, você vai pagar por essa traição! - Já não chega Cold querendo me matar, agora Alaric e sua panelinha também querem vingança. Maysa ainda meia abobada, pega um pequeno pedaço de pano de sua mochila, molha com um liquido e coloca na boca de Nicolle. No mesmo instante a menina apagou, torço para que ela não tenha morrido, não quero outra morte pesando em minha consciência.

– Você esta bem? - Theo falava calmamente e já passava sua mão por trás do pescoço da menina do óculos grande, ela instantaneamente se afastou.

– Estou bem sim - Ela tinha uma fala calma - Foi só algumas pancadas na cabeça, já passei por coisas bem piores. Enfim as saídas de emergência estão aqui - Ela apontou para as duas portas, cada uma de um lado do avião que davam acesso para a asa - Eu vou na asa da esquerda e Voraz na da direita. Theo tenta pousar o avião - Suas instruções eram rápidas e objetivas - Em baixo de cada asa tem um pequeno buraco, as chaves serão passadas por lá. Assim que a chave cair, pegue elas, coloque no painel e pouse o avião - Theo parece ter entendido as instruções.

– Esta certo que gata tem sete vidas, mas não é por isso que precisa abusar - Maysa mandou Theo ir tomar em um lugar muito feio - Voraz - Ele me encarava enxugando as lagrimas - Tenha muito cuidado, serio.

– Eu terei Theo, eu terei - Neste momento abri a porta, um vento extremamente intenso bateu em minha face, meus olhos quase não conseguiam se abrir. As pessoas que criaram esse jogo ou teste, seja lá o que for isso, não são bobos. Eles não mandariam seus preciosos jogadores em missões suicidas. Do lado da saída tinha uma longa escada que levava até a superfície da asa, respirei fundo e comecei a subir.

O vento me jogava para trás e eu permanecia agarrado com toda minha força na escada, eu escalava vagarosamente. Um escorregão e seria fatal. A escada parecia não acabar mais e eu escalava degrau por degrau. Tentava ficar calmo, mas a tensão era muita. Finalmente consegui chega na asa, que tinha alguns suportes para por as mãos. Olhei para frente e mesmo com o intenso vento destruindo toda minha visão, consegui ver um monumental vulto, a montanha estava cada vez mais perto. Comecei a escalar a asa, me guiando pelo tato e pelo tenebroso barulho da turbina. Depois de alguns segundos, que pareciam eternas horas, finalmente consegui colocar a mão na chave. Comecei a recuar, para passar a chave pelo buraco. Vagarosamente, eu avançava pela asa, até que uma voz me alertou.

– Voraz não temos tempo, venha agora! - Era a voz de Maysa misturada com o som ensurdecedor da turbina, eu tinha me distraído e o avião já quase encostava na montanha. Comecei a avançar rapidamente, enquanto o avião acelerava e a montanha se aproximava. Uma de minhas mãos se desgrudou, soltei um grito e estava pendurado. Rapidamente já me recompus e continuei avançando.. O avião avança cada vez mais rápido, estávamos a poucos quilômetros da montanha, o grande vulto agora estava se materializando. Finalmente consegui jogar a chave pelo buraco, o avião estava quase batendo e então se inclinou, ficando totalmente na vertical.

Naquele momento agarrei com todas as minhas forças nos suportes da asa e desejei com todo meu ser continuar vivo. O vento se tornou um paredão, que passava sobre mim, tentando me levar. Minhas mãos começaram a amolecer e eu comecei a urrar, em desespero. Não deu muito tempo e minhas roupas rasgaram, eu estava nu e o momento parecia não acabar. Meu cabelo começou a ceder ao mortífero paredão de vento, a dor era intensa e constante. Não demorou muito e minha pele começou a se descolar de mim, aos poucos eu perdia meu ser naquela brusca queda. Eu poderia ter certeza que a ceifadora sinistra ria de minha cara e chegava cada vez mais perto da carcaça que se tornou meu corpo. Eu não poderia morrer naquele momento, soltei da asa do avião. Assisti minuciosamente o avião indo em direção ao chão e pousando de maneira brusca, pelo menos Theo tinha sobrevivido. Enquanto a mim, brigava com meu ser para não fechar os olhos. Meu corpo pedia um descanso eterno e eu lutava constantemente, enquanto desabava em direção ao chão. Até que senti um forte peso em meu peito.

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– Voraz? - Eu levantei gritando e Theo estava deitado no chão, junto com Maysa. Os dois estavam com a respiração a mil e conseguia ouvir nitidamente a batida de seu coração

– Conseguimos - Maysa estava arfando e toda suada - Pousamos o avião e passamos de fase - Ela falava com um sorriso sincero no rosto, foi então que ela me lançou um estranho olhar. Eu corei e lembrei que estava totalmente nu.