Apanhador De Medo
O Caçador e a Apanhadora - Parte II
Ela suspirou depois de pronta, vestia calças pretas, botas e uma blusa da Catwoman. O cabelo estava elegantemente desarrumado, se isso era possível. Pegou as chaves do carro e seus óculos aviador de lentes avermelhadas antes de sair do quarto. Desceu as escadas encontrando os homens a esperando, Joshua olhou no relógio de pulso e voltou a cruzou os braços sobre o peito. Reparou no que ele estava vestindo, calça jeans quase tão preta quanto à de Rebecca, uma blusa cinza que deixava a mostra o seu peitoral definido e uma jaqueta marrom, também usava botas.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Se passou sete minutos. – provocou Joshua.
– Cale-se. – foi tudo que disse antes de sair pela porta da frente. – Eu dirijo!
– O quê? Não, vamos em meu carro. – ele desceu as escadas na frente, parou e estendeu a mão, desarmando o alarme. Uma Ferrari vermelha e reluzente estava parada na grama. Ele olhou para Rebecca atrás e sorriu.
– Exibido. – ela disse seguindo Azazel e Francis.
Francis se sentou a frente ao lado de Joshua para guia-lo até a casa de Anne, enquanto Rebecca e Azazel iam atrás, involuntariamente eles mantinham certa distancia entre si.
O caminho até a casa de Anne na cidade foi sem muita conversa, todos tinham um pouco de apreensão em sua voz. Rebecca observava o pavimento passar por debaixo das rodas com uma super velocidade, o sonho que teve lhe vinha à cabeça a toda hora. Evitou olhar para Azazel enquanto pensava no que Anne lhe falara, estavam destinados a algo importante. Algo grande. O carro de Joshua parou há algumas ruas do prédio onde Anne vivia.
– Podemos ir a pé daqui. Não queremos chamar a atenção, certo? – Joshua anuncia saindo do carro. Rebecca e Azazel saem quase no mesmo momento. Ela dá a volta e caminha ao lado de Francis.
– Está bem? – Francis perguntou quando saiu do carro, ela apenas assentiu.
– E você, está bem? – ela analisou sua expressão, tinha algumas olheiras abaixo dos olhos.
– Minha namorada morreu para me salvar. – disse apenas. – É aqui. – ele disse passando a frente de Joshua, subiu as escadas. Eles andaram pelo corredor atentos a qualquer movimento, pararam na frente do apartamento de número 12. Francis tirou as chaves do bolso da calça e destrancou a porta.
– Tivemos sorte de chegar primeiro. – Joshua disse ao adentrar o apartamento. Havia umas estantes cheias de livros de diversos tamanhos. – Nós não temos muito tempo. É melhor começar a procurar.
Rebecca e os demais resolveram não questionar à ‘ordem’ de Joshua e começaram a vasculhar os livros de Anne.
– O que estamos procurando exatamente? – Rebecca pergunta.
– Um dos grimórios de Anne. Deve haver algo lá sobre o caçador. – Francis explicou.
– Se havia algo importante nele, não deve estar exposto na estante.
Ela olhou ao redor. Um único quadro pendurado na sala, não era muito grande e passaria despercebido no meio de todas as esculturas que tinham na sala se não tivesse observado bem. Ela andou até o quadro sobre os olhos dos outros três, com cuidado retirou o quadro e pôs no chão revelando um cofre com senha eletrônica.
– Sua namorada era uma mulher precavida. Você não tinha ideia desse cofre não é?
– Não. – diz Francis.
Suspirou.
– Você a conhecia. Pense, qual poderia ser a senha? – ela se afastou um pouco do cofre, pedindo que ele tentasse.
Sua data de nascimento. Incorreta.
A data da morte de seus pais. O cofre apitou. Incorreta.
– Droga. – Francis praguejou.
– Ela era uma mulher romântica já que namorava um vampiro... Tente a data que se conheceram.
Francis digitou a data. O cofre abriu, ele olhou para Rebecca, que sorriu. Ela pegou do cofre um grimório pesado e velho como deveria ser, levou para mesa redonda perto da cozinha. Começou a folhear as páginas corroídas pelo tempo, Azazel e Joshua estavam ao seu lado enquanto Francis estava sentado no sofá da sala com as mãos apoiadas nas pernas. As páginas tinham escritas na língua-mãe, o latim.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!– Pare! Volte a página. – Joshua disse. – Venator... – passou o dedo pela página.
Rebecca trocou um olhar brevemente com Azazel.
– Significa caçador. Nunca achei conveniente ter aulas de latim até agora. – diz ele.
– Certo, o que diz? – ela perguntou, Joshua lia atentamente os dizeres na página.
– Meu latim não é perfeito, mas o principal elemento para matar um caçador é a descendente de Ártemis. – os ouvidos de Francis captaram a frase e ele despertou. Veio até eles.
– Anne uma vez me contou a história sobre o amor proibido de Ártemis e Orion. – ele começou a falar, os outros ficaram em silencio para escutar. – Ártemis e Orion eram grandes caçadores. O seu irmão, Apolo, desaprovava o romance dos dois, então ele mandou um escorpião para mata-lo. Em um desafio a pontaria de Ártemis, ela acabou acertando Orion. Vendo o erro que cometeu, Ártemis pediu a Zeus para colocar Orion e o Escorpião em meio às estrelas.
Ele passou a página, apontando para o desenho de uma marca.
– A constelação de Orion. Anne disse que Ártemis teve uma filha depois de Orion morrer. E ela tinha a marca. – finalizou. Azazel analisou a marca com olhos atentos e olhou para Rebecca.
– Tire sua blusa. – ele disse com voz de ordem. Rebecca franziu o cenho.
– O quê? Não é hora pra isso, Azazel. – ela disse, Francis e Joshua se olharam reprimindo o riso.
– Eu acho que você pode esperar até estarem sozinhos, em um quarto de preferencia. – disse Joshua.
Azazel revirou os olhos.
– Acho que já vi essa marca antes, em seu ombro. – disse com o sotaque alemão carregado. – Vamos, tire a blusa.
Depois de hesitar mais um pouco ela tirou a blusa.
– Não. Diga. Nada. – ela disse entre dentes para Joshua que levantou as mãos em rendição. Jogou a blusa na cadeira.
– Preciso de uma caneta. – disse e esperou por Francis que a trouxe. Ele pôs uma mão sobre o ombro de Rebecca enquanto a outra ligava os pontos. Depois de apenas alguns segundos ele parou e olhou da marca no grimorio para a marca no ombro dela. – É isso. Ela é descendente de Ártemis.
– O quê? Isso é loucura. – ela disse botando sua blusa de volta. Se for descendente de Ártemis, se perguntava como nascera apanhadora.
– O grimorio não diz como, mas você é a chave. – diz Francis.
– Ok. Como fazemos isso? – cruzou os braços.
– Com uma estaca de madeira e um bom plano para chegar até ele sem que ele te mate primeiro. – foi a vez de Joshua falar. Ele lançou aquele sorriso presunçoso dele ao final da frase.
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