Capítulo - The Love vs The Spell

O crepúsculo anunciava o final daquele dia caloroso de verão, como havia combinado com minha tia Miranda estava esperando-a próxima ao estábulo abandonado, não demorou muito para que ela surgisse atrás dos pinhos de feno enrolados, estava com uma expressão vazia e triste, saltei sobre a torra que estava sentada e aguardei se aproximar.

– Deve ler isso com muita atenção. - disse em um fio de voz - Trata-se do castelo e como os dias estão sendo torturantes para o Duque.

Houve um breve silêncio, respirei fundo e desviei meus olhos para a relva verde que aos poucos seria engolida pela escuridão da noite.

– O podre tem passado dias infernais. - disse por fim.

Senti meu coração se apertar dentro do peito, pobre Argon mesmo sendo uma alma dura era tão solitário quando os ventos que acariciam meu rosto, minha tia me contou sobre as noites que ele se via atormentado pelos fantasmas do passado, senti meu coração se apertar dentro do meu peito, pisquei algumas vezes para desfazer as lagrimas. Tomei coragem para perguntar.

– Tem visto a Condessa? - perguntei guardando o papel no bolço.

Minha tia sentou se sobre o velho feno e balançou a cabeça de forma negativa, desviou seus olhos para um canto e arfou.

– Não, desde a transformação do pobre. - respondeu cabisbaixa. - Ele quase não parece por causa de sua aparência horrenda, pobre! Deus, logo ele que sempre fora uma alma boa.

Pude sentir vestígios de piedade na voz de minha tia, pois conhecia Dimitri de Argon praticamente toda sua vida, respirei de forma lenta e penosa. Senti uma onda de fúria varrer todo meu ser, uma mistura de raiva e piedade.

– Minha querida preciso voltar para o castelo antes que a Condessa resolva aparecer. - disse enquanto se levantava.

Concordei, antes que ela partisse abraçamo-nos de forma lenta e carinhosa, depositei um beijo sobre sua face cansada. Não demorou para que o cocheiro partisse em direção ao castelo, esperei alguns minutos até desaparecerem na relva já escurecida.

Me abaixei para pegar o cesto e caminhei na direção do pequeno casebre, assim que entrei Lauren estava terminando os preparativos para o jantar, enquanto Saul terminava de consertar o pilar da entrada, depositei o cesto com os legumes sobre a mesa.

– Saul poderia me levar até o castelo? - perguntei o pegando de surpresa.

Ele se endireitou, limpou o suor da testa com a costa da mão direita e me encarou por alguns segundos, Lauren me encarou perplexa, mas logo voltou a cortar os legumes em silêncio.

– Claro! - respondeu enquanto limpava a poeira das calças.

Sem delongas ele pegou seu velho casaco e caminhou na direção da charrete, o segui em silêncio, precisava ajudar o Duque antes que ele acabasse morrendo naquela solidão, joguei o velho casaco sobre os ombros, os ventos gelados da noite começavam a soprar de forma intensa, a maior parte do trajeto permanecemos em silêncio, até por fim a voz de Saul quebrá-lo.

– Preciso lhe entregar isso. - disse enquanto retirava uma carta de dentro dos bolsos.

Assim que a peguei em minhas mãos, senti um calafrio percorrer toda minha espinha, ao ver o nome de Zac escrita no verso da carta, respirei fundo e apertei contra o peito.

Desisti de esmagar a carta contra meu peito e esperei ele fazer uma curva para abrir o envelope, suspirei e fiquei atenta a cada palavra. As lágrimas caiam de meus olhos e por mais que incomodassem-me ao ler, eu não conseguia fazer outra coisa a não ser ler as ultimas palavras de Zac para mim.

– Oh, meu Deus! – exclamei quando Zac citou o Duque. Percebi pelo canto do olho que Saul me olhava enquanto lágrimas escorriam lentamente de seus olhos escuros.

Eu segurei seu braço fazendo ele parar de comandar o animal. – Saul, volte. Agora.

Ele olhou-me com surpresa. – Tem certeza?

– E nunca deixaria meu Zac em segundo lugar. – Olhei para ele que deu um sorriso largo e comandou o cavalo para dar a volta.

Fechei a porta assim que Lauren me entregou Roza nos braços e corri para o quarto.

– Tudo vai ficar bem, querida. – Eu brinquei com seus dedos. – Eu salvo Duque e ainda tento trazer seu pai de volta.

Esse era o problema eu ainda amava Zac.