The Beauty in Darkness

Capítulo - You should have been there


Parte II de TBID

Você deveria ter estado lá
Devia ter entrado pela porta
Com aquele sorriso tipo "baby, eu estou aqui, sorria!"

Três dias depois da chegada de Saul, o corpo de Zac chegou como um espantalho à minha morta. Aquilo caiu como uma tempestade sobre mim, mas com a ajuda de Lauren tudo melhorou.

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Saul organizou o enterro e Miranda tratou de chamar as pessoas que conheceram Zac, eu preparei as roupas dele e as minhas também, além de me certificar que Roza estaria a salvo no berçário do hospital.

Coloquei meu vestido preto e prendi meu cabelo de modo simples e esperei Lauren sentada no sofá amamentando Roza.

– Está pronta? – Ela apareceu na porta, eu olhei para trás sorrindo.

– Deixe acabar aqui. – Mostrei Rozalinda abocanhando meu seio direito.

Ela veio em minha direção e passou a mão por minha face. – Vamos melhorar seu rosto, você está com olheiras. – Ela analisou meus olhos e depois puxou meu rosto para mais perto. – E sua boca está inchada, vamos disfarçar. – Ela saiu, minutos depois voltou com batom e um frasquinho com pó de arroz.

Ela passou a pequena esponja em volta dos meus olhos e depois passou o batom vermelho tirando o borrado, eu apenas deixei ela me maquiar, pois não tinha muito que fazer.

E eu olho para porta
Apenas esperando você entrar
Mas o tempo está passando

Aconteceria a missa e depois o velório, as pessoas passavam por mim e alisavam meu ombro ou me abraçavam rapidamente.

A missa começou, eu e a Lauren nos sentamos na frente e ela alisava minhas costas enquanto eu chorava. Hoje teríamos uma apresentação a Nossa Senhora e Zac levaria uma imagem da santa para o altar.

Eu olhava para trás esperando o momento em que ele entraria sorrindo e diria que foi apenas uma brincadeira de mau gosto, mas isto não aconteceu e enquanto Lauren tentava me acalmar eu apenas esperava uma intervenção divina.

O tempo passou e quando a música começou que Saul apareceu na entrada da igreja ao invés de Zac, eu me levantei e deixei o local enquanto olhares me seguiam.

Voltei para igreja e me dirigi para a parte de trás onde seria o velório e deixei que as pessoas elogiassem Zac enquanto eu fingia ouvir algo do que elas diziam, pessoas me abraçavam, mostravam suas crianças e outras me davam presentes, mas eu não conseguia tirar os olhos de meu marido deitado ali, como se a morte fosse apenas a única saída.

E as horas passam
Agora eu só quero ficar sozinha
Mas seus amigos próximos sempre parecem saber
Quando há algo errado
Então eles me seguem para o salão
E no banheiro eu tento não desmoronar
Enquanto o sentimento de desmoronamento começa
E eu digo esperançosa
"Ele disse que estaria aqui"

Miranda veio ao meu encontro e me abraçou com força e nós choramos ali enquanto o padre rezava missa. Ela dizia palavras de conforto enquanto me abraçavam mais forte.

– Vai ficar tudo bem. - Ela brincou com uma mecha de meu cabelo. – Fique forte por Roza, querida. Você vai ficar bem, não vai?

Eu me afastei dela comprimindo os lábios e balançando a cabeça de modo negativo. – Ele disse que estaria aqui. Ele prometeu!

– Não o culpe por morrer. – Ela disse tirando meus cabelos da face.

As pessoas ficaram em silêncio e o Padre José se virou para mim com um olhar reconfortante. – Alguém gostaria de dizer algo?

O que você diz
Quando as lágrimas começam a cair
Em frente de todos que você conhece?
E o que você faz
Quando aquele que mais significa para você
É aquele que não aparece?
Você deveria estar aqui
E eu ficaria tão feliz

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Saul foi em direção ao “patamar” que ficava ao lado do caixão e virado para a multidão, suspirou e falou sobre Zac e suas brincadeiras juvenis. Miranda brincou falando do quanto ele era teimoso para trabalhar e até Isaac falou também dizendo o quanto ele jogava bem futebol e arrancou risada de todos.

Lauren foi a mais doce dos três e quando terminou seus olhos analisaram minha face e ela disse:

– Kathe?

O padre sorriu. – Katherine, gostaria de dizer algumas palavras?

Eu assenti e fui lentamente para o lugar do Padre, as pessoas tocavam em minhas costas ou comentavam sobre eu ser forte enquanto eu passava.

Soprei. – Eu sabia que teria que dizer algo, mas me desculpem, não preparei nada. O que dizer dele? O que dizer do Zac? O que dizer do amor da minha vida? – Funguei. – Sei que faz apenas 7 dias que ele se foi, mas eu estou sem ver ele faz duas semanas e apesar dele demorar mais de um mês nessas viagens, desta vez dói mais porque eu sei que ele não irá voltar.

– Ele era forte! – Saul disse depois de um silêncio enorme.

– Sim, ele era. E eu vou ser também porque... Era isso que ele queria, ele amava e amava nossa pequena Rozalinda! – Algumas pessoas uivaram. Meu peito ficava pesado com as lágrimas. – Eu não posso mais fingir. – sussurrei. – A verdade é que ele me deixou, ele prometeu que estaria aqui, meus Deus, Zac! Por favor, volte. Eu não posso ser forte quando a pessoa que eu mais amo na vida foi embora e... Eu o amo tanto. – comecei a chorar, Lauren correu para perto de mim, pegou minha mão e me tirou dali.


E esse foi o momento em que eu soube

Poucas pessoas seguiram para o enterro, mas eu preferi não ir, seria dor demais, era quase como uma confirmação que ele me deixou.

Fiquei algum tempo sozinha “com ele” e me despedi pela milésima vez, deixei as flores ao seu lado e entrei na charrete com Miranda e fomos embora.

Quando nos distanciamos mais avistei uma carruagem rosa e com detalhes em volta parar perto do cemitério e de lá sair alguém que eu nunca esperei ver naquele momento.

Condessa.