O Sangue Do Olimpo

VII. Annabeth


YITHION DE LONGE ERA LINDA. Annabeth sentiu uma pontada de inveja de Leo, Piper e Frank. Sempre quisera conhecer cidades turísticas da Grécia, mas nunca havia viajado para aquele lado do mundo.

Contentou-se em observa-la pelas telas da sala de comando de Leo. Embora Annabeth entendesse um pouco de engenharia mecânica, comandos elétricos e navegação, ela ficava meio confusa no meio de tantos botões, válvulas e atuadores.

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– Você está bem, por aqui sozinha? – diz Percy, a abraçando por trás de forma carinhosa, repousando o queixo em seu ombro.

Annabeth balança a cabeça, positivamente. Vira-se de frente para Percy e lhe dá um beijo, segurando seu rosto com as duas mãos. Annabeth pode sentir as mãos de seu namorando descendo seus braços até chegar a sua cintura. Ele a puxa para mais perto de seu corpo.

O beijo se torna um pouco mais prolongado que o que davam geralmente. Prolongado, suave... Perfeito!

Os dedos de Annabeth passam carinhosamente pelo cabelo, rosto e pescoço de Percy. Em seguida, descem até a cintura dele, Annabeth forçando-os entre a calça e seu abdômen. Ela nota que a respiração de Percy se alterou.

– Hm... – ele diz quando param para recuperar o folego – Acho meio cedo para irmos mais além, não acha?

– Oh deuses – Annabeth fica com vergonha e leva a mão à cabeça, arrumando o cabelo, sempre preso em rabo de cavalo. – Desculpe Percy... Eu só...

– Está tudo bem! – ele garante, beijando sua testa. – Foi legal!

– Eu não sei o que estava pensando... – Annabeth tenta se explicar.

– Annie! – ele segura seu rosto, fazendo seus olhares se cruzarem – Está tudo certo! Isso é normal entre um casal. Mas aqui no Argo II... Só quero que nossa primeira vez seja especial.

E ficam abraçados por mais de dez minutos sem dizer palavra.

***

O Argo II estava flutuando apenas alguns metros acima do nível do mar, parado esperando Leo e os outros voltarem da missão.

Annabeth não conseguia mais vê-los, mas tinha colocado um sinalizador na mochila de Leo levara, só por garantia.

Jason estava lá no alto, no mastro. O vento em seu cabelo loiro, o ar majestoso. Um típico filho de Júpiter.

Hazel estava ocupada com algo em seu quarto. Annabeth não queria incomoda-la, mas desconfiava que ela estivesse treinando seu poder de controlar a Névoa. A suspeita era reforçada pelo fato de Annabeth ter visto a doninha Gale rondando por ali.

Estava no convés com Percy. O garoto olhava para o mar.

– Estou com saudades... – ele diz – De minha mãe, de Tyson, de Grover... Da minha antiga vida.

– Quando vencermos Gaia, teremos tudo de volta! – Annabeth segura sua mão – E nos mudaremos para Nova Roma se quiser. E nunca mais entraremos em missões tão arriscadas e tão longe de casa.

Se vencermos Gaia... – ele olha para seus olhos cinza.

Quando vencermos Gaia! – ela repete.

– Espero que você esteja certa. – Percy sorri, tentando parecer confiante.

– Você já me viu errar? – ela dá um soco de leve em seu ombro e em seguida lhe abraça forte. O ouvido colado ao peito escutando as batidas de seu coração. – Te amo Cabeça de Alga! – ela diz com um sorriso.

– Também te amo, minha sabidinha! – ele responde.

***

Psiu!

Annabeth escuta alguma coisa. Abre os olhos. Ainda estava abraçada com Percy, aproveitando o raro momento em que podia fazer isso sem se preocupar com inimigos.

Olhou para o mar abaixo do navio e vê uma moça olhando para eles.

– Percy, olha! – ela aponta – Uma nereida!

Bem, Annabeth logo a reconheceu. Não era uma ninfa qualquer. Era uma nereida, filha do Velho Senhor do Mar, Nereu. Ela tinha pele azulada e barbatanas compridas no lugar do cabelo. Guelras em seu pescoço lembravam horrendas cicatrizes.

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Acenava para eles. Tinha unhas pretas enormes que poderiam cortar facilmente qualquer coisa. Os dentes eram semelhantes aos de tubarão.

Uma espécie de Pequena Sereia do mal.

– Ela é confiável? – Annabeth se pergunta em voz alta. Duvidava muito, afinal estavam nas terras antigas, onde todos queriam mata-los.

– O que quer? – Percy pergunta para ela.

– Vim trazer um recado de meu pai!

– Pode falar! – Annabeth pede.

– Tenho que subir a bordo. – a nereida avisa. – Se eu falar em contato com o mar, pessoas erradas podem escutar.

Percy olha para Annabeth, como se pedisse a ela que a deixasse subir.

– Se você acha que devemos confiar... – ela diz.

– Qualquer coisa, eu me garanto! – ele mostra a caneta em sua mão.

Assim decidido, Percy transportou a nereida em uma onda até o convés. Assim que saiu da água, ela assumiu a forma de uma garota normal. A pele clara, cabelo liso e muito preto, olhos azuis. Vestia uma camiseta azul com a imagem de um pinguim e short jeans.

– Sou Nora, filha de Nereu – ela os cumprimenta. – Meu pai me mandou procura-los porque acredita que você, Percy Jackson, é o único que pode vencer este mal.

– Que mal? – Percy pergunta.

– Assim que meu pai soube me mandou... Há um perigo inimaginável acordando no mar.

– Que tipo de perigo? – Jason pergunta, pousando levemente com a ajuda dos ventos ao lado de Percy.

– Um monstro marinho de proporções gigantescas! – ela explica. – Ainda não sabemos exatamente onde ele está, mas é possível senti-lo em todo o Mediterrâneo.

– E porque eu? – Percy quer saber. – Há tantas divindades marinhas por ai. Nereu inclusive. Ele é um deus tão poderoso quanto meu pai.

– Meu pai já está velho, – Nora fala – o seu está lutando contra si mesmo. Você é nossa única chance de derrota-lo antes que ele acorde!

– O que pode ser feito então? – Annabeth não podia pensar em se separar de Percy de novo.

– Vamos para Creta! – ela fala, como se isso já fosse algo esperado – Há toda uma mística histórica a respeito dessa ilha. É em meados desta ilha. Apenas dois de vocês devem ir comigo. Percy, escolha quem irá com você!

Percy olhou para Annabeth, e depois para Jason.

– Lógico que eu vou! – Annabeth fala sem hesitar.

– Annie, eu não queria que nos afastássemos de novo, mas será breve! – Percy segura sua mão – Não quero que se arrisque lutando contra um monstro marinho.

– Também concordo Annabeth. – Jason fala – Você será muito mais útil para a missão, aqui com Hazel, tomando conta do navio.

– Mas... – ela tenta contestar. Percy segura sua cabeça com as duas mãos, de modo carinhoso.

– Annabeth, eu juro que nós voltaremos bem! – Percy promete.