Riddles Riddles

The Portraits


- Belo tapa!



Tom olhou em volta, vendo as pinturas de casais observando-o com olhares curisosos. Ele odiava aquele corredor... Parecia que ali sempre era Dia dos Namorados ou que os quadros estavam sempre agindo de forma idiota, e ele detestava aquilo. Mas agora, Tom Riddle se encontrava parado no meio do corredor vazio, com o rosto vermelho e olhando para os quadros apaixonados com uma expressão de raiva e confusão.


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- Você está bem, querido?


O rapaz virou-se para ver quem o chamara. Em um dos quadros, uma moça loira com vestes estranhas acenava para ele, atrás dela, havia um homem desnudo e que tinha belas asas brancas saindo de suas costas.


- Estou bem – ele murmurou – Quem são vocês?


- Eu que pergunto - a mulher falou, olhando-o com desconfiança – Nunca o vi por aqui... E quase todos os alunos vêm nos visitar de vez em quando.


- Não gosto de vir aqui e repito a minha pergunta: quem são vocês?


- Rapazinho estressado – o homem resmungou – Eros e Psiqué... Nunca ouviu falar sobre nós?


- Talvez tenha ouvido – o sonserino ouviu os murmúrios de indignação vindos do casal.


- Deixem o garoto em paz – virando-se para outro quadro, o rapaz viu uma garota com um tipo de camisola longa e antiga debruçada sobre uma varanda, um pouco abaixo da borda, havia um garoto pendurado nas plantas que se grudavam ao muro.


- Romeu e Julieta – ele murmurou, aproximando-se do quadro.


- Isso! Todo mundo conhece Romeu e Julieta... Mas e Eros e Psiqué?!


- Fique quieta! – Julieta gritou de seu quadro antes de voltar a olhar para Tom – Podemos ajudá-lo?


- Eu não preciso de nada. Só estava passando por aqui e tantando falar com a...


- Ninguém passa por aqui sem ter um objetivo – outra garota comentou, dando um sorrisinho para ele enquanto brincava com os cachos do menino que sorria alegremente ao seu lado – Todos querem olhar para nós para pensarem um pouco em coisas românticas... Ou querem perguntar alguma coisa.


Riddle encarou a menina que havia acabado de falar. Ela, diferente das outras, parecia estar desafiando-o a contar a verdade... Ele podia percebeu isso pelo sorriso irritante que a moça tinha nos lábios e como os olhos profundos dela pareciam tentar convencê-lo a fazer alguma coisa.


- Por que vocês estão uns com os outros? – o rapaz perguntou, apontando para os quadro – Quero dizer... Eros, você é um anjo... cupido, qualquer coisa, e Psiqué é uma mortal! Julieta, você poderia se casar com Paris, mas preferiu Romeu, que, ao meu ver, é um grande idiota...


- Hey! – Romeu reclamou.


- E você... – ele olhou para a moça de olhos profundos – Eu não sei quem você é, mas tudo bem.


- Por que eu estou com ela? – o cupido perguntou – Porque eu a amo! É obvio!


Os outros concordaram, abraçando e trocando beijinhos com os seus companheiros. Tom observava tudo com um olhar de nojo.


- O que é amor?


- O que é...? Meu Deus! Amor é amor! – Psiqué deu um gritinho – É quando você quer o bem da pessoa que você ama... Você quer ficar perto da tal pessoa... Amor é amor!


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- Isso não ajuda muito – o monitor falou, irritando-se com a moça.


A garota resmungou alguma coisa para o seu parceiro e deu as costas para Riddle. O rapaz virou-se para o quadro de Romeu e Julieta, onde o casal conversava aos sussurros e olhava para ele de vez em quando.


- Amor... É quando você tem um laço tão forte com uma pessoa, que nada pode quebrá-lo – Julieta explicou, enquanto segurava as mãos do garoto que continuava pendurado em sua varanda – Nem o tempo, nem a distância é capaz de quebrar esse laço... Nem mesmo a morte.


Tom encarou o casal com uma expressão de desgosto antes de começar a rir debochadamente. Para ele, tudo aquilo que a menina havia dito não passava de um monte de besteira...


- Você ri? O que ela disse e a mais pura verdade – Romeu falou, indignado – Por que quer saber tanto sobre amor? Será que nunca amou ninguém para saber como é?


O sorriso de escárnio se apagou do rosto do rapaz imediatamente.


- Não, eu nunca amei ninguém – Riddle respondeu com a voz cheia de raiva – Me diga, ‘grande’ Romeu, quem eu haveria de amar, quando eu nunca conheci a minha mãe, meu pai sempre ignorou a minha existência e eu tenho que viver em um maldito orfanato onde todos pensam que eu sou uma... uma aberração!?


Os quadros ficaram quietos, nenhum deles se atreveu a dirigir a palavra ao sonserino... Exceto a moça de olhos profundos, que deu um sorrisinho e começou a falar.


- Eu acho que o senhor está amando – ela murmurou – Aquela garota que o senhor tentou beijar... Você a ama, não?


- Não.


- Ou você é um mentiroso ou está confuso demais para reconhecer o amor que sente por ela...


- Eu não a amo – Tom resmungou por entre os dentes.


- Você é que sabe... Mas eu continuo achando que o senhor ama aquela mocinha – a pintura sorriu de uma maneira marota – Mas, como você não quer aceitar os fatos...


- Certo, já perguntei tudo o que deveria para vocês e agora eu vou indo antes que acabe me descontrolando e destruindo todos vocês – ouviu-se alguns murmúrios de indignação por parte dos quadros.


Assim que se virou para sair do corredor, o sonserino ouviu alguém rir debochado e depois falar:


- Se você quer tanto saber, rapaz, amor é o egoísmo duplicado.


Tom virou-se e viu o mesmo senhor que havia comentado sobre o tapa que Hermione dera nele. A imagem do homem pareceu satisfeito ao ver a expressão confusa de Riddle.



****



Hermione havia chego ao dormitório já fazia algum tempo e, desde que chegara, ficara sentada no sofá, lendo o livro que Tom lhe dera de Natal. Enquanto lia, a garota ia se acalmando, chegando a quase ficar arrependida de ter batido no rapaz... Mas era só a menina lembrar da expressão arrogante do sonserino que o seu arrependimento sumia.


Quando a porta do dormitório se abriu e por ela entrou Riddle, a garota ergueu a cabeça, observou-o por alguns instantes, e logo voltou a ler o livro... Mas parecia que o monitor não queria ser ignorado, pois, sem pedir permissão, sentou-se ao lado dela no sofá e ficou encarando-a.


- Granger?


- O que foi!? – a grifinória perguntou, fechando o livro com força e olhando para ele.


- Você é uma garota...


A grifinória bufou e abaixou o livro, encarando o outro com raiva.


- Que bom que você percebeu isso, Riddle.


- Então... O que é amor? – ele perguntou com a voz baixa, sem olhar para a menina.