Alec exalou, seu braço direito pendendo frouxo ao seu lado, a flecha disparando do arco e atingindo ao demônio direto no peito. Sua pontaria, combinada com as diversas runas tatuadas em seu corpo, faziam com que errar fosse quase impossível.

Pegou uma lâmina serafim, enganchou o arco no braço e se aproximou cautelosamente do demônio que se sacudia no chão. Observou-o sumir e voltar para a dimensão de onde viera.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Olhou ao redor para se certificar de que não havia nenhum outro e abaixou-se, pegando a flecha prateada caída no chão e colocando-a de volta na aljava.

– Bela pontaria – ronronou uma voz atrás dele.

Alec levantou-se rapidamente, o arco e uma de suas flechas já preparados. Toda a rua estava iluminada – embora deserta – e o único lugar escuro era o beco a sua frente, de onde provavelmente viera a voz.

– Quem está aí? – indagou, tenso.

Olhos de gato o encararam. Mas não poderia ser um gato, não é? Afinal, gatos não têm a altura de uma pessoa – e, diga-se de passagem, uma pessoa bem alta.

Um rosto moreno apareceu, a luz refletindo nos olhos estranhos e no glitter dos cabelos espetados.

Feiticeiro. O belo homem era um feiticeiro, disso Alec não duvidava.

– Ainda não respondeu minha pergunta.

O estranho deu um sorriso triste que – o shadowhunter não sabia por que – o fazia lembrar-se de um dia de neve.

– Eu me chamo Magnus. Magnus Bane. Não o culpo por ter se esquecido de mim, afinal quando nos conhecemos era muito novo, uma criança ainda.

– Eu o conheci? – Alec não conseguia acreditar que havia se esquecido daquele feiticeiro. Como poderia esquecer alguém tão bonito? Claro, como era criança aquilo não lhe teria chamado atenção, provavelmente.

– Sim, conheceu. E me ajudou muito. Então soube que você havia sobrevivido aos seus primeiros anos lutando contra demônios e decidi agradecê-lo novamente e deixar bem claro que, se precisar de algo, estarei à disposição.

– Obrigado, eu acho.

Magnus riu.

– Você já pode apontar essa flecha para outro canto que não seja o meu lindo rosto.

– Lindo mesmo – comentou Alec, sem pensar. Assim que percebeu a gafe que cometera, ficou vermelho feito tomate.

Magnus riu.

– Agradeço o elogio completamente verdadeiro. Mas agora preciso infelizmente me despedir de você. Tenho assuntos a tratar e certamente seu amigo e sua irmã devem estar procurando-lhe.

O garoto assentiu e assistiu quando, novamente, o feiticeiro mergulhava nas sombras, só para ser coberto por faíscas azuis e então...

BAM! Magnus havia sumido.

Ele ficou paralisado, a boca aberta, enquanto encarava o beco novamente escuro.

E ainda estava assim quando Jace e Izzy o encontraram, reclamando do fato de ele ter se afastado demais para ir atrás do demônio.

Alec pediu desculpas e os seguiu até o Instituto, seus pensamentos ainda presos em um certo feiticeiro de olhos de gato.