A Menina de Olhos Cinzentos II

Travessa do Tranco


Desaparecimentos, acidentes estranhos e até mortes estavam acontecendo no mundo bruxo. As coisas começaram a piorar cada vez mais para todos, parecia que nada mais era seguro como antes.

No aniversário de dezesseis anos de Harry, meu tio Lupin deu o ar da graça de aparecer. Mas não sei se foi uma boa coisa ele vir, seus relatos espantosos sobre o assunto de desaparecimentos era sem duvida arrepiantes e eu não gostava daquilo. E sua aparência assustava um pouco, parecia magro e deprimido, os cabelos castanhos fartamente embranquecidos, suas roupas mais amarrotadas e bastante remendadas. Eu nunca tinha visto meu tio assim. Perguntei se estava tudo bem com ele, mas como sempre a resposta era o silencio e um simples sorriso, que significava que estava tudo bem. Mas eu sabia que não.

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Conheci Gui Weasley pela primeira vez, ele era uma boa pessoa, como todos os irmãos era ruivo e possuía sardas, ela muito simpático comigo e me lembrava as vezes os gêmeos.

No dia seguinte a sombria festa de aniversário, chegaram cartas de Hogwarts e as listas de material escolar. Harry quando abriu sua carta um sorriso enorme veio junto.

– Harry o que ouve? – pergunto curiosa.

– Eu fui nomeado como capitão de quadribol da Grifinória.

– Aí meu Deus que demais!.- exclamo.

– Isto equipara você aos monitores! — exclamou Hermione alegre.- Agora vai poder usar o nosso banheiro particular e todo o resto!

– Obrigada pela exclusão.- digo e Hermione ri.

– Eu me lembro de quando Carlinhos usava um desses.- disse Rony examinando, satisfeito, o crachá.- Harry, que legal, você vai ser o meu capitão, se me deixar voltar ao time, imagino...

– Bem, acho que não podemos adiar mais a ida ao Beco Diagonal, agora que receberam as cartas.- suspirou a Sra. Weasley, passando os olhos pela lista de Rony.- Iremos no sábado se o seu pai não precisar, outra vez, ir trabalhar. Não quero ir sem ele.

– Mamãe, a senhora acha sinceramente que Você-Sabe-Quem vai estar escondido atrás de uma estante na Floreios e Borrões?.- falou Rony rindo.

– Fortescue e Olivaras saíram de férias, não foi? — respondeu a Sra. Weasley se irritando mais uma vez.- Se você acha que a segurança é motivo para risadas, pode ficar em casa que eu mesma compro o seu material.

– Não, eu quero ir, quero ver a loja de Fred e Jorge!.- Rony interrompeu-a rapidamente.

– EU TAMBÉM.- grito alto para que ela possa me ouvir.

Fred e Jorge havia aberto uma loja no Beco Diagonal, as Gemialidades Weasley, com seus produtos bem loucos. Eu estava louca para ir lá e ver como eles estavam e como era a loja.

– Então guarde as suas opiniões para si mesmo, rapazinho, antes que eu decida que é imaturo demais para ir conosco! E isso se aplica à volta a Hogwarts também!

– Caracas, não se pode mais nem brincar nesta casa.- reclamou Rony.

Nos dias que se seguiram, Rony tomou cuidado para não falar levianamente de Voldemort. O que achei muito sensato de sua parte, pois se Sra. Weasley não nos deixasse ir comprar nossos matérias e ver a loja de Fred e Jorge eu iria acabar com Rony.

(.....)

O sábado amanheceu sem outros ataques da Sra. Weasley, embora ela parecesse muito tensa ao café da manhã. Gui, que ia ficar em casa com Fleur (para grande alegria de Hermione e Gina), passou uma bolsa cheia de dinheiro para Harry.

– E cadê o meu?.- perguntou Rony, na mesma hora, de olhos arregalados.

– Já está com o Harry, idiota — replicou Gui.- Saquei do cofre para você, Harry, porque está levando cinco horas para o público acessar os depósitos em ouro, tão rigorosas estão as medidas de segurança. Dois dias atrás, enfiaram, vocês sabem onde, um honestímetro no Arkie Philpott, bem, confiem em mim, assim foi mais fácil.

– Obrigado, Gui.- disse Harry, embolsando seu ouro.

– Ele é sempre tam atenciose.- ronronou Fleur com ar de adoração, acariciando o nariz de Gui. Gina fingiu que vomitava na tigela de cereal por trás de Fleur e eu soltei sem querer uma risada. Harry se engasgou com seu cornflakes, e Rony deu-lhe tapas nas costas.

Fazia um dia nublado e escuro. Um dos carros especiais do Ministério da Magia, estava aguardando à frente da casa.

– Que bom que papai pode requisitar carros outra vez.- comentou Rony grato, espreguiçando-se com prazer enquanto o carro saía suavemente d’A Toca, eu não tinha experiências boas com carros, especialmente quando Rony estava neles.

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Gui e Fleur acenavam da janela da cozinha. Eu, Rony, Harry, Hermione e Gina estavam confortavelmente acomodados no largo banco traseiro. Bom eu não, tive que ir no colo de Harry porque todos se recusaram a me dar espaço. Acreditem em mim quando eu digo que não foi nada confortável para nós dois.

Fiquei olhando a paisagem no carro enquanto escutava Sr. Weasley nos dizer que íamos com reforços para o Beco Diagonal, ou seja um batalhão de aurores por causa de Harry.

– Chegamos.- anunciou o motorista, após um tempo surpreendentemente rápido.- Tenho ordens de esperar pelos senhores, têm idéia do quanto tempo vão demorar?

– Umas duas horas, espero — respondeu o Sr. Weasley.- Ah, que bom, ele está aqui!

Olhei para a janela e eu quis saltar para dar um abraço bem grande em Hagrid. E também para sair do modo constrangedor que eu e Harry estávamos.

– Harry! - trovejou ele, arrebatando o garoto num abraço de moer os ossos, no momento em que Harry desceu do carro.- Bicuço, quero dizer, Asafugaz, você devia ver Harry, está tão feliz de voltar ao ar livre...

– Que bom que está feliz.- respondeu Harry, rindo e massageando as costelas.- Mas a idéia inicialmente foi de Susie.

– Muito obrigada Susie, você pode ir visitá-lo todos os dias.

– Obrigada Hagrid.

Fomos por dentro do Caldeirão Furado, eu nunca estive lá, mas tinha uma aparência triste. Atravessamos o bar e fomos para um pequeno pátio frio nos fundos. Hagrid ergueu seu guarda-chuva cor-de-rosa e deu uma pancadinha em um certo tijolo no muro, que instantaneamente se abriu em arco, revelando uma tortuosa rua de pedras.

Nós atravessamos o Beco e eu senti um grande arrepio e dor. O Beco Diagonal mudara. Os arranjos coloridos e brilhantes nas vitrines exibindo livros de feitiços, ingredientes e caldeirões para poções estavam ocultos por grandes cartazes do Ministério da Magia. A maioria, sombria e roxa, era uma versão ampliada dos panfletos sobre segurança que tinham sido distribuídos pelo Ministério durante o verão, mas outros continham fotos animadas em preto e branco dos Comensais da Morte que se sabiam estar foragidos. Bellatrix Lestrange sorria desdenhosamente na fachada do boticário mais próximo. Eu tive um grande desejo de arrancar o cartaz, mas não podia me dar ao luxo de fazer isso. Algumas vitrines estavam fechadas com tábuas, inclusive a da Sorveteria Florean Fortescue. Em contraposição, tinham surgido várias barracas de aspecto miserável ao longo da rua.

Eu, Hagrid, Rony, Harry e Hermione fomos até Madame Malkin, enquanto Gina fora com seus pais até o Floreios e Borrões.

Muitas pessoas que passavam por nós tinham a mesma expressão mortificada da Sra. Weasley, e que ninguém mais parava para conversar, os compradores se mantinham em grupos coesos, absortos em seus próprios afazeres. Aparentemente ninguém estava fazendo compras sozinho.

– Acho que vai ficar meio apertado lá dentro com todos nós.- falou Hagrid, parando à porta da Madame Malkin e se abaixando para espiar pela vitrine.- Vou ficar de guarda aqui fora, esta bem?

Todos nós concordamos e entramos na loja.

–...não sou criança, caso a senhora não tenha reparado, mãe. Sou perfeitamente capaz de fazer minhas compras sozinho.

Ah não, ele não.- pensei.

– Bem, querido, sua mãe tem razão, ninguém deve ficar andando por aí sozinho, não é uma questão de ser ou não criança.

– Vê se olha onde está enfiando esse alfinete!

Demorou um pouco para eu perceber que eu estava no mesmo lugar que ele. Eu me mantinha bem atrás de Hermione, acho que tentando me esconder.

Demorou um pouco para ele notar Harry, Rony, Hermione e a mim, refletidos por cima do seu ombro. Seus olhos cinza-claro se estreitaram.

– Se você queria saber a razão do mau cheiro, mãe, uma Sangue-Ruim acabou de entrar.- disse Draco Malfoy.

– Acho que não há necessidade de falar assim! — disse Madame Malkin, saindo ligeira de trás da arara, segurando uma fita métrica e uma varinha.- E também não quero ninguém empunhando varinhas na minha loja!.- acrescentou, olhei para Harry e Rony, eles já estavam com suas varinhas em mãos.

Ele está me provocando.

Ele sabia que eu não gostava quando ele brigava com meus amigos e chamava Hermione de coisas assim, ele queria que eu tivesse alguma reação.

Por que eu não tive?.

Hermione, que estava um pouco atrás, sussurrou:

– Não, não façam nada, sinceramente, não vale a pena.

– É, como se vocês se atrevessem a usar magia fora da escola.- debochou Malfoy.- Quem lhe deu o olho roxo, Granger? Quero mandar flores para eles.

Hermione a alguns dias estava no quarto dos gêmeos mexendo em uma de suas coisas e acabou sem querer se machucando, ficando assim com um dos olhos roxos. Mas nada que possa chamar tanta atenção. Bem, eu achava.

– Agora basta!.- disse Madame Malkin energicamente, olhando por cima do ombro era busca de apoio.- Madame, por favor...

Narcisa Malfoy, a mãe de Draco, saiu de trás da arara de roupas.

– Guardem isso — disse friamente para Harry e Rony.- Se vocês atacarem o meu filho outra vez, vou garantir que seja a última coisa que farão na vida.

– Verdade?.- retrucou Harry dando um passo à frente e observando o rosto ligeiramente arrogante da mãe de Draco, mesmo pálido, ainda lembrava o da irmã Bellatrix. Ele estava da altura dela agora. Eu sabia que não ia acabar bem.- Vai mandar uns coleguinhas Comensais nos matar, vai?

Madame Malkin soltou um guincho e levou as mãos ao coração.

– Francamente, você não devia fazer acusações...dizer uma coisa perigosa dessas... Guardem as varinhas, por favor!

Mas Harry não baixou a varinha. E Narcisa Malfoy deu um sorriso antipático.

– Estou vendo que o fato de ser o favorito de Dumbledore lhe deu uma falsa sensação de segurança, Harry. Mas Dumbledore não estará sempre aqui para protegê-lo.

Harry correu os olhos por toda a loja com um ar zombeteiro.

– Uau... quem diria... ele não está aqui agora! Então, por que não experimentar? Talvez lhe arranjem uma cela de casal em Azkaban para fazer companhia ao perdedor do seu marido!

– PAREM, HARRY PARA.- gritei, não sei como, mas eu gritei, não sei como consegui tirar tanto fôlego mas eu gritei.

Todos me olham espantados e surpresos, mas o único que parecia normal era Draco.

Malfoy fez um movimento agressivo em direção a Harry, mas tropeçou nas vestes muito longas. Rony soltou uma sonora gargalhada, mas eu não havia achado graça.

– Não se atreva a falar com a minha mãe assim, Potter!.- vociferou Malfoy.

– Tudo bem, Draco.- disse Narcisa segurando o ombro do filho com os dedos finos e pálidos.- Prevejo que Potter irá se reunir ao querido Sirius antes de eu me reunir ao Lúcio.

Eu tive vontade de estapeá-la naquele momento, mas ela estava se dirigindo a Harry e não a mim. Mas ela falou dele, ela disse.

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Harry ergueu sua varinha mais alto. E eu saí de trás de Hermione com os punhos serrados, e com a mão no bolso já indo pegar minha varinha. Mas Rony me segurou por uma das mãos.

– Harry, não!.- gemeu Hermione, agarrando o braço do amigo e tentando baixá-lo.- Pensa...você não deve...vai se meter em uma encrenca...Susie você também!

Quando Rony me largou eu sai da loja, eu precisava sair dali. Fugir, eu sabia fugir. Eu precisava sair dali.

Hagrid me chamou várias vezes mas eu não respondi em nenhuma delas, eu apenas ignorei. Enquanto eu caminhava sozinha, abraçando meu corpo tentando tirar aquela sensação de desistência de mim uma vitrine me chamou atenção como uma queima de fogos. Transeuntes, acho que como eu, distraídos olhavam por cima do ombro para as vitrines, e alguns muito espantados chegavam a parar, petrificados. A vitrine da esquerda ofuscava a vista tal a variedade de artigos que giravam, espocavam, piscavam, quicavam e gritavam. A vitrine da direita estava tomada por um gigantesco cartaz, roxo como os do Ministério, mas enfeitado com letras amarelas pulsantes.

Para que se preocupar com Você-Sabe-Quem?

DEVIA mais era se preocupar com

O-APERTO-VOCÊ-SABE-ONDE

a prisão de ventre que acometeu a nação!

Entrei na loja e me espantei com o lugar, aquilo era muito mágico, me fazia sorrir e era aquele tipo de coisas que eu sentia falta do gêmeos.

– Susie é você?

– FRED!.- eu me joguei em cima de Fred o abraçando e logo depois Jorge, eles me olhavam como se eu fosse uma pessoa que eles nunca haviam visto na vida.

– Baixinha é você, o que ouve com seu cabelo?

– Nossa, eu também senti falta dos dois e...- Fred me pega na colo e eu começo a rir.- FRED ME COLOQUE NO CHÃO!

– Então baixinha como anda as coisas? Como sempre mais gata!.- Jorge comenta e eu coro.

– E como eu sempre digo, ela é minha.- Fred rebate fazendo o outro gêmeo bufar mas me dá uma piscadela.

– E como eu sempre digo, senti falta de vocês.

– Então é isso, bem vinda a nossa loja.- Fred me coloca no chão.- Gemialidades Weasley a seu dispor.- ambosfazem uma reverencia que me faz rir.

– Isso é tudo tão incrível, nem acredito que deu tudo certo pra vocês, metade do beco está fechando as portas.

– Por isso abrimos, as pessoas estão precisando rir ultimamente.- Jorge diz.

– Eu quero conhecer a loja!

– Madame.- ambos os irmão me fazem segurar seus braços, um de cada lado, faço uma reverencia meio desajeitada fazendo ambos rirem.

A loja estava realmente lotada cheia de fregueses. Empilhadas até o teto estavam o kit Mata-Aula que os gêmeos tinham aperfeiçoado no ano em que abandonaram Hogwarts, sem concluir o curso, Nugá Sangra. Havia latões cheios de varinhas de brinquedo. Caneta-Tinteiro, Auto-Revisora e Resposta-Esperta. Entre outras coisas super legais.

– Eu amei esse lugar, se eu pudesse vinha trabalhar aqui com vocês pelo resto da minha vida.

– As portas estão sempre abertas baixinha.

– Bom agora já pode escolher seu presente

– M-Meu presente? Do que estão falando?.

– Em primeiro lugar, nem pense em nos enganar, sei que faz aniversário em abril...

– E nunca contou nada pra gente.- Jorge faz uma cara de ofendido que me faz rir.

–...e em segundo lugar estamos apenas dando um presente pois sabe baixinha, adoramos você.

– Fred, Jorge, vocês são demais!

Fred e Jorge me entregam tudo possível para eu me safar das aulas de Hogwarts, desde o Kit Mata - Aula desde suas novas invenções, os dois me explicam como usá-las e eu fico tão feliz de voltar a falar com aqueles meus amigos que nem presto atenção direito quando me dão licença um instante e quando vejo para onde estão indo perco um pouco de meu sorriso. Hermione, Rony, Harry, Gina, acabaram de entrar na loja junto de senhor e senhora Weasley. Eles provavelmente iam me encher de perguntas e Harry provavelmente iria quer tirar satisfação.

Então eu saio da loja com as coisas em mãos, vejo Hagrid na saída e peço para ele segurar minhas coisas, mas desta vez ele me para:

– Susie, do que está fugindo?

– Atualmente, de tudo.

Hagrid provavelmente deve ter ficado triste com minha frieza, mas eu apenas queria ir embora e evitar mais conflitos.

– Mãe eu posso fazer isso sozinho.

– Draco, você é apenas uma criança...

Me escondo rapidamente quando as vozes se aproximam. O mais perto era atrás e um muro. As vozes de Narcisa e Draco foram diminuindo a medida que eu dava alguns passos. Ambos estavam nervosos. E era obvio que eu iria segui-los.

Não havia me dado conta ainda que estava na Travessa do Tranco, ainda não tinha ido aquele lugar, mas havia pessoas estranhas, sem contar os cartazes de procurado de um tal de Ferir Greyback, que se não me falha a memória era um lobisomem. O lobisomem que havia mordido meu tio Lupin.

Uma mão envolve minha cintura e outra minha boca, me impedindo de gritar ou correr, me debato bruscamente e pego minha varinha com pressa, mas a mão solta minha cintura rapidamente e pega minha varinha, sem hesitar consigo me livrar das mãos e quando me viro já pronta atacar me deparo com Harry, Rony e Hermione.

– Vocês piraram?.- faço movimentos como se estivesse gritando mas todos estávamos falando baixo.

– Me desculpe Susie, mas acho que não é a única que está seguindo o Malfoy.

– Vimos ele vindo nessa direção e Harry ficou com neura.- Hermione diz.

– Falem baixo os três e vamos logo.- Harry pega minha mão e me puxa com força.

Solto minha varinha de sua mão bruscamente e Harry me xinga baixinho, não me importo com isso, apenas voltamos a seguir os Malfoy.

– Vamos nos esconder por de baixo da capa.

– Mas só cabem três.

– Eu vou dar um jeito.

– Eles estão indo em direção a Borgin & Burkes, nos vemos lá.- quando Hermione acaba de falar os três se colocam em baixo da capa de Harry e vão andando em direção a loja.

Olho para os lados sem saber o que fazer, então penso em uma maneira rápida de ir encontrá-los sem ser vista. Essa era uma das vantagens de ser uma metamorfomaga.

Penso em uma mulher de olhos azuis e cabelos loiros com um rosto redondo, e em poucos minutos meu cabelo fica loiro. Não era tão difícil fazer isso, por causa das aulas de Tonks eu conseguia fazer algumas coisas.

Ando pela Travessa do Tranco como alguém qualquer, quando chego perto da Borgin & Burkes dou a volta pela loja e encontro Hermione.

– Aí meu Deus, meninos vamos embora.- a mesma começa a se desesperar mas seguro sua mão e ela me encara quando eu falo:

– Esperem, esperem, sou eu a Susie.

– Susie? – Hermione quase grita, mas eu coloco a mão em sua boca, ela esta me olhando boquiaberta, quando tiro minha mão ela pergunta baixo.- Como você fez isso?

– Metamorfomagia esqueceu?.

– Se não fosse pela voz e as roupas eu não teria reconhecido você.

– Vamos, subir! – Rony estende a mão para Hermione subir em cima de um caixote.- Quem é ela?

Balanço a cabeça sorrindo e penso em voltar ao normal, mas claro com meu cabelo curto. Quando olho para cima novamente Rony está surpreso.

– Susie, você é demais.- o ruivo exclama.

Depois que Rony ajudou Hermione a subir para cima do detalhado, foi a minha vez, não foi tão difícil, mas o lugar era bem alto. Eu estava apoiada ao lado de Rony e meus pés sobre uma telha quebrada.

A nossa frente havia uma varanda da loja Borgin & Burkes, pela grande janela dava para ver algumas pessoas lá dentro, Draco e sua mãe. A mesma sussurrava alguma coisa para o filho enquanto o mesmo mantinha a cabeça baixa. Todos em volta estavam de preto, alguns até mesmo encapuzados.

Aquilo era uma cerimônia de iniciação.

Cubro minha boca com uma de minhas mãos para não soltar um grito. Em seguida todos nós nos assustamos quando alguma das figuras aparece a nossa frente sobre a varanda. Abaixo minha cabeça mas perco o equilibro e escorrego para fora do detalho, fecho meus olhos rapidamente esperando meu corpo bater e provavelmente algum osso meu quebrar sobre o asfalto. Mas isso não acontece.

Eu estava flutuando a poucos centímetros do chão, aquilo era incrível. Mas meu momento mágico acabou em poucos segundo quando eu finalmente cheguei ao chão, mas sem dano algum.

– Susie, você está bem?

– Estou.- respondo um pouco fraca.

– Meu Deus, se eu não tivesse pensado rápido no Aresto Momentum você estava perdida.

– Obrigada Hermione.

– Vem vindo alguém, Susie se esconda.

Mas já era tarde, dois Comensais vieram pra cima de mim já com suas varinhas em mãos. Agradeci por Hermione, Rony e Harry já terem se escondido por de baixo da capa de invisibilidade.

E como sempre eu corri.

– BOMBARDA.

O chão bem atrás de mim explodiu e os Comensais caíram no chão.

Logo a minha frente havia um beco bem pequeno, me escondi lá por dentro da várias caixas abandonadas. Eu tive vontade de gritar quando vi dois ratos passando em minha frente. Coloquei minha varinha no bolso e respirei fundo, esperando os passos ecoantes de pés correndo irem embora.

– Pra onde será que a Black foi? - um dos Comensais rugiu.

– Aquela garota é doida, com aquele feitiço ela chamou atenção demais.

– O que estão fazendo aí seu imbecis?.– aquela voz.- Não precisamos da Black, temos que ir embora.

– Draco acalme-se.

– Não mãe, eles quase estragaram tudo.- desta vez o Malfoy grita.

– Foi aquela tal de Susie Black, filha de Sirius, nós a vimos.

– Não precisam mais ficar aqui, eu e Draco cuidaremos de tudo caso avistemos alguém ou essa menina, podem ir.

Prendi minha respiração por alguns minutos e segurei minha varinha com mais força quando escutei os Comensais irem embora e a voz de Draco e de sua mãe voltarem a falar.

– Filho, acha que essa tal de Susie irá nos causar problemas?.- pergunta Narcisa Malfoy.

– Não, ela não.

– Você disse que ela era importante pra você, espero que isso seja verdade.

– Ultimamente mãe, não sei o que é mais importante para mim. Ela não é mais importante.

Senti meu peito doer como nunca antes.

Todos os chutes, todos os feitiços, nada se comparava aquela dor insuportável.

Draco Malfoy acabara de destruir o resto de esperança e vida que eu tinha dentro de mim.

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