As Cartas Malditas
Capítulo 1 - um passado triste
Inglaterra
Fazia calor. Uma brisa agradável mexia as cortinas da elegante sala, decorada em tons de vermelho escuro e preto, em um ambiente acolhedor embora moderno.
Eriol olhava o céu pensativo. Em alguma parte do apartamento, escutava o cantarolar de uma música, que Nakuru cantava há dias sem parar. Uma música de amor. Apressada, derrubava alguns objetos. Precisava voltar logo.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Voltou-se para a sala. Sobre a mesa algumas correspondências. Ao olhar com calma, viu uma letra conhecida...
“Sakura”. Ela fazia questão de escrever. “Escrita transmite mais sentimentos bons, mais carinho...”, foi a justificativa. Abriu e não pode deixar de sorrir. Ali em suas mãos uma carta e outro envelope, em papel luxuoso.
“Eriol, estou lhe mandando o convite de casamento de Chiharu Mihara e Takashi Yamazaki. Ele faz questão de te convidar, mas pediu que eu mandasse a você o convite porque, segundo ele, os alienígenas querem impedir o casamento deles. Tudo porque o Império Galáctico não aprova casamentos sem o selo interplanetário. Então estou te mandando escondido, ok? Tchauzinho!!! Ou melhor, Good Bye!!
E embaixo uma observação:
“Já sei que o Yamasaki falou é mentira...ai ai ai!!!! Chiharu pede desculpas, tá?”
Gargalhava ao terminar de ler. Spinel Sun entra e fica espantado.
- Há quanto tempo você não ria assim, Eriol! Notícias boas chegaram!
- Avise Nakuru que preciso falar com ela. Vou viajar.
- E para onde?
- Japão.
- Neste caso, se ver Kerberos, entregue um presentinho a ele por mim – e sorriu malévolo. Ia pregar uma peça nele daquelas – ele adora doces...
- Sim. Vá depressa.
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Anos passam muito rápido. Mesmo para quem conseguia, em outra época, controlar a carta Tempo.
Enquanto observa pela janela do avião as nuvens e o azul do céu, lembrou-se do que tinha passado.
Eriol agora contava em sua nova reencarnação 19 anos. Ficara alto, bem proporcionado e muito bonito. Deixara os cabelos crescerem, como usava na época que era o Mago Clow.
Depois que Sakura conseguiu vencer seus poderes, voltara à Inglaterra, com Nakuru, Spinel e Kaho. Vivera muito feliz com eles, em um apartamento antigo, porém muito confortável.Kaho continuara a estudar e se aprimorar. Mas e ele, a reencarnação de um mago poderoso? Que precisava aprender?
Resolveu refletir sobre o que precisava aprimorar em si mesmo. Era um ser humano, devia se esforçar para compreender o espírito da vida. Viajou. Passou a compor melodias, escrever poemas e contos. Um dia, aos 18 anos, desejou que viessem a público, e se tornou famoso.
Estranho. Para ele era tão estranho e fascinante ver outras pessoas conversarem com ele, relatando emoções que tiveram ao ler ou ouvi-lo. Que estavam admiradas, pois ele era tão novo. E à medida que o tempo foi se passando, mais famoso ficaria. Mais pessoas o aclamavam.
Mas seu espírito ficara mais sombrio. Por causa do passado.
Embora fosse poderoso, era um garoto, um rapaz jovem. E Kaho, que o amava, era uma mulher. E como mulher tinha seus desejos. Queria uma família, filhos, um sobrenome. Casa, cachorros, jardins. Ir ao mercado, ao parque. Vida comum. Rotina.
Ele não poderia dar-lhe nada disso. Preso ao corpo em que estava, via a tristeza em seus olhos. Quanta vez viu-a olhar para carrinhos de bebê sendo levados por mães orgulhosas, e chorava? Ou casais abraçados? Ela amava loucamente, mas não podia resistir ao desejo maior que havia em si. E se condenava, se culpava, chorava às escondidas. Ele se amaldiçoava por causa disso. Como prendê-la neste amor doentio? Ela estava ficando doente. Ele ficava louco, pensando em que fazer. Esperar até crescer, virar um homem? Seria justo com ela?
Um incidente o fez tomar uma atitude enérgica.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Andavam juntos uma noite, quando uma funcionária da biblioteca passou por eles.
- Good evening miss Kaho! A mulher aproximou-se.
- Good evening miss Elisa! Bom revê-la!
- Digo o mesmo – e olhando para Eriol, que contava 15 anos – e este jovem tão belo? É seu irmão?
Kaho corou violentamente e balançou a cabeça negando. Eriol sorriu e cumprimentou a jovem dama com um beijo na mão.
- Me chamo Eriol. Eriol Hiiragizawa.
- Prazer em conhecer você – e olhando para Kaho – que rapaz de educação nobre! Admira-me ver rapazes tão educados assim! Se não é seu irmão, ou parente, deve ser seu discípulo ou protegido. Só poderia ser você a educar tão refinadamente!
Eriol percebeu a vergonha de Kaho e respondeu firme:
- Acertou em cheio, lady Elisa. Miss Kaho é minha tutora.
- Que maravilha! – sorriu ao rapaz – quando tiver oportunidade, venha a minha casa! Meus irmãos e minhas irmãs são jovens e muito alegres. Vai adorar conhecê-los!
- Com certeza. Agradeço humildemente.
- Então esperamos vocês! Até breve! – disse Elisa, afastando-se.
Kaho não dissera palavra. Enorme era seu constrangimento.
Naquela noite, após o jantar, Eriol puxou uma cadeira e se sentou de frente para ela.
- Kaho...
- Eriol...eu...sinto muito...eu...devia...
- Não.
Ela parou assustada. Ele então disse, com firmeza.
- Deve parar de tentar esconder os fatos, Kaho. Eu sou um rapaz. Você é uma bela mulher. Deve fazer o que seu coração manda. Eu não posso dar-lhe o que você necessita com tanto desejo.
Ela se segurava para não chorar. Ele continuou:
- Eu pretendo fazer uma viagem longa. Por todos os países, todos os lugares. E vou sozinho. E você não deve me esperar.
Kaho abriu a boca em protesto. Ele prosseguiu:
- Quero que encontre um amor de verdade Kaho. Eu a amo, mas prefiro perde-la a vê-la sofrer. Encontre um homem a sua altura e seja feliz. Por favor.
Ela começou a chorar. Sem parar. Não conseguia controlar-se.
- Eriol, eu amo você. Como vou ficar longe de você????
- Mas eu não quero mais este amor. Faça o que te peço.
E saiu da sala, segurando-se para não se emocionar. Ia deixá-la.
CONTINUA...
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