Tomodachi No Kiochi

Amizade: Marina Arruma uma briga


– Filha? Você está se maquiando para ir para a escola? - Minha mãe se espantou ao me ver passando batom.
– Mãe é só batom! - Eu revirei os olhos.
– Você diz que não gosta de usar batom! - Minha mãe insistiu. - Tem algum motivo para que você passe batom?
– Tem! Eu estou com vontade! - Eu levantei um pouco a voz. - Eu estou passando batom só porque estou com vontade! O que há de errado nisso?
– Filha... - Minha mãe ia falar alguma coisa, mas se lembrou que seria inútil. - Ah está bem Marina. Só não demore ok?
Eu assenti e ela foi embora. Não queria falar daquele jeito com a minha mãe, mas não queria falar para ela o que eu estava sentindo. Admitir que estava apaixonada era embaraçoso.
Entrei no ônibus e sentei-me no último banco como sempre fazia. Vanessa, que estava sentada no banco na frente do meu, se espanto a me ver usando batom, mas não falou nada. Fiquei esperando ansiosamente para que chegássemos a casa de Pedro logo.
– M-marina? - Pedro se sentou ao meu lado normalmente. - Você fica bem de batom! - Eu corei. É claro que estava esperando um elogio dele, mas era embaraçoso quando ele me elogiava.
– Obrigada! - Eu disse com a voz baixa.
Durante algum tempo fomos em silêncio, o que me deixava mais constrangida era que ele estava olhando para mim.
– Hum... Você vai cantar hoje? - Pedro quebrou o silêncio.
– Não sei. - Eu olhei para ele.
– Eu gostaria que você cantasse! - Ele corou. - Sua voz é bonita!
– Obrigada! - Eu continuei olhando para ele, mas precisamente para seus olhos azuis, acho que corei ainda mais.
Fomos em silêncio até chegarmos na escola. Eu entrei e fui ao banheiro das meninas, me olhei no espelho e retoquei meu batom. Nunca tinha feito aquilo antes.
Quando eu estava saindo do banheiro esbarrei em uma menina, ela estava com mais duas meninas. Eu a reconheci na hora, ela era uma das meninas que estavam com aqueles garotos que eu bati antes.
– Ah você! - Eu me levantei.
– Humpf, derruba as pessoas e nem pede desculpa, cade seus modos? - Uma de suas amigas resmungou enquanto a levantava.
– Não precisa Ju! Essa aí não deve receber educação! - Ela me empurrou ao tentar passar.
– Essa aí é sua mãe! Eu recebo educação sim, mas sei com quem usá-la! - Eu virei para trás e puxei a gola de sua jaqueta branca.
– Olha aqui menina, meu pai é um executivo muito importante! - Eu se virou para mim e fez cara de nojo. Eu conhecia o pai dela, não era tão rico assim.
– Meu pai é muito mais rico que o seu! - Eu fiz uma cara de nojo pior que a dela. - Você sabe disso!
– É tão rica e não tem senso de moda! Olha isso. - Ela começou a rir das minhas roupas e suas amigas riram junto. Eu queria derrubar as três com um só golpe, mas isso me traria problemas.
– E você? Sua blusa é da coleção de inverno do ano passado e sua jaqueta GUCCI é de três anos atrás. Pelo menos as minhas roupas são feitas apenas para mim! - Eu disse pegando um cartão na minha mochila, era o cartão do meu confeccionista. - Toma, liga para ele, quem sabe ele não dá um jeito em você?
Sim, eu entendia muito bem de moda. Minha tia era uma estilista e sempre me mostrava as coleções novas dela e de outros estilistas. Minha memória era boa, por isso me lembrei disso. Quando eu falei aquilo, suas amigas a olharam com desprezo e deram um passo para trás.
– Pelo menos sou bonita e não saio batendo em todo mundo! - Ela rasgou o cartão que eu joguei nela. - E você? Não é bonita! É muito impulsiva, é fria, não tem amigos, quem gostaria de namorar uma garota assim?
– Eu! - Pedro chegou no lugar. - Eu adoraria namorar uma garota como a Marina.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!