As Manias De Cada Um!

Eulogomania


Com um coração gentil e sempre disposto a ajudar, Brasil, conhecido como Luciano da Silva entre os humanos, era um típico brasileiro.

Como qualquer outra pessoa, gostava de receber elogios, no entanto, também gostava de elogiar os outros.

Afinal, há melhor maneira de animar alguém, aumentar a autoconfiança ou ainda corrigir um erro?

Contudo, Luciano tinha um problema: várias pessoas do seu povo não gostavam do governo brasileiro e, consequentemente, não gostavam do Brasil.

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E isso, deixava o próprio desanimado.

– Porque andas aí a suspirar? – questionou Afonso, que lia Os Maias; ele decidira ficar alguns tempos em casa da ex-colónia (afinal, a situação da TAP poderia piorar após da venda).

– É que quando estava vindo para cá, passei por uma manifestação e uma pessoa comentou que preferia estar morando em outro país… - suspirou novamente.

– Sei como é. – informou o português.- Mas lá no fundo, o teu povo gosta de ti!

– Como você tem tanta certeza? – Luciano perguntou.

– Ora, o meu povo tem Portugalite!

Luciano arqueou a sobrancelha. Portugalite? O que é isso?, questionou ele, na sua cabeça. Quando ia perguntar, no entanto, não conseguiu formular nenhuma frase. Saiu, meramente, isso:

– Ãh?

– É uma doença que afeta a todos os portugueses logo que entra em contacto com Portugal.

– Do que você ‘tá falando? – o brasileiro ficou confuso com a explicação do seu ex-tutor. O português riu baixo. Ele tinha perdido a cabeça?

– A Portugalite é uma inflamação nervosa que faz o sujeito estar sempre a dizer mal de Portugal. Só que, o problema aqui não é odiar Portugal; é, contudo, deles amarem tanto que odeiam o facto de não conseguirem deixar de amar.

– Isso pareceu um pouco narcisista, Fonfon…

– Sério? – Afonso questionou, pensando bem que palavras usou. Corou logo a seguir. – Ah, qual o problema de querer que os meus portugueses me amarem como país?

– Nenhum, acho.

O brasileiro começou a gargalhar, sendo acompanhado pelo mais velho. Este último, com um sorriso acanhado, perguntou:

– Estás melhor?

– Eh?

Foi só então que Luciano reparou que estava a rir; o desânimo anterior tinha desaparecido como por magia. Afonso acariciou o cabelo castanho do mais novo.

– Tu és um rapaz espetacular! Não te preocupes com isso!

Os olhos castanhos arregalaram-se, com entusiasmo, ao ouvir aquele elogio.

Sim, elogios são feitos para animar as pessoas. Tinham um motivo de existência nobre – e era por isso que Luciano amava alegrar os outros com elogios.

Menos ao Martín. Ele não merecia (se bem que às vezes não faria mal falar bem dele… Só às vezes!).

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.