A Pequena Lady De Ferro

Cavalgadas pelo Velho Oeste


JULIE

Querido diário, hoje eu devo ter dado mais uma de minhas típicas recaídas ao chorar por alguém que já morreu. O problema é que minha mãe sempre disse que meu pai não queria saber dela quando soube que estava grávida, mas agora eu estou de férias e só tenho que aproveitar. Só espero que minhas férias sejam boas, pois afinal são três meses de férias que passam depressa. Ou será que não?

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Eu e minha mãe morávamos em um apartamento no Texas e por aqui havia vários currais e todo fim de semana eu adorava ir para lá. Eu podia ir sozinha já que Austin não era tão perigoso assim e era há 10 minutos de casa. Brad iria comigo, afinal.

— Está com cara de choro, Julie. – Ele disse, com olhar de preocupação. Brad tinha olhos azuis e cabelos loiros. – O que foi?

— Nada não, eu estava pensando no meu pai. – Respondi.

— Ah, entendo – ele me conhecia bem, acho que não continuou com medo de me magoar.

— Então hoje você fica com o Kent e eu fico com o Earl? – perguntei, me animando e pensando nos cavalos.

— Tá, mas na próxima trocamos – Brad disse, rindo.

— Tudo bem. – Não, eu não iria trocar o Earl de modo algum.

Enquanto andávamos, passamos por uma banca de revistas e eu não pude deixar de olhar para a revista Business magazine que estampava a foto de um empresário que eu sabia muito bem quem era.

— Tony Stark!– Corri para pegar a revista enquanto Brad me olhava estranho, ele não era fã dessas coisas.

— Não entendo como gosta disso –Brad falou cheio de tédio – Irônico não?

— O que? – Perguntei sem entender.

— Você e esse cara tem o mesmo sobrenome – Apenas dei de ombros – É eu sei disso, mas Stark é um sobrenome comum. – falei da maneira mais lógica possível e era verdade pelo o que eu vi em um site uma vez. Tem Victoria Stark, Joseph Stark, quem mais, ah, Peter Stark.

— Quem é? – Éramos amigos, mas ele não fazia ideia de quem eram meus ídolos.

— Um cientista - Disse, bem curta e simples - O país praticamente parou desde que ele disse ser o Homem de Ferro. - Expliquei como se fosse a maior revelação do século - Não sei como ele consegue defender o mundo.

—Prefiro o Capitão América – Brad respondeu. Queria revidar e falar que o Capitão já tinha morrido e agora só existia em quadrinhos, mas me contive.

— Dane se o que você gosta, eu vou levar esta – Eu já estava indo para o caixa até que me lembrei de algo.

— O que foi, Julie? – Brad perguntou.

— Eu tinha esquecido – virei para ele – Minha mãe não gosta que eu compre revistas que envolvam Tony Stark.

— Por quê? – ele perguntou, confuso.

— Não sei. Ela diz que pessoas como ele são má influência para mim. – Eu realmente não entendia por que minha mãe não me deixava ler nada sobre ele.

— Então compra escondido – Brad disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

— Não, eu posso mentir para qualquer um mas não para minha mãe. Seria como deslealdade, seria como se o x traísse a matemática ou a ciência não quisesse mais saber de nada, seria...

— Me dá isso aqui – Ele tomou a revista da minha mão, foi até o caixa e comprou ela por 5 dólares. – Pega – ele me entregou a revista, por fim.

— Brad! –

— Diz para a senhora Martinez que a revista era minha mas eu esqueci na sua casa, eu fui lá anteontem – fiquei surpresa, Brad estava usando o cérebro.

— Tomara que dê certo. – Eu queria muito ler aquela revista mas se minha mãe descobrisse estaria ferrada.

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Chegando ao curral, Julie jogou a mochila no chão e foi correndo para seu cavalo negro, Earl.

— Oi amigo – Ele faz carinho em seu rosto – Tomara que esteja disposto.

— Quer apostar quem chega até a Rodoviária da cidade primeiro? – Brad perguntou, subindo no cavalo marrom, Kent. A rodoviária ficava a meia hora de distância, mas Julie não resistia a um desafio.

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JULIE

Subi em Earl e Brad puxou a corda para o cavalo começar a andar. Começamos devagar no inicio, mas foi ficando cada vez mais rápido até estarmos na mesma velocidade de um carro. Eu andava a cavalo desde pequena, aqui no Texas você aprende a andar de cavalo antes mesmo de amarrar os sapatos.

— Te passei! – gritei para Brad que ficou alguns metros atrás de mim. Corremos muito até ficarmos empatados de novo.

Chegamos na frente da rodoviária. Ninguém ganhou, ganhamos juntos para falar a verdade.

— Uma corrida e tanto – Brad falou com a respiração ofegante. Ficamos uns cinco minutos parados para dar um tempo aos cavalos.

— Desempate? – Perguntei.

— Tudo bem mas...- Antes que ele terminasse eu já saí correndo – EI – ele gritou, começando a correr também.

No final das contas eu fiquei com pena dos cavalos que tinham que correr e nos aguentar.