Condenados

Capítulo 18 - Fim?


Ele caminhava feliz em um campo. Gigante. Essa era a palavra que descrevia aquele lugar. Arvores decoradas com flores estavam espalhadas aleatoriamente pelo lugar. Percy caminhava por ali, sentindo-se imensamente feliz. Feliz como nunca antes havia se sentido. Tudo era perfeito. Ele estava livre. Ele estava em um lugar bonito e sem rastro de dor e destruição. E estava com Bianca e Nico.

Ele sorri ao ver os dois. Ambos riam e brincavam numa grande campina. Percy sentiu seu coração encher-se de alegria ao ver aqueles dois rindo e brincando. Seus amigos. Seus irmãos. Felizes e animados, como nunca foram.

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– Bianca! Nico! – ele chamou, e os dois olharam para ele. Correram em sua direção com os braços abertos e logos os três estavam jogados na grama. – Estava com saudade.

– A gente também estava. – Bianca respondeu. Ela vestia um lindo vestido vermelho, e estava com o cabelo solto. Percy nunca a vira assim. Já Nico, usava uma daquelas roupas típicas de adolescentes. Mas estava com um sorriso no rosto que Percy jamais esperaria ver nele.

– Estão todos bem? – Ele perguntou, subitamente preocupado.

– Todos? – Nico questionou confuso. – De quem você está falando?

Percy os fitou. As pessoas do reformatório. Eles não lembravam?

– Luke, Calipso, os outros prisioneiros... Eles estão bem? Foram embora? – Percy perguntou, e de repente o semblante de Bianca mudou, ela ficou triste.

– Ah... Essas pessoas. – Ela murmurou. E olhou meio indecisa para Nico, os dois trocaram um olhar preocupado e por fim, Bianca voltou a falar. – Você não lembra Percy? O que aconteceu?

Foi Nico quem respondeu. Olhando para Percy com os olhos cheios de pena.

– Eles morreram. – O garoto falou. – Todos eles. Você os matou.

Percy afastou-se bruscamente deles. Apavorado. Bianca e Nico entreolharam-se, como se já estivessem acostumados com aquela reação. Com aquela conversa. Como se fizessem aquilo todos os dias.

– Eu... Eu os matei? Como? Como assim? – Percy perguntou, em pânico. Olhando para os dois jovens a sua frente buscando algum traço que indicasse que aquilo era uma brincadeira.

– Ah, Percy. – Bianca respondeu, e Percy não pode deixar de achar que ela falava como se já tivesse decorado sua fala. – Você perdeu o controle. Foi isso. Mas esta tudo bem agora. Estamos bem. Ninguém vai tentar ir atrás da gente. Ninguém mais vai nos machucar. Está tudo bem.

– Não! – Ele gritou. – Eu não matei ninguém! Eu... EU não posso ter matado ninguém!

– Esta tudo bem agora. – Nico falou, estamos bem. Ele esticou a mão para pegar o braço de Percy, mas Percy o afastou. Erguendo-se, ele correu dos dois. Ouviu Bianca e Nico chamando ele, gritando seu nome. Mas ele não queria virar-se. Como podiam acusa-lo de assassinato? Ele não teria capacidade para matar alguém! Teria?

Ele tropeçou em alguma coisa. Caindo no chão, Percy só teve tempo de evitar quebrar o nariz em uma pedra, por poucos centímetros. Puxando o ar, ele tentou recuperar o fôlego antes de se erguer. Mas... Não era uma pedra. E tinha um cheiro ruim no ar.

Percy gritou quando percebeu que estava diante de um crânio humano. Tirando as mãos do chão, ele viu que elas estavam sujas de sangue. Percy berrou em pânico. Corpos. Milhares de corpos estavam a sua volta. Uns em decomposição. Outros recém-assassinados. Montes deles.

Braços se fecharam ao seu redor. Ele ouviu a voz de Bianca, pedindo para ele manter a calma. Chamando Nico. Então Percy viu Nico, e o garoto estava com um corte horrível na cabeça, e suas roupas estavam sujas de sangue. Percy teve a impressão de que tinha feito aquilo nele. Nico se aproximou, com uma seringa na mão, e gentilmente injetou o liquido que estava dentro dela na veia de Percy. Os gritos continuavam na cabeça do menino, mas ele já não sabia se eram dele ou dos mortos a sua volta.

– Todo dia a mesma coisa. – Nico suspirou. – Ele sempre surta assim. Quando você acha que vai parar Bianca?

– Com o tempo. – Ela respondeu. Percy ouvia a voz deles a distancia. Sentia sua mente apagando aos poucos. - Amanha, será a mesma coisa.

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Foi nesse momento que Percy apagou por completo.

**********

Ele abriu os olhos. Via dor e ódio a sua frente. Via uma sala manchada de sangue. Ergueu-se na mesa cirúrgica. A sala estava vazia. Mas ele sentia a pulsação da vida em algum lugar. Existiam pessoas vivas ali. Pessoas que ele queria matar.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.