– Kuso... – resmungava.

Tentou passar a mão na cabeça, mas seus pulsos estavam firmemente amarrados, causando um terrível desconforto por toda extensão de seus braços no momento dormentes. Assim que remexeu-se para tentar sair de cima deles, sentiu estar coberto por algo que já adivinhou ser uma manta. Levantou um pouco a cabeça para tentar ver e se arrependeu amargamente do ato.

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– Kuso... Kuso! Que dor... – resmungou outra vez.

Toda sua cabeça agora latejava devido a dor que se alastrava desde sua nuca até sua testa, provocando até mesmo dor em seus olhos. A esperou diminuir. Passou alguns minutos quieto, desejando fortemente que ela desaparecesse. Poucos segundos depois abriu os olhos. O pouco que conseguia, pelo menos.

– Ora, ora. Ohayo, hentai!

A voz feminina fizera seus olhos se abrirem, arregalados de espanto. Assim que viu Sakura, Suigetsu arrastou o tanto que pôde para longe, parando assim que sua cabeça latejou a ponto de deixá-lo tonto. Deixou-se caído novamente sobre a relva da floresta, resmungando agoniado.

– É bom que esteja assim. Você não tem ideia do quanto eu ainda quero lhe socar, então é bom se comportar.

– Argh... qual é, rosada! Tudo isso só por causa daquilo?

– Só por causa daquilo? VOCÊ PASSOU DOS LIMITES DE PERVERSÃO!

– NÃO GRITA! Argh... – contorceu-se sobre a grama, a cabeça voltando a latejar ainda mais por ter gritado também.

Tentou transformar-se em água para tentar escapar da corda que prendia-lhe os pulsos, principalmente para fugir de Sakura, mas simplesmente não conseguia.

– Não vai conseguir se transformar de novo.

– O que foi que você fez? – perguntou, virando-se de lado para sair de cima dos braços dormentes e apoiando a cabeça dolorida na relva pouco molhada.

– Bloqueei seu chakra.

– Caramba...

– Ouça bem! Eu sei quem você é e, apesar do seu ato de pervertido, você apareceu na hora certa.

– Humm, agora está dizendo que gostou? – perguntou, virando a cabeça para olhá-la com seu sorriso malicioso.

– MAS É CLARO QUE NÃO!

Sakura tentou se controlar para não acertar outra vez o branquelo, então respirou fundo.

– Você anda por ai com Sasuke Uchiha. Eu reconheci você logo depois que acertei-lhe com muito gosto a cabeça, e é bom cooperar comigo se não quiser que eu lhe acerte de novo. Em troca eu lhe curo.

– Eu quero distancia das suas mãos! – elevou a voz.

– Então é bom cooperar!

– O que você quer com o Sasuke, afinal? É outra fãgirl como Karin? Já lhe aviso que o Sasuke odeia... – a mão de Sakura pesou-lhe no rosto com um tapa.

– Eu não preciso dos seus avisos! Conheço muito bem o Uchiha.

Suigetsu esfregou a testa sobre a grama, suspirando agoniado por toda aquela tortura. Como se ja não bastasse sua cabeça, a rosada deixara seu rosto ardendo com a marca vermelha de sua mão evidente em sua bochecha.

– Onde ele está?

– Eu não sei.

– Está com ele, como não sabe!?

– ELE SOME EM TODAS AS NOITES, TA LEGAL? EU NÃO SEI! – voltou a esfregar agoniado a cabeça na grama, latejando de novo por ter se exaltado.

– Onde seus outros parceiros estão?

– Olha aqui, rosada! Ta difícil cooperar com essa dor de cabeça! Se quiser que eu a ajude, vai ter que me ajudar também, saco? – disse, ainda com a voz alta.

Sakura bufou e se aproximou de Suigetsu. Pousou a mão direita sobre a nuca dele e a luz azulada emanou em seguida, o fazendo suspirar assim que a dor começara a amenizar. Contando alguns segundos, Sakura afastou-se novamente e cruzou os braços.

– Agora me responda.

Foi a vez de Suigetsu bufar e deixar a cabeça repousar sobre a relva de novo. Sakura não deu fim a toda sua dor, mas pelo menos em boa parte para ele conseguir pensar direito. De qualquer maneira, Suigetsu não tinha escolhas perante a rosada. Ou cooperava, ou sentiria o peso da mão dela outra vez e isso não suportaria. O que Sakura poderia fazer contra Sasuke, afinal?, pensou ele. Ninguém era páreo para o Uchiha, disso ele sabia tão bem quanto ela mesma que dizia conhecê-lo muito bem. Por mais força que Sakura possuísse, independente do motivo para o qual ela estava o procurando, eles conseguiriam deixá-la para trás facilmente.

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– Não estão muito longe.

– Ótimo. Você me levará até eles. Não quero lhe fazer mal, mas não vou exitar em lhe dar uma boa surra se tentar qualquer tipo de gracinha de novo, então volto a repetir que se comporte. Somente quando eu estiver cara a cara com o Uchiha, e somente nesse momento, eu libero seu chakra. Este é o nosso acordo.

– E você espera que eu fique pelado até este momento? – olhou-a com desdem.

Sakura ruborizou. Até o momento tinha esquecido do fato dele estar sem roupas e somente com sua manta com de rosa sobre o corpo.

– Você tem roupas por um acaso?

– Lógico! Mas elas estavam dentro da gruta atrás da cachoeira que você destruiu!

– Argh!

Sakura saiu marchando até os destroços da cachoeira. Chutou algumas pedras, fazendo se chocarem com outras, destruindo ainda mais o lugar. Suigetsu ficou desviando de algumas que acabavam indo em sua direção, até Sakura voltar com suas roupas encharcadas, juntamente com sua espada.

– Pronto!

– Agora vai me desamarrar ou me vestir?

Sakura o olhou com raiva. Desamarrou a corda dos pulsos do branquelo, pegou a manta e segurou até certa altura a sua frente; afinal, não viraria de costas para dar a chance dele tentar algo para fugir. Virou o rosto e esperou que ele terminasse de se vestir.

– Seja rápido.

– Sim, senhora.

Suigetsu vestiu mais devagar as roupas. Estava obvio para Sakura que ele ainda queria provocá-la, porém não a conhecia. A rosada não se interessava por outro homem, por mais definido que fosse seu corpo, além de Sasuke. Ignorar o branquelo estava sendo mais fácil do que o próprio imaginava. Contudo, era inevitável o constrangimento que ele estava causando. Estava evidente no rosto avermelhado de Sakura.

Ao vê-lo colocar a espada atrás das costas, abaixou a manta e juntou os dois braços de Suigetsu para trás do corpo.

– Por quê vai me amarrar de novo se estou com o chakra bloqueado como você mesma disse?

– Para evitar qualquer gracinha sua – respondeu, o fazendo rir.

– Calma, rosada. Quem quer distancia de você agora sou eu.

– Obrigada, fico feliz e aliviada em saber.