Temari ainda tinha em mente a cena daquela tarde. Mais que isso, seus lábios ainda formigavam pedindo mais daquele beijo fervoroso que não recebia há algum tempo. Havia paixão ali, uma paixão reavivada de maneira inesperada. Ela tinha certeza que eles terminariam em breve, ou esperava essa atitude, apesar de os dois serem, segundo a maioria “perfeitos um para o outro”. Não havia outras possibilidades, era teimosos, mas ao mesmo tempo tão complementares, a fugaz e o preguiçoso. As mãos de Shikamaru tinham segurado em seu corpo fortemente de modo que ela, nem se quisesse poderia escapar, eles se beijaram por um bom tempo, até que ela não pudesse mais encontrar ar em toda Terra. A língua dele explorara toda a sua boca e novas formas de beijo pareciam surgir na imensidão, a areia ao redor deles, certamente faria a cena parecer um romance épico.

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Temari suspirou como se revivesse a cena, enquanto penteava os cabelos molhados após o banho. De repente, saiu de seus devaneios e encarou seus próprios olhos verdes no espelho. Como poderia? Estava fantasiando? A menina odiava fantasias, ainda mais romances épicos, mas Shikamaru mexia com a sua paz e equilíbrio, não perturbando, mas restabelecendo-os.

Na verdade, o que Temari queria não era um romance, era um homem real, um parceiro, algo que Shika sempre fora acima de namorado. Mas, no momento, ela só sentia fogo. Queria seu corpo no dela, ele despertara a chama que estava escondida, seguindo desde o começo do namoro o lema e o taboo de que não poderiam transar, pelo menos não tão cedo, era algo a se evitar, principalmente entre os jovens namorados. Então, sempre evitaram esse assunto. Não que eles nunca tivessem feito nada, não não eram tão inocentes. Algumas vezes na floresta, ou na casa de Shikamaru quando vazia, ele havia tocado no corpo da garota em todos os lugares possíveis e ela também já explorara o namorado.

Temari sacudiu a cabeça a fim de espantar os pensamentos. Não, não pensaria em coisas assim, pois sabia que nada iria acontecer. Arrumou os lençóis e preparou-se para dormir, quando alguém bateu à porta.

...

O alerta vermelho de Shikamaru soava repetidamente avisando-o de que aquela era uma péssima ideia, péssima, listava mentalmente as coisas que podiam dar errado e nunca chegava a um fim, talvez porque ele repetisse uma centena de vezes as coisas que mais davam medo, como por exemplo Gaara aparecer ou Kankuro aparecer, ou os dois aparecerem, ou Temari rir da cara dele ou simplesmente ele não saber....

Tudo atormentava ele, mas independente do que acontecesse, ele precisava vê-la, estava desesperado e tudo que ele mais presava, como o bom senso e a preguiça tinham sido deixados de lado naquele momento.

O coração batia forte enquanto encarava a carteira em cima do móvel. Levar ou não levar eis a questão? Não levar seria eliminar qualquer mínima possibilidade. Shikamaru tinha certeza que as palpitações de seu coração podiam ser ouvidas por toda a Vila, enquanto tardava a vencer o dilema que ele mesmo se propôs. Com os olhos arregalados apanhou a carteira, enfiou-a no bolso e saiu do quarto com inúmeras esperanças de não ser flagrado, porém, nenhuma racionalidade o acompanhava.

...

Temari se levantou e abriu a porta, quando viu Shika não conseguiu pensar em nada como se já estivesse sonhando e seu homem estivesse ali na sua frente tão... estúpido. Não, aquele era mesmo Shikamaru, ofegante. Mas como poderia ser?

Temari arregalou os olhos subitamente percebendo que estava com sérios problemas com ele no corredor. Agarrou com firmeza o braço do moreno atirando-o (literalmente) para dentro do quarto.

—Shikamaru, o que é que você está pensando?

...

O quarto de Temari era bem diferente do que imaginava, era parecido com o próprio quarto, amplo, limpo, uma cama baixa e grande ao centro, entretanto, tinha alguns toques femininos como um vaso de flores e espelhos com fotos, coisa que não esperava da namorada. Tentou se distrair, respirando fundo e vendo as fotos da loira rindo tranquila sem aquela ruga de no cenho que agora o encarava.

Ela estava muito brava e o encarava de braços cruzados. O moreno engoliu em seco.

—Bom, eu precisava te ver, eu... Não sei o que estou fazendo, na verdade, você sabe, sempre fui extremamente racional e preguiçoso, nunca me arriscaria assim, mas a possibilidade de ter você em meus braços. Nosso beijo despertou pensamentos sobre nosso relacionamento como um todo e apesar de brigarmos muito eu... queria... bem... eu não sei... não estou pensando direito...

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—Diga Shika

—Vai parecer muito melado

—Não

—Queria dividir minha vida com você.

A loira ficou boquiaberta. Não esperava algo assim. Tão súbito. Não era um simples eu te amo, não era um simples estou apaixonado, era uma questão muito maior e ela pode sentir isso. Dividir a vida, significava o quanto eram parceiros, o quanto poderiam contar um com o outro. Mas ela não pensou em nada para responder.

—Eu te amo, Shika. Desculpa por ser idiota, às vezes.

—Sempre.

...

Temari bateu no namorado e riram baixinho sentados na cama, tentando segurar as gargalhadas. Ele olhou para ela e por um momento parou de respirar e olhou fundo nos olhos apaixonados de Shikamaru, aquele cabeça dura que tanto odiara, seu rosto ficou vermelho e seu corpo todo esquentou enquanto eles se inclinavam lentamente até que as respirações ofegantes cruzadas se encontrassem num beijo. Ele passou a mão por sua cintura puxando-a para perto, enquanto ela com uma mão em seu peito e outro acariciando a nuca puxava o moreno para mais perto de si.

A velocidade e voracidade dos beijos evoluíram rápido, enquanto os corpos ainda sentados entrelaçavam-se mais. A menina teve a súbita ideia de inovar e num movimento inusitado mordiscou a orelha do namorado e deu beijos fortes e provocantes no pescoço. O corpo dele numa reação ainda mais inesperada por Temari estremeceu por completo e ele num ataque fugaz deitou-a na cama e avançou com beijos sobre ela.

Pouco tempo depois, enquanto ele entrelaçava suas mãos nas dela, segurando-as ao lado da cabeça, Temari sentiu que o garoto estava excitado e por algum motivo isso a deixou ainda mais ofegante. O menino com as mãos sob a camiseta dela, explorava o abdomem definido e a linha do quadril, sempre respeitoso aguardando ordens dela sobre seus limites. Ela mesma tirou a camiseta e eles voltaram a beijar-se. De repente, Temari jogou-se sobre o moreno prendendo-o sob seu corpo. Ele riu:

—Você é uma mulher muito forte para se submeter. Sempre fui eu o cãozinho, então, não me importo.

—Você não é! – retrucou Temari rindo

Shikamaru deu de ombros, deitado sobre as mãos como costumava fazer lançando um olhar perturbador. Como ele estava sexy!

—Não me incomoda essa posição, estou bem confortável na minha preguiça – riu ele.

Temari, instigada por essa frase, tirou a camiseta do menino e enquanto se beijavam explorava o abdomem definido com as mãos até chegar aos bolsos da calça quando percebeu que havia algo nos bolsos e retirou a carteira do moreno.

—O que é isso?

Perguntou ao mesmo tempo que percebia do que se tratava. O menino vermelho e nervoso adiantou-se:

—Não fique brava comigo, essa não era minha intenção, eu... só nem imaginava que você me deixaria entrar.

Temari olhava para a carteira e para o namorado aflito. Há quanto tempo queria isso? Há quanto tempo ambos não queriam? Mesmo que tudo desse errado depois e eles não ficassem juntos, aquele momento valeria a pena, não? Seu coração batia mais forte do que nunca.

—Você quer? – perguntou ela

—É claro que sim. – mas adiantou-se em completar – Mas acho que não deve ser aqui e acho que deve ser quando você se sentir a vontade. Se quiser esperar, talvez devêssemos...

—Eu quero.

Shikamaru pareceu em choque, gaguejou, balbuciou, arregalou os olhos e ficou ali quase tremendo sem saber o que responder.

—Não, Temari, seus irmãos estão no quarto ao lado.

—O que? Quem te disse isso?

—Kankuro.

Ela riu.

—Shika, querido, o quarto deles é em outra ala, o quarto do Kazekague é extremamente protegido, você teria sido pego antes de chegar até aqui.

—Não tinha pensado nisso.

—Você perdeu a razão mesmo.

—Mas e Kankuro.

—Também não.

Depois de um certo silêncio, ele disse:

— Bom, então... eu estou nervoso.

—Eu também. – respondeu ela, deixando a carteira, por hora, sobre a cabeceira, inclinando-se sobre o namorado para beijá-lo e desamarrando suas calças carinhosamente.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.