Como Em Um Sonho

Brincadeira de Criança


Abro os olhos, e, quando olho para o lado, dessa vez vejo Leon, adormecido. Sorrio, ao lembrar que está tudo resolvido.

Está de madrugada ainda, do jeito que nós gostamos. Acordo Leon, e descemos as escadas, e eu pego para ele um pedaço da torta de chocolate que a Olga fez ontem, e outro para mim.

Quando já estamos sentados na mesa, ele puxa assunto:

– Então quer dizer que se você não fizer o que aquela garota quer, ela me entrega?

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– Ah, pois é. A maldade, ela não tem limites.

Inexplicavelmente, Leon segura um riso, e depois diz:

– Bem, você sabe o que eu queria te falar ontem?

– Hummmm... Você podia ler minha mente, mas eu não posso ler a sua, então... Não, não sei o que você queria me dizer ontem.

– Agora vou ficar com você por praticamente 24 horas por dia. Consegui entrar no Studio.

Tapo a boca para não soltar um grito de animação e acordar todos na casa. Isso é absolutamente o máximo! Me aproximo de Leon e o tomo em um abraço, mas quando estou me desvenciliando, ele pressiona meus lábios contra os dele, iniciando um beijo longo e profundo.

Quando o ar começa a faltar, eu digo, com o pouquinho de fôlego que me sobrou:

– Meus parabéns! Isso é fantástico. Como você conseguiu entrar no meio do ano?

– Na verdade, eu estava tentando cantar uma música sua enquanto te esperava na frente do Studio, e um professor lá me ouviu, e me levou pra dentro, e começou a conversar com uns outros três caras, e aí eles foram me ver cantar e dançar, e disseram que a partir da semana que vem eu posso começar a frequentar o Studio.

Levo pouco tempo para perceber que o "professor" e "os caras" eram Pablo, Antônio, Gregório e Beto. Faltou apenas Angie nessa história.

– Isso é simplesmente maravilhoso.

Dou mais um abraço em Leon, que "sem querer" se transforma em mais um beijo. Talvez ele possa me dar uma pequena ajuda para aguentar a tempestade turbulenta que prevejo para as próximas semanas.

* * *

Estou caminhando tranquilamente pelo Studio. Vi que Leon vai se dar muito bem aqui, há alguns minutos o vi cantando com alguns dos meninos, Maxi, André e Broduey, e eles se comportavam como se ele fosse um aluno antigo, não um cara que acabaram de conhecer, ele parecia super á vontade no palco. Tomara que ele não resolva contar a ninguém o nosso segredinho.

De repente Ludmila para na minha frente, e meus batimentos cardíacos começam a ficar acelerados.

– E aí, Vilu?! Tá tudo bem com você?

– Fala logo, Ludmila, o que você quer?

– Não podemos falar aqui.

Então, eu a acompanho até a sala de dança, onde sabemos que ninguém irá escutar nada.

– Então. – começa ela. – Eu andei pensando várias, várias coisas que eu poderia usar a meu favor com esse vídeo nas mãos, deixar as coisas do jeitinho que eu quero. E várias coisas horríveis que eu adoraria ver você fazer. – sinto meu estômago se revirar. – Mas vou começar com coisas pequenas antes de atacar de uma vez. Primeiro as coisas básicas e depois as piores e mais importantes.

– Então... Por enquanto eu não vou ter que fazer nada grave?

– Não... Ainda não. Como eu disse, primeiro as coisas básicas, e depois as piores e mais importantes.

– Primeiro as coisas bobas, e depois as barbaridades e mais sacanagens. – ironizo, mas Ludmila parece não se importar.

– A primeira coisa que vou te pedir talvez não seja tão ruim para você, mas não se engane, porque eu tenho muitos planos piores.

– O que você quer?

– Quero que todas as músicas que você protagonizar, todos os shows que você for a principal, peça para o Pablo dar o cargo para mim.

– O quê?! Isso é injusto. Se eu ganhei a canção, quer dizer que eu mereci.

– Não tô nem aí. Isso é brincadeira de criança perto do que está por vir. Não vai machucar ninguém. Ou você cumpre, ou diga adeus ao seu namoradinho.

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– Está arriscando uma vida para protagonizar um show?

– Pare de enrolar. Temos um acordo?

Resisto a vontade de negar e sair chutando tudo por aí, mas a vida de Leon está em jogo. Eu o amo e prometi a mim mesma que estou disposta a arriscar tudo.

– Sim.