Simplesmente Percabeth

Jogando vôlei com um cachorro


ANNABETH E eu nos entreolhamos e corremos para a porta.

-Não! Não! - Susana corria atrás de nós, gritando, mas não era tão rápida como nós. Groover nos ultrapassou, dando um grito selvagem.

Chegamos ao quintal com um pulo, olhando ao redor. Annabeth e eu ficamos um de costas para o outro, enquanto Groover farejava o ar.

-Espere... - ele franziu a sobrancelhas.- eu conheço esse... - uma forma escuro pulou em cima dele, prendendo-o no chão - soc... Socorro...!

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-Não! - Susana chorava e quando Annabeth passou por ela, a criança se agarrou no seu tornozelo e a puxou. - Não!

Olhei para Groover e corri em sua direção. Annabeth já havia se livrado das mãos de Susana e corria ao meu lado. Susana chorava muito e tentava acompanhar nosso ritmo.

Pela primeira vez olhei para o monstro que segurava Groover entre as patas. Era um imenso cão infernal que estava de costas para nós e parecia estar mordendo Groover que gritava de puro terror.

Annabeth ergueu sua faca no ar e...

-Espere! - gritei. A faca de Annabeth parou a centímetros no traseiro do enorme cão, que virou cabeça com um ganido e quando me viu começou a balançar a cauda loucamente.

-Senhora O'Leary! - eu disse. A cadela levantou do chão, deixando um Groover com a cara toda babada deitado. Ela veio até mim, fazendo menção de me lamber. - Não! Não. Por favor! Nãaao! - mas era tarde demais. Minha cara já estava toda cheia de baba de cão infernal.

Susana estava mais calma e veio na direção da Senhora O'Leary com uma bola de vôlei toda rasgada na mão.

-Vai pegar Pitoca! - ela gritou, jogando a bola longe. A cadela infernal correu atrás da bola com uma rapidez imensa.

-Pitoca?! - perguntei, indignado. - Isso não é nome... Ai! - Annabeth me deu uma cotovelada.

-Desde quando a Senhora... Quero dizer, Pitoca, - Annabeth se corrigiu - Está por aqui?

-Uma semana antes de minha irmã sumir - ela respondeu, pegando a bola de vôlei da boca da Senhora O'Leary e jogando longe novamente.

-Você sempre... Hum... Brinca com ela? - Annabeth perguntou.

-Sim - ela sorriu. - Ela apareceu aqui e logo começou a querer brincar comigo, então eu peguei a minha bola e nós sempre brincamos nesse horário.

-É... - Annabeth olhou para mim. - Parece que alguém não cuida direito dos seus animais.

-Eu?! - fiquei surpreso - Mas ela é livre! Eu não posso...

-A questão não é essa - Groover interrompeu. - Você precisa ir com a gente para um lugar onde estará segura.

-Mas... - ela arregalou os olhos. Senhora O'Leary parou ao lado dela, tentando entregara bola, mas a menina a ignorou, fazendo com que a cadela soltasse um ganido. - Mas eu estou segura aqui! E minha mãe... Eu não posso deixá-la! Não!

-Escute - Annabeth se ajoelhou ao lado dela, segurando seu braço - Sua mãe vai ser avisada, e temos certeza de que ela vai concordar conosco. Venha comigo, por favor. - a menina desviou o olhar.

-Mas...

-Ei - Annbeth sorriu para ela. - Que tal um sorvete?

Seu olhos voltaram a fitar os de Annabeth com um sorriso.

-Pode ser - mas o sorriso sumiu. - Só se eu levar o meu caderno.

-Pode buscar - Annabeth assegurou. - E traga uma mochila com algumas roupas.

Eu e Groover fomos até o banheiro tirar a baba do nosso rosto e quando voltamos Annabeth estava sentada num banco e a Senhora O'Leary perseguia um passarinho, dando pulos que faziam estremecer o chão.

-É estranho - Annabeth murmurou quando chegamos. Sentei ao lado dela e passei um braço por seus ombros. Dei um beijo em sua testa.

-Me diga o que não é estranho para os semideuses - falei com um sorriso.

-Mas ela não é semideusa - Groover disse. - Não tem cheiro.

-Mas ela tem sonhos - eu comentei.

-E os desenha - Annbeth disse, colocando o cabelo atrás da orelha.

A encarei e nossos olhares se encontraram. Então entendi que ela já sabia de alguma coisa - ou ao menos tinha um palpite - e não falaria agora. Não em "solo mortal".

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-Pronta! - Susana apareceu ao nosso lado, com uma pequena mochila cor de rosa às costas.

Levantamos todos e seguimos caminhando pela rua.

Quem olhava, via dois adolescentes namorados de mãos dadas, uma criança sorridente de mãos dadas com um jovem e um cão de estimação correndo aos nossos pés.