ACORDEI DE súbito com cinco batidas na porta. Não havia mais barulho de trovões, somente o que parecia uma fina garoa.

Annabeth resmungou qualquer coisa e levantou da cama. A luz simplesmente ascendeu e tapei meu rosto com a coberta, cegado com o clarão que apareceu do nada.

Saí de baixo das cobertas piscando muito os olhos, me acostumando com a claridade. Annabeth estava com os olhos semicerrados e o cabelo louro todo emaranhado, ainda na minha camisa azul e o short. Mesmo assim continuava linda, por isso sorri.

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-Por que está sorrindo assim Cabeça de algas? - ela perguntou.

Levantei e fui até seu lado, dando-lhe um abraço.

-Porque você é linda - dei um beijo em sua testa. Quando ia beijar sua boca, ela desviou.

-Cabeça de algas - ela disse.

-Hum?

-Pode me fazer um favor? - ela disse, passando as mãos pelos meus cabelos. Assenti e um sorriso surgiu no rosto dela. - Vá escovar os dentes.

Ela se soltou de mim e colocou a mão em meu rosto.

Não pude evitar uma gargalhada. Novamente ouvi batidas na porta.

-Vocês vem ou não? - a voz de Groover gritou lá de fora.

Suspirei e sai do quarto para que Annabeth pudesse se arrumar.

-E aí, cara? - Groover deu umas batidinhas em minhas costas.

-Como anda conscientizando as pessoas sobre o meio ambiente? - perguntei. Ele já aceitava super naturalmente o fato de Pã ter-se ido, e, junto com outros sátiros saía nas suas missões.

-Não está fácil não... - ele disse. - Mas nós tentamos. Nunca vou desistir, por Pã!

Annabeth saiu do quarto com sua roupa de ontem já seca.

-Vou preparar alguma coisa para comer - ela murmurou sorrindo e foi até a cozinha.

Fui até meu quarto para me trocar. Quando cheguei até à cozinha Annabeth estava de pé trazendo um bule de café para a mesa. Groover estava sentado em uma cadeira mastigando o guardanapo como se fosse algo delicioso.

Também sentei a mesa e fui recebido com um beijo na bochecha de Annebth.

-Posso te beijar agora? - perguntei, tentando disfarçar o sorriso.

-Agora pode - ela respondeu, me dando um longo beijo.

-Ei! - Groover gritou, e nos separamos. - Tá tudo muito bom, tá tudo muito bem, mas não é divertido segurar vela! Comam de uma vez que precisamos partir.

Comemos os três em silêncio. Antes de sair, lavamos e secamos a louça. Tentei escrever um bilhete explicando à mamãe o que havia acontecido; arrumei uma mochila com roupas extras, um pouco de néctar e ambrosia que tinha em casa; uns sanduíches, barras de cereal e garrafas de água.

Saímos e tranquei a porta. Passei minha cópia da chave por de baixo da porta e descemos as escadas.

Lá fora, o céu ainda estava escuro. As luzes haviam voltado. Raios eram avistados ao longe, mas não se ouviam trovões. Não chovia e nem havia garoa.

Olhei para minha namorada e Groover, murmurei:

-Parece que somos só nós três de novo. .