Capítulo 29

O corpo de bombeiros não demorou muito a chegar, mas logo em seguida vieram os carros da policia e as ambulâncias. Laura foi atendida por uma ambulância e a colocaram uma mascara, para que pudesse respirar melhor. Depois de alguns minutos, vieram outros carros e vários adultos saíram deles. Era os pais dos alunos que corriam em direção aos seus filhos.

Gritos e choros se misturavam entre as sirenes dos carros da policia, corpo de bombeiro e ambulância.

– Laura, querida! – gritou alguém.

Uma mulher magra alta e de cabelos ruivos se aproximou da menina e a abraçou com força.

– Ai, mãe... – resmungou a garota.

Igor riu com a careta que Laura fez. Afastou-se e deixou que a sua mão ficasse com sua filha um pouco. O susto deveria ter sido grande. Ele também via outras mães e pais chorando ao encontrar os seus filhos, muitos deles estavam sãs e salvos, nada de mais tinha acontecido.

Olhou para o colégio e viu que o fogo ainda lambia as paredes e as janelas, mas aos poucos ia diminuindo com os jatos de água que os bombeiros jogavam. Uma pequena equipe entrou no prédio para fazer uma vistoria, mas com toda certeza não havia ninguém ferido lá dentro.

– Igor! – gritou algum ao seu chamado.

Ao se virar encontrou a sua mãe com a expressão de alivio. Igor sorriu e , dessa vez, foi ele que encheu seus olhos de lágrima. Nunca ficou tão feliz em ver a sua mãe. Correu em direção a ela e a abraçou bem forte.

– Oh meu filho! Quando me ligaram eu entrei em panico! Não quis saber de nevoeiro coisa nenhuma! Peguei meu carro e vim direto para ca! – disse ela cobrindo-o de beijos.

– Mãe, a senhora é louca... Sabe que não pode andar pelo nevoeiro.

– E deixar você em perigo?! Sabendo que o colégio de onde meu filho estuda e está dormindo está pegando fogo? Nem morta! Você é a única pessoa que me interessa no mundo! – disse ela enchendo seus olhos de água.

Igor a abraçou bem forte e se afagou em seus cabelos. Ela cobriu-lhe de mais de beijos e olhou para o rosto dele:

– Você tem razão, fui muito precitada em ter vindo para cá. Mudar tudo radicalmente. Eu não pensei em você e seus amigos, só pensei em mim e meu bem estar. Nós podemos voltar para a nossa cidade, o que acha?

A pergunta o pegou de surpresa. A sua vontade era dizer que sim, mas ao olhar para o lado viu Laura ainda abraçada com sua mãe, carregando um sorriso confortador. Ele sorriu junto e percebeu que não ira conseguir sair dali.

– Não... Podemos ficar... To começando a gostar daqui.

– Mas você reclamava que aqui era o fim do mundo...

– Pode até ser o fim do mundo, mas não é o fim de tudo. É apenas o começo – disse ele ainda sorrindo olhando para Laura.

Ainda abraçada com sua mãe, Laura abriu os olhos e viu que Igor sorria para ela. Grata por tudo ela sorriu de volta e sussurrou com as palavras mudas:

“Eu te amo”.