Tanto Alison quanto Leo ficaram aéreos o dia inteiro. Bem, não o dia inteiro. Só depois da conversa que tiveram. O quê eles conversaram... Bem, Alison já desconfiava há muito tempo e Leo já esperava há muito tempo para contar. Na verdade, mas tempo do que lhes eram permitido. Oh, bem, vocês devem estar um pouco perdidos, certo? Que tal se revisarmos a conversa um pouco?

Flashback On – Hora do almoço.

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Leo arrastou Alison para fora daquele refeitótio sem nem ao menos olhar para trás. O olhar raivoso dele já estava começando a assustar a garota pra valer.

– Leo, você está me machucando – ela gemeu fazendo-o parar. Os nós dos dedos da mão direita de Leo estavam brancos envoltos no braço fino da garota, de tanto que ele a apertava.

Ele soltou-a e suspirou de cabeça baixa.

– Me desculpe – ele murmurou – Foi mal, Wood.

– O que foi que houve para você ficar assim, hein? - ela perguntou enquanto massageava o local onde antes Leo segurava – Por que saiu daquele jeito de lá? Ou melhor, por que me trouxe junto?

– Acho que você já deve ter uma ideia do porquê de eu ter saído, não é? - ele a encarou.

Alison ficou boquiaberta. Suas palavras se perderam e ela lançou um olhar pesaroso para a porta do refeitório , agora tão distante, no fim do corredor atrás deles. Leo escorregou as costas pela parede e se sentou no chão.

– Foi por causa da Cloe ao lado do Chase, não foi? - perguntou Alison fazendo o mesmo que ele.

Leo a encarou num instante em que Alison jurou que ele começaria a rir e a chamaria de louca, mas não o fez. Ele simplesmente assentiu.

– Mas por que me puxou junto?

– Primeiro, acho que foi para atazanar o Chase. Ele não gosta nada quando estou com você – Leo disse.

– Por que ele não...

– Segundo, bem, eu precisava de uma ajuda sua.

Alison interrompeu seus pensamentos e olhou para Leo como se ele acabasse de pedir a ela que o chutasse entre as pernas.

– Como disse? - ela conseguiu pronunciar.

– Preciso de sua ajuda. Tem haver com Cloe.

Alison não acreditara no que acabara de ouvir. Ele, Leonard Galinha Valdez, queria a ajuda dela, Alison Sabe-Nada Wood, com uma garota (sendo essa garota a amiga dela que sempre jurou de pés juntos não sentir nada pelo tal Valdez, mas que Alison sabia bem ser mentira).

Ela não se conteve e abriu um sorriso maior que a própria cara.

– Ajudo com todo prazer, Valdez.

– Yeah! - ele exclamou e ela riu.

– Então tá. Precisa de ajuda pra quê, afinal?

– Bom – ele a encarou sorrindo feito um louco - , pra começo de conversa, vamos para outro lugar. Essa escola não é boa guardando segredos, sabia?

Alison gargalhou. Leo se levantou e a ajudou, puxando-a para cima. Eles deixaram o corredor e subiram os lances de escadas em direção as salas. Muitas delas ficavam abertas durante o almoço e todas estavam sempre vazias. Eles entraram na primeira porta à direita e a fecharam.

– Para falar a verdade – Leo começou após fechar a porta - , só preciso que me ajude com poucas coisas.

– Como o quê? - Alison perguntou enquanto se sentava numa das carteiras.

– Eu estava pensando em chamar a Cloe para sair, mas não conheço muito ela para saber em que lugar a levar. Preciso que me ajude nisso.

– Primeiro : até que enfim você se tocou que gosta dela, hein? Achei que nunca perceberia isso, Valdez! - Alison riu – Okay, segundo, Cloe é a garota mais prática que conheço. Ela não liga para luxo nem para coisas muito chiques, por isso, seria um terrível erro leva-la a um restaurante cheio de frescuras. Ela ficaria entediada.

– Então, o quê eu faço?

– Para começo, deixe-me terminar de falar, okay? - Leo assentiu – Ótimo. Então, como eu dizia, ela é prática. Pode-se deixar a Cloe feliz com realmente muito pouco – Alison deu de ombros.

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– Como por exemplo?

– Comida de drive true. Ela é fissurada. E experimenta leva-la a um lugar aberto com uma vista legal. Ela é maluca quanto a isso de natureza e essas coisas. Seria uma boa leva-la a um lugar assim.

Leo assentia rapidamente.

– Mais alguma pergunta sobre minha melhor amiga? - Alison perguntou rindo.

– Bem, hã, qual é a banda favorita dela? - Leo se enrolou ao perguntar.

– Acredito que seja Imagine Dragons.

– Qual é a cor favorita?

– Cinza. De longe a favorita dela é cinza.

– Tem alguma dica para me dar a mais?

– Bem – Alison refletiu. - Seja um cavalheiro e não um mané. Coloque uma música legal e puxe assunto com ela. Cloe adora conversar. Mas o mais importante – Alison pulou da carteira e caminhou até ele – Não a faça sofrer. Eu te matarei se algo acontecer com ela, entendeu?

Ela apontava o dedo indicador firmemente para o peito de Leo. Os olhos de Alison chegavam a ser tão frios sob o rosto dele, que já sentia sua pele rachar em queimaduras gélidas.

– Aly, fica tranquila – ele baixou a mão de Alison e sorriu torto – Eu não vou machuca-la. Cloe é importante pra mim tanto quanto é pra você. Agora eu sei disso – ele assegurou, mas, mesmo assim, os olhos de Alison ainda esquadrinhavam seu rosto a procura de registros de mentira – E tem mais. Eu já tive essa conversa com Daniel, portanto você não me mete mais medo.

– Você estava com medo do irmão dela? - Alison gargalhou – Oh, pobre Valdez! O Dan é uma pamonha! Devia ter medo de nós, as amigas dela. É melhor tomar cuidado!

– Ui, to morrendo de medo! O quê vão fazer? Pintar minhas unhas de rosa enquanto eu estiver dormindo? Ou quem sabe passar batom em mim? - ele gargalhou.

Alison sorriu marotamente antes de flexionar os joelhos, tomar um impulso e pular sobre Leo, surpreendendo-o. Ela se agarrou nele. Sua gargalhada psicodélica ecoava pela sala. Leo a segurava pelas pernas enquanto girava e esbarrava nas coisas. De tanto girar, ele perdeu o equilibrio e caiu pra trás, com ela em cima dele. Os dois estavam ofegando de tanto rir. Leo estava entre rir e procurar pelo ar que lhe faltava nos pulmões.

– O que... que foi isso? - ele conseguiu dizer apesar de estar quase sem ar. Ele a olhava de baixo, deitado ao lado de umas carteira e cadeira qualquer. Ela, ainda enganchada sobre ele, ria sem parar.

– Eu só ia... - ela tentou, mas além de suas gargalhadas soarem mais altas, a porta da sala se escancarou, congelando sua frase. Por ela surgiu ninguém mais ninguém menos que Chase.

– Oh me desculpem! Eu não queria interromper! - ele começou com voz falsamente amigável. Ele tinha nos olhos uma ira descomunal que mataria qualquer um só com uma esguelhada. Caminhou até uma das carteiras e pegou um caderno desconhecido qualquer, depois deu as costas aos dois e deixou a sala.

– Droga! - murmurou Leo para Alison. O sorriso da garota havia sumido. Ele a empurrou para o lado e se levantou as pressas. - Chase! Espera!

Leo correu para fora da sala e alcançou as costas de Chase no final do segundo lance de escadas.

– Ei Chase! - ele tocou o ombro do amigo, mas este virou com tal brusquidão, que Leo o soltou temendo levar um soco no meio da cara.

– Qual é o seu problema, Valdez? Não se decidi com que garota quer ficar? Quer todas para si? - ele gritou jogando o caderno em Leo.

– Ei, cara, não fale assim. Veja, eu posso explicar...

– Cala essa maldita boca, falou? E te contei o que eu sentia pela Alison e você vai lá e faz isso comigo? Não tem explicação que te salve da surra que eu vou te dar, Valdez! - e ele avançou contra Leo.

– Opa, opa, opa! Você vai me escutar querendo ou não! - Leo o interceptou – Olhe, eu não fiquei com a Alison e nem quero. Você sabe que não é dela que eu gosto. E tem mais. Eu nunca faria isso com o meu amigo. Eu sei que tu gosta dela, cara.

Chase parou segurando Leo pela gola da camisa. Uma de suas veias no pescoço estava em relevo e pulsava. Seus olhos azuis ainda ardiam em raiva, mas ele afrouxou as mãos.

– Então que merda foi aquela que eu vi lá em cima? - ele murmurou.

– Eu levei a Alison lá para cima pra conversar sobre a Cloe. Eu disse que ia chama-la pra sair e precisava de umas dicas. Alison me ajudou. Foi isso – Leo explicou calmamente.

– Isso não respondeu a minha pergunta.

– Está bem, está bem - Leo revirou os olhos - Eu tirei uma com a cara da Wood e ela não gostou, por isso pulou em mim. Acho a intenção era me assustar, mas eu a segurei e nós caímos. Fim de história.

Chase não parecia nada convencido com aquela história, mas, quem o poderia culpar? Se você encontra a garota que você gosta no chão, em cima de um cara totalmente pegador e galinha, eles rindo feito loucos, não vai ser a história de “Nós caímos” que você vai acreditar, certo?

Porém, esse cara galinha era amigo de Chase a anos. Ele sabia quando Leo estava mentindo e este não era o caso.

Por fim, ele suspirou e soltou de vez a gola da camisa de Leo. Chase lançou mais um olhar mortal a Leo, porém, eles caminharam lado a lado até os armários e se reencostaram neles.

– É por isso que estava se aproximando dela? Queria informações sobre a Cloe? - Chase murmurou e Leo sorriu.

– É claro, seu mané.

Chase finalmente sorriu e eles gargalharam juntos. O sinal tocou e o corredor logo começou a se encher de estudantes.

– Mas enfim – Chase começou enquanto eles caminhavam até seu armário - , o que descobriu?

– Coisas muito úteis, cara. De verdade. Alison foi um anjo na minha vida.

– Eaí, vai chama-la pra sair ou não?

– É claro que vou, só estou esperando o momento certo – Leo declarou – Cara, ela é a minha garota. Não existe outra igual a ela. Mal vejo a hora de chama-la logo pra sair e dizer que gosto dela desde a sexta série – seus olhos brilhavam como os de uma criança no Natal – Ah, cara! Estou tão ansioso! Espero que ela não me odeie.

– Ei! – Chase riu – Vai com calma aí, Valdez! Ela não vai te odiar. Ela é uma garota compreensiva e inteligente o suficiente para não fazer isso.

– Assim espero, cara. Assim espero.

– Anda, vamos nos atrasar! - Chase exclamou fechando o armário e puxando Leo pelo corredor.

Alison havia escutado parte da gritaria e não soube bem o que fazer. Era mais do que claro que Chase (sabe se lá Deus o porquê) estava com ciúmes dela com Leo. Mas, por quê? Se foi ele quem , quando eles namoraram, a traiu, por que sentir ciúmes agora? Claro, foi ela quem terminou tudo e nem quis dar detalhes do porquê. Bem, isso é irrelevante agora. Sua mente só maquinava numa coisa : Chase. Ela (negando, negando e negando mil vezes internamente) queria mais do que tudo pular nele e dizer que ainda o amava, mas seu orgulho era forte demais. Ele a traiu!, gritou firmemente uma voz em sua cabeça. Não se esqueça que ele a traiu! .

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– Tem razão – Alison murmurou – Traição. Ele me traiu. Ele não gostava de mim. Não gostava de mim – duas lágrimas teimosas riscaram seu rosto – Nem na época, nem agora. Isso não é ciúmes. É...

Mas sua mente apagou. Se não era ciúmes dele, era o quê?

– É qualquer outra coisa – murmurou.

Alison se recusou a pensar. Apenas ficou ali sentada no chão até o sinal tocar.

Flashback off.

No decorrer do dia, Alison não tirou nem Chase nem o papo com Leo da cabeça. Ficou tão calada que até se estranhou.

No decorrer do dia, Leo não tirou Cloe da cabeça. Apenas ela. Ela era a única coisa que lhe habitava os pensamentos.

Bem, falando em Cloe, ela também não tirou Leo de sua mente. Nem ele nem a conversa que ouviu dele com Chase quando passava pelo corredor.