Tudo Muda

Capítulo 27 Enfim


[P.O.V. Castiel]

– Indo embora? - seu comentário me pega de surpresa. - Como assim? Pra onde? Você é louca?

– E se eu for? O que vai fazer? Não vai conseguir me achar!

– Ah! Pare de bobagens, Emy! Tudo isso por que Debrah beijou Lysandre? Poupe-me dessa novela mexicana!

Ela vira as costas para mim e sai do meu quarto.

– Essa conversa não acabou, Emily!

– Ah, acabou, sim! - ela grita do quarto ao lado.

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– Por que estão gritando? - minha mãe intervém na conversa.

– Emily vai embora. Está sabendo?

– Sim, eu dei a autorização para ela. Vai morar com a Tia Agatha.

Eu bufo. Não acredito nisso tudo. Tão ridículo. Emily é tão ridícula! O pior é que nem sei onde Tia Agatha está morando atualmente, e com a aprovação da mamãe não tenho o que fazer. Fecho a cara e volto pro meu quarto.

_______________________***______________________

Emily vai sair as duas da tarde, mas como vai sozinha e caminhando, está se despedindo de nós mais cedo, às 12:30. Yume, Lola, os gêmeos, Rosa e Vi também vieram se despedir.

– Tchau, mamãe. Ligo com notícias, okay? - ela passa de minha mãe para Yume. - Ah, Y, vou sentir sua falta! Não deixe as vadias chegarem perto do meu irmão, certo?- Yume assenti e dá uma risada fraca. Eu reviro os olhos. - Lola! Estou contando com você para cuidar de Livro. Fiquem bem. - Ela abraça a amiga e o gato. - Meninos! Vou sentir muita falta de vocês, seus insuportáveis! Armin, tome os remédios, mocinho. E Alexy, coloque Armin na linha! - Os dois a puxam para um abraço. - Rosa, Vi! Meu Deus. Vou ficar com TANTA saudade! Façam uma parceria logo, viu? - Vi e Rosa entregam um pacote a ela, que agradece. - Tiel?

– Emy. - respondo.

– Vou sentir sua falta também, bobo! - ela me abraça forte, e sinto uma lágrima molhar minha camiseta. - Me... me mande mensagens, certo? Eu volto nas férias...

Antes de ir, sussurra algo com as meninas.

E assim, ela se vai. Sozinha desce a rua.

Então percebo, o único meio de trasporte intermunicipal para aquele lado é o trem!

Tiro o celular do bolso e ligo o mais rápido que posso para meu amigo.

[LIGAÇÃO ON]

– Lysandre?

– Castiel? O que foi?

– Emy está indo embora e...

– Eu sei. Ainda vai atirar isso na minha cara por muito tempo?

– Não! Ela vai de trem! Sabe o que quer dizer? Você tem que ir atrás dela!

– Ela quer me matar! E matar meus filhos!

– Ela te ama! Vai logo!

[LIGAÇÃO OFF]

[P.O.V LYSANDRE]

Coloco o fone de ouvido assim que desligo o telefone e saio correndo.

A música é aleatória, mas não poderia ser mais perfeita. It's time.

(musica on)

Corro pela rua o mais rápido que posso. Minha casa é longe da estação, e já são 13:00h. Não sei se consigo chegar em uma hora, mas eu preciso!

Eu vou conseguir!

[P.OV. EMILY]

Foi duro me despedir de todos. Confesso que não queria, mas estou tão cansada disso tudo! Meu pai, Ambre, Debrah, meu irmão, Lysandre...

Ah, vamos lá. Já não estou tão longe. 30 segundos de coragem insana e deu. É só o que preciso.

It's time toca minha situação nos fones de ouvido. Mas que droga!

Chego na estação quase na hora, 13:45. Entro na fila, entrego meu bilhete e subo no trem, me sento em um banco vazio perto da janela. Dou uma olhada no celular. 13:58. Hora de ir. Olho uma última vez pela janela. Então o vejo. Correndo.

Lysandre.

Olho mais atentamente, pensando que pode ser minha imaginação, mas é ele!

Ele tropeça, mas continua e chega na plataforma.

– Emy!

– Lys? O que tá fazendo aqui?

– Eu... eu precisava... - ele está ofegante - vir te buscar. Vamos, volte.... volte pra casa, por favor!

O trem, então, começa a andar.

– Não há mais tempo...

– Pule. Eu te pego.

– O que?

– Por favor. Eu... eu preciso de você! Por favor, volte! Me desculpe! Eu faço o que você quiser, desapareço, mas volte, por favor. Eu preciso, dizer uma última coisa olhando nos seus olhos!

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Eu levanto. Não posso negar que gosto dele. Eu o quero.

O trem não vai parar agora e ele está quase chegando ao fim da plataforma. Mas há uma esperança. Uma porta que não fechou.

Não me importo de me machucar se pular. Não me importo de dar errado, ou de morrer. Eu tentei.

E com meus 30 segundos de coragem insana, eu pulo.

Eu pulo. E confesso: estou feliz por isso. Sinto um pouco do vento do dia mais frio e sinto minha bolsa pesando. Fecho os olhos e sinto a queda, sem ver onde vou cair. Apenas me entrego à sensação de estar fazendo a coisa certa.

A queda chega ao fim de repente. Não é o chão duro como imaginei. Nem algo me perfurando ou passando em cima de mim como no meu pessimismo.

É Lysandre embaixo como no meu sonho e otimismo.

E estou feliz por isso.

– Te peguei. - ele sorri.

– Não estou morta. - sorrio.

Ele ri. Uma risada gostosa, que eu adoro. Então, rio junto.

Nos levantamos.

– Você pulou. Por quê?

– Tenho meus motivos... O que queria me falar? Estou aqui.

– Ahn... Eu... Eu te amo.

E, então eu o beijo. Digo, de verdade, não como na festa do pijama, ou como Debrah. Um beijo melhor que todos os que já dei.

– Eu também te amo. - sussurro.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.