A Mecânica Dos Anjos

Capítulo 30: A Mecânica Dos Anjos


E nada mais nos resta, o amanhã está acabado

Ansiando por alguém, que parece nunca chegar

Ele está esperando por um sinal lá de cima, onde afinal está o amor?

Nada dura para sempre, ele deveria seguir em frente...

*

Por um momento me pareceu que o mundo ficou em silêncio, seguindo lentamente o ritmo do meu coração, que em batidas irregulares começou novamente a pulsar para vida. Como um choque, fui tomando sentindo dos meus dedos, do toque da minha pele e de como era novamente respirar.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Arregalei os olhos quase os queimando com tamanha claridade e reprimi um grito, meus lábios tremerem enquanto aos poucos minha visão tomava foco e os barulhos enchiam meus ouvidos, era como sair de dentro da água, até aquele momento eu estava me afogando. Engoli em seco, enquanto me virava de lado e via grama, e mais adiante um grupo de pessoas trajando preto chorando sob um caixão que era abaixado. Era horrível ter a sensação de que eu passei por aquilo.

Me esforcei para sentar na grama, onde percebi estar cercada de flores de diferentes formatos e cores, murchas mas que estavam ainda ali. Olhei para mim mesma e soltei um suspiro; estava usando um vestido terrivelmente branco cheio de rendas e meia calças na mesma cor, em minhas mãos trazia três rosas azuis, que apesar de tudo não larguei.

– Senhorita, tudo bem? -olhei para cima, onde um homem de aparência gentil trajando um macacão verde me deu um olhar interrogativo, eu não faria diferente se visse tal cena.

– Sim -sussurrei me sentindo bem, mais do que bem, finalmente viva -Creio eu que sim.

– Hun..., conhece a jovem que está sepultada ali? -perguntou novamente me oferecendo as mãos para que eu ficasse de pé, aceitei sua ajuda olhando para onde ele olhava; uma pequena placa reluzente na luz fraca do sol -Nora Bethany Darlly.

Encarei por um momento minha própria cova, sem nem ao menos saber como agradecer minha família, ou como eles teriam de lidar com a crise que eles mesmo causaram, mas de qualquer forma eles devem sentir minha enorme gratidão. Um dia, eu estarei com eles, em um dia sem sacrifícios quando tudo estará nos eixos, estaremos finalmente juntos.

Para sempre.

– Sim, eu a conhecia muito bem -me virei novamente para o homem, que agora me encarava de cima abaixo. Porque não me colocaram nem mesmo um sapato? Me sentindo um tanto envergonhada, tentei manter minha pose, bem a melhor que eu tinha quando uma pessoa lhe pega desmaiada sob a cova de alguém que ela considere “desconhecido” -Pode me informar que horas são?

– Exatamente 18:50.

– E bem, a quanto tempo essa...essa Nora está aqui? -perguntei como se a Nora fosse um total desconhecida, ele pareceu tentar se lembrar de algo então me deu um sorriso triste.

– Acho que hoje está completando sete dias.

Senti um arrepio atravessar meu corpo, me deixando um tanto dormente. Com que cara eu iria chegar até a casa de Lovalece ou até tio Charles, até mesmo Ian.

– Memória ainda fresca.

– Mas o que a senhorita fazia dormindo em um lugar como esse? -perguntou ele por fim, eu apenas sorri, querendo esquecer que um dia eu terei de voltar ali. Espero que seja daqui a muitos anos.

– Longa história senhor -gritei, enquanto corria até a saída do cemitério, esse mesmo o qual eu nunca tinha pisado antes. Enquanto corria pela calçada, as pessoas me davam olhares estranhos, quase com medo enquanto eu atravessava a rua e fazia alguns homens me xingarem, mas eu não me importava, eu estava viva e queria chegar rapidamente em casa.

Estava uma tarde excepcional, o céu tingido de púrpura a azul era banhado pela luz pálida do sol, era inacreditável que depois de tudo que vi; a cidade em chamas nada parecia ter mudado, as pessoas pareciam nem mesmo se lembrar do ocorrido terrível, das mortes que de fato para elas nunca acontecerem.

Quase sem fôlego parei na esquina de uma loja de tabacos, onde um forte odor vinha lá de dentro, olhei as direções que eu deveria tomar, a casa de tio Charles ficava consideravelmente longe e madame Lovalece eu já conseguia ver as janelas brilhantes piscarem de encontro ao sol, imponentes e poderosas, como a guardiã dos Markers devem ser.

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Sem pensar duas vezes corri até lá.

Não havia tantos carros como na última vez em que bem, de alguma forma muito louca estive aqui. Apenas algumas carruagens e três carros negros compridos dos quais eu nunca vi na vida, por um momento desacelerei meus passos, tanto porque meus pés já estavam doloridos e as meais rasgadas tanto e também pelo pensamento de “O que eu diabos eu estou pensando em fazer” como vou chegar ali e sorrir para eles como se nada tivesse acontecido.

Me sentindo um tanto perdida, o pensamento dos meus pais enfrentando anjos furiosos me fez ficar forte, eu não os iria desapontar agora. Lentamente passei pelo portão negro aberto, caminhando pela grama verdejante e salpicada de pequenas flores brancas e cheguei até a imensa porta de madeira, que estava fechada, mas agora não havia problemas algum em ser aberta.

Por dentro o silêncio era tanto que até mesmo meus pés descalços faziam barulho. Caminhei pelo corredor iluminado pelo sol dourado de fim de tarde, sentindo não muito longe o cheiro de velas, isso não me trouxe muitas boas lembranças. Subi as escadas, que antigamente quase me fizerem quebrar as costelas, mas agora eu sabia como me comportar em cima delas, que fizerem o belíssimo trabalho de me levar até o andar de cima, onde havia uma enorme janela aberta, e eu tinha a visão do gramado exterior, da capela particular de Lovalece, e eles estavam todos ali.

Tio Charles usava um conjunto elegante de couro, todo prateado enquanto seu braço mecânico segurava um pequeno buquê de rosas vermelhas, ao seu lado Fiona parecia majestosa em um vestido branco listrado de azul, com os cabelos em cachos presos no alto de sua cabeça, eles pareciam um casal, já que estavam de braços dados enquanto conversavam de forma casual com um casal desconhecido por mim.

Lovalece como sempre era a rainha excelsa de todos, mas havia uma palidez estranha em seu rosto, que o vestido vermelho escuro deixava ainda mais em evidência, de qualquer forma ela olhava para um relógio de forma apressada, enquanto Susan com os cabelos loiro-douradas soltos em camadas ao seu redor, com um elegante conjunto de calças e botas negras, completando o visual com um corpete e um pesado casaco cheio de fivelas, acariciando seus ombros estava Phil, que apesar de mais velho era perfeitamente a apresentação de Ian.

Que meus olhos procuraram por todo lugar, mas não o encontraram.

Caminhei de costas, tentando entender o que eles estavam fazendo ali, meus pensamentos estavam longe, e quase gritei quando colidi com alguém, e bem por sorte não fui ao chão.

Houve silêncio, enquanto eu erguia meus olhos até a pessoa, que afinal era George Pirip, aquele escritor maluco.

– Olha quem finalmente reapareceu dos mortos -George Pirip parecia o mesmo; aquele homem de idade ainda indefinida, com os óculos grossos destacando seus olhos escuros, os cabelos presos em um rabo de cavalo frouxo, mas dessa vez estava trajado de forma elegante, todo em negro.

– É, bem, você não deveria estar de alguma forma...assustado -perguntei por fim, ele apenas riu, enquanto encostava na parede e contra a luz que vinha de fora, seus anéis brilhavam em sua luva branca.

– Eu sabia de tudo, absolutamente tudo, do seu sacrifício até mesmo a sua volta.

– O que? Mas...o que você é afinal?

– Um escritor -vendo me olhar, ele apenas assentiu, enquanto me encarava nos olhos -Sou um oráculo Nora, estou nesse mundo desde do primeiro Mark existente, eu vi essa raça crescer e ser exterminada, para novamente ela se reerguer, e posso dizer que tenho apatia por todos Markers, as vezes eles são bem mesquinhos, como na vez em que jogaram na minha cara que eu jamais poderia ser um deles.

Me senti mal por sua pessoa, então tentei deixar minha voz mais suave.

– Sinto muito.

– Não sinta, Lovalece é mesmo terrível com seus ex amante -soltei um riso baixo, enquanto o mesmo ria de alguma lembrança -De qualquer forma, apesar de tudo eles sempre necessitará dos meus “serviços futuros” eu apenas escrevia, e eles me pagavam. Mas digo que você me impressionou Nora Darlly, em anos com esse pessoal, nunca vi uma alma se sacrificar por pessoas que nem mesmo conhecia.

Olhei novamente para eles lá embaixo, e apenas sorri.

– Eles são meio que minha família, quanto mais a dor, mais você mostra que se importa.

– De fato, mas você é única, tanto por ser uma criadora tanto por preservar a raça dos Marker, eles devem ser muito gratos.

Coloquei minhas mãos contra janela, sentindo o peso do olhar de George nas minhas costas, mas ele continuou a falar.

....-Você é o que Sophie jamais iria conseguir ser.

Me virei para ele, sentindo algo dentro de mim tremular, eu finalmente tinha conseguido matar Sophie, minha alma se sentia pura.

– Sinto muito por ela, era apenas uma...uma garota.

– Há coisas na vida que não podem ser mudadas, ela foi apenas um erro.

Engoli em seco, me sentindo mal por sua pessoa, mas ela também tinha me feito mal, apesar de sem querer, de qualquer forma espero que esteja em paz, assim como eu estou.

– Então, o que eles estão fazendo, estão bem elegantes -perguntei me referindo a todo pessoal lá embaixo, George apenas riu.

– Foi sua missa de sétimo dia, até mesmo eu fui convidado.

Senti meus olhos se arregalando.

– Sétimo dia!

– Bem, acho melhor se apressar, eles vão ao cemitério.

Assenti, enquanto desviava meus olhos e abri um sorriso para ele, apesar de tudo eu adorava sua escrita, sem pensar duas vezes o abracei. Por um momento ele pareceu não saber o que fazer, então deu leves batidinhas em minhas costas.

– Obrigada.

Ele riu, enquanto nos afastávamos.

– Há que exatamente.

– Por tudo, por ser um oráculo e um escritor maravilhoso.

Suas bochechas pálidas tinham ganhado finalmente uma cor, ele apenas piscou, enquanto ajeitava seu casaco negro e caminhava para longe.

– Prometo escrever algo sobre você Nora, a guerreira dos anjos.

Foi a última vez que eu o vi.

Desci as escadas, correndo e com uma animação que fazia meu estômago se revirar. Minhas mãos tremiam, enquanto eu corria pelas escadas que pareciam nunca ter um fim, era aquelas escadas caracóis e parecia nunca me levar em lugar algum, a cada degrau, um passo a mais para chegar até o gramado exterior.

Quando pensei estar chegando até as portas, eu tropecei de frente com alguém que subia, não foi algo muito bonito. Soltei um pequeno grito, enquanto a pessoa se desequilibrava e me puxava junto, não rolamos escada abaixo, apenas soltei um gemido dolorido, enquanto meus braços pareciam feitos de gelatina.

Mas isso não era nada comparado aqueles olhos.

– Nora -nunca meu nome tinha soado em um timbre tão delicado e melancólico. Ian, era ele mesmo, os mesmos adoráveis olhos negros em brasa e os cabelos tão loiros que quase pareciam brancos, estava ainda tão mais lindo quando da última vez que eu o vi. Mas ele parecia assustado, se afastou rapidamente enquanto suas sobrancelhas ficavam arcadas -O que diabos está acontecendo aqui?

Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no +Fiction e em seu antecessor, o Nyah, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!

Olhei ao redor e mordi mus lábios, como explicar algo assim? Fiquei de pé, um degrau acima para ficar na sua altura e tentei abrir um sorriso.

– Mortes por sacrifícios são inaceitas, minha mãe jamais me deixaria morrer pelos outros, ela queria que eu vivesse minha vida e não morresse ainda adolescente. Ela é firme em seu julgamento, enfrentaria até mesmo os anjos e acho que foi isso que fez, meus pais me devolveram a vida Ian.

Por um momento ele pareceu tão perdido que eu fiquei com receio de suas palavras e ele parecia realmente trajado para ir ao cemitério, a única cor nele eram de seus cabelos; desde de suas botas ao sobretudo era negro no negro. Mas por fim, ele soltou o que pareceu ser sua mais longa respiração e fechou os olhos, abrindo um sorriso que fez minhas pernas tremerem um pouco.

– Eu definitivamente deveria conhecer sua mãe -eu soltei uma risada estrondosa e pulei em sua direção. Seus braços eram firmes a minha volta, como um escudo protetor, seus dedos se passavam por todo meu corpo, como se querendo ter a certeza de que eu estava mesmo ali -Meu Deus, Nora é você mesmo.

– Sim -sussurrei entre seus lábio -E prometo ficar aqui até que se canse de mim.

Ele retirou uma mecha de cabelo que caia sobre meus olhos e meu deu um lento e demorado beijo, enquanto eu brincava com os pequenos cachos de seus cabelos. Quando abri os olhos, ele me encarava, com aquelas covinhas adoráveis enquanto os olhos brilhavam em minha direção.

– Impossível -sorriu surrando em meus ouvidos, enquanto entrelaçava nossos dedos -Sabe porque?

Neguei deixava minha cabeça descansar em seus ombros.

– Porque eu te amo Nora, um sentimento tão ardente que chega quase a ser doloroso, nunca senti isso por ninguém, e adoro saber que você é a senhora do meu coração.

Minhas bochechas esquentaram, mas isso não era importante, pois eu estava tão feliz que poderia flutuar por ai.

– Bom saber, pois não gostaria de entregar meu coração a alguém que não iria me responder. Também te amo, muito nunca se esqueça disso.

Ele riu, enquanto apertava minhas mãos.

– Jamais, agora vamos assustar nossos adoráveis colegas.

Rimos, enquanto corríamos as escadas e saímos para o jardim, a claridade quase me cegou, mais eu consegui ver o arfar de surpresa de todos. Houve silêncio, se uma pena caísse no chão ela faria barulho, a primeira a se manifestar fora Lovalece, que sem mordomia alguma abriu caminho entre alguns Markers e parou em minha frente com seus olhos arregalados.

– Céus -exclamou ela -Como pode me fazer escolher esse vestido digno da rainha da Inglaterra para nada.

Bem, Lovalece sendo Lovalece, mas eu apenas ri enquanto ela me puxou para seus braços, eu sabia que Madame Lovalece tinha sentimentos, esses quais ela quase nunca demonstrava, mas estava ali, ali e agora, em seus olhos lacrimejantes e no sorriso cintilante.

Por fim houve um grito de animação, enquanto todos formavam um circulo a minha volta, Charles choramingando enquanto me rodava pelo ar, Fiona que depois de quase desmaiar estava me abraçando, dizendo que por semanas ela seria minha cozinheira particular. Susan me rodando pelo gramado, enquanto rodopiava junto a mim como uma bailarina e por fim Phil, que sorriu me cumprimentando dizendo que era ótimo eu ter voltado, pois seria péssimo ficar ouvindo seu irmão chorar a noite.

Ian não se irritou, ele sorriu, enquanto me puxava para seus braços e selava nossos lábios.

Todos aplaudiram, até mesmo um Maker desconhecido por mim riu, dizendo “Já estava na hora”

Aquele era um momento para jamais ser esquecido.

**

Durante as semanas que se seguiram os holofotes ainda estavam centrados em mim, eu tive de contar e recontar minha história e sobre como foi voltar a vida, nem por um segundo fiquei sozinha, mas os momentos particulares eram apenas meus e de Ian, que fazia questão de todo dia me dar um rosa azul cintilante. Ele sorriu, quando perguntei se Lovalece não iria se importar, ele apenas negou.

“ Ela me deu algumas sementes, se acostume a olhar para elas todos os dias”

Eu jamais poderia me desacostumar.

Charles também não estava mais sozinho, apesar que sempre havia Robby ( que sim, eu superei meu trauma por aranhas gigantes e ficamos bem amigos, apesar ainda que não aprovo suas visitas noturnas no teto do meu quarto. É assustador) ele e Fiona acertaram suas diferenças e se casaram, uma cerimônia ao ar livre, mas claro, que no final de tudo eles brigaram pela musica que estava tocando.

Realmente, feito um por outro.

Phil e Susan estavam em um momento solene, revivendo memórias e assim como Ian, estando em sua própria bolha de felicidade. O resto dos Marker voltaram para o subterrâneo, onde havia uma festa “secreta” em homenagem a destruição da criatura, mas Lovalece aquela noite nos proibiu de ir até lá, pois havia nossa própria festa, com apenas nós seis presentes. Ela me surpreendeu, o salão estava magnificamente decorado e dourado, enquanto todos bebericavam suas bebidas, ela sorriu, sentada em uma cadeira alta enquanto esperava o silêncio, e quando ele se fez real, ela apenas disse.

– Hoje é um dia especial Markers, hoje será o dia em que iremos batizar Nora como uma verdadeira criadora e bem, ela merece algum prestigio já que salvou as nossas vidas. Eu, como senhora principal e chefe da casa dos Markers em Cantis Shard e Altrose, terei um dia que me aposentar, em como sinal de respeito e agradecimento, eu renomeio Nora Darlly como a nova chefe da casa dos Markers”

Houve silêncio novamente, então todos bateram palmas e brindarem. Eu ainda me sentia vivendo um sonho, isso realmente estava acontecendo? Eu estaria algum dia no lugar majestoso que Lovalece ocupa?

A que tudo indica sim.

– Ora seus descarados eu ainda estou aqui -soltou ela bebericando sua bebida e sorrindo para nós, que apenas continuamos a rir. Ela passou seus braços sobre meus ombros, enquanto me dava um sorriso brilhante -Saiba Nora que esse lugar de total respeito jamais poderia ser de outra pessoa a não ser seu.

– Eu...céus nem sei o que dizer, muito obrigada.

Ela riu, enquanto me dava uma piscadela e batia nossas taças juntas e se juntava a todos os outros que comemoravam e me gritavam parabéns. Eu tinha absoluta certeza de que em qualquer lugar em que estejam, meus pais e tom, eles estariam orgulhosos.

Eu estou orgulhosa de mim mesma, nunca pensei que minha vida fosse se tornar tão conturbada e mesmo assim tão deliciosamente mágica.

– Apenas espero que você não fique tão mau-humorada quando Lovalece-surruou Ian se juntando a mim perto da janela. Ele abraçou minha cintura e eu sorri, enquanto se virava para ele.

– Escutei isso meu doce Ian -gritou Lovalece não muito longe, ele apenas rolou os olhos, enquanto eu ria.

– Fique tranqüilo, você estará aqui comigo se eu fugir da linha.

– Ou se o poder subir lhe a cabeça.

– Sim -sussurrei juntando nossas testas, enquanto nos encarávamos olho no olho -Você sempre irá me trazer para o chão.

Ele beijou o topo da minha cabeça, enquanto me dava um dos seus melhores sorrisos.

– E você estará sempre aqui para nos salvar.

Assenti, enquanto nos virávamos para janela, estava um noite realmente linda. Estrelas que brilhavam intensamente no breu da noite, com o relógio marcando exatamente meia-noite, badalando em sinos musicais pela noite adentro. Tudo parecia certo e em seu lugar, finalmente em anos os Markers estava em paz, e isso seria preservado; eu estou aqui, Ian está aqui, os Markers estão aqui.

Juntos somos incapaz de sermos derrotado.

*

A Mecânica dos Anjos

Por George Pirip

Anjos e demônios por onde minha estrada vá, sempre há a dor e a morte, mais do que tudo a fé e o sentimento de que tudo estará de volta em seus lugares. Certa vez uma jovem me apareceu, realmente ela não tinha chances de se virar em um mundo cruel como esse, ela era tão frágil quanto uma boneca de porcelana, mas sua força de vontade para fazer o que é certo a fez enfrentar anjos e lutar contra demônios, uma besta que vinha corroendo a humanidade dos tempos mais antigos.

Ela quebrou maldições, ela perdeu tudo, ela conseguiu se reerguer e chegar ao topo, mas ela caiu então com sua fé inabalável voltou a subir, e chegou a comandar tropas de guerreiros Markers. Ela encontrou o amor, assim como encontrou a dor, mas sua esperança naquilo que nem mesmo acreditava a fez forte, ela morreu então reviveu, trouxe uma revolução que até mesmo os anjos temiam.

Nora Darlly é o mecanismo que faltava, nas engrenagens enferrujadas de um mundo podre, onde ela conseguiu enxergar esperança e destruiu barreiras, novamente se reerguendo e trazendo consigo uma tropa.

Markers jamais serão derrotados, Nora Darlly jamais pode ser colocada abaixo, os anjos, os demôniso...todos sabem disso.

Ela é a mecânica, a peça chave, para o início e também o fim.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.