Annabeth se esticou na cama e de olhos fechados tateou toda a extensão do colchão, a fim de encontrar o corpo másculo de Percy, mas a mesma apenas encontrara o lado oposto da cama vazio. Quente, mas vazio.

– Percy? – a loira chamou, erguendo o corpo sobre os braços e olhando para todos os cantos do quarto, a procura de seu namorado.

– Percy? – a Chase chamou mais um vez, ainda com a voz sonolenta, e em seguida aguçou a audição para saber se o rapaz não estava no chuveiro.

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Nada. Percy, definitivamente, não estava no quarto.

Curiosa para saber que horas eram a loira olhou para os lados em busca de um despertador, mas só encontrara o celular de Percy em cima do criado mudo ao lado da cama. Sendo aquela a única forma da loira saber as horas, esta não mediu esforços ao se esticar e apertar um botão aleatório, fazendo a tela se acender e mostrar com números garrafais que eram sete e quinze da manhã.

– O Percy já acordou? – a loira se perguntou abismada, já que não era do feitio do moreno acordar tão cedo, ainda mais nas férias. Com os olhos buscou pelo quarto alguma pista do porquê o moreno já estar de pé, mas nada encontrou.

Com o coração apertado a loira se levantou aflita, e rapidamente capturou a camiseta que Percy usava na noite anterior e que estava ao pé da cama. Annabeth a vestiu sobre a única peça de roupa que usava e rapidamente deixou o cômodo em que estava para ir em direção ao quarto de Peter. A loira não se perdoaria se algo tivesse acontecido ao pequeno e ela não estivesse lá para acudi-lo.

Já em frente a porta do pequeno, a loira respirou fundo antes de abri-la, preparando-se mentalmente para encontrar Percy acalentando Peter, ou algo parecido, mas a única cena que encontrara, fora Peter dormindo como o anjinho que era e nenhum sinal de Percy.

Para dar certeza ao seu coração de mãe, Annabeth deu alguns passos hesitantes em direção ao berço do pequeno Chase, e sorriu ao perceber que não tinha nada de errado com Peter.

Annabeth esticou a mão direita para acariciar o rosto de seu filho, mas antes que pudesse tocá-lo de fato, um barulho vindo do andar de baixo, fez com que a loira retesasse seus músculos, e parasse seu movimento antes de conclui-lo.

Assustada com o barulho, Annabeth suspendeu a respiração a fim de identificar os barulhos que vinham do andar de baixo. E a Chase sorriu ao perceber que o tilintar se tratava de panelas, e que alguma tinha caído de uma altura considerável para fazer tanto barulho.

– Tinha que ser. - a loira murmurou negando com a cabeça, tendo a plena certeza de que Percy era o responsável pela bagunça na cozinha. - Seu pai é um atrapalhado, Peter. - Annabeth segredou para o pequeno Chase, e logo em seguida deu-lhe um beijo na testa, deixando assim, que o garoto continuasse em seu sono profundo.

Com cuidado, Annabeth saiu do quarto de seu filho e com passos calmos se encaminhou para as escadas. Não demorou muito para que a loira chegasse à cozinha e encontrasse um Percy todo atrapalhado em meio a panelas e ingredientes de alguma receita maluca.

– O que você está fazendo? - a loira perguntou e riu com o pulo de susto que seu namorado dera.

– Quer me matar do coração? - o moreno perguntou abismado, e Annabeth riu do exagero do rapaz - Poxa vida, eu sou muito novo para morrer desse jeito, Annie. - Percy insistiu e a loira negou com a cabeça divertida com a situação, enquanto se aproximava para espiar o que o moreno de olhos verdes fazia.

– Desde quando você faz tanta bagunça para cozinhar? - a loira perguntou confusa com todos ingredientes de uma panqueca espalhados pela pia. - Não que você seja o melhor e mais organizado cozinheiro do mundo, mas...

– Eu estou nervoso. - Percy desabafou sem deixar que Annabeth concluísse a sua fala e a loira abriu um meio sorriso sabendo o porquê de tanto nervosismo.

– Eu já disse que não precisa ficar assim, Percy. Você vai conseguir. Eu tenho certeza. - a loira o abraçou apertado, enquanto dizia-lhe palavras encorajadoras.

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Percy estava uma pilha de nervos desde que recebera um e-mail na noite de sábado, depois da festa de Peter, que informava a data e o horário da entrevista para a vaga de estagiário júnior do maior centro de pesquisa marítimas de Nova Iorque. O moreno quase caíra para trás ao perceber que seria no primeiro horário da segunda-feira, tempo que ele julgava curto demais para se preparar.

– Annie, você não entende. Essa é uma chance muito importante para a minha carreira. Eu preciso conseguir essa vaga. – o moreno resmungou ainda abraçado a sua garota, esta que apenas sorriu contra o peito desnudo do rapaz, sabendo o quão aterrorizado ele estava.

– Eu sei o quanto isso é importante para você e tenho certeza que você vai conseguir, Percy. Ninguém conhece o mar melhor que você, ou o ama com tanta intensidade. Você nasceu para fazer isso, e só de olhar para você já é possível concluir isso. Então, não se preocupe. – a loira murmurou olhando-o nos olhos, e as palavras doces somadas à paz, a calma e a certeza que seus olhos transmitiam, foram capazes de acalmar o pequeno coração agitado de Perseu, fazendo-o abrir um pequeno sorriso.

Você acha isso mesmo? – o moreno implicou com tantos pronomes usados na fala da garota, e ela revirou os olhos antes de se afastar do rapaz – Hey, eu só estava brincando, Annie. Volte aqui, por favor. – o rapaz pediu quando viu a Chase se afastar, mas Annabeth se negou a escutá-lo.

– Eu vou fazer o café da manhã, e eu acho melhor que você nem chegue perto de mim. Entendeu? – a loira fingiu-se de brava, enquanto tentava organizar a bagunça que o Jackson fizera na cozinha.

– Eu não fiz nada de mais, meu amor. – o moreno se defendeu, e Annabeth o encarou com fúria.

Nada de mais? – a loira questionou com falso abismo, e Percy assentiu com a cabeça fazendo cara de cachorro que caíra da mudança – Enquanto eu estou aqui, toda preocupada com o seu nervosismo, tentando te apoiar e mostrar que você é capaz de conseguir essa vaga... Você está ai, implicando comigo por causa de bobagem. Poupe-me, Perseu. Poupe-me.

Com sua última frase de efeito, a loira se virou em direção a pia e começou a organizar o café da manhã, deixando um Percy risonho às suas costas.

O moreno não esperou muito para encostar seu corpo no da garota, esta que abriu um pequeno sorrisinho quando ele o fez, mostrando para quem quisesse ver que a briga de segundos atrás nada tinha de verdade.

– Eu te amo. Sabia? – Percy perguntou contra o pescoço da Chase, fazendo-a se arrepiar e ele se divertir com as reações que causava na garota.

Annabeth nada respondeu, fazendo com que o Jackson completasse:

– Eu amo o jeito que você sempre me apoia, amo a sua determinação, amo o seu sorriso, amo quando você fica brava, e amo ver o seu sorriso de felicidade...

– Fala logo que você me ama e ponto. – a loira implicou, e Percy a virou para si com um quê de indignação.

– Eu estou aqui, me declarando da forma mais romântica que o momento permiti, para você me jogar um balde de água fria? É isso mesmo?

– Viu como é bom? – a loira devolveu a pergunta do rapaz com outra e ele fechou a cara, sabendo que aquela fora a forma dela devolver na mesma moeda a sua pequena brincadeirinha.

Ao ver a carranca do Jackson, Annabeth não hesitou em mostrar-lhe a língua. Percy apenas riu da atitude infantil da garota e deu-lhe um selinho para logo complementar:

– Eu vou me arrumar. Quero chegar lá cedo. Tudo bem?

– Okay. – Annabeth apoiou a decisão e quando Percy sumiu pelo apartamento, a loira voltou a fazer o café da manhã.

Enquanto preparava a refeição, Annabeth não pôde deixar de pensar na festa de aniversário de Peter, e em como Luke passara a agir de forma estranha do meio para o final da festa.

De repente, o rapaz ficara agitado, e toda oportunidade que tinha de ter Peter em seus braços não eram desperdiçadas, de forma que todos passaram a estranhar o comportamento do loiro. Além dessa certa obsessão por Peter, o jovem Castellan não desgrudava os olhos de Annabeth, o que estava deixando-a super incomodada, na mesma proporção em que aumentava a raiva que Percy já nutria pelo rapaz.

Depois disso, Annabeth só se lembra de ter visto Hermes e Luke trocando cochichos próximos da sala de estar, e um sorriso satisfeito surgiu no rosto do mais velho ao final da conversa, o que levava a Chase de volta ao encontro que deveria ter com o empresário naquele mesmo dia. A loira ainda sentia todos os fios de cabelo de seu corpo arrepiarem ao se lembrar que Hermes praticamente a convocara ao seu escritório alegando que ambos tinham assuntos a tratar sendo que isto, ao ponto de visa de Annabeth, não era verdade.

– Esse cara é louco. – a Chase sussurrou para si mesma ao lembrar-se de que não tinha a mínima ideia de onde ficava o escritório de Hermes, e convenhamos, Nova Iorque era grande demais para ela procurar de porta em porta pelo local onde o italiano se instalara.

Ao finalizar tal pensamento, a loira escutou o bip agudo de seu celular indicando que uma nova mensagem tinha chegado para a garota. Annabeth não hesitou em caminhar até a sala para encontrar seu aparelho celular jogado ao lado do sofá, o mesmo em que Percy a atacara na noite anterior depois de colocar um Peter adormecido em seu quarto, fazendo-a se esquecer de tudo ao seu redor, até mesmo da conversa trivial que mantinha com Thalia pelo aplicativo de mensagens instantâneas.

– A Thals deve estar furiosa. – a loira resmungou risonha ao ter a noção que deixara sua melhor amiga falando sozinha. – Talvez seja ela querendo me matar. – Annabeth brincou com a própria sorte ao pensar em uma Thalia furiosa, e chegou a rir sonoramente ao imaginar a morena espumando de raiva.

Todo o clima leve que tinha se instalado no ambiente se esvaíra quando Annabeth percebera que não era uma mensagem de Thalia que a esperava, mas na verdade o enderenço do escritório de Hermes com os seguintes dizeres: Esteja lá no horário marcado, ou se arrependerá de brincar com fogo. – Hermes.

Do fundo do seu coração, Annabeth achava melhor uma ameaça de morte vinda de Thalia a uma mensagem de Hermes, ainda mais uma que aproximasse seu embate com o italiano.

Um arrepio nada agradável subiu pela coluna de Annabeth, fazendo com que um pressentimento ruim se instaurasse na mente da garota. Nada de bom viria daquele encontro e a Chase tinha plena certeza disso.

– Sabidinha? - a voz de Percy a chamou do topo da escada, e Annabeth logo tratou de esconder seu celular entre as almofadas do sofá, já que Percy odiaria saber que Hermes a intimara para um encontro, e tudo que o moreno menos precisava no momento era de preocupação. O nervosismo dele já era o suficiente para atrapalhá-lo.

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– Oi? – a loira retrucou o chamado e logo se admirou ao ver Percy descendo todo arrumado. – Uau! – a garota soltou sem querer, e o moreno abriu um sorriso maroto ao vê-la tão perplexa.

– Vou levar isso como um elogio. – o Jackson brincou, e Annabeth lhe mostrou a língua, enquanto se aproximava do moreno.

– Você vai mesmo em uma entrevista de emprego? – Annabeth perguntou estreitando os olhos, e Percy riu assentindo com a cabeça. – Não é nenhum encontro às escondidas, não é mesmo? – a loira voltou a questionar, enquanto alisava a camisa branca que o rapaz usava, e este apenas sorriu negando com a cabeça.

– Encontros são melhores durante à noite, Sabidinha. E você sabe o porquê. – o moreno gracejou, e passou suas mãos pelas curvas de Annabeth, fazendo-a sorrir maliciosa.

– Sei bem do que você está falando. – a loira devolveu a brincadeira com uma piscada sexy, fazendo com que Percy revirasse os olhos diante da cena.

– Não provoca, Annabeth. Não provoca. – o moreno pediu, e a loira riu, enquanto o abraçava pelo pescoço.

– Não está mais aqui quem falou. – a loira devolveu, e logo se afastou de Percy, caminhando em direção à cozinha. – Venha, o café está quase pronto. – a mulher chamou e o Jackson não hesitou em segui-la, na verdade, o moreno desconfiava que nunca hesitaria em fazer as vontades dela. Nunca. E isso poderia ser perigoso.

Ao chegar na cozinha, Annabeth logo passou o café para uma garrafa térmica a fim de manter a temperatura da bebida marrom, e Percy sentou em um dos bancos da bancada que dividia a cozinha da sala de jantar.

– Cuidado para não se sujar. – Annabeth avisou assim que colocou o prato de panquecas recém-saídas do fogo próximo de Percy, junto com potes de caldas para a cobertura da massa.

– Okay, meu amor. ­ - Percy bateu continência, fazendo a garota revirar os olhos, mas abrir um pequeno sorrisinho de lado.

Depois de colocar o café na bancada, junto de alguns itens para um bom café da manhã, Annabeth se juntou a Percy na bancada, e logo passou a desfrutar das suas panquecas em silêncio, já que pensava nas infinitas possibilidades de conversas que Hermes poderia querer consigo, e tal comportamento chamou a atenção do Jackson.

– Por que você está tão quieta? – o moreno perguntou, enquanto tomava o maior cuidado para não sujar sua camisa branca com calda de chocolate.

– E-Eu só... Só estou pensando em algumas coisas. – Annabeth que não esperava, se assustou com a pergunta, e logo se xingou mentalmente por ficar tão aérea. Percy não podia desconfiar que ela se encontraria com Hermes em questão de horas, ou ele surtaria.

– Que coisas? – Percy perguntou arqueando uma sobrancelha, sabendo que aquela não era a verdade, pelo menos não completamente.

– Algumas coisas que eu tenho que resolver hoje.

– Sobre? – o moreno insistiu, e Annabeth logo engoliu em seco, procurando uma desculpa plausível para o seus distanciamento. Logo um assuntou piscou em letras neons em sua cabeça, e a loira não demorou a responder:

– A empresa! – a Chase disse rapidamente, e sorriu quando viu Percy assentir com a cabeça. – Tenho que resolver algumas coisas sobre a venda das ações, e saber se elas já estão no mercado, já que Poseidon ainda não mencionou nada sobre a compra que ele faria.

– Talvez elas ainda não estejam... Meu pai disse que te avisaria assim que as comprasse, não é mesmo? – Percy questionou e Annabeth assentiu, deixando que um outro tópico a preocupasse.

Pelos seus cálculos e pela informação dada por seu corretor, as ações que disponibilizara para venda estariam na Bolsa de Valores até a sexta-feira da semana anterior. Já era para Poseidon tê-las comprado.

– Tem alguma coisa errada. – Annabeth murmurou para si mesma, mas devido à proximidade Percy foi capaz de ouvi-la, e logo estava franzindo o cenho para a loira, procurando o que estava errado.

– O quê? – Percy perguntou com a boca cheia, e a Chase o olhou feio, repreendendo pela falta de educação. – Desculpa. – o rapaz repetiu o ato, e Annabeth revirou os olhos, fazendo-o rir.

Depois de engolir tudo o que tinha na boca, Percy voltou a questionar:

– O que está errado?

– As ações tinham que estar à venda até sexta, pelo menos foi isso que o corretor me garantiu. – Annabeth externou sua mais nova preocupação, e Percy logo arranjou um jeito de acalmá-la acerca do assunto.

– Talvez ele tenha achado alguma dificuldade nos trâmites necessários para pô-las a venda. Não deve ser nada demais.

– Mas se isso aconteceu ele deveria ter me avisado. – a loira disse ultrajada, e Percy logo soube que ela piraria se não soubesse o que estava, realmente, acontecendo.

– Por que você não liga para ele? – Percy perguntou terminando de beber seu café e Annabeth assentiu enquanto acabava com a sua panqueca.

– É exatamente isso o que eu vou fazer. – Annie disse e saiu da cozinha indo para a sala pegar seu celular.

Percy negou com a cabeça quando viu a determinação da namorada e soltou uma pequena risada sabendo o quanto o tal corretor sofreria se não desse as respostas certas.

Não demorou muito para que Annabeth voltasse com a expressão confusa e uma pulga atrás da orelha.

– E então? – Percy perguntou, enquanto colocava os pratos na pia e guardava algumas outras coisas usadas no café da manhã.

– Ele não me atendeu. – a loira respondeu simplesmente com um leve pressentimento que a conversa que Hermes queria ter com ela tinha a ver com o sumiço do corretor.

O moreno olhou para o relógio da cozinha, e viu que estava na sua hora.

– Sabidinha, eu adoraria te ajudar a resolver isso, mas agora eu tenho que ir. Okay? – Percy perguntou se prostrando na frente da garota que balançou a cabeça para se livrar de tais pensamentos, a fim de se concentrar apenas em Percy.

– Tudo bem, Cabeça de Algas. – a moça se endireitou e olhou-o nos olhos, enquanto arrumava a gravata e acertava o caimento do blazer preto que o rapaz usava. – Vai dar tudo certo.

– Eu espero que sim. – Percy disse, e logo completou – Ganho um beijo de boa sorte?

– Todos que você quiser. – Annabeth respondeu e não se fez de rogada ao abraçar o moreno pelo pescoço e colar seus lábios aos dele.

Como maioria das vezes, o beijo começou lento e casto, mas logo evolui para algo mais quente, as mãos bobas de Percy começaram a agir, mas antes que algo mais acontecesse, Annabeth se afastou do moreno com um sorriso envergonhado e Percy logo riu ao perceber o estado da garota.

– É melhor você ir logo, antes que eu te arraste para o quarto. – Annabeth resmungou corada, e Percy riu diante a vergonha da namorada.

– Proposta interessante a sua. – Percy brincou e complementou – Corada desse jeito nem parece que está me propondo uma coisa dessa. – provocou.

Annabeth deu um tapa no ombro do rapaz, rechaçando a brincadeira, mas logo o abraçou novamente, desejando-lhe boa sorte.

– Estarei te esperando para comemorarmos a novidade. – Annabeth brincou, enquanto o levava até a porta.

– Okay. – Percy pegou sua pasta e logo parou na entrada de seu apartamento, enquanto admirava uma Annabeth vestida apenas com a sua camiseta sorrindo para si. – Tchau, e até mais tarde. – o moreno disse depois de um selinho, e logo se encaminhou até o elevador.

– Boa sorte! – Annabeth gritou assim que ele entrou no elevador, e a última coisa que a loira pode ver, foi ele acenando com um pequeno sorriso no rosto.

Assim que as portas metálicas do elevador se fecharam o sorriso encorajador de Annabeth morrera, agora a loira precisa pensar em como enfrentaria Hermes.

– Céus, não seja o que eu estou pensando. – a loira rogou olhando para o alto, e logo fora tirada de seu estupor ao ouvir o choro de Peter. Seu filho precisava si.

...

Peter estava um tanto quanto assustado com as ações de sua mãe, além de não ter a menor ideia de onde estava indo. Quando acordara chorando, Annabeth não demorou a aparecer em seu campo de visão, fazendo o pequeno parar de chorar e abrir um singelo sorriso ao olhá-la.

Annabeth o pegou no colo e rapidamente o arrumou com uma roupa agradável de verão e logo desceu para fazer uma mamadeira para o pequeno, depois de alimentá-lo, a loira o deixou no carrinho e correra para se arrumar. Precisava correr ou se atrasaria.

Apesar da pouca idade, Peter sentia que tinha algo de errado com a sua mãe, a ligação deles vinha desde a barriga da loira, e o pequeno sabia que a mais velha estava preocupadíssima com algo, e o Chase, a fim de colaborar, não abrira a boca em nenhum momento, pois tinha a noção de que Annabeth precisava pensar. Mentalmente, ela agradecia pela compreensão.

– A mamãe vai te deixar com a Marta e logo vem te pegar. Tudo bem? – Annabeth perguntou quando o táxi que chamara parou em um semáforo próximo ao apartamento dos seus pais, Peter, em resposta, apenas a olhou de forma curiosa, fazendo com que Annabeth sorrisse de volta.

O sinal logo abriu e o taxista não demorou a continuar o caminho que a loira lhe indicara.

Desde que o corretor não a atendera, Annabeth tinha a certeza de que Hermes queria falar sobre a empresa de sua família e tal informação a desnorteara por completo, já que o legado de seus pais poderia estar sendo ameaçado, algo que ela não poderia permitir que acontecesse.

E para piorar sua situação, ninguém poderia saber daquela reunião com Hermes Castellan.

Percy piraria se soubesse que a loira omitira esse encontro dele, e com razão, mas no momento Annabeth não poderia preocupá-lo com isso, já que ele tinha as coisas dele para resolver.

Nesse pacote de segredo ainda entravam Thalia e toda a família Jackson, já que era mais do que óbvio que eles não permitiriam que Annabeth sequer se aproximasse do escritório do velho Castellan e os motivos deles eram até mesmo plausíveis, mas como já fora dito, Annabeth não podia permitir que Hermes ditasse o destino da sua empresa.

Seus amigos, assim como os Jackson, tentariam mantê-la o mais longe da família Castellan, assim como seu avô e seus tios, dessa forma só sobrara Marta para ficar de olho em Peter. Annabeth sabia que ela desconfiaria, mas desde que se entendia por gente a Chase sabia o quanto Marta era discreta quando necessário, e naquele caso discrição era a chave da questão.

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– Moça, chegamos. – o taxista chamou sua atenção e apontou com a cabeça em direção ao prédio que Annabeth costumava chamar de casa.

– Muito obrigada, moço. Aqui está o seu dinheiro. – Annabeth disse estendendo algumas cédulas para o motorista, mas do que o necessário e logo completou – Pode ficar com o troco.

O senhor de meia idade agradeceu e apenas assistiu Annabeth deixar seu táxi com Peter no colo, e duas bolsas à tiracolo.

Já no saguão do prédio, Annabeth perguntou para o porteiro, que a reconheceu assim que posou seus olhos na garota, se Marta já tinha chegado e o rapaz negou com a cabeça, alegando que Marta só aparecia no prédio as terças e quintas, para manter o apartamento dos Chase arrumado.

– Hum... Obrigada. - Annabeth disse com o semblante pensativo e logo começou a se afastar do local onde o porteiro ficava. - Foi um prazer revê-lo, Tom.

– O prazer foi meu, menina Annabeth. E seu filho é muito bonito. Parabéns. - o porteiro elogiou e a Chase sorriu para o homem, enquanto incentivava Peter a dar tchau, algo que o pequeno fez sem pestanejar.

Do lado de fora, Annabeth tirou seu celular do bolso traseiro, deu uma espiada nas horas e se assustou ao ver que tinha menos de quarenta minutos para se encontrar com Hermes, ela precisava urgentemente pensar em alguém com quem deixar o pequeno Chase, já que estava fora de questão Peter acompanhá-la até o escritório do italiano.

– Annabeth? - uma voz feminina a chamou de longe e a loira logo se virou para ver quem a chamava, não se surpreendeu ao encontrar uma antiga amiga de sua mãe e sua filha, que por acaso moravam no andar debaixo ao seu. - Meu Deus, como você está diferente. Está bonita. – a mulher elogiou ainda surpresa ao vê-la ali

– Oh... Oi, Meredith e Soph. - a Chase sorriu para as duas mulheres que se aproximavam e a mais nova sorriu mais abertamente, já que costumava passar bastante tempo com Annabeth quando menor. - Tudo bem com vocês?

– Está tudo caminhando como deve ser. - Meredith respondeu e olhou para Peter com encanto. - É seu filho? - a mulher da idade de sua mãe perguntou e Annabeth sentiu-se orgulhosa em confirmar. - Ele é lindo, Annie. Parece tanto com você.

– Sério? - a loira perguntou surpresa, mas logo entendeu o porquê dela achar aquilo, Meredith não conhecia Luke, logo era mais fácil para ela achar semelhanças entre Annabeth e Peter, do que diferenças.

– Seu filho é muito bonito, Annie. - Sophie disse e Annabeth sorriu para a morena, que brincava com Peter e às vezes ameaçava morder a mão que o pequeno estendia em sua direção.

– Você também está linda, Soph. Nem parece aquela pirralha de quem eu cuidava quando nossos pais saiam. - Annabeth brincou e Sophie riu ao lembrar-se de quando tinha cerca de oito anos e uma Annabeth de quinze tomava conta de si para que seus pais saíssem.

– Bons tempos. - Soph disse nostálgica, lembrando-se do quanto aprontava com a Chase.

– Perdoe-me se eu estiver sendo rude, Annabeth, mas o que você está fazendo aqui? Desde que seus pais... Bom, desde que os meus amigos se foram eu nunca mais tinha te visto por aqui. - a voz de Meredith embargou ao falar dos antigos amigos e Annabeth sentiu seus olhos marejarem, no entanto, a loira não se permitiu a chorar tinha que resolver muitas coisas ainda.

Annabeth não sabia o que responder, mas optou pela verdade, já que não tinha o que esconder de Meredith. Bom, pelo menos meia verdade fora dita.

– Eu ia deixar Peter com Marta, já que preciso resolver algumas coisas aqui perto e não queria levá-lo comigo, mas ela não veio hoje.

– Ah... - Meredith soou compreensiva e logo completou - Deixe-o comigo.

– Não, não, Mere. Eu não quero incomodar. - Annabeth negou com a cabeça e Meredith riu.

– Menina, deixe de besteira. Quantas vezes você cuidou de Soph para mim? - a mulher perguntou, mas não esperou que a Chase respondesse-a - Muitas vezes, só para deixar claro. É o mínimo que eu posso fazer para retribuir. Além de que é perceptível que os assuntos que você tem para resolver são importantes, você não para de encarar o celular. - Meredith explicou ao final de sua fala, quando Annabeth a encarou confusa.

A Chase ponderou por um minuto, e logo se viu perguntando:

– É sério que não vai atrapalhar?

Meredith sorriu ao negar com a cabeça e em menos de um segundo Soph já esticava os braços para pegar Peter no colo, o pequeno não se fez de rogado e logo se jogou nos braços da garota.

– Esse menino é esperto. - Meredith brincou e Annabeth riu entendendo a brincadeira, e a loira tinha certeza de que se Percy estivesse ali, seria capaz de soltar alguma piadinha sobre o quão garanhão Peter seria no futuro, igual a ele. Com esse pensamento o sorriso de Annabeth aumentou mais um pouquinho.

– Você quer subir? - Meredith perguntou e Annabeth negou com a cabeça, agora ela tinha menos de meia hora para chegar no escritório de Hermes, ela precisava correr.

– Bom, aqui nessa bolsa tem tudo que ele possa precisar... - enquanto falava Annabeth entregava a enorme bolsa infantil que pertencia a Peter - Se qualquer coisa acontecer, me ligue, por favor e... Ele não costuma chorar ou estranhar as pessoas, mas caso isso aconteça, tem um peixe de pelúcia que costuma acalmá-lo. E...

Antes que Annabeth pudesse completar suas recomendações, Meredith riu e disse:

– Quem era que revirava os olhos quando eu desembestava a falar essas coisas?

Annabeth corou e riu sem graça. A loira sempre revirava os olhos, quando Mere começava a dar recomendações sobre como cuidar de Soph.

– Culpada! - Annabeth ergueu as mãos em rendição e Soph riu da cara da mais velha.

– Não se preocupe, Annie. Cuidarei como se fosse meu, mas antes eu preciso saber se ele tem alergia à alguma coisa, não quero correr riscos.

Annabeth negou com a cabeça e sorriu ante a preocupação da mulher.

– Ele não tem alergia a nada. Pode ficar tranquila.

– Okay.

– Peter... - Annabeth chamou e o pequeno a olhou curioso, como sempre. A loira estendeu os braços e o pequeno Chase foi para seu colo - A mamãe vai resolver algumas coisas rapidinho e já volta. Tudo bem?

O pequeno continuou a olhá-la e a loira sorriu quando ele deu um beijinho em sua bochecha.

– Se comporte. Okay?

Soph riu e Annabeth deu um beijo na testa de seu filho, passando-o para o colo da morena de novo.

– Prometo não demorar e se qualquer coisa acontecer me ligue, aqui está o meu telefone. - Annabeth rapidamente rabiscou seu número em um pedaço de papel que estava perdido em sua bolsa e o entregou para Meredith que apenas sorriu e garantiu que tudo ficaria bem.

A Chase esperou que os três entrassem em seu antigo prédio e assim que eles sumiram, a loira parou um táxi e informou o endereço que chegara em seu celular mais cedo. De repente, a adrenalina era a única coisa que existia em seu corpo, seus dedos formigavam por conta da ansiedade, em sua cabeça um turbilhão de pensamentos divergentes passava como flechas e o medo a paralisava.

– Chegamos! - o taxista mais novo que o anterior informou parando em frente de um dos mais famosos prédios comerciais de Nova Iorque, pelo visto, Hermes estava muito bem instalado e isso aumentou o medo de Annabeth.

– Obrigada. Aqui está o seu dinheiro. - Annabeth entregou algumas notas para o rapaz que checou o valor e agradeceu em seguida.

A Chase respirou fundo antes de deixar o táxi e quando o fez não se permitiu vacilar e agilmente se encaminhou até a recepção do prédio.

– Bom dia, eu tenho uma hora marcada com Hermes Castellan. - Annabeth resmungou polidamente para a recepcionista, que assentiu e ligou para o suposto andar do empresário italiano, talvez estivesse confirmando a informação com a secretária dele.

– Seu nome, por favor. - a moça de aparente trinta anos e com o cabelo perfeitamente arrumado perguntou e a loira deu seu nome completo para a confirmação. - Aqui está seu crachá de visitante, e o andar do Sr. Castellan é o vigésimo sétimo.

– Obrigada. - Annabeth agradeceu pegando o objeto que permitiria sua entrada no edifício.

A Chase não se demorou na recepção, pois sabia que se o fizesse desistiria de encontrar-se com Hermes e isso poderia acarretar em consequências que a loira não estava pronta para enfrentar.

No elevador, seu celular apitou mostrando que uma nova mensagem tinha chegado, e Annabeth permitiu-se a sorrir ao ver que era Percy dizendo que sua entrevista começaria em questão de minutos, para encorajá-lo, a garota mandou como resposta:

"Vai dar tudo certo. Te amo. Nunca se esqueça."

Um pouco mais calma, já que seus pensamentos não estavam no encontro que aconteceria em minutos, Annabeth respirou fundo e esperou a resposta de Percy, esta que ela sabia que viria. E a loira não estava enganada, já que segundos depois a tela de seu celular voltou a piscar.

"Também te amo, Sabidinha. E muito."

De repente, Annabeth se sentiu a pior pessoa do mundo por estar escondendo aquela reunião de Percy e a única coisa que não permitia que ela se culpasse ainda mais por não ser cem por cento honesta com o rapaz que sempre esteve ao seu lado, era que ele precisava se concentrar apenas em seu futuro e não nos problemas dela, coisa que o moreno fazia desde que a conhecera.

Antes que a loira pudesse processar o que estava acontecendo de fato, as portas metálicas se abriram e a primeira pessoa que ela viu depois de sair do elevador fora Hermes em sua posse sempre presunçosa que fazia par com seu sorriso debochado.

– Achei que não fosse chegar a tempo, Annabeth querida.

Claro que Annabeth não esperava vê-lo assim que saísse do elevador, a loira até mesmo se prepara para um chá de cadeira que suspostamente receberia de Hermes, mas ao ver que estava enganada, a garota logo tratou de arrumar sua postura, para algo mais decidido e firme, trancando em sua mente a Annabeth medrosa que poderia colocar tudo a perder se tomasse conta de seu corpo.

Ela precisava mostrar para Hermes que ele não a amedrontava, e se o homem queria jogar com ela, ela o faria com prazer.

– Sr. Castellan. – Annabeth deu um leve aceno de cabeça em cumprimento, e o sorriso de Hermes aumentou um pouco mais ao analisá-la de cima à baixo.

– Acompanhe-me até a minha sala, Srtª Chase, temos muito o que conversar. – o Castellan pediu, e Annabeth não viu outra saída a não ser segui-lo.

Enquanto o acompanhava, a Chase não se fez de rogada ao observar e analisar todo o perímetro que a cercava. O vigésimo sétimo andar era enorme, tinha alguns cubículos, dez no máximo, onde alguns engenheiros e alguns estagiários trabalhavam arduamente, uma sala de reunião podia ser vista através das suas paredes de vidro, e algumas salas mais reservadas ao longo do corretor eram ocupadas pela diretoria da filial nova-iorquina de uma das maiores empreiteiras da Itália, e para o começo de uma filial, aquela poderia ser considerada um modelo a ser seguido, podendo ser muito mais organizada do que muitas empresas que estavam no mercado Nova Iorquino há anos. Tal constatação fez Annabeth tremer dos pés à cabeça.

Ao final do corredor, onde uma porta dupla de carvalho os esperava, Annabeth encontrou uma antessala ampla, local de serviço da secretária de Hermes, a mulher que rapidamente se levantou quando seu chefe se aproximou, e que sorriu para Annabeth, esta que não conseguiu retribuir o sorriso tão espontaneamente quanto a secretária.

Giovanna, non voglio che nessuno mi fermerà. Capito? – Hermes falou algo em italiano, que graças a algumas aulas da língua que tivera ainda em sua escola de São Francisco, Annabeth pôde entender sem se preocupar. Hermes não queria ser interrompido por ninguém, e isso não era um bom sinal, pelo menos para Annabeth.

Capisco, signore Castellan. ­– a tal Giovanna respondeu que o havia entendido, e Hermes com um aceno de cabeça abriu a porta para que Annabeth passasse, algo que ela não ficou muito confortável em fazer.

– Cá estamos nós, não é mesmo Annabeth? – Hermes começou a falar com um sorriso no rosto e Annabeth o encarou erguendo uma de suas sobrancelhas. – Eu realmente achei que você não viria, mas pelo visto eu a subestimei. Você sabe reconhecer o perigo, Chase. E isso é bom, muito bom.

– O que o senhor quer comigo? Seja direto, por favor. – Annabeth fora clara e direta, fazendo com que um sorriso esperto se formasse no rosto de Hermes, com um aceno de cabeça, o velho italiano pediu que a garota se sentasse a sua frente, e Annabeth acatou o pedido mudo do homem, quando o mesmo também se sentou em sua cadeira de couro negro em frente a uma enorme parede de vidro, de onde era possível ter a mais bela visão de uma das avenidas mais movimentadas da cidade.

– Annabeth... Bom, para começar eu te chamei aqui, pois temos algumas pendências para resolver e eu gostaria muito que você não reparasse no singelo início da minha empresa aqui em Nova Iorque, ainda mais você que está acostumada com um prédio só para si, não é mesmo?

A Chase continuava a encará-lo, sem ter a mínima ideia do que ele queria tratar com ela, sendo assim preferiu manter-se em silêncio, enquanto ouvia tudo o que ele tinha a dizer. Talvez, se não o interrompesse as coisas poderia ter um desfecho totalmente diferente do que a sua mente arquitetava para aquele encontro.

– Já ouviu falar na CC? – Hermes questionou e Annabeth limitou-se a negar com a cabeça. – Uma pena, é a minha empresa como você pode imaginar e é a maior construtora civil da Itália. Na realidade o nome é Costruzione Castellan, mas para evitar aborrecimentos, como ter que falar o nome completo de meio em minuto nas reuniões, eu gosto de usar essa abreviação. Inteligente, você não acha? – dessa vez Annabeth não o respondera, apenas o encarara com cara de poucos amigos. – Continuando... Eu já estava achando a Itália uma campo muito pequeno para a minha empresa, afinal, já a conquistamos de uma ponta a outra, as principais cidades do meu amado país já contam com os nossos serviços e cada novo prédio que é erguido naquela solo é feito pela CC.

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“Dessa forma decidi me reinventar, buscar novos desafios, alguns até diriam que isso é coisa de quem não tem o que fazer, mas cá estou eu na América, um ótimo lugar para eu expandir os meus negócios. Afinal, aqui é a principal potência econômica do mundo, pelo menos no momento, não é mesmo? Os chineses estão empenhados em tirar esse título da Terra do Tio Sam, mas enquanto isso não acontece aqui é onde as coisas acontecem de fato. Você não acha?”

Mais uma vez Annabeth se limitou a assentir com a cabeça, e Hermes sorriu para a garota intrigada a sua frente. Ela logo saberia o que ele queria com todo aquele lenga-lenga.

– Você deve concordar comigo, quando digo que começar algo desse porte aqui não é uma das tarefas mais fáceis do mundo, ainda mais em uma cidade como Nova Iorque onde um prédio novo é erguido em questão de meses e onde a concorrência é de fato forte. Por isso eu gostaria de propor uma parceria. – Hermes logo concluiu e Annabeth o olhou em dúvida.

– Uma parceria? Com quem? – a loira fez-se de desentendida, e o velho Castellan negou com a cabeça diante a atitude da garota.

– Annabeth, eu tinha achado que tínhamos concordado que você não se faria de tonta, quando nós dois sabemos que você não é. – Hermes a repreendeu, e a loira arrumou a sua postura diante a enorme mesa de mogno. – Você sabe muito bem com quem eu quero essa parceria.

– A Olympus Arquitetura C.O não está interessada em uma parceria no momento, Sr. Castellan. Sinto muito. – Annabeth quase respirou aliviada ao perceber que Hermes só queria propor uma sociedade, mas a última coisa que a loira queria no momento era estreitar os laços que possuía com a família de Luke. – Se o Sr. me permite, eu preciso ir agora.

Annabeth já estava de pé, quando a voz de Hermes soou autoritária:

– Sente-se, Annabeth. Eu ainda não terminei.

Quase que de modo automático, Annabeth voltou a se sentar com os olhos um tanto quanto arregalados. A loira mal sabia que as coisa tomariam um rumo completamente inesperado a partir daquele momento.

– Como eu ia dizendo antes de você me interromper... – Hermes não parecia nervoso com a atitude de Annabeth, o velho Castellan até parecia se divertir com a situação - A empresa da sua família é responsável pelos projetos arquitetônicos que a minha empresa é encarregada de tirar do papel. Uma parceria entre as duas empresas é a melhor solução para todos os nossos problemas.

– Desculpe-me interrompê-lo, Sr. Castellan. – Annabeth usara toda ironia que existia em si ao dizer essa frase – Mas a minha empresa não tem nenhum tipo de problema que precise ser solucionado, estamos muito bem com o jeito que lidamos com os nossos projetos. – a Chase pronunciara-se de forma firme, como se de fato fosse a presidente da Olympus Arquitetura C.O.

Hermes soltara uma risada carregada de sarcasmo, massageara a cabeça como se não aguentasse algum tipo de dor, e logo voltou a encarar Annabeth nos olhos.

– Por que você quer mentir para mim, Chase? – o Castellan perguntou como se realmente se chateasse com a postura mentirosa de Annabeth, e a loira gelou em seu lugar. Era óbvio que ele sabia sobre a real situação de sua empresa. – Eu estou nesse ramo a mais tempo do que você é nascida, menina. Sei muito bem quando uma empresa está bem das pernas, e quando está manca. E a Olympus Arquitetura C.O, no momento, está quase que sem as duas pernas, em outras palavras: vocês estão a um passo de falirem. Assuma e tome uma providência sobre isso, Annabeth. Seja a dona que os seus pais queriam que você fosse. A dona que eles se orgulhariam. Para de se esconder por birra, ou deixar de fazer o que é melhor para empresa só porque você teve uma desavença com o meu filho...

Desavença? – Annabeth o interrompeu indignada, e Hermes a olhou de forma severa, de modo que a loira engoliu a sua indignação, e esperou que ele prosseguisse.

– Talvez, seus pais não tenham vivido tempo o suficiente para te ensinarem que a vida pessoal não pode interferir na vida profissional de uma pessoa, e vice-versa. Esses dois campos da nossa vida precisam de equilíbrio, mas em alguns casos, ainda mais quando se tem uma grande responsabilidade nas mãos, como é o seu caso, devemos saber utilizar dos nossos contatos pessoais para ter sucesso na nossa vida profissional. E essa é a sua chance de salvar a sua empresa, Annabeth. A empresa que seu avô criou, que seus pais lhe deixaram como herança, e que será do meu neto quando chegar o momento certo.

Antes que Hermes passasse a apelar demais, já que falar em seus pais, no ponto de vista da Chase, era golpe baixo, a loira perguntou:

– Então, o que o senhor me sugere?

Hermes sorriu satisfeito ao ver que a tinha totalmente enredada em sua conversa, agora era só dar a cartada final, ou quase isso.

– Bom, eu sugiro um casamento entre as nossas empresas.

– Como assim? – Annabeth perguntou erguendo a sobrancelha. Aquela conversa estava muito, muito estranha.

– É simples, Annabeth querida. Como eu já havia dito, as nossas empresas são complementares, se a unirmos como eu quero que aconteça, poderemos resolver todos os nossos problemas. – Hermes iniciou mais um discurso, e sorriu ao perceber que a garota analisava todos os seus movimentos. – Os meus, como você já pode ter notado, são basicamente a conquista de novos clientes, preciso fortalecer-me nesse mercado e a Olympus Arquitetura C.O é a minha melhor opção para fazer isso, nesse caso além de contratarem os seus serviços de planejamento, seus clientes também estariam contratando os meus serviços, que consiste na realização dos seus projetos.

– Então, você está me dizendo que quer que te direcionemos aos clientes?

Annabeth entendeu muito bem qual era a jogada de Hermes, e pode concluir que o italiano era extremamente inteligente, já que a Olympus Arquitetura C.O era a maior empresa de Arquitetura de todo o estado de Nova Iorque, consequentemente, tinha acessos as maiores e melhores obras do estado.

– Você entendeu bem o espírito da coisa, Annabeth. Seria como um combo. Contrate a Olympus Arquitetura C.O e leve a CC. Tudo junto.

A Chase assentiu, começando a pensar em com a fusão das duas empresas ajudaria a empresa da sua família. Antes que queimasse todos os seus neurônios, e que o silêncio instalado na sala ficasse mais constrangedor, a loira resolveu externar a sua dúvida:

– E como essa fusão me ajudaria?

– Não ficou óbvio? – Hermes fez-se de abismado, mas não teu tempo suficiente para que Annabeth o respondesse – Sua empresa está sem um tostão, Chase, e a minha seria a responsável por injetar capital nela e reerguê-la. Seria como o pagamento pela sua consultoria que vocês farão. Entende?

Annabeth o encarou com curiosidade e passou a pensar nos prós e nos contras daquela união.

Hermes sairia beneficiado, isso era certeza. Ela também se pensasse no dinheiro que aquela sociedade traria para a Olympus Arquitetura C.O, mas as coisas pareciam fáceis de mais, e Atena sempre a ensinara a desconfiar de quando as coisas estavam muito a mão. Segundo sua mãe, o que vem fácil, vai fácil. E aquela sociedade era a melhor solução para a sua empresa em um curto prazo.

– E em quais termos essa fusão se daria? – a loira perguntou captando todos os movimentos de Hermes, ela queria achar algo que denunciasse a real intenção dele.

– Para começo de conversa não seria uma fusão, já que em uma junção como essa as duas empresas envolvidas deixam de existir separadamente e passam a coexistir e não é isso o que eu quero. A Olympus Arquitetura C.O continuará a ser uma empresa e a CC será outra, mas se ajudarão de modo que haja o crescimento das duas. É mais como um casamento de interesses.

Um casamento? – Annabeth ergueu uma sobrancelha desconfiada, e um pressentimento ruim tomou conta de seu corpo.

– Sim. Hoje em dia há muitos casamentos baseados nos interesses da união, a junção das nossas empresas seria como um desses. Uma mão lava a outra e fingimos que somos felizes.

– Explique-me exatamente quais são os seus planos, ou eu vou embora. – Annabeth decretou e o Castellan sorriu, sabendo que aquela seria a melhor parte.

– Chegamos na minha parte favorita, Srtª Chase. – Annabeth sentiu um arrepio subir em sua coluna, quando Hermes soprou seu sobrenome, e a loira logo se preparou para o pior. – Para que essa maravilhosa união acontecesse, você e meu filho teriam de se casar.

Antes mesmo que Hermes concluísse a sua fala, Annabeth já estava de pé, caminhando em direção as portas duplas que os separavam do resto do mundo.

Annabeth! – Hermes voltou a chamá-la de forma autoritária, e a loira não se preocupou em parar dessa vez.

Era quase um eufemismo falar que a garota estava com raiva, Annabeth espumava de ódio, e xingava-se mentalmente pelo tempo perdido com Hermes. Ela sabia que nada de bom sairia daquele encontro, mas tinha que ver com os próprios olhos para acreditar.

Annabeth Chase, pare agora! – Hermes voltou a ordenar, e antes de abrir a porta, a loira parou e o encarou com raiva.

– Escreva bem o que eu estou falando, Hermes, porque será a primeira e a última vez que eu direi isso: Nunca que eu vou me casar com o bastardo do seu filho. Entendeu? – Annabeth quase soletrou cada palavra que saíra de sua boca, a loira queria que a mensagem penetrasse no subconsciente de Hermes, e nunca mais saísse de lá.

Não era a intenção de Annabeth discutir com Hermes, ela só queria ir embora e nunca mais ter que esbarrar com o Castellan mais velho, nem com o mais novo, de preferência nunca mais ter que saber da família que desgraçara sua vida, mas a risada que o homem soltara ao final de sua frase, fez a garota congelar em seu lugar.

– Annabeth, eu achei que você tivesse entendido todas as minhas intenções com essa conversa, mas pelo que eu vejo, fora eu quem entendeu tudo errado. Deixe-me explicar melhor.

Hermes se levantou com toda a elegância que tinha, e com passos milimetricamente pensados, se aproximou de Annabeth com uma áurea de poder que esmagava a autoconfiança da Chase. Quando o Castellan estava a menos de cinco passos de Annabeth, ele começou a dizer:

– Casar com o meu filho não é uma opção para você, Chase. É o que você vai fazer.

– Eu não vou casar com o Luke. Eu prefiro deixar a minha vida ruir a ter que me casar com aquele desgraçado. – Annabeth rosnou na direção do avô de seu filho, e Hermes quase riu das palavras proferidas por sua quase nora.

– Cuidado que as palavras têm poder, Chase e eu posso muito dar uma força para o destino e realizar os seus desejos.

Com tais palavras o corpo de Annabeth gelou e a loira endureceu-se em seu lugar.

– O que você quer dizer com isso? – a garota sabia que a pergunta era idiota, mas ela só acreditaria que ele faria de sua vida um inferno, quando ele mesmo o dissesse.

– Você sabe muito bem o que eu quero dizer, mas já que você quer ouvir, posso muito bem detalhar os meus planos caso você me contrarie. Sente-se, por favor. – Hermes ordenou que a loira voltasse para a cadeira que ocupava antes, mas o fez como um pedido, e Annabeth não ousou contrariá-lo.

Antes que a Chase pudesse se policiar, memórias dela junto de Percy e Peter tomaram conta de seus pensamentos e a forma como os dois sorriam para si e até mesmo a forma que ela fazia para eles, denunciava e deixava claro que os três eram uma família. Annabeth não podia acabar com aquilo, independente do que Hermes dissesse.

Respirando fundo e buscando forças no sorriso dos dois homens da sua vida, Annabeth voltou a encarar Hermes, que voltara a ostentar seu sorriso mais presunçoso.

– Meus planos para você não são tão extraordinários, mas de antemão eu já posso avisar que se você não casar com Luke sua vida virará um inferno, e eu serei o seu Diabo particular. – o velho Castellan ameaçara sem um pingo de decência, e todo o tom manso que usara até então desaparecera, agora sim Annabeth estava de frente para o verdadeiro Hermes Castellan, o anterior era um personagem muito legal dele, e Annabeth devia ter desconfiado disso.

Annabeth entrelaçou seus dedos, quando Hermes começou a falar, pois não queria que ele reparasse no quanto suas mãos tremiam. A loira estava com medo, e tinha razões para isso.

– Seja direito, já cansei da enrolação. Você teria nos poupado tempo se tivesse começado pela ameaça. – mesmo tremendo na cadeira, Annabeth o desafiou, e Hermes sorriu gostando da atitude.

O Castellan sabia que tinha uma adversária a sua altura, ela só não sabia como usar toda a sua inteligência. Ele a ajudaria nesse quesito.

– Gosto de você, Annabeth. Se eu soubesse que você era essa garota de fibra, nunca teria mandado que Luke se afastasse de você, mas sabe como é a vida, não é mesmo? Cheia de desencontros. Entretanto, poderemos ser uma única família. Em breve.

– Não serei da sua família. – Annabeth disse firme, e o Castellan sorriu.

– Sim, minha querida. Você será. Ou...

– Fale logo! – a Chase ordenou e Hermes riu de sua pressa.

– Se você não se casar com Luke em menos de um mês, pode-se considerar a ex-dona da Olympus Arquitetura C.O e se preparar para uma árdua luta na justiça pela guarda do Peter.

– Você não pode tirar o meu filho de mim! – Annabeth gritou erguendo-se e batendo na mesa, Hermes apenas se divertia ao ver o desespero da garota. – Ele é meu filho. Meu!

– Desculpe-me pelas palavras, Annie. Mas você não o fez sozinha, ele é tanto seu quanto do meu filho. E qualquer juiz em sã consciência concederá a guarda para Luke, já que ele tem condições financeiras de sustentá-lo.

– Eu também tenho. E nenhum juiz é louco o suficiente para dar a guarda do meu bebê, para um idiota que o rejeitou assim que soube da sua existência. Afinal, não fui eu quem pediu para abortá-lo e ainda me ofereceu dinheiro para isso. Fui eu quem o amo assim que o descobriu, fui eu quem cuidou dele até hoje e ninguém pode tirá-lo de mim. NINGUÉM!

Annabeth agarrou sua bolsa, e estava pronta para ir embora, quando Hermes continuou:

– Concordo plenamente com o seu argumento, Annabeth, mas meu filho é formado em administração, tem um trabalho fixo em minha empresa, uma casa fixa e todo o suporte financeiro necessário para a criação de uma criança. E você? O que tem para oferecer ao meu neto?

– Eu tenho uma empresa, não brinco de empresário como Luke deve fazer aqui. Posso não ter terminado minha faculdade, mas assumirei toda a responsabilidade da Olympus Arquitetura C.O, tenho residência fixa e dinheiro o suficiente para dar uma vida maravilhosa para Peter, não preciso de nada que venha de vocês...

Hermes riu sarcástico ao interromper a fala de Annabeth e tal atitude fez com que ela fervesse de ódio.

– Do que você está rindo? – a Chase perguntou espumando de raiva, e Hermes aumentou o tom da risada. – Me responde, caralho!

– Oh, me desculpe senhorita, mas é muito engraçado ver o quanto os jovens de hoje em dia são iludidos. – o Castellan voltou a rir, e Annabeth fechou a cara. – Minha querida, você mora de favor na casa dos Jackson, isso não é residência fixa, pelo menos não para as autoridades, você não tem uma faculdade nem uma empresa. Como acha que sustentará o meu neto? Através da boa vontade daquela familiazinha que te acolheu quando ninguém te quis? – o velho debochado não esperou uma resposta – Poupe-me Annabeth. Seja realista e assuma que você está com uma mão na frente e a outra atrás.

Antes que a loira pudesse registrar todas as palavras que saíra da boca do mais velho, a garota já estava perguntando sobre a única coisa que realmente prendera a sua atenção. Novamente, o corretor responsável pela venda das suas ações voltava aos seus pensamentos.

– Como assim eu não tenho empresa? Você é idiota? – Annabeth o xingou e ao menos se preocupou com as consequências. – Até alguns minutos atrás você estava propondo uma união entre a minha empresa e a sua. Ficou louco?

De toda aquela conversa, Hermes poderia muito bem definir aquele momento o mais engraçado até então. A cara de confusão de Annabeth era impagável, e ele estava adorando vê-la perdida daquela forma.

Usando de todo o fingimento que conhecia e tinha dentro de si, o velho Castellan deu um tapa em sua própria testa, como se tivesse esquecendo-se de algo importante, e logo murmurou debochado:

– Como é que eu pude me esquecer desse detalhe? – seus olhos azuis opacos encontraram-se com os cinzas de Annabeth, e a garota soube assim que estabeleceram uma conexão, que ela pouco gostaria do que ouviria em seguida. – Eu sou o mais novo sócio majoritário da Olympus Arquitetura C.O. Não é louco? Como eu pude me esquecer de um detalhe tão importante quanto esse?

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Annabeth caiu sentada e em meio a um engasgo perguntou:

– Você é o quê?

– O mais novo sócio majoritário da Olympus Arquitetura C.O, eu nem precisava da sua aprovação para unir as duas empresas, ambas são minhas.

Isso é mentira. Eu tenho a maior parte das ações.

Hermes se levantou, e deu as costas para Annabeth, a fim de olhar pela enorme parede de vidro que o proporcionava uma bela visão do centro econômico de Nova Iorque.

– Como eu já mencionei, eu estou nesse ramo a mais tempo do que você nesse mundo, e tenho os meus contatos na bolsa e nos últimos dias cerca de cinquenta e um por cento das ações da Olympus Arquitetura C.O estiveram à venda na Wall Street, e como eu também já lhe disse anteriormente estou querendo ampliar meus horizontes e achei interessante ser dono de mais uma empresa, e cá estou eu. Legal, né?

Annabeth esfregou o rosto confusa com a história, e Hermes riu ao ver o desespero da garota refletido no vidro.

– Isso é impossível! As ações que eu disponibilizei para venda ainda não foram postas na Bolsa. E os investidores só tinha vinte por cento, é impossível que você tenha comprado cinquenta e um por cento delas. IMPOSSÍVEL!

– Annabeth, nada é impossível no mundo dos negócios. Nada. Você precisa aprender isso o mais rápido possível, ou perderá os quarenta e nove por cento que ainda te restam.

Céus, o que eu vou fazer agora?”

Annabeth se perguntou com os olhos marejados, e logo se repreendeu por demonstrar fraqueza ao lado de Hermes. A garota sabia que ele não estava blefando.

– Como você conseguiu isso? – a Chase perguntou disposta a saber como ele a enganara.

– Simples... Suborno. E antes que você me pergunte quem eu subornei, é bem óbvio.

– Schumann! – Annabeth respondeu em um fio de voz, e Hermes bateu palmas como se ela acabasse de ganhar um prêmio.

– Isso mesmo, Chase. Muito bem. Próxima pergunta.

– Quanto?

– Por alguns milhões de euros ele adulterou o contrato e o que eram cinco por cento de ações se tornaram seis e eu me tornei o sócio majoritário. Fácil assim.

– E os outros quarenta e cinco por cento? – Annabeth ainda estava atônita coma informação.

– Parece que todo mundo estava abandonando o barco, até mesmo os seus tios estavam vendendo as ações.

– O que você vai fazer com a empresa agora?

Mesmo tendo mais de quarenta e cinco por cento das ações, Annabeth não tinha mais poder o suficiente para barrar as escolhas de Hermes.

– Agora que eu me lembrei que sou dono da Olympus Arquitetura C.O, eu pretendo fazer a parceria que eu tinha te proposto, mas é claro que eu só farei isso se...

– Eu me casar com Luke, do contrário...

– Eu fecho a empresa da sua família em um piscar de olhos. Simples assim.

Annabeth esfregou seu rosto com raiva e Hermes passou a encará-la, divertido com o desespero da garota. Agora não tinha para onde ela correr.

– Em resumo, se eu não me casar com o Luke em um mês você fecha a empresa da minha família e me tira a guarda do meu filho?

– Agora sim nós estamos nos entendendo, Annabeth.

Hermes voltou a se sentar e a loira o olhou abismada com a situação.

– Você tem duas semanas para me responder sim, se isso não acontecer espere pela visita dos meus advogados. – depois disso, o velho Castellan se voltou para o seu computador e voltou a trabalhar, quando percebeu que Annabeth ainda estava na sua frente, resmungou – Agora você pode se retirar.

Ainda atônita com as novidades, a loira se levantou no automático e andou até a porta, mas antes que ela saísse por completo, Hermes ainda teve a audácia de completar.

– Da mesma forma que o suborno funcionou com o Schumann, ele pode funcionar com um juizinho qualquer da vara de família. É melhor você pensar bem nas suas próximas ações, Annabeth. Eu não aturarei brincadeiras. – aquele foi o único momento de toda a conversa que Hermes não utilizara nenhum tom de deboche, sua voz estava séria e gélida como a superfície dos polos.

A Chase não dissera nada, apenas saiu do escritório do pai de Luke e em menos de dez minutos a garota já estava fora do majestoso prédio em que o homem instalara a sua filial. No meio da rua, Annabeth se permitiu dar um grito de frustração, o mesmo que assustara alguns pedestres que passavam ao seu lado.

Já com lágrimas nos olhos, a loira ouviu seu celular tocar, e com medo de mais más noticias o atendeu sem ver quem era.

– Annie? – a voz de Percy soou do outro lado da linha e Annabeth logo percebeu que ele não estava bem.

– Percy? O que aconteceu? Por que você está com essa voz? – por um segundo a Chase se esquecera da longa conversa que tivera com Hermes, e seu mundo só girava em torno de seu namorado.

– Tem como você me encontrar agora? – o moreno perguntou, e a garota logo soube que o problema era a entrevista de emprego.

Será que ele não tinha conseguido?

Claro que Annabeth se sentiu mal, mas ela estava feliz em saber que ele não iria para Fernando de Noronha, e consequentemente ficaria duas semanas longe de si. O que ela mais precisava no momento era de Percy e Peter ao seu lado. Nada mais do que isso.

– Onde você está, Cabeça de Algas?

– Estou quase chegando na casa dos meus pais... Só vem me encontrar, por favor. – o moreno pediu, e Annabeth logo parou um táxi que passava pela Avenida. Ela ainda precisava pegar seu filho na casa de Meredith.

– Eu já estou indo, amor.