The Choices Of Life...

Aniversário do Peter - Parte II


Percy estava pronto para descer as escadas e voltar a festa, quando ouviu a voz de Luke. Instantaneamente, o moreno estacou no lugar e aguçou a audição para prestar atenção no que os Castellan falavam:

– Por que tivemos que vir para a sala? A festa não está acontecendo no jardim? – o Jackson reconheceu a voz confusa de May, e aguardou por uma resposta.

– Annabeth disse que eu poderia esperar pelo Peter aqui, parece que Sally o está trocando. – o Castellan mais novo respondeu, e o estômago de Percy se revirou ao saber que ele já tinha falado com sua namorada.

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– Por que não ficamos lá fora? Ela apenas deu a sala como uma opção. – Hermes reclamou da mesma forma ríspida que Percy sempre o ouvira falar, e o rapaz revirou os olhos diante a postura imponente que o homem sempre apresentava diante as pessoas que o cercavam.

– Eu prefiro esperar aqui a esperar lá fora, onde todo mundo fica me olhando torto. – Luke respondeu como se explicasse algo difícil a uma criança de cinco anos de idade.

– Olha como você fala comigo, seu moleque. – Hermes o repreendeu ao perceber o tom usado consigo, e antes que Percy ouvisse a resposta do rapaz, a voz de sua mãe chamou sua atenção:

– Percy? O que você está fazendo parado aí, meu filho?

Sally tinha acabado de sair do quarto de sua nora, quando deu de cara com o Jackson mais novo parado no primeiro degrau da escada. Peter já estava devidamente limpo e perfeitamente arrumado, dessa vez com uma calça jeans preta, esta que ganhara de presente de Silena, e uma camisa de botões cinza, que fora presente de Juniper.

– Shh. – pediu o rapaz e com a mão sinalizou para que sua mãe se aproximasse.

Quando Sally estava ao seu lado, Percy falou a base de sussurros.

– Os Castellan chegaram. – e apontou para o andar de baixo, mostrando que eles estavam na sala.

– E você está ouvindo a conversa alheia? Não foi essa a educação que eu te dei, Perseu. – a mulher ralhou, fazendo o moreno revirar os olhos verdes como o mar caribenho.

– Eu só quero saber quais são as reais intenções deles aqui. Só isso. – o rapaz esclareceu, e sua mãe o olhou com uma falsa expressão de credibilidade. – Presta atenção.

– Parem de discutir. – May ralhou, e Percy se xingou mentalmente por perder uma suposta discussão. – Daqui a pouco Sally irá descer e achará que somos uma família de loucos. Quero ver um deles confiar em deixar Peter conosco.

– Isso eu já acho, minha amiga. – Sally murmurou ao lado de Percy, fazendo-o abrir um sorriso divertido.

– O que Annabeth falou para você, filho? – May perguntou e Percy achou ter ouvido um bufar de raiva.

– Em resumidas palavras? Ela disse que não quer que eu arranje confusões, para eu me comportar, e que dá próxima vez é para eu ser mais pontual, ou outra pessoa chega primeiro e toma o meu lugar... Como seu eu já não soubesse dessa parte. – o rapaz resmungou contrariado e o sorriso de Percy aumentou mais um pouco.

– Acho que já podemos descer, não é mesmo? – Sally resmungou e Percy assentiu com a cabeça, pedindo para que Peter passasse para o seu colo, o que o pequeno fez de bom grado.

Com o olhar, Sally o repreendeu, pois sabia que seu filho queria provocar.

– Percy...

– Não é nada demais, mamãe. Ele precisa entender que eu faço parte da vida do Peter, e não há nada melhor para aquele loiro de meia tigela me ver com o meu filho. Talvez ele entenda de vez o que todo mundo já sabe.

Antes que o Jackson mais novo descesse mais um degrau, Sally o segurou pelo braço e com o tom ameaçador, avisou:

– Perseu Jackson, eu não quero que você provoque este rapaz, está me ouvindo? Se eu sonhar que vocês trocaram faíscas eu te ponho de castigo. Entendido?

Percy a olhou cética, e se permitiu a soltar uma pequena risadinha diante a medonha ameaça de sua progenitora.

– Mãe, eu já tenho vinte anos. Castigo é tão... Antiquado.

– Antiquado ou não, eu ainda sou sua mãe e você está debaixo do meu teto, sendo assim terá de obedecer às minhas regras. – Sally iniciou seu monólogo com a voz séria, para completar com tom de conselho – E Annabeth nunca te perdoaria por estragar a primeira festa de aniversário de Peter. Então, meu filho, faça com que esse dia seja lembrado futuramente por ter sido algo bom e feliz, e não uma festa que terminara em briga como o sábado passado.

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Percy suspirou resignado, e olhou para os olhos de sua mãe com um pouco de culpa em seus orbes verdes.

– Eu ainda não pedi desculpas por ter estragado a suas Bodas no sábado passado. Desculpe-me, por favor.

Sally sorriu e arrumou a gola da camisa do rapaz com um sorriso singelo nos lábios.

– Percy, eu sei que o que aconteceu naquela noite era algo inevitável, e confesso que me senti bem ao saber que você tinha colocado esse loiro ag... Esse rapaz, no no lugar dele. Ou eu mesma o teria feito. – Sally segredou, fazendo com que Percy risse – O que ele fez com Annabeth é algo muito grave e eu, tanto quanto você, sabemos como e o quanto isso a machucou. Mas hoje não é um dia para acertar essas diferenças, nós estamos aqui pelo Peter, e talvez para mostrar que ele é feliz conosco. Ele e a Annabeth. Nós temos que ser superiores à qualquer insulto ou provocação que nos seja direcionado.

Peter que tinha se mantido quieto até então, abraçou o pescoço do pai, como se mostrasse que estava bem ali, e Percy riu com o gesto.

– Vamos descer, campeão? Temos uma festa para curtir.

Percy respirou fundo e começou a descer as escadas com Peter em seu colo, e sua mãe em seu encalço.

Um silêncio mórbido e tenso tinha se instalado na sala de estar dos Jackson, e Luke estava quase subindo até o segundo andar para ver se algo tinha acontecido a Sally e Peter, quando o loiro viu o Jackson descer com seu filho no colo, agarrado ao pescoço do moreno com força. Tal cena fez o Castellan encher-se de raiva.

Percy descia as escadas concentrado nos degraus, e parecia não ter se dado conta da presença da família Castellan em sua sala de estar, a primeira a manifestar uma reação foi Sally, que soltou um arquejo de falsa surpresa ao vê-los sentados em seu sofá.

– Vocês vieram! – a mulher exclamou e logo tomou a frente de seu filho, se encaminhando até May para cumprimenta-la com um abraço. Ao largar de sua amiga de longa data, olhou para os homens que a acompanhavam e com um aceno de cabeça disse – Hermes, Luke.

– Olá, Sally. – o loiro mais novo respondeu cortês e a esposa de Poseidon retribuiu o gracejo.

– Prazer em revê-la, Senhora Jackson. – Hermes fora mais polido, e até mesmo estendeu a mão direita para que a mesma a apertasse.

– O prazer é todo meu, Hermes. Mas acredito eu que não precisemos de tanta formalidade aqui, não é mesmo? – a mulher brincou para aliviar a tensão, e pareceu dar certo, já que os ombros de May perderam a postura impecável, e Hermes ameaçou dar um sorriso. Apenas Luke se manteve duro como uma estátua, analisando as ações que o Jackson mais novo tomaria.

Percy sabia que se cumprimentasse Luke primeiro, seria obrigado a deixar Peter com ele, por isso deu alguns passos a mais com o pequeno no colo, e saudou May com um abraço meio desajeitado, e logo ouviu o pedido que sabia ser inevitável:

– Posso pegá-lo? – a mulher perguntou e Percy assentiu, passando seu filho para o colo da ex-Castellan.

Depois de deixar Peter com a avó biológica, Percy se voltou para Hermes e Luke e os cumprimentou com um aperto de mão decidido.

– Fico feliz em ver que vieram. – o moreno disse – Eu vou tirar mais algumas fotos do pessoal. Okay? - e com isso mostrou a câmera para sua mãe como explicação.

– Okay, meu filho, vá lá.

– Com licença e sintam-se à vontade. – Percy pediu e deixou a sala, mas antes que saísse completamente do cômodo ouviu sua mãe dizer:

– Vamos lá para fora? Está um dia maravilhoso demais para ficarmos trancafiados aqui dentro.

Percy saiu de casa definitivamente, e a primeira pessoa que o moreno de olhos verdes viu ao chegar no jardim foi Annabeth, esta que parecia bem aflita.

– Oh, meus deuses. Finalmente, Percy. Achei que tivesse sido sugado pelo vaso sanitário, ou ido para Nárnia. Sei lá. – a loira resmungou enquanto andava na direção do moreno, que rira ao ouvir as suposições da garota.

– Nárnia? Eu, sinceramente, preferia ir para Hogwarts. Se bem que um encontro com Aslan não seria nada mau. – Percy retrucou apontando a câmera para a namorada, fazendo-a desviar o rosto. – Deixe-me testar o foco, Sabidinha.

– Eu sei o que você quer, Cabeça de Algas.

– E o que eu quero? – Percy questionou com as sobrancelhas arqueadas em desafio.

– Você quer tirar fotos em que eu esteja feia, e não testar o foco.

– Isso é impossível. Você sempre está linda. – o moreno elogiou e Annabeth corou, fazendo com que Percy tirasse uma outra foto dela. – Essa ficou bonita. – o rapaz informou fazendo a loira correr até o seu lado para ver a tela da câmera.

– É, até que não ficou tão ruim. – a garota murmurou, e Percy revirou os olhos diante a baixa autoestima da garota. – Agora venha comigo, e tire algumas fotos do painel e da mesa maravilhosos que temos logo ali, antes que todos os brigadeiros sumam dali.

– O painel só é maravilhoso, porque foi eu que fiz. – Percy devolveu e Annabeth revirou os olhos, diante o convencimento do rapaz.

– Com a ajuda de Poseidon e Nico, algo que você deixou bem claro mais cedo.

– Detalhes, detalhes. – o moreno resmungou, fazendo com que sua namorada revirasse os olhos.

Percy começou a tirar várias fotos da mesa e do painel, quando percebeu que ao seu lado Annabeth não parava quieta, e de meio em meio segundo estralava um de seus dedos ou olhava para os lados, como se esperasse por algum acontecimento ruim.

– Por que você está tão nervosa? – o moreno perguntou parando seu trabalho de repente, e assustando a garota com a pergunta repentina.

– Acho que isso é bem óbvio. – a loira devolveu seca, e Percy revirou os olhos.

– E daí que ele está aqui? Nós já esperávamos por isso. Não sei o porquê dessa reação exagerada.

– Eu já estava me sentindo aliviada por ele não vir e de repente ele resolve aparecer, do nada.

– Não foi do nada, Annabeth. Você o convidou.

– Mas eu achei que ele não fosse vir.

– É claro que ele viria, se você ainda não percebeu, ele quer você e o Peter de volta. Qualquer brecha que você der, ele fará questão de entrar.

Em questão de segundos os ânimos estavam ficando exaltados, e isso não passou despercebido pelos convidados. Muito menos por Luke que já ostentava um pequeno sorriso presunçoso, enquanto brincava com Peter, este que estava em seu colo.

– Qualquer brecha que eu der? O que você quer dizer com isso, Perseu? – A Chase perguntou fingindo que não tinha entendido a indireta de seu namorado.

– Estou querendo dizer exatamente aquilo que você entendeu. – o rapaz murmurou voltando a fazer seu trabalho, e Annabeth o olhou ultrajada.

– Não acredito que você esteja insinuando que eu o queira por perto. – a loira retrucou com incredulidade.

E antes que a paciência de Percy se esgotasse e o rapaz desse uma resposta que iniciasse de vez uma briga, Thalia, que analisava tudo de longe como todos os outros presentes, se aproximou e com a voz calma, interveio:

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– Por que raios o meu casal favorito está brigando na frente da família Addams?

– Foi o Percy quem começou insinuando que eu quero o Luke na minha vida. – Annabeth reclamou em tom baixo, depois de uma rápida olhadela ao seu redor.

– Percy, isso não faz sentido! – Thalia partiu em defesa de sua melhor amiga, e seu irmão a olhou debochado.

– Então por que ela está tão nervosa com a presença dele? Ela sabia que ele viria, e agora fica assim. Não faz sentido, pelo menos não para mim. – o moreno retrucou e as duas reviraram os olhos.

– Bom, eu realmente não vou tomar partido nessa briga sem sentido, mas eu só quero avisar que o Luke está sorrindo igual a um retardado, enquanto vê vocês dois brigando. – Thalia informou e Percy olhou por cima de seu ombro, comprovando com seus próprios olhos que o que a sua irmã falava era verdade. – Não demostrem que a presença dele afeta vocês. Ele tem que ser igual lesma.

– Lesma? – Percy questionou confuso, e Thalia riu.

– É. A presença causa nojo, mas não afeta em nada na sua vida.

Percy riu escandalosamente e Annabeth revirou os olhos com um sorriso divertido no rosto.

– Assim que eu gosto, todo mundo sorrindo e feliz. – Thalia provocou e o casal mostrou-lhe a língua, simultaneamente – Olha que coisa linda! Já estão sincronizados de novo.

Silena, que também estava tensa com o aparente desentendimento do casal, logo se aproximou do trio e sugeriu, a fim de apaziguar de vez o clima que se instalara:

– Que tal fazermos algumas brincadeiras?

– Boa ideia! - Thalia logo se animou e gritou na direção em que seus amigos estavam – Cambada, chega mais. – e em questão de segundos todos estavam envolta da morena de olhos azuis. – Vamos brincar?

– Brincar? – Bianca questionou franzindo o cenho e a Grace assentiu.

– É, já que não temos crianças em uma festa de crianças, vamos ser as crianças dessa festa.

– Como se isso fosse algo muito difícil. – Maria que estava passando ao lado deles murmurou, fazendo Marta, que a estava acompanhando, rir.

– É muito gratificante saber o quanto nos ama, querida Maria. – Travis disse fazendo corações com as mãos, e a mulher revirou os olhos rindo, e logo depois saiu de perto do grupo de adolescentes, quase adultos.

– Okay, vamos brincar! Mas do quê? – Will externou a dúvida da maioria, e cada um começou a pensar em algo que pudessem fazer.

Depois de alguns segundos, as primeiras ideias começaram a surgir. Todas ao mesmo tempo.

– Dança das cadeiras. – Travis.

– Pega-pega. – Grover.

– Esconde-esconde. – Percy.

– Cabra-cega. – Annabeth.

– Polícia e ladrão. – Juniper.

– Telefone sem fio. – Silena.

E de repente, todos estavam falando alto e resmungando das brincadeiras sugeridas e é claro, defendendo com afinco a brincadeira que escolhera.

– Brincar de cabra cega? Alguém vai acabar se machucando. – Silena resmungou, e Annabeth a olhou cética.

– A mesma coisa pode acontecer com pega-pega e esconde-esconde.

– Nada a ver, alguém se machucar brincando de esconde-esconde é muita burrice. – Percy defendeu sua brincadeira, e dessa vez Annabeth o olhara torto. – Fala sério, Sabidinha... Quem consegue se machucar brincando disso?

– Eu já me machuquei para a sua informação, Jackson. – Thalia entrou no meio da discussão – Tive até que enfaixar o braço se você não se lembra. E foi sua culpa, só para deixar claro. – a morena completou e Nico interveio assustado.

– Como você conseguiu essa proeza, miss eu-sou-boa-em-tudo-que-faço?

E assim, o bate-boca teve continuação.

Sally, que estava fora da roda, vendo o quanto os ânimos estavam exaltados resolveu intervir, antes que um matasse o outro, e a última coisa que a esposa de Poseidon queria naquele momento era parar em uma delegacia por ser cúmplice em uma chacina, ou até mesmo explicar para seus amigos de longa data como e o porquê os filhos deles morreram de tal forma. Por isso, com calma a Senhora Jackson se aproximou, e com autoridade interveio:

– Ei, ei, ei. – vendo que não estava adiantando de nada, a mulher apelou para seu marido, que sorriu maroto e se aproximou com um ar divertido. – Chama a atenção deles para mim, por favor? – a mulher pediu e Poseidon assentiu feliz por poder gritar, algo que ele queria fazer desde que vira a família Castellan andando pelo gramado do seu jardim.

– HEY! – o Jackson gritou com todo o fôlego existente, e rapidamente todos os adolescentes se calaram. – Obrigado!

– Por que vocês não fazem um sorteio? Seria muito mais fácil. – a mulher sugeriu e rapidamente todos se olharam e entraram em um consenso.

– Okay, vamos fazer um sorteio. – Annabeth logo tomou a dianteira da situação e perguntou – Alguém tem caneta e papel?

Beckendorf que mais analisava a situação do que brigava, puxou seu celular do bolso e falou:

– Eu tenho um jeito mais fácil, Annie.

– Qual? – a loira perguntou com o cenho franzido em sinal de dúvida, e o rapaz mostrou um aplicativo de sorteio que ele tinha em seu aparelho móvel.

– Por que você tem esse troço no seu celular? – Grover questionou confuso, e todos o encaravam da mesma forma.

– Sabe como é que é, eu sei os amigos que eu tenho e sabia que algum dia essa maravilha me seria útil. Podem considerar erradicadas as nossas discussões para escolher em que lugar ir ou que bebida pedir.

– Como o meu namorado é inteligente. – Silena bateu palmas, e correu para o lado do moreno, dando um selinho no mesmo.

– Argh, desse jeito o meu diabetes chega no espaço. – Thalia murmurou fazendo cara de nojo, e Silena rapidamente retrucou com desdém:

– Só fala isso porque você não tem ninguém. Aposto que se tivesse as coisas seriam diferentes.

– Não preciso de ninguém no meu pé não, Barbie. Meu estado civil atual em muito me agrada. – e com essa cartada, a morena direcionou um olhar mais do que significativo para o Di Ângelo, este que sorriu malicioso e mandou uma piscadinha de volta para a Grace.

– E como é esse estado civil, Senhorita Thalia? – Poseidon perguntou cruzando os braços, e a morena revirou os olhos diante a cena de seu pai.

– Solteira, papai. Eu estou solteira. Quer que eu soletre? – a morena questionou malcriada e Poseidon a olhou feio.

– Olha como fala com o seu pai, Thalia. – Sally a recriminou, e a Grace rapidamente direcionou um sorriso amarelo para o pai.

– Desculpa, papai. Não foi a minha intenção. – a garota se desculpou com cara de inocente e todos riram sabendo que era, sim, a intenção da morena.

– Okay, chega de enrolação. – Charles se manifestou, chamando a atenção de seus amigos para si – Cada um deverá escolher um número de um a quinze. Pode ser?

Todos assentiram, e Silena foi a primeira a iniciar a contagem:

– Eu sou o um. – a morena disse toda animada.

– Dois. – Charles resmungou e Will que estava ao seu lado falou o número seguinte.

Depois de todos terem escolhido um número, Beckendorf apertou um botão que fez a roleta do aplicativo rodar e consequentemente parar no número treze.

– Ganhei, ganhei, ganhei. – Connor começou a fazer uma estranha e desengonçada dancinha da vitória levando todos a gargalharem da sua cara.

– Qual é a brincadeira que você escolhe? – Thalia perguntou depois que as risadas cessaram, e o fogo do Stoll apagou.

– Que tal queimada? – Connor questionou, e todos meio que concordaram com a ideia do rapaz. – Tem alguma bola aqui, Percy? – o Stoll mais velho questionou para o dono da casa, este que assentiu concordado.

Com um aceno de cabeça o rapaz entregou sua câmera a Annabeth, e se afastou do seu grupo de amigos, indo até o fundo do terreno de sua casa, onde havia uma pequena construção, um pouco menor que a casa de Maria, onde costumavam depositar coisas velhas, como: escadas, baldes de tintas velhos, pincéis, e outras tralhas que não vem ao caso nesse momento.

Percy logo voltou com uma bola de vôlei bem velha, e uma bomba de ar para enchê-la.

– Eu achei essa daqui, mas alguém precisa limpá-la antes. – o rapaz resmungou mantendo-a o mais longe da sua camisa branca.

– Dê-me isso aqui, seu frouxo. – Nico pediu vendo a frescura de seu melhor amigo em tocar na bola, e logo se afastou para lavar a mesma no chuveirão que havia perto da piscina.

– Quais serão os times? – Thalia questionou, e os Stoll levantaram a mão simultaneamente para tirar as equipes. – Okay, vocês escolhem.

– Eu escolho primeiro, porque sou o mais velho e ganhei o sorteio. – Connor ordenou, e Travis deu de ombros como se não se importasse. – Jackson.

Percy logo se juntou ao time de Connor trocando um toque animado com o amigo.

– Vem, Charles. – Travis chamou, e o rapaz foi para o lado do Stoll mais novo.

– Nico. - que já tinha lavado a bola e agora tentava enchê-la com a bomba juntou-se a Connor.

– Grover.

– Will.

– Chris.

Thalia. – Connor chamou a Grace para seu time, esta que sorriu animada para seu irmão.

– Clarisse. – Travis chamou com um sorriso demoníaco, o mesmo que a La Rue ostentava em direção ao time adversário.

Annabeth.

– Bianca.

– Juniper.

– Katie.

– Eu sempre fico por último. Que ódio! – Silena se queixou ao perceber que só restava ela para ser chamada.

– Não chore, Si. Venha para o time campeão, venha. – Connor chamou e Travis revirou os olhos para o convencimento do irmão.

– Eu espero mesmo que sejamos os campeões. – a Barbie resmungou e o time adversário revirou os olhos em conjunto.

As duas equipes se espalharam pelo jardim, e Thalia delimitou os campos com alguns cabos de vassoura que a mesma pegara na dispensa.

– Só espero que essas vassouras voltem para o lugar delas no final da brincadeira. – Maria resmungou alto o suficiente para que todos a ouvissem e Thalia fez um sinal de okay com a mão.

O jogo estava para começar, quando Charles parou e analisou o time a sua frente.

– Hey, temos um problema. – Beckendorf se manifestou e todos o olharam procurando o tal problema. – Nós temos um a menos que vocês. Não é justo.

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– Você reparou que a Silena está no nosso time, não reparou? – Thalia debochou, e a Beauregard a olhou indignada. – Não é por nada não, Si, mas nós temos que concordar que você não é a melhor jogadora de queima desse mundo.

Silena revirou os olhos, mas não retrucou, pois sabia que sua prima fala a verdade.

– Amor, você não quer sair? – Beckendorf perguntou com cara de cachorro que caiu da mudança e Silena o olhou ainda mais ultrajada do que antes.

– Quando eu não quero participar dessas coisas, eu sou chata, eu sou fresca, eu sou isso, eu sou aquilo. E quando eu quero, vocês não me deixam jogar? Nem morta que eu saio daqui, Charles Beckendorf.

– Vish, chamou pelo nome completo. – Poseidon, que estava ao lado de Apolo, Ares e Max, próximo da churrasqueira, brincou e os homens ao seu lado riram. – Ainda dá tempo de fugir para as colinas, Charles.

– Nenhum de vocês quer brincar? – Travis perguntou aos ilustres homens de negócios, e os quatro negaram veemente.

– Não tenho mais idade para isso, meu jovem. – Max justificou e os outros três usaram do mesmo argumento.

– E vocês, nobres donzelas, não querem se juntar a nós? – Connor galanteou e as mulheres riram, enquanto negavam com a cabeça.

– A única brincadeira que minha coluna ainda aguenta é passar roupa. E olhe lá. – Marta se manifestou, e Maria assentiu com a cabeça complementando:

– Lavar a louça, e a roupas também se encaixam nessa categoria.

Connor as olhou com uma expressão que deveria causar compaixão, mas elas apenas riram e voltaram a negar com a cabeça.

– E você, Tia Sally? – dessa vez fora o Stoll mais novo que se manifestara e a mulher o olhou cética.

– Com essa roupa? – a esposa de Poseidon apontou para o vestido longo que usava e riu incrédula. – Nem aqui nem na China, meu querido.

Travis olhou para seus amigos, e resmungou:

– Se é assim, alguém desse time vai ter que sair.

E dessa forma a balburdia novamente se instaurou, já que ninguém da equipe de Connor estava disposto a sair do jogo, e os jogadores da equipe do Travis resmungavam o quanto isso era injusto, vendo a bagunça que seus filhos, e os amigos destes faziam, Sally resolveu intervir pela segunda vez.

– Venham aqui agora. – a mulher chamou e os quinze jovens se aproximaram dela. – Juntem. – ela ordenou, e de repente todos estavam em roda, na mesma posição que os times de futebol costumam ficar quando estão montando uma estratégia de jogo. – Não quero ninguém fazendo baderna com o que eu vou falar, ou eu pego essa bola e ninguém brinca de nada. Entendido?

Murmúrios de concordância se fizeram ouvidos, e a mulher logo concordou em continuar:

– Por que vocês não chamam o Luke para participar da brincadeira?

– Mãe... – Thalia abriu a boca para protestar, quando a mulher a fuzilou com o olhar. – Calma, não está mais aqui quem falou.

Nesse momento, Annabeth olhou para Percy, este que tinha as mãos fechadas em punho, e ele a olhou de volta.

Calma. – ela pediu sem som, e o rapaz assentiu respirando fundo.

– Até que não é uma má ideia. – Percy se manifestou depois de um longo minuto de silêncio e todos o olharam abismado. – O que foi? Nunca me viram? – o moreno perguntou ríspido, mas nem assim os olhares curiosos de seus amigos deixaram de fita-lo, intrigados.

– Quem é você e o que você fez com o lerdo do Percy? – Travis perguntou com calma e lentidão, fazendo todos revirarem os olhos.

– Estamos, ou melhor, vocês estão precisando de um jogador a mais no time, e aquele loiro de meia tigela está vegetando logo ali, sem fazer nada. Não custa nada chamá-lo. – Percy se justificou e os olhares permaneceram nele, fazendo-o se irritar. – Parem de me olhar desse jeito, que saco.

– É que esse momento é algo muito raro na vida da espécie humana. – Connor resmungou e todos soltaram uma risadinha contida.

– Então tira uma foto, tenho certeza que durará mais do que a minha paciência. – Percy retrucou e sons de provocação se fizeram ouvidos.

– Ui gente, ela está bravinha. Não mexam com ela. – Grover brincou, e as gargalhadas foram soltas em alto e bom som.

Annabeth revirou os olhos e depositou um beijo na bochecha do namorado, fazendo-o sorrir levemente.

– E então, vão ou não chamar o rapaz? – Sally perguntou feliz ao ver que seu filho estava disposto a dar uma trégua na disputa com Luke.

– Você tem algum problema com a presença dele, Annie? – Clarisse perguntou com os olhos colados na prima, esta que negou com a cabeça, enquanto dava de ombros. – Então, alguém chama ele lá, porque eu me recuso a fazer isso. – a La Rue disse e todos olharam na direção do rapaz, que tinha Peter no colo. - E eu espero que ele seja pelo menos bom, ou eu o capo.

– Sem violência. - Sally pediu e Clarisse deu de ombros, como pouco se importasse com o pedido.

– Eu vou lá chamar ele. – Beckendorf anunciou e se afastou da pequena rodinha que tinha se formado no meio do jardim.

Depois que Sally chamou sua família para aproveitar o dia do lado de fora da enorme casa dos Jackson, Luke sentiu-se extremamente desconfortável em ficar sob os olhares de todos os convidados presentes, mas o desconforto do rapaz logo passou ao perceber que Percy e Annabeth eram os alvos de tais olhares, e a satisfação ganhou espaço quando o loiro percebeu que o casal do ano estava brigando.

– Parece que nem tudo por aqui é feliz como nos contos de fadas. – Hermes murmurou ao pé do ouvido do filho, este que abriu um sorriso ladino, e voltou a prestar atenção em Peter, que estava no seu colo.

– E você, Peter, como vai? – o rapaz perguntou ao filho, equilibrando o pequeno em seu joelhos de forma que os olhos azuis do Chase ficassem nivelados aos do Castellan, este que mantinham um de seus belos orbes no filho, e o outro na briga do casal mais à frente.

Peter tentou agarrar o nariz de Luke, que riu e fingiu que morderia a mão do pequeno, este que ao perceber as intenções do mais velho rapidamente a tirou do alcance do Castellan.

– Você é esperto, baixinho. Assim como a sua mãe. – Luke elogiou e Peter o olhou atento ao ouvir a palavra mãe. – Você sabe quem é a sua mamãe? – o Castellan mais novo questionou, e o Chase logo virou o pescoço, olhando na direção em que sua progenitora escutava algo que Thalia falava.

De repente, Percy olhou em sua direção e logo desviou o olhar mais rápido ainda, o que fez o loiro sorrir satisfeito, pois ficara óbvio que o Castellan gostara de ver Annabeth e o Jackson brigando, e que não se esqueceria de tal acontecimento tão cedo.

– Esse Perseu é mesmo um idiota. – Hermes resmungou ao lado do filho, e recebeu um olhar de advertência da ex-esposa. – Não estou falando nada demais. – o homem ergueu as mãos em sinal de inocência e May o fuzilou com o olhar.

– Não fale mal de quem está nos recebendo, ou poderemos ser expulsos à vassouradas. – a ex-Castellan externou com obviedade e o homem revirou os olhos como pouco se importasse com a informação.

– Só estou dizendo que esse Jackson tem o cérebro do tamanho de uma noz. Por que que homem em plena consciência de seus atos assume a família de outro cara? Ainda mais na idade dele, onde responsabilidade é a última prioridade da lista.

– Homens que assumem famílias que não sejam as suas, são homens íntegros e muito melhores do que aqueles que as deixaram sozinhas. – May retrucou e fuzilou os dois homens da sua vida, saindo de perto deles logo em seguida.

Luke olhou para o pai, e disse:

– O senhor poderia parar de brigar o tempo todo com a mamãe.

– Não sou eu quem começa, é sempre ela. Você não vê? – Hermes questionou abismado pela acusação.

Luke não retrucou, preferiu dar uma olhada no que os amigos de Annabeth estavam fazendo para gritar tanto.

– Por que eles estão brigando? - o Castellan mais novo perguntou estranhando a confusão que se estabelecera no jardim.

– Parece que eles querem brincar. Como se ainda fossem crianças para agir assim, céus! - Hermes recriminou a atitude dos amigos de Annabeth, enquanto Luke achava divertido a forma como os mesmos se tratavam.

Peter que olhava na direção de seus tios ria e batia palma ao ver a baderna que estes faziam e parecia se divertir em observá-los.

– Acho que a criança dessa casa não é você, baixinho. - Luke murmurou para o filho, este que ainda olhava para o grupo de amigos de sua mãe e ria ao ver a gritaria.

Luke continuou a observar o desenrolar daquela bagunça e percebeu que ficara decidido que a brincadeira seria queima, os gêmeos que ele sabia se chamarem Travis e Connor, seriam os líderes da equipe e de repente, a discussão voltou a se instaurar sobre o grupo, dessa vez era pelo número de participantes em cada equipe.

– Isso é tão ridículo. - Hermes resmungou ao lado de Luke ao ver que Sally interferira pela segunda vez.

– Eles só estão se divertindo. Não há nada de errado nisso, pelo menos não para mim. - o loiro partiu em defesa do grupo e Hermes revirou os olhos, preferindo manter-se calado diante o ponto de vista do filho.

Luke estava achando tudo engraçado e acolhedor, mas sua coluna juntamente com o seu sangue gelou rapidamente, quando todos, sem exceção, olharam na sua direção e depois voltaram para formação de time de futebol americano. Antes que o Castellan pudesse especular sobre o que estava acontecendo, Beckendorf começou a se aproximar e o loiro gelou de vez.

– Luke? – o namorado de Silena o chamou e o rapaz engoliu em seco.

– Oi? - o Castellan queria ter soado mais confiante, entretanto sua voz saíra trêmula e suas mãos não paravam de soar.

– Você não quer se juntar a nossa equipe? Está faltando um e... Bom, você está aqui. - Charles deu de ombros como pouco se importasse com a presença do italiano e ele fosse a última opção do grupo, o que ele realmente era.

Luke olhou a sua volta, notando que algumas pessoas o olhavam à espera da sua reação, e algumas outras, como Percy, Annabeth e Thalia, por exemplo, conversavam entre si e davam risadas sobre algo que ele não tinha a menor ideia do que era.

– E então? Vai participar ou não? – Charles voltou a questionar, chamando-o de volta para a Terra.

– Ah, claro! Pai, segure-o para mim, por favor. – o Castellan pediu a Hermes, enquanto passava Peter para o colo do avô, que o recebeu de bom grado. – De que time eu sou mesmo? – Luke questionou sem saber a qual gêmeo pertencia.

– Do meu. – Beckendorf respondeu, enquanto voltava para perto de sua equipe. – Ele aceitou galera, então vamos começar o extermínio de uma vez.

– Com isso você quis dizer o extermínio do seu time, não é mesmo amor? – Silena perguntou ácida, ainda mal-humorada com o comentário de seu namorado.

– Não, meu amor, eu quis dizer que é o fim do seu time. – Charles devolveu a provocação, e a morena o fuzilou com o olhar.

– Chega de lenga-lenga, seus animais. Vamos começar logo com isso. – Clarisse resmungou, enquanto fuzilava Luke com o olhar e o loiro realizava uma batalha interna para não encolher diante o olhar de fúria da La Rue.

Travis e Connor logo se posicionaram a frente de seus times, e tiraram no par ou ímpar quem sairia com a bola, e dessa vez o gêmeo mais novo saíra vitorioso. Clarisse que tinha a mão coçando para começar a jogar, tomou a bola da mão de Travis, e rapidamente a jogou para o time adversário, visando acertar Silena, esta que desviou com agilidade, e riu gostosamente ao perceber que não tinha sido atingida.

– Tente melhor da próxima vez, querida Clarisse. – a Barbie provocou, e a La Rue lhe mostrou a língua de forma divertida.

A brincadeira logo ganhou ritmo, e só era visto a bola de vôlei voando de um lado para o outro, sem atingir ninguém. Luke, que se mantinha o mais afastado possível do centro dos campos, se surpreendera ao ver a garra e a determinação que o grupo de amigos tinha para jogar, as garotas, principalmente. E o Castellan se divertia ainda mais com as provocações trocadas entre as equipes, ou até mesmo entre os jogadores de um mesmo time.

– Isso é o melhor que você pode fazer, Thalia? – Nico perguntou, quando a bola passou a metros de distância de Bianca, a única pessoa que podia ser atingida naquela direção. – Acho que você está precisando de óculos, Lia. – o moreno provocou e Thalia não se dignou a olhá-lo, a morena estava mais preocupada com a bola que estava na mão de Beckendorf.

– Cala a sua boca, Di Ângelo, e presta atenção no jogo, se perdemos por sua culpa, eu juro que acabo com aquilo que você mais preza nessa sua vidinha medíocre.

– Você não faria isso, Lia. E nós sabemos o porquê. – Nico devolveu com um grito, e todos os olhares se voltaram para o rapaz com um quê de malicia.

– O que você quis dizer com isso, Nico? – Annabeth foi a primeira a questionar com um sorriso divertido nos lábios, e Thalia a fuzilou com o olhar, totalmente desgostosa com a insinuação que sua amiga fizera.

– Cala a boca, Annabeth.

– Hey, não ache que só eu estou pensando nisso, Thalia. Todos aqui presentes entenderam a mesma coisa que eu. – Annabeth ergueu as mãos em forma de defesa, e nesse momento Charles jogou a bola que tinha em mãos, queimando a primeira pessoa do jogo, Juniper.

– Isso não valeu. – a namorada de Grover reclamou – O jogo estava pausado. – a morena resmungou, enquanto pegava a bola e ia para o coveiro.

– Em nenhum momento nós ouvimos alguém pedindo pausa. – Grover retrucou, e Juniper o olhou enfezada. – Desculpe, mas regras são regras. E você foi queimada.

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– Você está ferrado, Grover. – Juniper avisou, e jogou a bola de volta para o seu campo, onde Percy a pegou e rapidamente queimou Katie, que ainda prestava atenção na pequena discussão de Juniper e Grover.

– Caramba, Jackson! – a pequena ralhou, e o rapaz fez reverência para provocar.

A partir daí o jogo começou de verdade. A bola ganhara ainda mais velocidade, e cada vez que era jogada acertava alguém ou ficava muito perto disso. Aos poucos todos foram queimados, e em um dado momento, Percy e Silena estavam de um lado, enquanto Clarisse e Luke estavam do outro.

– Até que ele durou bastante. – Connor sussurrou para Travis na lateral do campo onde ocorria o jogo.

– Está sentindo esse cheiro de testosterona? – o mais novo perguntou fingindo que farejava algo no ar, e o mais velho riu assentindo com a cabeça.

– Se ficar apenas os dois nesse jogo, as coisas esquentarão.

– E muito. – Grover que só escutava a conversa alheia resolveu se manifestar e o gêmeos assentiram ao mesmo tempo, com os olhos ainda grudados no jogo.

Annabeth, que tinha sido queimada por Clarisse, olhava o jogo apreensiva, já que estava mais do que óbvio que aquela simples brincadeira viraria uma disputa de machos alpha se ficasse apenas Percy e Luke em campo. E esse tipo de competição era tudo o que a loira menos queria no momento.

– Joguem logo. – Charles gritou do coveiro, irritado com a enrolação que sugira quase no final do jogo.

Nico, que estava no coveiro e com a bola em mãos, jogou-a na direção de Clarisse e por pouco não a acertou em cheio. No entanto, a ruiva decidiu não se arriscar em pegar a bola deixando com que esta passasse, sem maiores problemas para o campo adversário. Infelizmente, para o time de Travis, a mesma caíra de forma certeira nas mãos Percy, e o rapaz soube muito bem usar sua oportunidade, queimando em cheio a La Rue.

Adiós, Claricita. – O Jackson provocou e a garota mostrou-lhe o dedo do meio, antes de deixar seu campo e assumir sua mais nova posição no coveiro.

Como a La Rue tinha posse de bola, e era extremamente competitiva, ela não mediu meios nem esforços ao jogar a bola na direção de Percy, e como já era esperado, a ruiva o acertou em cheio.

– Por favor, Persiana, junte-se aos seus amigos perdedores. – a garota devolveu a provocação anterior com um sorriso matreiro nos lábios, e Percy, ainda confuso com o golpe que o acertara, foi em direção aos seus amigos que já tinha sido queimados. Vendo quão desolado Percy aparentava estar, Annabeth o recebeu no coveiro com um beijo na bochecha, que poderia ter sido na boca se os dois não fossem tão orgulhosos.

– De onde a bola veio? – Percy perguntou abismado, e a loira riu dando-lhe outro beijo na bochecha. – Você viu?

– Ninguém mandou você queimar a Clarisse, Cabeça de Algas. – a Chase disse olhando para a prima que dava tchauzinho na direção do casal.

– Mas foi tão rápido que...

– Nós vimos, Percy. Nós vimos. – Will fingiu consolá-lo, mas logo o apressou - Agora joga logo essa bola e queima o loiro branquelo, para nós ganharmos de uma vez esse jogo.

De repente, com a possibilidade de acabar de vez com Luke, pelo menos no jogo, Percy abriu um sorriso enorme, este que arrancou um revirar de olhos de Annabeth e um sorriso matreiro de seus amigos.

– Será uma honra acabar de vez com esse jogo. – não é preciso dizer que a ambiguidade nas palavras do Jackson fora notada por todos os presentes. Não é mesmo?

Luke, que percebera a intenção do rapaz, sorriu debochado e fingiu erguer mangas imaginárias em um claro sinal de desafio. Percy sorriu debochado e se preparou para jogar a bola.

Annabeth analisava o comportamento dos dois homens a sua frente com o semblante insatisfeito e extremamente contrariado. Afinal, tudo o que ela estava disposta a evitar com a presença de Luke na festa era uma disputa como aquela, e tudo que conseguira fora assistir de camarote a testosterona falando mais alto.

– Percy... – a loira começou a repreendê-lo, mas o moreno nem lhe dera ouvidos, já que no segundo seguinte, estava jogando a pobre bola de vôlei, sem dó nem piedade em direção a Luke.

A trajetória da bola fora acompanhada com expectativa, por todos que se encontrava no jardim, e o único que se atrevera a fazer barulho, fora Peter ao bater palmas, este que nem sabia exatamente o que estava acontecendo a sua frente.

Depois de praticamente um século, a bola chegou ao seu destino final, mas ela fora amparada pelas mãos de Luke, não queimando-o dessa forma. O time ao qual o loiro pertencia comemorou por ele não ter sido queimado, e ao perceber que ainda estava no jogo, Luke direcionou um sorriso debochado a Percy, que o encarava com raiva.

– Hey, amiguinho. – Silena chamou a atenção de todos para si, mas a morena só queria mesmo que Luke a olhasse. – Tenha piedade de mim. Okay? Eu sou uma pessoa muito frágil, que se machuca com uma facilidade impressionante. Por isso, seja gentil e um bom esportista. Combinado?

– Agora você está preocupada? – Clarisse debochou, e a morena deu de ombros, encolhendo-se logo em seguida. - Se prepara, Barbie. – a garota resmungou para sua melhor amiga, esta que lhe direcionou um sorriso amarelo, e logo depois ergueu seu olhar para o céu em um mudo pedido de proteção.

– É sério, Luke, se você me machucar eu te processo. Entendeu? – a morena ameaçou, e o Castellan riu diante a afronta da garota.

– Okay, Silena. Prometo que eu não vou jogar para te machucar. – o loiro dissera pela primeira vez desde que começara a jogar.

– Eu espero que seja verdade. – Silena retrucou, e se preparou para receber a bola.

Luke estava pronto para jogar, mas ao ver Silena toda encolhida no meio do campo adversário, o loiro trocou a trajetória da bola, jogando-a para seus companheiros de equipe que estavam no coveiro. Ele não queria queimar a garota, que a seu ver poderia quebrar facilmente, como uma boneca de porcelana, e os amigos da mesma saberiam cuidar do escândalo que ela poderia, ou não, fazer caso fosse queimada.

Silena soltou uma lufada de ar ao ver que a bola passara direto por ela, e rapidamente virou-se para o coveiro, aonde encontrou Travis segurando a bola com um sorriso nada amigável.

– Travis, seja um bom garoto. – a morena pediu, e o sorriso sádico do Stoll mais novo aumentou.

– Você sabe que eu não sou um bom garoto, Si. – Travis retrucou e jogou a bola para acertá-la, só que com delicadeza e rapidez Silena conseguiu desviar e novamente a bola fora parar nas mãos de Luke.

De repente, a bola ficou indo e vindo, do coveiro para o campo normal e todas as vezes ela era direcionada a Silena, que com uma habilidade, até então desconhecida, desviava e não se deixava abater.

Em um dado momento a bola caíra nas mãos de Beckendorf, este que sorriu para a namorada, e recebeu em troca um olhar ameaçador.

– Se você me queimar, Charles, não precisa ir dormir na minha casa pelo próximo mês inteirinho. Okay? - a garota sibilou com os olhos semicerrados e o moreno engoliu em seco.

– Isso quer dizer que...? - o rapaz deixou a frase no ar, e Silena assentiu, completando os pensamentos do namorado, que a olhou indignado. - Você não pode fazer isso por conta de um jogo, meu amor.

– Tanto posso quanto vou. - a Barbie reforçou dlseu ponto para logo complementar - Paga para ver?

Charles ficou pensativo por um tempo, pesando os prós e os contras da situação, quando seus olhos caíram sobre a morena que batia os pés e tinhas as mãos na cintura, em uma típica postura de autoritarismo. Ele não conseguiria, nem morto, ficar longe da sua pequena por um mês, era muito tempo para um cara apaixonado como ele.

– Eu não acredito que você vai fazer isso, Beckendorf. - Clarisse vociferou em direção ao amigo, este que deu de ombros antes de murmurar:

– Foi mal, galera. Mas vocês sabem como é que é, não sabem? - o moreno perguntou com um pedido mudo de desculpas no olhar.

– Charles! - Clarisse brandou nervosa com a situação. - Não se atreva a fazer isso, ou eu...

– Foi mal, Clarisse. Mas eu tenho mais medo da Silena do que de você. - Beckendorf resmungou interrompendo a La Rue que começou a andar na direção do rapaz.

Antes que a ruiva pudesse chegar até o namorado de sua melhor amiga, o mesmo já tinha entregado, de bandeja, a bola para time adversário.

– Argh! Eu não acredito que você fez isso. - a La Rue resmungou quando chegou perto de Beckendorf e desferiu um soco forte no moreno, que se encolheu e resmungou de dor.

Silena já tinha pego a bola e saltitava até o encontro dos dois campos, aonde Luke a esperava com um sorriso no rosto. A morena não aparentava estar preocupada com o possível assassinato de seu namorado, já que nem se dignara a olhá-lo, quando o primeiro gemido de dor ecoou pelo jardim.

– Luke Castellan, se você deixar essa Barbie da China te queimar, eu juro, por tudo que há de mais sagrado nesse mundo, que eu acabo com a sua vida. - Clarisse ameaçou, enquanto desferia socos e pontapés em Charles.

– Hey, amor, já está bom. - Chris murmurou com receio, e a La Rue o fuzilou com o olhar. - O Charles já aprendeu a lição, Clarisse.

– Não se meta, Chris. Deixe que a minha gafanhoto acabe com esse traidor. - Travis, quem nem se atrevia a se aproximar de Clarisse, murmurou como se aprovasse a ação de sua companheira de equipe.

– Travis, seu corno filho da mãe. - Beckendorf xingou diante a omissão do suposto amigo, este que riu e deu de ombros como se pouco se impostasse com o perrengue do rapaz.

Enquanto o time do Stoll mais novo entrava em conflito, Silena jogava a bola para Nico, que jogava para Connor, que a mandava para Annabeth, esta que devolvia para o Di Ângelo e assim o percurso se repetia, a fim de confundir Luke, que já estava ficando tonto com tantas viradas bruscas.

Quando Percy tentou interceptar a bola que era claramente direcionada a Annabeth, a loira não deixou e com um olhar de aviso a mandou para Nico, este que entendeu o recado e fez o favor de acabar com a brincadeira, queimando Luke em cheio.

– Ganhamos! - o moreno gritou jogando os braços para cima, e recebendo segundos depois abraços de seus companheiros de time. - Eu sou demais. - Nico elogiou-se de forma convencida, quando Thalia se aproximou e a morena revirou os olhos ante o egocentrismo do rapaz.

– Até eu queimaria esse idiota, ainda mais nesse final tosco, aonde ele mais parecia uma galinha loira bêbada a um homem de vinte anos. - Thalia murmurou em tom de mofa e Nico riu da provocação da morena.

Luke escutara a alfinetada da Grace, mas pouco se importara com a comparação da garota, já que ele mesmo admitia que parecia algum animal desgovernado no final da brincadeira. No entanto, não era exatamente esse o motivo do loiro não dar atenção às palavras de Thalia, na verdade, o Castellan estava mais interessado em saber, e ver, a forma com que Annabeth e Percy comemorariam o jogo ganho. E para a total surpresa do rapaz, o Jackson virara a cara, quando era nítida a intenção de Annabeth em beijar-lhe a boca.

– O que raios... - Luke deixou sua frase morrer, enquanto ele encarava a cena abismado.

Antes que o Castellan pudesse tirar uma conclusão do que vira, May apareceu em seu campo de visão com Peter no colo, tirando assim a sua atenção do casal.

– Você jogou bem. - a mulher elogiou, e Luke sorriu pegando Peter do colo de sua mãe.

– Eu mais desviei da bola do que joguei. - o loiro disse tentando amenizar o admiração da ex-Castellan. - Não foi algo tão bom quanto queimar metade do time adversário, como a Clarisse fez.

– É, mas foi inteligente o suficiente para ficar até o fim. Então, é válido. - May comentou, a fim de não diminuir o feito do filho.

Luke corou e sorriu, quando Peter espalmou sua mão direita em seu rosto e mais uma vez, o loiro tentara mordê-la, só que o baixinho não deixou, tirando-a rapidamente do alcance da boca do Castellan.

– Pessoal! - Annabeth chamou a atenção de todos para si e Luke sorriu ao ver que ela estava sozinha. - Acredito eu que seja uma boa hora para cantarmos os parabéns. O que vocês acham?

Os mais velhos não apresentaram nenhuma objeção à sugestão de Annabeth, mas seus amigos logo protestaram, principalmente as garotas.

– Ah não, Annie... Eu estou toda suada, dê um tempo para que eu me recomponha e então, cantamos os parabéns. Pode ser? - Silena sugeriu e Annabeth logo concordou ao olhar para suas mãos e as encontrar totalmente pretas de sujeira.

– Não é uma má ideia. - a loira resmungou ao perceber que estava tão, ou até mesmo mais suada que Silena.

Todos que tinha participado da brincadeira começaram a ir em direção a casa dos Jackson, quando Sally gritou:

– Eu não quero sujeira no banheiro. Estão me ouvindo?

– Sim, senhora Capitã. - Percy bateu continência rindo e todos o imitaram, o que fez Sally abrir um sorriso e acenar com a mão, como se gostasse da designação.

Luke também se juntou ao grupo, já que suas mãos estavam sujas e antes de segui-los, passou Peter para o colo de sua mãe. O loiro não ficara muito satisfeito quando viu que Annabeth e Percy subiam as escadas, mas o fato de estarem acompanhados o aliviava um pouco.

– Por quê eles vão subir? - o loiro perguntou para Will que seguia em direção ao banheiro social do andar de baixo.

O primo de Annabeth o fuzilou com o olhar, e Luke entendeu perfeitamente que o momento de trégua que o jogo havia imposto, já tinha se findado. Ele voltara a ser odiado por todos.

O Castellan já não esperava mais uma resposta, quando Will murmurou:

– Todos os quartos têm banheiro, logo é mais sensato nos dividirmos.

Luke assentiu e tomou o seu lugar na fila, este que era o último. Nico tinha subido com o Jackson e os rapazes ficaram no andar de baixo, enquanto todas as garotas se encontravam no andar de cima. O Castellan olhou para a fila e soube que demoraria éons até ele sair dali.

...

Thalia que já tinha se arrumado e deixado seu quarto a mercê de uma Silena completamente louca, estava voltando para o jardim, quando avistou seu afilhado. Com o dedo, a morena pediu que Peter viesse até ela, e o pequeno se empertigou todo para sair do colo de May e ir até a madrinha.

– Pode deixar ele vir sozinho, May. Ele consegue. - a morena disse ao perceber que a ex-Castellan o acompanharia.

A mulher meio desconfiada deixou que Peter seguisse sozinho, mas seus olhos e corpo estavam atentos para cada vacilo que o pequeno desse e se fosse necessário ela o ampararia.

Peter, com seus passinhos vacilantes e milimetricamente calculados por sua cabecinha, chegou até Thalia, esta que sorriu ao ver a conquista do pequeno.

– Dê a mão para a madrinha. - a morena de olhos azuis pediu, enquanto a estendia em direção a Peter.

O pequeno a pegou, e os dois começaram a andar lado a lado, até a mesa decorada.

– Você já tirou foto com os seus pais? - Thalia perguntou ao pequeno Chase, e este enfiou a mão na boca, olhando-a com expectativa. - Acho que essa sua carinha quer dizer que não. - a morena murmurou para si mesma, e Peter riu da careta que a garota fazia, sem perceber.

Como a câmera de Percy estava em cima da mesa decorada, Thalia a pegou e procurou pelas fotos com Annabeth e Percy. A Grace só encontrara uma loira sozinha e uma outra da Chase com a sua família, nenhum sinal de alguma foto com Percy.

– Peter, o que você acha de chamar seu papa e sua mama para tirar uma foto? - Thalia perguntou e o pequeno loiro a olhou confuso.

Papa?

– É, o seu papa. Cadê ele? - a Grace perguntou e Peter começou a olhar em volta a procura de Percy.

Papa? - o pequeno deu de ombros e fitou Thalia mais confuso do que antes, já que não encontrara quem estava procurando.

Thalia sabia que Peter era uma réplica perfeita de um papagaio de pirata, e tinha plena noção de que assim que o pequeno botasse os olhos em Percy, ele o chamaria de papa na frente de todos. E a morena estava louca para ver a expressão de espanto que tomaria a cara de Hermes e May, estes que estavam se achando donos de Peter desde que tinha chegado na festa, coisa que Thalia percebera enquanto jogava. Toda vez que Sally, Poseidon ou até mesmo os tios e avô de Annabeth ameaçavam pegar Peter, os dois davam as costas e fingiam que não era com eles, tal ação irritara a morena profundamente. E, além da expressão do casal Castellan, que segundo o ponto de vista da morena seria impagável, a Grace também pagava para ver o semblante de incredulidade que Luke fizera quando presenciara Peter chamando Percy de pai, de novo.

– O que vocês estão fazendo aqui? - Annabeth perguntou de repente e Thalia pulou de susto, sendo tirada de seus devaneios.

– Caramba, Annabeth. Quer me matar do coração? - a Grace questionou brava com o susto que levara e Annabeth se limitou a rir, fazendo com que a morena de olhos azuis lhe acertasse um soco no braço.

– Thalia!

– Foi você quem começou. - a morena devolveu infantilmente e Annabeth revirou os olhos, achando mais inteligente ignorar a retrucar.

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– E você meu pequeno... O que está fazendo com essa louca da sua madrinha?

Papa? - Peter perguntou com a expressão confusa e Annabeth se segurou para não o apertar em seus braços.

– Seu papa está lá em cima. - Annabeth apontou para o segundo andar e Peter a imitou, como se confirmasse a resposta de sua mãe. - Isso. Ele está lá.

Peter jogou a cabeça para o lado e ficou encarando sua mãe com atenção.

– Você quer que eu o chame? – a loira perguntou sem entender o porquê do olhar do pequeno, e ele rapidamente abriu um sorrisinho banguela com a dedução da Chase mais velha. – Ele já vem, meu amor. Não preciso chamá-lo. Okay?

Annabeth sabia que estava alimentando algo que poderia virar uma grande confusão no futuro, tanto na cabeça de seu filho quanto em sua vida, mas a loira se negava a não reconhecer Percy como pai de Peter. Estava escrito no coração dos dois, e nos documentos que o tornavam pai e filho perante as leis dos homens. Nada nem ninguém poderia mudar a conexão que havia entre os dois.

– O que você achou da participação do Luke na nossa brincadeira? – Thalia quebrou a linha de raciocínio de Annabeth, e a loira revirou os olhos diante da pergunta.

– Bom, ele não arranjou nenhuma confusão e isso, por si só, já é maravilhoso. Sendo assim, eu não tenho do que reclamar. Sem contar que o Percy fora super maduro ao aceitá-lo na brincadeira. Nunca achei que aquele Cabeça de Algas fosse capaz de agir tão naturalmente com a presença do Luke.

– Eu espero que ele realmente esteja sabendo lidar com tudo isso. Conheço o meu irmão, Annabeth e sei que ele não é a melhor pessoa em lidar cm os seus problemas.

– Você já me falou isso uma vez, Thalia. E nós dois conversamos essa semana, ele me mostrou o que incomoda e eu fiz o mesmo. Não tem com o que você se preocupar. – Annabeth finalizou ríspida não gostando nenhum pouco daquela conversa, já que em uma outra muito semelhante a esta, Thalia lhe dissera que não queria o irmão machucado. Como se ele fosse a única pessoa envolvida naquela história que corria tal risco.

– Hey, não precisa ficar na defensiva, Annabeth. Só estou querendo dizer que às vezes o Percy não é tão transparente quanto aparenta ser, e essa característica dele pode acabar machucando não só ele, como eu fiz parecer, mas a vocês dois. Eu só não quero que algo atrapalhe o que você dois têm. Só isso. Desculpe-me se eu fui invasiva demais. – Thalia murmurou assustada com a reação de sua melhor amiga e Annabeth respirou fundo antes de direcionar um sorriso amarelo a morena.

– Sou eu quem tem que pedir desculpas, Thals. Talvez, seja eu quem não esteja sabendo lidar com a volta dele.

– Como eu já disse, Annie, aja como se ele fosse uma lesma. Acho que isso funcionou com o Percy. – Thalia brincou para descontrair o ambiente, e Annabeth se permitiu a rir, fazendo Peter a acompanhar, mesmo sem saber sobre o que as duas conversavam. – Viu, até mesmo o Peter concorda que essa seja a melhor solução.

Antes que uma das duas pudesse acrescentar algo a brincadeira, Peter gritou quase pulando do colo de Annabeth:

PAPA!

O sorriso que tomou conta do rosto de Percy só não foi maior do que a expressão de espanto e logo em seguida de descontentamento que surgiu nos rostos de Hermes e May, estes que mantinham uma conversa polida com os anfitriões.

Percy e Nico acabaram perdendo a noção do tempo, enquanto falavam sobre faculdade e estágio e só perceberam que eram os únicos dentro de casa, quando Silena passou pelo quarto do moreno e bateu na porta chamando-os para descer.

– Vocês não vêm? Já está todo mundo lá embaixo. – a morena contou passando as mãos nos cabelos, como se a possibilidade de existir um fio levantando fosse o fim do mundo.

Percy e Nico seguiram a garota, e quando chegaram ao jardim perceberam que todos já tinham voltado para o local da festa. Antes que um dos dois pudessem fazer alguma coisa, um grito totalmente anormal, chamou a atenção dos dois:

PAPA!

Fora impossível um sorriso idiota não rasgar o rosto do Jackson de um lado a outro, e este abriu-se ainda mais quando Nico murmurou debochado:

– Eu estou aqui, todo empenhado em manter a paz nessa festa e vem o tampinha do Peter gritar uma coisa dessas. Fala sério!

– Ele só está falando a verdade. E se der confusão, ninguém pode me culpar, já que eu não fiz absolutamente nada.

– A não ser esse sorriso enorme no rosto. – Nico apontou, e Percy fechou a cara.

– Ué, não posso sorrir mais não?

– Para provocar? Não!

– Olha Nico, vai catar coquinho e me deixe em paz. Okay? – Percy empurrou Nico de brincadeira e o Di Ângelo mostrou-lhe a língua em resposta. – Deixe-me ver o que o meu filho quer. Depois terminamos a nossa conversa. Pode ser?

– Ele deve querer que você troque as fraldas dele. – Nico brincou e o Jackson se afastou fazendo careta para a hipótese.

Assim que Nico deu as costas para seu melhor amigo, seus olhos recaíram sobre um Luke tenso e de cara fechada, tal postura fora o suficiente para Nico saber que as coisas poderiam estar caminhando para uma tremenda confusão. O italiano só torcia para estar enganado.

O Castellan mais novo olhava a cena que se desenrolava a sua frente com extremo ódio, já que mais uma vez o seu filho estava chamando o Jackson de pai, na sua frente. O que era ainda mais inadmissível.

– Meus ouvidos ouviram certo? – Hermes perguntou sarcástico e a ponto de explodir de raiva.

Ninguém o respondeu, na verdade, ninguém sabia o que responder. Além de quem já era de casa, como Maria, Sally e Poseidon, aquela era a primeira vez que todos ouviam Peter falando, ou melhor, aquela era a primeira vez que todos ouviam Peter chamando Percy de pai.

– Céus, que fofo! – Silena exclamou depois de um longo minuto de silêncio e de repente todos tinham comentários sobre os feitos de Peter.

– Isso não vai ficar assim. – Hermes murmurou depois que Sally e Poseidon se afastaram a fim de falar com Annabeth sobre o parabéns.

O que você pretende fazer? – May questionou debochada e um tanto quanto confusa, já que ela não sabia se ficava feliz pelas primeiras palavras do seu neto, ou triste pelo seu filho, pois as palavras mais importantes de Peter tinham sido direcionadas a outro homem.

– Você não precisa saber o que eu vou fazer. – o Sr. Castellan respondeu ríspido, e May se encolheu com o tom gélido de seu ex-marido.

– Você não vai fazer nada que prejudique a ninguém, não é mesmo, Hermes? – a mulher tentou tirar algo do homem, mas este nem se dignara a olhá-la.

– Larga de ser frouxo, Luke, e vamos até lá. Antes que o Jackson te roube mais alguma coisa. – e ignorando completamente sua ex-esposa, Hermes agarrou Luke pelo braço e o arrastou até onde todos se encontravam prontos para cantar o parabéns.

O Castellan pouco se importou com a brutalidade com que seu pai lhe puxara, o rapaz estava mais interessando em acompanhar de longe o carinho que Percy tinha por Peter e como o sentimento era reciproco.

Quando o Jackson chegou até onde seu filho se encontrava com Annabeth e Thalia, o moreno logo o pegara no colo e com um sorriso enorme o saudara. Depois perguntou algumas coisas para o pequeno, este que o olhava com profundo interesse. Em questão de segundos Percy brincava de jogar Peter para o algo e pegá-lo em seguida, o Chase não parecia ter medo de cair, ele sabia que Percy estava ali para ampará-lo. Com essa cena Luke sentiu algo estranho revirar-se dentro de seu corpo, e logo percebeu que estava com ciúmes.

Luke estava com ciúmes da conexão indiscutível que existia entre Peter e Percy. Era algo que o rapaz achava que nunca conseguiria estabelecer com ninguém, já que a única pessoa com quem tal conexão era inevitável, já tinha construído uma outra, aparentemente muito forte, com outra pessoa.

– Já podemos cantar o parabéns? – Sally perguntou checando se todos estavam ao redor da mesa.

– Antes de cantarmos... Percy e Annabeth juntem-se ali para eu tirar uma foto de vocês três juntos. – Thalia se manifestou pedindo que o casal ficasse a frente do painel decorado.

A mão de Luke se fechou em punho e o rapaz respirou fundo tentando canalizar toda a sua raiva.

May percebendo a situação de seu filho acariciou o braço do mesmo, tentando acalmá-lo.

– Peter, sorria para a madrinha. – Thalia pediu, já que o pequeno Chase não sorria e em nenhum momento olhara para a câmera.

– Filho, olha para a dinda. – Annabeth pediu e Peter olhou para Thalia. – Agora sorri, pequeno. – dessa vez a ordem da Chase não fora seguida.

– Hey, campeão, dá um sorrisinho. – Percy, que estava com Peter no colo, pediu e o loiro o olhou pelo canto do olho. – Você não vai sorrir? – o Jackson perguntou fingindo-se de abismado, e Peter ameaçou abrir um sorriso, mas não deu seu braço a torcer.

– Sorria, Peter. – Annabeth voltou a pedir e o pequeno negou com a cabeça, adorando ser o centro das atenções.

– Sabe o que ele quer, Sabidinha? – Percy olhou para a namorada com um sorriso matreiro e a loira negou sem saber aonde ele queria chegar com aquela pergunta. – O Peter quer cócegas.

De repente, o moreno estava enchendo o pequeno de cócegas e este se retorcia todo no colo do mais velho, enquanto gargalhava horrores pela sensação causada pelos dedos de seu pai contra sua pele sensível.

– Tira foto. – Sally pediu a Thalia amando ver a cena mais do que fofa que seu filho e seu neto protagonizavam.

Infelizmente, não eram todos os presentes que estavam curtindo o que estava acontecendo. Hermes estava com a cara fechada e parecia pensar em milhares de formas de acabar com a brincadeira e a felicidade do casal, e enquanto o Castellan mais velho pensava em tais coisas, Luke já estava quase partindo para as vias de fato.

Antes que o loiro pudesse realizar o que estava em seus pensamentos, Nico segurou seu ombro, fazendo May respirar aliviada e o loiro o olhar assustado.

– Você não é nem louco. – Nico sussurrou contra o ouvido de Luke e este o olhou debochado.

– Não sou nem louco do que? De ir lá e acabar com essa cena patética? Se é isso o que você acha, não me conheces tão bem quanto imagina, Nico. – o rapaz praticamente cuspiu tais palavras, e Nico o olhou de forma severa.

– Eu sei que você é capaz de fazer isso, mas sei também que você não quer afastá-los ainda mais de você. E nós dois sabemos que é um passo em falso e Annabeth te manda para o Alasca. Então, se você quiser se arriscar a ficar de vez sem nem ao menos poder vê-los, sinta-se à vontade para estragar o aniversário do Peter.

Terminado seu discurso, Nico soltou o ombro de seu amigo italiano, deixando-o livre para realizar a sua escolha. Luke titubeou, mas permaneceu em seu lugar, fazendo um sorriso de convencimento surgir no rosto de Nico.

– Eu sabia que você não era tão estúpido a tal ponto. – o moreno sussurrou e Luke fechou a cara.

Hermes que só analisava o movimento, resolveu interromper a brincadeira, falando:

– Posso tirar uma foto com meu neto?

Todos se silenciaram e o olharam em dúvida. Annabeth vendo que o clima pesara, assentiu com a cabeça e tirou Peter do colo de Percy, fazendo com que o moreno lhe direcionasse um sorriso cansado.

– Venha cá, Sr. Castellan. – Annabeth pediu e o homem de meia idade sorriu.

– Me chame apenas de Hermes, querida Annabeth. – o empresário italiano pediu, e a loira assentiu desconfiada com a gentileza do homem.

Poseidon mantinha-se calado, mas seus olhos não desgrudavam do Castellan, nem por um segundo. O Jackson se perguntava mentalmente quem aquele cara achava que era para chamar Peter de seu. Ninguém, obviamente, já que o Jackson era o verdadeiro avô do pequeno aniversariante.

– Esse cara é um tremendo folgado. Pegou o trem andando e ainda quer sentar na janelinha. Vê se pode. – Poseidon murmurou no ouvido de Sally, e essa o cutucou nas costelas, em um pedido mudo e doloroso de silêncio. – Isso machuca.

– Mantenha-se falando e será pior. – a mulher ameaçou, e Poseidon riu abraçando-a por trás, deixando de lado sua implicância com Hermes.

Todos analisavam as ações de Hermes em silêncio. Annabeth ainda meio desnorteada com o pedido do homem, passou Peter para os braços dele, e Percy, sem a minha noção de como agir diante daquela situação, pegou sua câmera das mãos de Thalia, assumindo sua posição como fotógrafo.

– May, você pode me acompanhar, por favor? – Hermes chamou sua ex-esposa depois que pegou Peter no colo. A mulher hesitou no início, mas deu de ombros, juntando-se ao Castellan para uma foto.

Percy tirou três fotos onde era nítido o desconforto de Peter, este que olhava para o moreno de olhos verdes sem se mexer, como se o fizesse ele pudesse ser punido.

– Já está bom, meu jovem. – Hermes ergueu a mão pedindo que Percy parasse, e o moreno o obedeceu.

– Podemos cantar o parabéns agora? – Thalia perguntou cansada da enrolação para aquela parte da comemoração.

Todos assentiram com a cabeça, satisfeitos por estarem cada vez mais pertos da hora de comer o bolo, este que aparentava estar uma delícia. No entanto, antes que as velas pudesse ser acessas, Hermes interrompeu o burburinho iniciado, dizendo:

– Antes de cantarmos, comermos e sei lá mais o quê... Percy, você poderia tirar uma foto do Peter com Luke, o verdadeiro pai dele? – Hermes sabia que com aquele pedido estava cutucando o ponto fraco do Jackson.

As respirações de todos os presentes ficaram suspensas por um momento e aos poucos, quando a surpresa do pedido já tinha passado, todos se voltaram para Percy a fim de ver qual seria a resposta do moreno.

O Jackson mais novo deu de ombros como pouco se importasse com o pedido, mesmo que por dentro estivesse pronto para botar Hermes e toda a sua prepotência para fora de sua casa a base ponta pés e socos.

Luke sorriu debochado em direção a Nico, que deu de ombros, lavando as suas mãos a partir daquele momento. O Di Ângelo não tentaria mais evitar uma briga, já que até mesmo as pessoas que deveriam ser as mais maduras da situação, se deixavam levar por provocações e intrigas infundadas. Não seria ele o responsável por conter uma briga, eles que se entendessem entre si.

O Castellan mais novo foi até seu pai e tirou uma foto com Peter e ele. Depois Hermes saiu de cena deixando que Percy fotografasse apenas Luke e o pequeno Chase. Enquanto isso acontecia o Castellan mais velho posicionou-se atrás de Annabeth, esta que mostrava-se bastante apreensiva com o rumo que aquela festa poderia tomar, e com calma o homem de meia idade sussurrou:

– Para quem está quase declarando estado de falência, você está bem calma, Annabeth.

Com tais palavras, a Chase deu um pulo de susto, perguntando-se como Hermes sabia daquilo.

– Eu não sei do que o senhor está falando. – a loira tentou despistar, e Hermes abriu um sorriso sarcástico.

– Não se faça de tonta, Annabeth. Nós dois sabemos que você não é. Por isso, esteja no meu escritório na segunda-feira, às noves horas, de preferência. Temos assuntos a tratar.

– Eu não tenho absolutamente nada para tratar com o senhor. – Annabeth retrucou, e embora estivesse nervosa, soube manter seu tom de voz baixo, para que dessa formar não alarmasse os convidados e consequentemente mantivesse sua conversa no particular.

– Eu não estaria tão certo disso, Chase. Esteja lá, e então veremos se temos, ou não, assuntos a tratar.

Antes que Annabeth pudesse retrucar, Hermes disse em voz alta:

– Agora que Luke e Peter já tiraram uma foto com May, que tal uma com a Annabeth. Assim a família ficará completa. – a ironia usadas nas últimas palavras de Hermes era quase palpável.

Percy respirou fundo três vezes, para logo em seguida procurar com afinco pelo olhar de Annabeth, esta que não devolvia a mesma intenção, já que ainda encontrava-se abismada com as palavras de Hermes. Sem poder olhá-la nos olhos, o Jackson mais novo recorreu a Thalia em busca de uma dica de como deveria agir diante aquela situação, mas a morena apenas dera de ombros tão desnorteada quanto ele ante a fala do Castellan mais velho.

Sem uma ajuda de fato, Percy olhou para Nico que com um mover de lábios pediu calma, a mesma coisa que sua mãe o aconselhara quando seu olhar recaiu sobre a mulher. E apesar de não ser sua vontade, Percy manteve-se no seu lugar, esperando que Annabeth ficasse ao lado de Luke, este que tinha um sorriso rasgando-lhe a face de um lado ao outro. Seu pai era um gênio.

Silena, que estava atrás de Hermes, entrou na frente do homem e com um pequeno empurrão fez com que Annabeth começasse a andar em direção a Luke. A loira ainda estava completamente atordoada com o que ocorrera segundos antes.

Percy sabia que tinha algo de errado com sua namorada, só não sabia o que era. Mas antes que ele pudesse realmente sentir algum tipo de preocupação, a loira já ocupava o lugar ao lado do Luke, completando assim o quadro de família feliz. E enjoando Percy até o último fio de cabelo.

– Sorria, Annabeth. Não queremos que a primeira foto em família do Peter saia feia, não é mesmo? – Hermes sugeriu, fingindo-se de alheio a situação a sua volta.

Poseidon coçou a cabeça, irritado com a nítida provocação do Castellan e ameaçou:

– Se esse cara continuar a falar, eu mesmo vou dar um jeito nele.

– E eu te ajudo. – Sally, apesar de querer manter a paz na comemoração, estava a ponto de explodir contra Hermes, já que era óbvia a intenção do homem com todos aqueles comentários inoportunos.

O casal Jackson não era o único a começar a se irritar com as investidas de Hermes, May já estava quase chamando a atenção do homem, e Thalia, assim como seus pais, já estava pronta para voar no pescoço do italiano.

– Ele está procurando briga e quando encontrar ele não vai gostar, nenhum pouco, do resultado. – Thalia resmungou a ninguém especifico, mas Nico, que estava ao seu lado, escutou e retrucou dizendo:

– Não caia na pilha dele, Lia. É justamente isso o que ele quer. – e como para mantê-la sobre controle, o moreno passou um de seus braços sobre os ombros da morena, mantendo-a assim em um meio abraço.

Percy tirou algumas fotos aonde era nítido o desconforto de Annabeth, ainda mais com a mão que Luke insistira em colocar em sua cintura, e enquanto o moreno as analisava Hermes puxou o coro iniciando a música tão conhecida. Antes que o Jackson pudesse esboçar alguma reação contra aquela palhaçada, afinal Luke estava no lugar que era dele, todos já acompanhavam o italiano metido a besta e a Percy cabia a posição de registrar o momento.

Peter não tinha a mínima noção do que estava acontecendo, o pequeno só sabia que tinha uma velha colorida acessa e que todos batiam palmas e o olhavam com sorrisos nos rostos. Sendo assim, o pequeno acompanhou a folia e começou a bater palmas, da sua forma desajeitada, mas o fez, aumentando os comentários do quanto ele era fofo e outras milhares de qualidades que sempre são destinadas a bebês.

­- Peter, Peter, Peter, Peter.

De repente, as palmas ritmadas foram substituídas por uma salva e Peter imitou os gestos de sua mãe, está que fingia apagar a pequena vela em forma de número um que estava em cima do bolo.

Depois do parabéns a confusão foi geral, pois todos queriam um pedaço de bolo, docinhos e refrigerante. Ao redor da mesa virou uma verdadeira bagunça e Sally irritada com as provocações de Hermes e cansada de brigas como aquelas do momento do jogo, que voltavam a se repetir na hora da repartição do bolo, deu um grito poderoso, fazendo com que todos se calassem.

– Sejam pessoas civilizadas e sentem-se pelo jardim. Maria e eu cortaremos o bolo e Annabeth os entregará a cada um de vocês. Pode ser? – a mulher perguntou e todos assentiram com a cabeça, enquanto caçavam algum lugar para se sentar.

Luke ainda estava com Peter no colo, extremamente animado e com energias renovadas por ter sido ele a ficar com os dois Chase na hora mais importante da festa, quando Thalia se aproximou e estendeu os braços em direção ao seu afilhado, pedindo que este viesse para o seu colo.

O Castellan tentou impedir que Peter fosse para os braços da Grace, mas este ameaçou chorar quando Luke o segurou com mais força, Thalia o ameaçou com o olhar, e o italiano permitiu que Peter passasse para o colo de sua madrinha. Quando o pequeno já estava em seus braços, a morena disse:

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– Golpe baixo o que você e seu pai acabaram de fazer. Foi um show digno de dois palhaços. Espero que vocês cresçam e percebam que as coisas não são feitas do jeito que vocês querem, seus idiotas. – a morena insultou e deu as costas, pronta para se juntar a seus amigos, estes que tinham voltado para a grande mesa perto da churrasqueira.

Luke sorriu convencido, e antes que Thalia ganhasse distância, ele a agarrou pelo cotovelo e retrucou:

– Eu só tomei o lugar que é meu por direito, Thalia. A culpa não é minha se o seu irmão está sobrando nessa história.

– Você é um grande babaca, Castellan. Mas eu não me surpreendo com isso, já que a genética não é exatamente algo que podemos culpar. Você e o seu digníssimo pai são farinha do mesmo saco. Eu só espero que o Peter não herde o mau caráter da sua família.

– Quem você acha que é para falar assim da minha família? – Luke aumentou o aperto ao redor do braço da morena e a mesma tentou se desvencilhar da mão do rapaz, mas este não permitiu que ela se afastasse e apertou ainda mais o cotovelo da Grace, esta que olhou para o local com deboche.

Antes que Thalia pudesse acertar o Castellan no meio das pernas, o que ela realmente ia fazer, Nico apareceu.

– Posso saber o que está acontecendo aqui? - o tom de voz usado pelo Di Ângelo não deixava margem para brincadeiras. O moreno estava cheio daquela situação.

– Nada que você tenha que se meter. - Thalia retrucou ríspida, mas Nico nem se dignara a olhá-la, já que o seu foco de atenção era Luke.

– Você pode me responder, Luke?

– Não é nada demais, Nico. Eu só estou conversando com a Thalia. - o loiro respondeu com um falso tom de inocência e Nico soltou um sorriso de escárnio, direcionando seu olhar para o braço de Thalia, este que ainda era apertado pelo Castellan.

– Isso não me parece ser um simples conversa, Luke.

Thalia, cansada daquela palhaçada, chacoalhou seu braço, livrando-se do aperto de Luke.

– Parem de falar como se eu não estivesse aqui. Okay? – depois deu as costas, mas antes que pudesse se afastar definitivamente, ela se voltou para Nico e disse – E eu não preciso que ninguém me defenda, sei fazer isso sozinha. Entendeu?

Depois disso Thalia os deixou sozinhos, e logo em seguida cada um tomou seu rumo. Nico se juntou aos seus amigos, e Luke a sua família.

...

Annabeth achou que ia ficar louca. Quando a loira começou a entregar os bolos com brigadeiros estava tudo indo bem, até que para atazanar os meninos começaram a gritar pedindo que ela agilizasse na entrega e os servissem logo, já que a mesma optara por servir os mais velhos primeiros, deixando seu grupo de amigos por último.

Além de atarefada, a Chase ainda tinha em mente as palavras de Hermes, em uma vã tentativa de decifrar o que o homem quisera dizer com elas. Sem contar, é claro, da cena patética que o Castellan mais velho fizera para atingir Percy. Ninguém acreditara que tudo aquilo dito por Hermes fora por acaso, muito menos Annabeth.

Silena, compadecida com a situação da amiga, levantou-se e foi ajudá-la agilizando dessa forma a entrega dos bolos, em um dado momento, quando todos já estavam servidos, Annabeth sentou-se à mesa e só então percebeu que Percy não estava ali.

– Cadê o Percy? – de forma discreta a Chase perguntou para Clarisse que deu de ombros deixando claro que não sabia aonde o Jackson estava metido.

– Ele sumiu antes do bolo ser cortado. – a La Rue explicou, e Annabeth assentiu se levantando.

– Aonde você vai? – Thalia, que estava com Peter no colo, perguntou ao ver a loira se levantar e ela logo tratou de arranjar uma desculpa.

– Hum... Vou pegar mais brigadeiros para mim, já que os meus acabaram. – a loira apontou para seu prato, este que só tinha um pedaço de bolo e nada mais.

– Então, traga para mim também. Isso é muito bom. – Travis pediu com a boca cheia, e Annabeth riu, enquanto assentia com a cabeça.

– Para mim também. – Grover emendou e logo todos estavam pedindo por mais.

– Okay, okay. Eu trago para todos. – Annabeth riu e se afastou, indo em direção a casa.

Luke, que até então estava distraído com uma conversa banal de sua mãe e seu pedaço de bolo, viu Annabeth indo sozinha para dentro da casa dos Jackson. O rapaz não precisou pensar nem por mais meio minuto para segui-la. Aquela era a oportunidade perfeita para fechar o seu dia com chave de ouro.

Em nenhum momento, o Castellan achara que Percy era o motivo de Annabeth estar se afastando de todos. Afinal, o loiro vira com seus próprios olhos que os dois estavam brigados, mas a ficha do rapaz caiu assim que a loira entrou na cozinha e quando ele ia fazer o mesmo, encontrou com Percy de costas para os dois. Rapidamente Luke se escondeu e ficou atento a conversa.

– Achei você. - Annabeth disse atrás de Percy, que estava debruçado sobre a bancada da cozinha comendo algo que a loira não sabia o que era.

– Não sabia que eu estava perdido. – o tom rude usado por Percy a assustou um pouco, mas a loira não se deixou abater e logo perguntou:

– Por que você não está lá fora como todo mundo?

Percy ponderou sua resposta, já que ele podia ser rude como fora no início, ou tentar amenizar as coisas, pois era óbvio que estava descontando a sua raiva na pessoa errada.

– Eu só vim pegar algumas coisas. E você?

Annabeth revirou os olhos, já que quando chegara ali deixara explícito que o estava procurando.

– Que pergunta besta, Percy. – a loira declarou e Percy se voltou para a namorada com a mão cheia de brigadeiros.

– Então, você só estava me procurando mesmo? – o moreno franziu o cenho, pois não era algo comum entre os dois. Eles sabiam respeitar o espaço do outro, quando a necessidade dele era algo aparente. E tudo o que Percy precisava no momento era de espaço.

– Na verdade, eu só vim pegar mais doces. – a loira contou e Percy deu um sorriso cheio de chocolate entre os dentes, não acreditando muito no que Annabeth disse.

– Só para isso? – o rapaz questionou e a Chase assentiu. – Que pena! Acabaram todos. – o Jackson informou e Annabeth o olhara abismada.

– Você comeu todos? – a loira perguntou abismada olhando por cima do ombro do namorado, de onde era possível ver uma bandeja vazia. – Eu não acredito nisso, Perseu.

Percy enfiou outro brigadeiro na boca e deu mais um sorriso recheado de chocolate.

– Foi sem querer, mas é que é bom demais.

– Poxa vida, eu não comi nenhum. – a loira se lamentou e Percy abriu um sorriso matreiro.

– Se você quiser provar é só me beijar. – o moreno provocou, e Annabeth o fuzilou com o olhar. Por acidente os olhos de Annabeth recaíram sobre a mão do rapaz e lá encontrou o único e solitário brigadeiro existente em toda a festa.

– Ou você me dá esse último brigadeiro. – Annabeth contrapôs com um sorriso vitorioso.

– Esse daqui? - Percy se fez de desentendido, erguendo a bolinha de chocolate na altura dos olhos da garota.

– É!

– Que pena. – Antes que a loira pudesse agir, o último brigadeiro já estava na boca de Percy, este que mantinha um sorriso sacana no rosto, enquanto saboreava o pequeno doce de chocolate. – Uma delícia.

Annabeth fitou Percy indignada, e logo partiu para cima do rapaz.

– Eu não acredito que você fez isso! – a loira tentava acertar alguns tapas no moreno, e este apenas ria, enquanto desviava. – Eu queria, seu idiota. Eu vou te matar, Cabeça de Algas. – a Chase ameaçou e Percy começou a correr dentro da cozinha para fugir da garota.

Luke, que ainda estava escondido, revirava os olhos diante a infantilidade do casal e estava pronto para deixá-los de lado, já que era óbvio que eles não estavam brigados, quando um grito de Annabeth se sobressaiu e logo depois a risada dos dois preencheu o local. O Castellan decidiu ficar mais um pouco para saber o que ia se suceder.

– Está tudo bem? – Percy perguntou ainda rindo, e Annabeth o fuzilou com o olhar.

– Claro que não! Ajude-me a levantar. – a loira mandou e Percy, ainda rindo, se aproximou e estendeu a mão para ajudar a garota.

O Jackson fez força para que a Chase conseguisse se erguer, e ela também fez, o que ocasionou um forte encontrão entre os dois corpos, deixando-os desnorteados por um tempo, devido a força do encontro e pela rápida diminuição de espaço entre os dois.

– Eu não sei como você conseguiu tropeçar nos seus próprios pés. – Percy resmungou, agarrando-a pela cintura, e mantendo-a junto de si.

A loira soltou uma pequena risadinha, e apoiou as suas mãos nos ombros do moreno, erguendo-se na ponta dos pés para ficar na altura do rapaz.

– Eu estava muito concentrada tentando te matar. – a garota brincou e dessa vez fora Percy quem rira, mas Annabeth pôde perceber que o sorriso do moreno não chegava a suas íris verdes. – Me desculpa?

– Por tentar me matar? Claro! – Percy ironizou e Annabeth negou com a cabeça, deixando o rapaz confuso.

– Desculpe-me por não ter feito nada naquela hora. – a loira explicou e o entendimento logo iluminou os olhos de Percy, fazendo com que o sorriso do moreno diminuísse de tamanho e intensidade.

– Não foi sua culpa, não tinha nada que você pudesse fazer. – o moreno contrapôs raspando seus lábios na bochecha da garota. Ele não queria falar sobre aquilo, naquele momento.

– Eu poderia ter dado uma basta naquela situação ridícula. Era para você estar do nosso lado Percy e não o Luke. – a Chase replicou, fazendo um pequeno sorriso se abrir no rosto do moreno.

– Fico feliz em saber que você também acha que deveria ter sido eu ali. – o moreno brincou, e Annabeth o olhou nos olhos.

– Sempre vai ser você, Percy. Eu te escolhi para estar do meu lado e o Peter fez a mesma coisa. Luke vai ter que se acostumar com isso, por bem ou por mal.

– Eu queria tanto te beijar agora. – Percy resmungou contra os lábios da loira sem encostá-los.

– Isso é um pedido? – a garota perguntou matreira e o Jackson negou com a cabeça.

– Eu não vou dar o braço a torcer, Sabidinha. Você que vai ter que pedir.

– Desculpa, Percy, mas eu não sou de implorar.

E como tais palavras, Annabeth agarrou o moreno pela nuca e colou seus lábios aos do rapaz, de forma voraz. Percy se assustou no início, mas em questão de segundos estava retribuindo o beijo com a mesma intensidade. Annabeth pediu passagem com a língua, e Percy não hesitou em abrir seus lábios, deixando-a se aprofundar da melhor maneira possível e já tão conhecida e pelo casal.

A Chase começou dominado a situação, mas Percy logo fez questão de inverter os papeis, e os girou colocando-a contra a bancada da cozinha. O moreno soltou a cintura dela, e passou a acariciar as coxas da garota, fazendo-a suspirar com o contato. O moreno sugou o lábio inferior da Chase com calma e muito desejo, fazendo-a tremer e se arrepiar ante a adrenalina que percorria suas veias, já que a qualquer momento qualquer pessoa poderia entrar ali e os pegar em uma situação não tão agradável.

– Percy. – a loira chamou a atenção do rapaz, mas o que era para sair em tom de aviso pareceu mais uma súplica, logo um pedido de que o moreno continuasse com as caricias. – Alguém pode entrar aqui e nos ver assim, Percy. – a loira o advertiu, e ele sorriu contra o pescoço alvo da garota, sugando uma pequena parte com força. – Percy!

– O que foi? – o garoto se fez de inocente e para completar a cena de bom moço, deu um pequeno beijo na ponta do nariz da garota, fazendo-a rir.

– Aqui não é o lugar para fazermos isso.

– Então vamos subir. – o rapaz logo arranjou a solução, e começou a puxá-la pela mão, mas a loira o puxou de volta.

– Eu adoraria subir com você, Cabeça de Algas, mas todo mundo vai achar estranho se nós dois sumirmos.

– Eles não vão achar estranho. Vão achar normal, isso sim. – Percy retrucou e Annabeth riu da conclusão do rapaz.

– Eu prometo que a noite nós faremos tudo o que você desejar. Já que estaremos no seu apartamento, sem ninguém para nos interromper.

– Você promete mesmo?

– Prometo!

– Eu vou cobrar. – Percy garantiu e a loira riu aceitando um selinho do rapaz. – Eu te amo.

– Eu também te amo muito, Percy.

Com essa declaração, o moreno não resistiu e a beijou mais uma vez, só que diferente da anterior, o rapaz fora mais cuidadoso e deixara transparecer através de seus toques o quanto amava a loira. Annabeth encerrou o beijo com singelos selinhos, e o moreno riu, quando a garota ameaço morder seu lábio inferior.

– Até que você tinha razão. – Annabeth disse com um sorriso brincalhão, e Percy franziu o cenho.

– Eu sei que eu sempre tenho razão, mas dessa vez é sobre o quê? – o moreno sorriu convencido, e Annabeth revirou os olhos antes de respondê-lo.

– Sobre esses brigadeiros serem uma delícia. – a garota fechou os olhos como se apreciasse algo e Percy riu, beijando-a mais uma vez.

– Agora pode falar que nos meus lábios eles ficam mil vezes melhores.

– Não seja tão convencido, Percy. Eu só falei que eles são bons. – a loira usou de ambiguidade, e Percy fechou a cara. – Agora vamos lá para fora aproveitar o resto da festa. – a loira pediu, e o moreno assentiu deixando que ela o arrastasse pelo caminho.

Quando os dois chegaram do lado de fora, Luke estava quase entrando na casa e seus semblante era de poucos amigos. Annabeth não parara para olhá-lo, muito menos para falar com ele, mas Percy deixou que seus passos ficassem mais lentos, e em questão de segundos murmurou para o rapaz:

– Espero que tenha gostado da cena.

Não fora necessário nem mais meia palavra, para que Luke entendesse que Percy sabia da sua presença na cozinha.