The Choices Of Life...

Preparações


– Percy?

– Hum?

– Acorda, Cabeça de Algas.

– Mais cinco minutinhos. Por favor. - o moreno de olhos verdes pediu e virou-se para o outro lado da cama, voltando a dormir.

A atitude preguiçosa do rapaz fez Annabeth soltar uma risadinha cúmplice, e ao mesmo tempo sentir-se culpada por tentar acordá-lo, já que o mesmo fora dormir de madrugada, depois de arrumar toda, ou pelo menos, a maior parte da decoração do aniversário de um ano do pequeno Chase.

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– Amor, nós ainda temos que resolver um monte de coisas antes da festa. - Annabeth tentou mais uma vez e Percy resmungou contra o travesseiro, antes de voltar a olhar para a namorada - Vamos levantar, por favor.

– Só se você me chamar de amor, de novo. - o moreno ainda estava meio sonolento e tinha um sorriso preguiçoso estampado no rosto.

– Eu não te chamei de amor. - Annabeth murmurou ao retesar todos os músculos.

Ela o tinha chamado de amor? Sério?

– Chamou. - Percy insistiu semicerrando os olhos devido a claridade, e em uma falha tentativa de intimidá-la.

– Claro que não! Eu te chamei de Cabeça de Algas. – a garota bateu o pé insistindo.

– Claro que não, minha Sabidinha. Você me chamou de amor, sim. – o moreno murmurou sentando-se e coçando os olhos igual a uma criança.

– Não, Percy. Eu não chamei. – Annabeth saiu da cama batendo o pé, fazendo com que Percy risse de sua atitude infantil.

Annabeth se afastou e Percy ficou encarando-a, enquanto ela ia de um lado para o outro no quarto, totalmente elétrica. Primeiro, ela verificou se Peter ainda estava dormindo, depois pegou a cesta toda decorada em azul e laranja, que continha as lembrancinhas que seriam entregues aos convidados no final da festa, e verificou se todos os pequenos porta-retratos com fotos de Peter estavam ali. Antes que ela pudesse realizar outra tarefa parou em frente a cama e com as mãos na cintura disse:

– Vai ficar me olhando até que horas? – a loira perguntou debochada, e Percy bufou em fingimento. – Temos muita coisa para fazer.

– Agora é proibido te olhar? – o moreno questionou levantando-se da cama e indo em direção a namorada, que passara a verificar a roupa que Peter usaria durante a festa – Você sabe que ele vai sujar essa roupa em dois tempos, não sabe? – Percy murmurou abraçando-a por trás e apoiando a cabeça no ombro da garota. – Ainda mais agora que ele aprendeu a andar sozinho, ninguém o segura mais.

–Sei, mas ele tem que estar apresentável. Hoje é um grande dia. – a Chase disse abraçando os braços de Percy que a cercavam e se apoiando no peito do rapaz, feliz por ele estar ali com ela, e por ela.

O casal ficou em silêncio por alguns segundos, até que Percy os conduziu em direção ao berço do pequeno aniversariante, este que dormia sem se preocupar com absolutamente nada que o cercava.

– Você acredita que faz um ano em que eu estava tentando me declarar e ele resolveu nascer? - o Jackson questionou risonho, enquanto admirava o filho dormir.

– Claro que eu acredito! Fui eu quem sentiu as dores do parto. – a loira debochou abrindo um sorriso sarcástico, que logo se transformou em um cheio de amor. – Nunca achei que algo doesse tanto quanto ter um filho. – a Chase completou, fazendo Percy rir contra a sua nuca.

– Arrepende-se? – o moreno perguntou sabendo a resposta.

– Nunca que eu me arrependeria da melhor coisa que eu já fiz nessa vida. – a garota murmurou debruçando-se sobre a grade do berço e acariciando os, agora grandes, cabelos loiros do pequeno Peter. – Ele foi a minha tábua de salvação depois da morte dos meus pais. Foi por ele que eu continuei a viver, e agora que eu conheço o tão famoso amor de mãe, sei que será assim até o resto dos meus dias. Eu por ele, e quem sabe ele por mim.

– Ele, com certeza, sempre será por você, Annie. – Percy resmungou imitando a posição da namorada e admirando o pequeno serzinho que completava um ano de vida. – Ele te ama demais.

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– E eu o amo da mesma forma. – a loira murmurou com os olhos lacrimejados, lembrando-se de todos os momentos que compartilhara com o seu pequeno, desde o instante que soubera da sua existência, até o presente momento, que o olhava dormir, velando seu sono como milhões de outras vezes. – Com tudo o que está acontecendo, eu queria colocá-lo de volta no meu ventre e protegê-lo de tudo e de todos. – Annabeth levou as mãos a barriga da mesma forma que fazia enquanto estava grávida – Aqui, eu sabia que nada poderia machucá-lo ou tirá-lo de mim. – a loira murmurou em nostalgia, talvez, lembrando-se de sua gravidez.

– Nada, nem ninguém fará mal a nenhum de vocês. Eu prometo. – Percy disse, beijando a têmpora da namorada, fazendo-a fechar os olhos e apreciar o gesto.

– Eu sei que você nunca permitirá que algo nos aconteça, mas...

Percy a interrompeu:

– Mas nada, meu amor. Hoje é um dia de festa, não devemos pensar em coisa negativas. Combinado? – o moreno se levantou arrastando-a em um abraço apertado.

– Combinado. – a mulher resmungou inspirando fortemente, a fim de sentir o perfume de maresia do rapaz. – Eu, sinceramente, não sei o que seria de mim sem você, Percy.

– Eu sei. – o rapaz murmurou animado, fazendo a loira rir contra seu peito.

– Então, senhor Sabichão, me diga... O que eu seria? – a loira pediu erguendo a cabeça para olhá-lo nos olhos.

Percy deu um sorriso esperto, antes de responder:

– Nada.

– Uau! Como você é convencido. – Annabeth se afastou cruzando os braços e o olhando com superioridade.

– Culpa sua! – o moreno devolveu imitando-a.

– Minha?

– Não, Annabeth. Da minha mãe. – Percy debochou, fazendo a garota semicerrar os olhos para encará-lo com mais seriedade, tudo fingido – Eu, sinceramente, não sei o que seria de mim sem você, Percy. – o moreno de olhos verdes a imitou para mostrar o seu ponto, fazendo-a fechar a cara – A culpa é totalmente sua.

Vendo que Annabeth ainda o olhava com cara feia, Percy tentou se aproximar para beijá-la e acabar de vez com a carranca da garota, quando ela o empurrou e disse:

– Vai escovar os dentes, porque você está com mau-hálito. – depois deu uma risada sarcástica ao perceber que o rapaz ficara indignado com a constatação.

Com o semblante de poucos amigos, Percy foi para o seu quarto fazer sua higiene matinal, deixando a garota sozinha com o pequeno Chase, mas antes de deixar o quarto totalmente, o rapaz se voltou para o a loira e provocou:

– Agora quando quiser um beijo meu, vai ter que implorar, Sabidinha.

Annabeth deu de ombros como se não se importasse, tendo plena consciência de que o rapaz estava apenas brincando.

– Não me importo. Sei que você não vai aguentar. – a loira o desafiou implicitamente, e Percy sorriu recebendo o desafio de bom grado.

– Isso é o que nós vamos ver, meu amor. – depois disso o rapaz deixou o quarto seguindo para o seu.

Dizer que Annabeth pagou com a língua é praticamente um eufemismo.

...

Depois que Percy deixou seu quarto a loira tomou um banho relaxante, dedicando um pouco de seu tempo para si mesma. Em seguida organizou a roupa que usaria no primeiro aniversário do filho e antes que pudesse listar o que ainda tinha que resolver para a festa, uma Thalia completamente agitada rompeu pela porta do quarto, gritando.

– Cadê o meu afilhado lindo? – a morena ainda usava pijama e tinha os cabelos bagunçados como um verdadeiro ninho de cobras.

– Cala a boca, Thals. Ele ainda está dormindo. – Annabeth ralhou, fazendo a amiga arregalar olhos e tampar a boca com as mãos.

– Desculpa. – a Grace pediu dando um sorrisinho amarelo, que Annabeth retribuiu de forma compreensiva. A loira sabia que a amiga não tinha a intenção. - Eu achei que ele já estivesse acordado.

– Sei... - a loira resmungou e Thalia riu culpada. - Agora mudando de assunto, você sabe se a mulher do bolo deu sinal de vida?

Thalia a olhou debochada e apontou para as roupas que usava, querendo deixar claro que tinha acabado de acordar.

– Loira, eu nem sei se os meus pais estão vivos. - a morena brincou e Annabeth a advertiu, não gostando da brincadeira.

– Credo, Thals. É claro que eles estão vivos... Na verdade bem vivos, ou você não escutou os barulhos de ontem à noite? - Annabeth maliciou quebrando o clima e Thalia fez cara de nojo, imaginando a cena em sua cabeça.

– Se você queria me traumatizar, parabéns você conseguiu com sucesso. - a morena dos olhos azuis elétricos murmurou com o semblante de desgosto, fazendo a melhor amiga rir - Quando o Peter acordar nós podemos ir buscar o bolo, com certeza ele já deve estar pronto. - Thalia disse e Annabeth assentiu. - Vou me arrumar. Tchau.

Apenas alguns segundos depois que a morena deixou o quarto, o pequeno aniversariante acordou, deixando Annabeth em êxtase por ser, de fato, a primeira a parabenizá-lo.

– Oi, meu pequeno.

Peter ainda coçava os olhos tentando espantar o sono que o rodeava, quando ouviu a voz da mãe. O pequeno sorriu instantaneamente, enquanto virava a cabeça a sua procura.

Rapidamente, o Chase se levantou e apoiou-se na grade do berço, estendendo os braços em um pedido mudo de colo e um lindo sorriso meio banguela no rosto.

Annabeth o pegou em um abraço apertado e o encheu de beijos, o que fez Peter rir, já que fazia cócegas.

– Feliz aniversário, meu bebê. - a loira se afastou e passou a encará-lo nos olhos.

Peter começou a passar sua pequena mãozinha nos cabelos da Chase mais velha como um carinho, e a mulher se derreteu com o gesto.

– Você sabe que a mamãe te ama de montão, não sabe? - a garota de olhos cinzentos questionou sabendo que ele a entenderia de alguma forma, talvez pela ligação mãe e filho, esta que era bem forte entre os dois. - Eu sempre vou querer a sua felicidade e não vou medir esforços para consegui-la e tudo porque você é o motivo da minha.

Peter encarava a mãe com atenção e quando a mesma parou de falar, o pequeno passou a mão na bochecha dela continuando o gesto de carinho. Annabeth sorriu com a espontaneidade do momento e definitivamente, se derreteu quando o filho projetou um pequeno beijinho onde tinha acariciado.

– Ai céus, como eu te amo. – a loira murmurou olhando para o filho que riu, mas logo depois desviou o olhar para a porta, onde um Percy cauteloso entrava.

– Papa! – o pequeno logo se empertigou no colo da mãe, deixando claro que os braços da mesma não o agradava mais.

– Campeão! – Percy o saudou com um sorriso ladino e lindo, estendendo os braços para pegá-lo.

Annabeth poderia ter ficado brava por ter sido trocada, mas acabara por se acostumar com a preferência do filho pelo pai, algo que ela achava extremamente lindo da parte dos dois. Apesar de não possuírem nenhum laço de sangue, os dois se comportavam e se amavam de forma tão pura que era praticamente impossível não admirar.

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– Como está o aniversariante mais gato do dia? – Percy perguntou e Peter riu da forma como ele falara, fazendo o mais velho acompanhá-lo na risada. – Feliz aniversário, meu campeão. Que todos os deuses te protejam hoje e sempre, e que sua vida seja cheia de coisas boas, tipo: garotas e muito... – antes que o rapaz pudessem terminar, Annabeth o socou no braço, repreendendo-o.

– Meu filho não será um mulherengo, então pare de dizer essas coisas. – Annabeth ralhou e Percy revirou os olhos, o que fez Peter rir e tentar fazer o mesmo.

– Ele vai ser um verdadeiro Don Juan. Escreve o que eu estou dizendo, Annie. – Percy resmungou levando Peter para o banheiro, a fim de dar um banho no pequeno. – Minha mãe pediu para que você descesse e visse como estão ficando aqueles docinhos brasileiros que vocês acharam na internet.

– Ela já está fazendo? – Annabeth questionou surpresa e Percy fez um barulho em concordância.

– Parece que Maria e ela capotaram da cama e já tem um monte de doce naquela cozinha, principalmente os melhores cookies do mundo. – Percy apareceu na porta rapidamente com um sorriso de orelha a orelha – Pode trazer a toalha dele e deixar aqui, por favor?

– Já levo. – Annabeth respondeu caçando o pequeno pedaço de pano com os olhos. – Depois que eu ajudar Sally e Maria na cozinha, vou com Thalia buscar o bolo. Okay? – a loira perguntou levando a toalha até o banheiro.

– Certo. – Percy concordou tentando se esquivar da água que Peter jogava para fora da banheira. – Ainda falta fazer o quê? – o moreno de olhos verdes questionou olhando-a rapidamente, e Annabeth sorriu ao ver o cuidado que ele tinha com o Chase.

– Para você só falta encher as bexigas e montar o painel com o desenho que eu te mostrei. Lembra-se? – a loira questionou se aproximando dos dois.

– Aquele da foto?

– Esse mesmo. É só encaixar as bexigas naquela estrutura. Se forem as cores certas nos lugares certos ficará igual a foto. – a Chase explicou se apoiando no braço de Percy, admirando Peter brincar com as bolhas de sabão.

– Vou ter que encher tudo com a boca? – o moreno inquiriu sabendo o quanto seria trabalhoso.

– Não, não. Eu aluguei umas bombas que enchem rapidinho. Você não terá que usar o seu fôlego de nadador. – a loira brincou e Percy riu, antes de responder malcriado.

– Até porque eu só posso usá-lo quando te beijar, não é? – o rapaz provocou, e Annabeth corou sabendo que ele falava a verdade.

– Também. – Annabeth devolveu bem-humorada e Percy riu.

A loira se esticou para beijá-lo, mas o Jackson desviou o rosto com um sorriso matreiro nos lábios.

– Vai ter que pedir, Sabidinha. – o moreno lembrou e Annabeth o olhou abismada, sabendo que o desafio de mais cedo era totalmente verdade.

Annabeth bufou e deixou a toalha do filho em cima da pia, saindo do banheiro em seguida. Ficou para trás um Percy risonho e um Peter confuso. Antes de deixar o quarto, Annabeth gritou:

– Se eu vou ter que implorar, pode ter certeza que nunca mais irá me beijar, Perseu.

O moreno riu ainda mais, quando a loira saiu do quarto e bateu a porta com toda a força que tinha.

...

A festa começou antes que os convidados chegassem, já que quando Percy desceu com Peter no colo a farra se instaurou na casa dos Jackson.

– E com vocês o aniversariante mais amado do mundo. - Percy anunciou e o pequeno entendeu que era com ele, pois bateu palmas animado.

– Oh, meus deuses, o afilhado mais lindo do universo. - a morena de olhos azuis disse ao ver o pequeno loiro no colo do pai - Vem cá com a titia. Vem! – Thalia foi a primeira a gritar e logo estava tirando Peter dos braços de Percy e o apertando de todas as formas possíveis. - Parabéns, meu pequeno loiro aguado, te desejo tudo de bom que o mundo possa te oferecer e sempre que precisar de mim saiba que estarei disposta a ajudar. Sempre!

Peter ria das caretas que a madrinha fazia, e Thalia se divertia ao vê-lo tão solto. Poseidon log se aproximou e estendeu os braços para o neto.

– Agora venha cá com o vovô mais top desse mundo. - Poseidon pediu deixando de lado as letras que formariam a o nome do pequeno Chase na decoração para que assim pudesse, de fato, pegá-lo.

Poseidon começou a falar na língua dos bebês e provavelmente só o Jackson mais velho entendia, já que Peter o encarava com o cenho franzido.

– Presta atenção. - Thalia se aproximou de Percy com o semblante risonho e logo complementou - Até o Peter acha que o papai é louco.

O Jackson mais novo riu audivelmente e Poseidon fechou a cara, por ter ouvido o que a filha dissera.

– Louca é a sua mãe, Thalia. - o mais velho respondeu de forma infantil, fazendo seus filhos rirem ainda mais.

– Quem é louca, Poseidon? – Sally, que tinha chegado na sala há pouco tempo, questionou com a mão na cintura e a expressão fechada. Poseidon engoliu em seco e devolveu o olhar mortal que a mulher o direcionava, só que com um sorriso amarelo e pedidos de desculpas nos orbes verdes.

– Eu não falei nada, meu amor. - o Jackson mais velho disse encolhendo os ombros e fazendo a diversão de seus filhos.

Thalia que gosta de ver o circo pegar fogo, resmungou:

– Ele disse que a senhora é louca, mãe. - a morena fingiu um tom indignado e Sally estreitou os olhos em direção ao marido.

– Eu sou louca, Poseidon?

– Eu não disse isso, Sally. - o moreno estava apreensivo com o que sua esposa poderia fazer, já que, pelo visto, a mesma acordara bem mal-humorada, mesmo depois do "trato" que Poseidon dera na noite passada.

– Nós resolveremos essa questão depois, Poseidon. E então, veremos quem é a louca da história. - Sally ameaçou e o Jackson mais velho assentiu assustado. - Agora dê-me aqui o meu netinho. Hoje é um dia muito especial. E eu preciso paparicá-lo ao máximo, pois ele diferente de uns e de outros, não acha que eu sou louca.

De repente, o semblante da Sra. Jackson mudou de pronta para matar para o mais doce existente na face terra, acabando de vez com o raciocino lógico de Poseidon. O moreno passou o neto para o colo da avó e se afastou o mais rápido que conseguiu, confuso ao extremo.

– Alguém pode me explicar o que está acontecendo? - o mais velho questionou aos filhos que tentavam prender a risada, em vão.

Percy respirou fundo assegurando-se de que não riria, ou a fúria inexplicável de sua mãe poderia arranjar um novo alvo, e o moreno não queria se habilitar para essa vaga.

– Já ouviu falar em TPM? - o mais novo questionou com ar de sábio e Thalia riu da expressão aterrorizante que tomou conta da face de seu pai.

– De novo? - o mais velho inquiriu assustado e Thalia permitiu-se soltar uma risada escandalosa.

– Fugiu das aulas de biologia no colégio, papai? - a morena perguntou com deboche e logo complementou – Se sim, fique o senhor sabendo que essa visita é mensal, meu caro.

– Eu sei que é mensal, Thalia. Eu não sou burro a esse ponto, mas... Ou o mês está passando muito rápido, ou a sua mãe é anormal e tem TPM a cada duas semanas. Não é possível. - Poseidon reclamou, fazendo com que Percy e Thalia rissem.

– O que vocês tanto cochicham ai? - Sally questionou brava e os três arregalaram os olhos, enquanto murmuravam embaralhados:

– Nada.

– Acho bom mesmo que seja nada. - a mulher disse e os fuzilou com o olhar.

Nesse meio tempo, Maria e Annabeth que estavam na cozinha preparando os mais diversos docinhos, chegaram na sala e a empregada, que mais parecia um membro da família, pediu para parabenizar o pequeno Chase. Sally o entregou numa boa e antes de voltar para a cozinha direcionou um olhar mortal ao marido.

– Pelo visto, o senhor vai ter que fazer melhor da próxima vez. - Percy maliciou e Poseidon o olhou atravessado.

– Melhor do que a noite passada? - o moreno quis se gabar, mas acabou não dando certo, já que Thalia contrapôs:

– A qualidade está caindo então, porque se o seu melhor deixou a mamãe assim, imagine o pior! Deve transformá-la em uma mercenária sanguinária.

–Argh... Por que você não vão encontrar algo melhor para fazer, hein? Me deixem em paz. - o Jackson mais velho se estressou e os deixou para trás ao sair de casa com a cara emburrada.

– O que aconteceu com Poseidon? - Annabeth, que olhava tudo de longe, perguntou ao se aproximar dos dois irmãos que gargalhavam como se não houvesse amanhã.

– Ao que tudo indica ele está chegando a terceira idade e os problemas que ela traz, estão começando a aparecer também. - Percy disse subjetivo e Annabeth revirou os olhos sem entender.

Thalia vendo a confusão da melhor amiga, sorriu e explicou, entre gargalhadas, o porquê de seu pai estar nervoso, quando a morena terminou a loira também ria como uma condenada.

– Quando nós estávamos na cozinha, Sally disse que o assustaria de algum jeito. Pelo visto ela encontrou esse jeito. – a loira segredou, fazendo com que os irmãos rissem mais um pouco.

– O papai está puto. – Thalia lembrou ainda rindo, e Annabeth negou com a cabeça, enquanto recebia Peter no colo.

– Pegue aqui o pequeno, menina Chase. Vou voltar para a cozinha. – Maria disse passando o filho para os braços da mãe.

Antes que um dos três pudessem se manifestar sobre o acontecido, a campainha tocou, fazendo Annabeth e Percy saírem rapidamente da sala, deixando a tarefa de abrir a porta para a morena de olhos azuis. Thalia revirou os olhos antes de ir abri-la.

– Vocês são uns preguiçosos de merda! – a garota gritou para dentro da casa, enquanto abria a porta e escutou risadas dos dois idiotas que ela intitulava como amigos.

Sem mais enrolações, olhou em direção da porta aberta e se assustou.

A morena não esperava encontrar e muito menos estava preparada para encontrar Nico parado em frente à sua porta, mas abriu um pequeno sorriso ao vê-lo todo arrumado. O Di Ângelo retribui o gesto, sabendo que a gentileza da morena estava totalmente ligada aos acontecimentos do começo da semana, quando ele a ajudara. E embora não quisesse recebe-los apenas por esse motivo, sentiu-se feliz por não estar sendo recebido com quatro pedras nas mãos, como ocasionalmente aconteceria se o episódio do fim de semana anterior nunca tivesse ocorrido.

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– O que você está fazendo aqui? – a morena perguntou fechando a cara e o moreno que estava parado, riu da mudança de humor da garota. Ele sabia que isso aconteceria.

– Não é aqui que acontecerá uma festa? – ele perguntou sem devolver a falta de educação da Grace, o que a irritou. – Pois bem, fui convidado.

O que aconteceu com o Di Ângelo com que ela adorava brigar?

– É, mas não é agora. – a morena disse se escorando na porta e fazendo careta para o convidado. – Se você não tem relógio, fique sabendo que a festa começara, apenas, daqui duas horas e... – a morena olhou o visor de seu celular que antes jazia no bolso do jeans e complementou – Vinte e seis minutos, para ser mais exata.

– Percy me chamou para ajudá-lo a montar o painel. – Nico se explicou passando por Thalia sem pedir permissão para entrar.

– Eu não te deixei entrar, seu desaforado. – a garota ralhou e o moreno abriu um sorriso ladino, pouco se importando para o chilique que a Grace queria dar.

– Pensei que já tivéssemos passado dessa fase, Lia. – o moreno provocou e Thalia quase se permitiu a sorrir ao perceber a intenção do rapaz em tirá-la do sério com o apelido que ela detestava.

– Bom, se você está se referindo ao incidente do começo da semana, fique você sabendo que aquilo não mudou em nada o que eu sinto por você...

– Sendo que o você sente se resume em ódio mútuo e desejo reprimido. – Nico a cortou antes dela terminar a sua linha de raciocínio e a desafiou com o olhar a negar o que ele dissera.

– ... Não mudou em nada. – e como previsto a morena não negara nenhuma palavra, apenas o olhou com raiva e saiu batendo o pé.

Antes que Nico a seguisse para provocá-la um pouco mais, Percy apareceu acompanhado de Peter, o moreno logo se esquecera da personificação da tentação que Thalia representava em sua vida e passara a dar atenção ao pequeno aniversariante do dia.

– Peter! Vem cá com o titio Nico para ele te dar parabéns. Vem! – o moreno o chamou ao se apoiar nos joelhos e estender as mãos para que Peter viesse até ele.

O loiro não se fez de rogado, e rapidamente largou a mão de Percy que o conduzia com cuidado, para que com passos cambaleantes se dirigisse até o Tio que o chamava com tanto afinco.

– Aê garotão, mais alguns anos e aí ninguém vai mais poder te segurar, garanhão. – Nico disse com duplo sentido e Percy riu concordando, nesse meio tempo, Annabeth voltou para a sala e resmungou:

– Qual é o problema de vocês? Não é porque vocês são esses mulherengos sem coração que o meu filho também será.

Nico riu e Percy a olhou debochado.

– Eu sou um mulherengo sem coração? – Percy perguntou erguendo a sobrancelha em desafio e Annabeth o olhou atravessado. – Nossa, Annabeth, agora você me magoou. – o rapaz fez-se de ofendido e complementou – Levo café na cama, durmo de conchinha e dou beijo de boa noite, só para ouvir que eu não tenho coração. Tudo bem, não faço mais nada disso também - e a loira revirou os olhos se aproximando para beijá-lo em forma de desculpas, e pela terceira vez o rapaz desviou.

– Agora é mais do que sério... Só implorando, Chase.

–Cara... – a loira ia soltar um palavrão, mas se policiou ao lembrar que Peter estava no recinto. - Você vai se arrepender de estar fazendo isso comigo, Perseu. E aí vai ser você quem vai implorar. – a loira ameaçou com raiva e Percy riu em sua cara, fazendo Nico soltar uma risadinha cúmplice.

– Você é corajoso, Perseu. Nunca que eu riria na cara da Annie, ainda mais nessa de assassina psicótica. – Nico alfinetou e a loira o fuzilou com os olhos. Percy riu acompanhando o melhor amigo.

– Argh! Vocês são dois idiotas. – Annabeth gemeu de raiva e se aproximou do pé da escada, antes de gritar – Thalia, vamos buscar o bolo?

A morena gritou do andar de cima:

– Estou descendo.

– E vocês dois tratem de fazer algo de útil e terminar o painel da festa. Entenderam? – a loira os questionou com o olhar ameaçador, e dessa vez nenhum dos dois se atreveu a dar uma resposta malcriada, apenas assentiram sem mais objeções.

Thalia desceu rapidamente, e não direcionou o olhar a nenhum dos homens presentes no recinto, apenas fitou Annabeth e murmurou:

– Vamos?

A loira assentiu e deu um beijo em Peter e olhou para Percy um pouco mais calma.

– Cuida dele. Okay?

– Como sempre, Annie. Como sempre. – o rapaz devolveu com um sorriso tranquilizador, e a loira soube que seu filho estava em boas mãos. Na verdade, sempre que Peter estava com Percy, ela tinha a mais plena certeza de que ele estava muito bem protegido.

– Tentarei voltar o mais breve possível. – a Chase avisou e o moreno assentiu jogando um beijo no ar, o que a irritou e a fez mostrar a língua.

– Te amo, Sabidinha. Vá com Deus.

– E eu te odeio, Perseu. – a loira devolveu finalmente deixando a casa.

Pela porta que as duas saíram, Poseidon entrou segundos depois com o olhar abismado.

– O que está acontecendo com as mulheres dessa casa? – o Jackson mais velho perguntou abismado com a elevada mudança de humor das mulheres que o cercava. – Primeiro, a Thalia estava rindo igual à uma retardada e agora está com cara de bunda. Annabeth sempre bem-humorada diz que odeia o namorado e Sally que era para estar com o melhor humor do mundo está quase me comendo vivo. E não é no sentindo que eu gosto. – o moreno esclareceu, fazendo Nico e Percy rirem alto.

– São mulheres, Poseidon. São mulheres. – Nico murmurou e logo completou – Nunca seremos capazes de entendê-las.

– Precisamos de um manual de instruções para entendê-las. Se é que esse artigo milagroso já fora inventando. – Percy murmurou e o Di Ângelo assentiu com a cabeça, levantando-se e levando Peter junto de si.

– Bom, enquanto nenhuma alma caridosa inventa essa maravilha. Vamos arrumar o que está faltando, ou seremos servidos no lugar do prato principal desse almoço. – o Jackson mais velho resmungou, pegando Peter do colo de Nico e o levando para o jardim, onde a festa aconteceria. – E você, meu neto, aprenda desde cedo que nunca se contraria uma mulher. A não ser que você queira morrer, ai sim você a desobedece. Se não, você abaixa a cabeça e acata todas as ordens dela. Entendido?

Peter olhou o avô com um quê de divertimento e levou as mãos a boca, uma forma que ele encontrara para coçar a gengiva, está que estava sendo rasgada pelos outros dentes. Depois o loiro se jogou para trás e riu gostosamente, fazendo com que Poseidon fizesse o mesmo.

– Ou continua com essa sua fofura toda, porque assim nenhuma mulher na face da Terra terá coragem de te matar.

Poseidon continuou a falar asneiras para o pequeno Chase, e enquanto eles se afastavam até a mesa onde ficaria toda a decoração, Nico e Percy, ficavam para trás apenas olhando e tentando adivinhar quem era o mais criança dos dois: Poseidon ou Peter.

– Luke vai vir? – Nico perguntou de repente, sabendo que não teria coragem para perguntar se pensasse muito no assunto.

Assim que a pergunta saíra da boca de seu melhor amigo, os músculos de Percy se retesaram e sua respiração de tornou rasa, como se pensar na possibilidade o fizesse passar mal. Luke não tinha aparecido mais desde o dia que Peter chamara Percy de papa em sua frente. O moreno não sabia se ficava feliz ou esperava que algo de ruim acontecesse.

– Annabeth o convidou, mas eu não sei se ele irá aparecer, já que ele não dá as caras desde o incidente do começo da semana. – Percy respondeu sem muita emoção.

– Algum problema para você se ele vier? – Nico perguntou o óbvio e Percy o olhou debochado. – Ué, vai saber, talvez você já tenha percebido que ele não tirará a Annabeth e o Peter de você.

– Você realmente acha que isso não irá acontecer? – o moreno de olhos verdes perguntou descrente e Nico assentiu com a cabeça para confirmar o seu ponto de vista.

– Primeiro que para ele conseguir tirá-los de você, a Annabeth teria que deixar de te amar, e cara isso não vai acontecer tão cedo, se é que um dia isso aconteça. Ela, realmente, te ama e digo a mesma coisa do Peter. – Nico esclareceu e logo complementou – O máximo que acontecerá, será que você terá de se acostumar com ele presente na sua vida.

– E é exatamente isso que eu não quero, se ele voltasse para o quinto dos infernos de onde ele, com certeza, saiu, eu seria o cara mais feliz do mundo. – Percy resmungou amargurado e Nico revirou os olhos, achando a atitude do amigo infantil.

– Enfim, ou você o aceita ou ele pode dizer na justiça que você o impede de ter contado com o filho. Isso definitivamente não seria legal e implicaria em muita confusão. – o moreno de olhos negros assumiu a sua posse de advogado e mostrou como isso afetaria um possível processo de guarda.

– Por que você está me dizendo essas coisas, Nico? – o Jackson mais velho questionou confuso e Nico sorriu complacente entendendo o lado do amigo.

– Eu sei o quanto você é impulsivo e só estou tentando evitar futuros transtornos, tanto nessa festa, quanto nos meses que se sucederão. – o Di Ângelo esclareceu e Percy assentiu com a cabeça, sabendo onde o amigo queria chegar.

– Bom, fique tranquilo, pois eu não vou quebrar a cara daquele retardado assim que eu o encontrar.

– Assim eu espero, Percy.