A Mãe Perfeita

Fazendo as pazes.


“ Mulheres!” eu estava furioso, atravessei o pátio com os meus sapatos ensopados. “ Não se pode confiar nelas! É descuidar um minuto para se sujeitar-se às coisas mais terríveis!”

Praguejando intimamente, parei na porta da cozinha. Não havia sinal da governanta, mas os garotos estavam sentados ao balcão, comendo. Outra vez.

– Vocês nunca estão satisfeitos?- resmunguei.

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Eles ergueram os rostinhos inocentes, e Ben arqueou a sobrancelhas.

– O quê?

– Ora, não finjam que não viram nada.- eu disse sem paciência.- Eu os vi escondidos no quiosque, espionado. Deveria deixa-los de castigo no quarto por um mês, sem comida.

– Ih, papai...- começou Ben.

– Esqueça.- eu estava irritado.- Onde está a Sra Rosenclay?

– Hoje é a noite de folga?- Erik lembrou.

Sem parecer abalado, Ben voltou-se para mim.

– E então? Vocês se beijaram e fizeram as pazes?

Eu tirei a camiseta e a joguei no chão.

– Não.

– Mas quando vão fazer?

– Nem sei se vamos fazer as pazes.

Eu tirei os sapatos, já percebendo que o cloro fez ao calçado de couro italiano.

– Ah, isso não!- Ben saltou do balcão tão rapidamente que quase caiu.

Eu tirei as calças. Vestido apenas com uma cueca samba canção, tirei uma toalha limpa do armário e enxuguei os cabelos.

– Mas vocês precisam fazer as pazes!- insistiu Ben.- Como Bella vai ser nossa mãe se vocês não se casarem?

– Eu não sei.- eu responde sarcasticamente. Inclinei e recolhe as roupas molhadas. – Acho que vocês terão que passar sem ela.

Entrei no corredor, com os meninos atrás de mim, como patinhos.

– Mas você não pode fazer isso!

– Ah, sim eu posso.

– Mas... mas... o que vamos fazer?- choramingou Ben enquanto chegávamos à porta que dava ao porão. – Nós precisamos dela!

– Quanto a vocês, eu não sei, mas eu vou colocar minhas roupas para lavar.- responde, fazendo-me de desentendido. Acendi a luz e me voltei para os meninos, inconformados. Suspirando, eu disse.- Ouçam, não se preocupem, ok? Mais tarde conversaremos a respeito.

– Quando?- Ben quis saber.

– Amanhã.- eu concede.

– Mas, papai...

– Não quero mais falar sobre isso hoje.

Dei as costas de desce as escadas, indiferente aos protestos.

Ben, no entanto, estava determinado.

– É o que veremos!

“ Essa é boa”, pensei, caminhando na direção da lava-roupas. Não queria mais saber de gente me dizendo o que eu deveria fazer, senti ou pensar.

Enquanto colocava as roupas na máquina e despejava um copo de sabão em pó, não conseguia parar de pensar em Bella.

Que mulherzinha mais petulante, fazendo-me sentir-me um canalha por tê-la pedido em casamento. Como se querer compartilhar com ela todas as minhas posses fosse um insulto! No mínimo ela gostaria de fazer um pacto pré-nupcial...

E quanto à questão de sentimento, que mal havia em simplesmente... gostar? Talvez não fosse amor, mas que eu sentia ao vê-la pendurada naquela janela daquele carro foi bastante significativo. Droga, não me sentia assim tão indefeso desde... desde que Tania morrera.

O pensamento me deixou aturdido.

O que eu sentia pela minha mulher não tinha nada a ver com o que eu sentia por Bella. O que sentia por ela era profundo e complexo. Era brilhante como seu sorriso e intenso como a paixão que ele provocava; era tão vibrante, dinâmico e multifacetado como a personalidade de Bella.

Mas não era amor.

Ou era?

Respirando fundo, reconhece que a vida me tornou um homem muito duro. Apenas no ultimo mês, fui uma criatura difícil e ingrata, provavelmente porque eu estava ocupado demais cuidando do meu próprio umbigo.

E Bella me amou mesmo assim. Ela me deu seu calor, seu riso, seu coração. E o que eu lhe oferece em troca? A chance de compartilhar minha cama e de ser uma babá não remunerada.

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Eu me admirei por ela não ter me jogado na piscina há mais tempo.

Nesse momento eu ouvi passos e fiquei imaginado o que os meninos estariam aprontando.

– Edward? – uma voz feminina gostosa e conhecida ecoou nas escadas, aumentando à medida que os passos se aproximavam.- Oh, garotos, graças a Deus! Onde ele está?

Era Bella! Eu abaixei a tampa da lava-roupas e a liguei justamente quando Ben gritou no alto da escada.

– Papai está lá embaixo!

– Ele está muito mal.- acrescentou Erik.

– Corra!- pediu Mike.

Como resposta às minhas preces, ela apareceu no topo da escada? Com e expressão preocupada.

– Onde?- ela perguntou olhando ao redor.

Eu me encostei na maquina, cruzei os braços e tentei aparentar calma.

Os garotos se entreolharam e saíram como um raio, trancando a porta por fora.

– Mas que...- Bella virou-se para a porta.- Benjamin? Erik? Mike? O que está acontecendo?

– Acho que esta foi mais uma armação.- eu disse, me aproximando.

Ela se voltou na minha direção.

– Edward! Oh, Edward! Você está bem? Eu pensei... os garotos disseram... mas você parece...- ela parou embasbacada ao perceber que eu estava seminu.- Você está... ótimo.

– Obrigado. Você também.

Ela estava descalça, de short e camiseta, como sempre.

– Mas Ben telefonou e disse... oh, não!- ela enrubesceu imediatamente.- Aquele pequeno mentiroso!

Ela subiu novamente na direção da porta e forçou a maçaneta.

A porta não se moveu.

Ela bateu na madeira com a palma aberta.

– Benjamin! Abra esta porta! Você está me ouvindo?

Depois de um instante de silêncio, o meu primogênito se manifestou:

– Não. Nós decidimos que não vamos abrir a porta até vocês fazerem as pazes.

PV Bella

Eu contou até dez e respirou fundo.

– Parece que ele está falando sério.- Edward observei.

Eu prometi a mim mesma que não irei me voltar na direção dele; não posso vê-lo daquela forma, com os cabelos desalinhados e as roupas Deus sabe onde. Não depois de eu tê-lo jogado na piscina e confessado que o amava.

Eu bate na porta novamente.

– Benjamin!

– Eu nem imagino de quem ele herdou tanta teimosia.- Edward prosseguiu.- Deve ser da família da mãe dele, claro. Emmett às vezes é um pouco obstinado, e Jasper quando cisma que não quer fazer algo...

Eu me voltei. Ela já estava ao pé da escada. O fitei.

– Não fique ai babando, Cullen. Faça alguma coisa.

Ele ergueu os olhos para mim, com uma expressão indefinida.

– Primeiro eu tenho uma pergunta.- ele disse calmamente.

– Será que você não pode vestir alguma coisa?

– Por que você está aqui?

Eu senti um arrepio.

– Bem, porque seus filhos telefonaram e disseram que você havia caído e estava precisando de mim. Não que eu ligue para o que acontece com você.- eu acrescentei rispidamente.- Vim porque pensei que eles precisavam de mim.

Ambos sabíamos que eu estava mentindo.

Ele subiu lentamente as escadas e me deixou completamente confusa ao se ajoelhar. Então, ele se inclinou, tomou um tornozelo meu em suas mãos e beijou sonoramente meu pé nu.

– Edward! Você ficou maluco? O que está fazendo?- eu perguntei, agarrando o corrimão para eu não perder o equilíbrio.

– Estou beijando seus pés.- ele explicou.

– Por que diabos?

– Porque meus filhos estão certos. Eu preciso muito de você. E já que disse que só se casaria comigo se eu me ajoelhasse, declarasse meu amor incondicional e beijasse seus pés, pensei em começar pela parte difícil.- ele beijou minha canela.- Para então ir subindo...

– Edward...

Ele soltou meu pé e se ergueu.

– Você tinha razão.- ele continuou, com a voz suave.- Sobre tudo. Eu sou um idiota, mas a amo, Bella. Como nunca amei na vida. Vou fazer tudo o que você pedir: abandonar os negócios, ficar o tempo todo em casa para você trabalhar, qualquer coisa. Só me diga que vai passar o resto de sua vida comigo. Case-se comigo. Por favor.

– Oh, Edward... sim!

Ele me trouxe para mais perto e me apertou contra o seu peito. Pela segunda vez, naquele dia, me senti tremer. Depois de um momento, ele ergueu a cabeça.

– Benjamin? Erik? Mike?

– O que você quer papai?- Ben respondeu.

Edward piscou pra mim.

– Decidimos nos beijar e fazer as pazes. Mas com uma condição.

– Qual?

– Vocês precisam nos deixar dez minutos a sós.

Depois de consultarem entre si, eles responderam.

– Tudo bem. Mas vocês precisam conversar sobre o nosso casamento.

Eu e Edward rimos um para o outro.

– Feito!

Depois de um instante de silêncio, Ben exclamou:

– Legal!

Em seguida, todos começaram a pular de alegria.

Eu soltei um grito de surpresa quando Edward me segurou nos braços e me levou escada abaixo.

– Para onde está me levando?- eu indaguei, beijando-o no pescoço.

– Há uma cama aqui embaixo.- ele murmurou, mordiscando minha orelha.

Eu registrei um sutil movimento e olhei por sobre o ombro.

Brutus estava acomodado sobre a lava-roupas, que soltava muitas bolhas.

Eu sorri e decidi que só voltaria a falar dez minutos mais tarde, porque, no momento, só precisei fechar os olhos para sentir os lábios sedentos de Edward sobre os meus, ao deitarmos sobre a cama.

No momento, parecia que nada poderia ser melhor do que aquilo.