Da Janela

Prólogo


– Enfim consegui - sussurra Jacob, feliz ao ver o letreiro do seu restaurante subindo e sendo encaixado perfeitamente em cima da porta de vidro, em seus vinte e cinco anos, aquele é o passo de realização em pouco tempo, seu sobrenome Black cintilando em vermelho o deixa grato por todos os negativos que ouviu.

Resolveu então deixar Embry - seu melhor amigo - supervisionando o restante dos afazeres, enquanto calmamente a passos curtos rodeia a caixa grande de vidro, seu restaurante. Um ótimo ponto. Pensou ao olhar a praça ao lado. A praça é aconchegante e isso deixaria as pessoas mais necessitadas de ficar ali, então preferirão almoçar por ali mesmo.

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Enquanto olha cada canto pensando em como aquilo seria bom para seus negócios, uma jovem com óculos aviador, sustentado por seu nariz levemente desproporcional e cabelos escuros desajeitados presos em coque, deixa cair um dos muitos livros que carrega em seus frágeis braços, Jacob como um bom ser educado a ajuda a apanhar o livro após ouvir a jovem xingar uns palavrões sussurrados. Logo pegou e recebeu um "obrigado" rápido enquanto a menina seguia seu rumo.

Após sua breve caminhada ele volta a o seu ponto inicial, abrindo a porta transparente, entra no salão principal, passando pela recepção de madeira e chegando ao seu escritório. Olhando cada detalhe ele se achega a janela, nela ele vê uma menina de cabelos loiros e um menino da mesma idade e aperencia parecida brincando em um dos balanços, a mãe ao que parece supervisiona as crianças, um homem de terno passa apressado atravessando o parque e uma jovem de pele clara e cabelos ruivos sentada em um dos bancos de frente a sua janela. Sua atenção está por completo voltada para o livro em suas mãos apoiado em seu colo sob uma bolsa preta. Prestando atentamente atenção a menina Jacob percebe como seus olhos são verdes, ela não tem uma beleza radiante, mas algo a fazia brilhar.

Decidindo não perder seu tempo ele gira seus calcanhares seguindo em direção a cozinha, saindo de seu escritório e entrando na porta a direita. Tudo está como sempre fora planejado, o lugar é aconchegante e convidativo e isso não excluía a cozinha que é branca.

Olhando cada um dos funcionários, um sorriso nasce em seus lábios, e um grito o faz assustar-se.

– Éh, hoje é o grande dia pessoal! - Olhando em volta Jacob reconhece a voz, é Embry, seu leal e fiel escudeiro. De repente, Jacob lembra como o amigo sempre fora animado e divertido.

– Hoje é a grande estreia, então... - diz por fim, pausando no fim da frase e olhando com olhar de reprovação, o que não escondia em nada que é apenas uma brincadeira - não me decepcionem!

Risos. Todos os funcionários riem, apesar de não ter graça as palavras de Jacob, a graça veio não da falsidade, mas de Embry atrás de Jacob o imitando sem emitir som, e isso foi engraçado.

Após um incentivo e ser avisado que estava mais do que na hora de abrir e inaugurar o tão esperado restaurante, ele sai e vai para sua sala, pois ainda tem algumas coisas para resolver, como pagamentos, contas e novas ideias para o cardápio, ideias essas que seu amigo e chef, Paul, acatará e realizará como mestre.

Olhando o relógio em seu punho, vê nele os ponteiros pratas marcando 9h da manhã andou em direção a janela, sentindo-se abafado. Levantou a persiana tentando expirar ar fresco, forçando a janela a abrir, ele percebe que infelizmente não será possível.

Olhando no lado de fora ele não vê mais as crianças, mas a menina de cabelos fogo ainda está lá.