Moody: Uma História a ser conhecida

O forte é mais forte sozinho


A carruagem ainda flutuava. Pelas janelas só via-se nuvens e mais nuvens.

– Estamos indo para onde dessa vez? –perguntou Moody.

– Paris. – rebateu secamente Batilda.

– Essa história de Paris novamente...

– Agora é sério, Fredy, é certo que tivemos que fazer uma parada em Londres, mas já estamos voando novamente, não estamos? – respondeu Becca.

Ele balançou a cabeça sinalizando um sinal de satisfação. Outra batalha verbal não faria bem a ninguém ali. Desde a parada na capital Britânica ele compreendeu que a história de sua vida não passava de uma farsa. A melhor amiga era nada mais nada menos que uma guardiã de sua existência. Ele era o portador da esperança de uma organização desconhecida, não só para ele, mas para a maioria do mundo bruxo. Seu melhor amigo tornou-se uma pedra no meio do caminho, e Batilda Bagshot, a historiadora que tanto vira nos seus livros escolares estava ali, bem a sua frente.

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A escola, ele suspirava só de lembrar. Naquele momento, se estivesse em Hogwarts, o café estaria sumindo dos pratos em pleno salão principal. A mesa de sua casa estaria tingida de vermelho sangue e amarelo ouro. As primeiras lições do ano letivo fervilhavam no interior das mentes estudantis. Ele podia imaginar tudo, do maior ao menor detalhe. Do modo que se encontrava era preferível sofrer uma zombaria de Pirraça a permanecer naquela charrete flutuante, em direção ao impensável.

Levantara voo há três horas, deixara Londres para trás e em instantes contornaria Eiffel. Suas roupas continuavam em maltrapilhos. As manchas de sangue permaneciam no paletó, a camisa branca possuia um tom marrom. Uma mistura de suor com sujeira. Preocupações de segundo plano, pensou Alastor.

– Estamos descendo. – falou Marco.

Era verdade. O veículo perdia altitude a cada segundo. E assim seguiu-se os minutos, até que os cavalos-alados pararam de bailar com suas asas e trocaram os céus por um chão forrado de pedras de mármore maciço.

– Chegamos. – disse a Sra. Bagshot com ar de superioridade. Rebecca, Moody e Marco desceram no encalço da velhota. August soltara as rédeas e fora segurar as mãos da tia. – Gentil da sua parte. – pela primeira vez na manhã ela sorrira. – Vamos crianças.

Frederick não acreditava no que estava observando. Após deixar a carruagem para trás e desfrutar da sua nova paisagem o queixo do garoto despencou. No horizonte um prédio de estruturas greco-romanas lhe estendia os braços. O convidava para partilhar a história que há séculos fora construída. Existiam três faces, uma a esquerda, totalmente ornamentada. Nas bases pilares ao estilo Coríntio suspendiam imagens religiosas, santos e até mesmo deuses gregos. No Louvre o sincretismo era exacerbado. No centro do colossal edifício a ornamentação repetia-se. A face direita era o espelho de sua oponente. Totalmente barroquista e bela chamava a atenção de qualquer turista para observá-la. Em outrora ali fora a sede governamental do império. Hoje era o lugar onde as maiores obras Ocidentais e Orientais residiam. Mas entre trouxas e bruxos algo a mais se escondia. Moody podia sentir a cada brisa do Sena, que percorria ali ao lado.

– Sigam-me. – impôs August. Eles obedeceram.

Nada de passagens mágicas. Nada de aparatar. Ele só abiu a porta central do lugar eles adentraram. Tudo era fora do normal no interior. O telhado ficava a dezenas de metros acima das suas cabeças. As pessoas sussurravam e apontavam para figuras pintadas há tempos.

– Bom dia, Sr. Bagshot. – falou em puro Frances, um velho por trás da bancada luxuosa e coberta de cadernos lustrosos. – O lugar de sempre?

– O mesmo, Charles.

O homem agachou-se e demorou alguns segundos ás escuras. Quando regressou uma chave estava na sua mão.

– Aqui, faça bom proveito. Mais alguém vira?

– Sim, mais onze pessoas. Aqui está a lista.

Uma folha com letras quase desenhadas fora entregue a Charles, ele passou a vista sobre tal e colocou sob um peso ornamentado. Os homens cumprimentaram-se cordialmente com movimentos de cabeça e deram as costas ao mesmo tempo.

– Vamos? – Eles seguiram o rastro do líder da Ordo Lumen. Sua capa balançava a cada movimento com um ar soberano. Era sim a capa de um governante.

. . .

Aqueles rostos afoitos. Seguidores que nunca deixaram a desejar. Devo tudo a eles, isso é verdade, mas eles não podem tomar conhecimento de tal fato. Se não fosse por todos esses homens e mulheres sentados a minha frente eu não teria ascendido de tal forma. As mortes em Fulford não existiriam. O rapto não conseguiria ganhar concentricidade. Hoje tal império seria apenas utopia. Não, eles não podem saber disso.

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– Eis que a hora aproxima-se. – as vozes brandiram junto a mim. – Sonhamos incansavelmente com tal batalha. Dedicamos cada segundo de nossas vidas por esse momento.

Os gritos dominaram a atmosfera de Notre Dame.

– Alastor Moody, ele nomeia-se. – desdém era refletido em cada gargalhada. –Nome engraçado, eu sei, mas corajoso. E assim deve ser. O garoto permanecera corajoso até o momento em que arrancarmos a sua mão e depositarmos no fundo desse altar.

O sangue, ele move montanhas. A vingança dá vida ao povo.

– Há quatorze anos vivemos a sombra dele. Não mas... não depois que invadirmos a sociedade de merda e destruirmos cada sangue-ruim que o apoia.

– Mors! Mors! Mors! – gritavam. Os distintivos presentes em seus peitos cintilavam a cada estampido que pulava de suas gargantas. As filas perderam a forma e feitiços atingiram o teto da catedral.

– Quando o sol se por e a primeira estrela surgir, a verdadeira magia se erguerá. Festejem, a vitória nunca esteve tão clara. Se existiu um sonho, agora torna-se realidade. – gritei por fim. Deixa-se a comemoração, era mérito de meus servos.

Recolhi-me na sala de meu tio. Ele mantinha tudo aos conformes, um grande Cardeal, é certo que fora, mas sua teimosia levou a uma morte rápida. Nunca fora meu desejo matar um familiar, mas não seria a primeira vez, muito menos a última.

. . .

O Conselho geral da Ordo Lumen estava completo, o último membro chegara e a reunião começaria em minutos.

– Venha, Moody, irei lhe apresentar aos conselheiros. – falou Rebecca puxando-o pelo braço. As pessoas no recinto conversavam cautelosamente. Ao redor de todos estavam os quadros pintados por trouxas, Frederick conhecia a maioria, era normal ler sobre eles nas suas férias de verão. No centro da sala, atrás da cabeceira um quadro mantinha-se altaneiro entre tantos, “A Liberdade guia o povo” de Eugene Delacroix, ostentava senso revolucionário, algo importantíssimo naquele momento. Ao observa-la um certo vigor tomou conta do garoto, uma vontade de prosseguir com tais planos. Descobrir o autor de toda aquela confusão era essencial, mas mata-lo seria algo que Moody não abriria mão de fazer.

– Aquele ali, de paletó negro é o representante do conselho, Laurie Ranieri, italiano e orgulhoso, acho melhor não falarmos com ele. – declarou Becca. – Roubaram o bem mais precioso da associação, não acho que ele esteja no seu melhor dia. Ah, ali está ela, venha Moody...

Puxado agora pela mão, Alastor seguiu as ordens de Rebecca e acompanhou o rastro de seus cabelos vermelhos.

– Thaise, quanto tempo! – Uma adolescente, de no máximo dezoito anos, virou-se ao escutar seu nome. Cabelos cacheados e rosto branco, parecia ser simpática, até que...

– Nem encoste em mim. Como você pôde, Becca?- A jovem ruiva estancou. – Você só devia proteger o garoto, qualquer sinal de perigo era só buscar socorro na sede mais próxima, e sua avó, ela estava à espreita em Fulford.

– Tudo aconteceu rapidamente, Thaise, seja lá quem fez isso deve ter orquestrado por vários anos...

– Não existe desculpa, e nem venha defender o garot... – Os olhos de Thaise Sauniere caíram sobre Moody. – Ai está você. Seu pivete de merda. Eu devia enfiar minha varinha no... – A voz de August Bagshot tomara conta do espaço, a interrupção fez com que a garota fica-se cada vez mais furiosa. Rebecca despencou com tal atitude da jovem que até aquele momento para Moody não passava de uma desconhecida e rumou para fora da sala – Some daqui, inútil.

A reação do garoto fora contrária. Sem forças para mover um musculo que fosse ele apenas observou Thaise puxar a pesada cadeira de madeira que lhe fora destinada e sentar.

– Frederick. – Falou August, que naquele momento já estava sentado na cabeceira da extensa mesa. Com um gesto ele sinalizou o lugar que Alastor deveria sentar-se. Se o jovem não entendera mal, o assento ficava ao lado do líder da Ordo. Rapidamente ele acatou e deixou o rosto ranzinza de Sauniere para trás. – Todos presentes, certo?

– A garota Bagshot saiu da sala quase agora. – respondeu um homem que aparentava ter seus cinquenta anos e sofrer gravemente com a balança.

– Não faz tanta diferença, não é? Com ela ou sem ela... – quem dirigira a palavra fora Laurie. O conselho cairá em um mar de gargalhadas, com exceção de Batilda e August.

– Mais alguma piada por hoje, Ranieri? – Rudemente o chefe conteve o desdém dos companheiros. Em segundos toda atenção do recinto direcionava-se ao gestor da reunião. – Acho que não... Bem, vamos começar sem Rebecca. A questão a ser discutida já foi entregue a todos vocês hoje pela manhã, a chave não está mais sob nosso poder. - Um zumbido tomara conta da mesa. Pessoas cochichando, especulações, xingamentos e arrependimentos. - Ontem a noite ela fora usurpada em Fulford, tivemos diversas perdas, mas se corrermos contra o tempo outras vidas podem ser poupadas...

Moody não prestava mais atenção nas palavras de August, parara no momento em que ele citara “outras vidas”. Era do seu irmão que ele referia-se. Lembranças surgiram de imediato, nada o deixava mais apto a continuar tais planos do que recordar que seu amigo de longa data continuava vivo. Pelo menos assim ele pensava. Fora seu irmão que lhe salvara a vida quando caíra nas águas do estreito de Mersey. Graças a Brian ele não fora expulso de Hogwarts no seu quarto ano. Em suma sua dívida com um dos últimos Tuck era imensa, muito além de favores ou remorso, era uma dívida de sangue.

– ...Não conhecemos o autor dos assassinatos do Vilarejo, só quem entrara em contato corpo a corpo com tal fora Rebecca e Frederick, sendo ass... – Alguém gritara.

– Deixe que o garoto fale, August. – berrara do fundo da sala Anna Orsini. A última descendente da famosa Matriarca Florentina e integrante de uma das famílias mais poderosas de toda Península Itálica, Anna ainda ostentava o poder que carregava em seu nome. Seus olhos eram negros, assim como os cabelos, uma pele com marcas do sol Mediterrâneo e um sotaque que não negava suas origens. Mais jovem que Thaise e mais velha que Rebecca, a garota dançava sobre os dezessete anos – Ou seria nosso guardião uma criança muda?

Desse modo Moody voltara ao salão do Louvre. A menção da palavra guardião lhe lembrava de algo, e por fim ele capitou, só que o que mais lhe incomodava fora a forma que a Italiana lhe estereotipara. “Uma criança”. Nunca fora tratado assim dentro dos muros Hogwartianos, pelo contrário, todos os professores lhe davam acréscimos referentes ao seu talento com a prática de feitiços e a realização de poções (o mesmo não condizia com o comportamento), fora os erros extradisciplianares, Frederick Tuck era aclamado pelos novatos e veteranos. Aparentemente seu reinado só funcionava em apenas um feudo.

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– Desembucha, Frederitch! – falou Thaise. – O nome dele é esse, não é? Frederitch... – sussurrou no ouvido de um dos conselheiros.

Um murmúrio cresceu entre os integrantes da reunião até o ponto em que August olhara para Moody e balançara a cabeça sinalizando que procedesse com o pedido de todos.

Seu corpo esquentou momentaneamente. Ninguém ali, fora Batilda e o líder da sociedade, estava do seu lado. Era ele o responsável por um objeto que salvara e ao mesmo tempo sacrificara milhares. Mesmo sem ter consciência de que a chave que carregara por tantos anos tinha esse significado, naquele instante a culpa caiu sobre seus ombros. E tal sensação doía. O peso de tal coisa fizera com que o garoto não levanta-se da cadeira talhada sobre carvalho. Sua língua insistia em ficar sob efeito de Inércia. Fraco ele entrará ali, e aparentemente fraco sairia. O retrospecto do objeto que naquele momento estava na mão do assassino de seus pais era ruim, mas comparado aos acontecimentos atuais mostrava-se limpo e sem nenhuma mancha.

– Vamos, Frederick... – falou entre os Dentes, August.

Era preciso agir. Duas ou três palavras bastavam, mas nem isso saía de sua boca. Ele tentou:

– Eu...- conselheiros observaram. Mas ele estancou.

Insistira:

– Eu... – Os sorrisos estamparam-se em cada rosto.

– Além de medroso ele é gago. – O piadista Laurie Ranieri não deixara escapar. Fora ai que algo novo começou a tomar conta de Alastor. Uma mistura de raiva e desdém. Ele compreendera o que deveria ser feito.

– Conselheiro Ranieri, certo? – indagou o jovem.

– Isso, meu jovem. – cada palavra que era expulsa de sua boca respingava desprezo.

– O senhor tem filhos? Esposa? – Todos pararam de sussurrar.

– Isso não vem ao caso...

– Tem ou não? – Família, ela afeta a todos, pensou Alastor.

– Tenho, mas...

– Isso é bom, senhor, isso é maravilhoso. – Cada segundo só tornava Moody mais desinibido. Suas pernas fizeram o movimento desejado pelo cérebro e ele conseguira ficar em pé. – Agora raciocine junto a mim, Senhor conselheiro, se hoje, ao chegar em casa seus filhos estivessem mortos, sua mulher fosse raptada e todos a sua volta parecessem estranhos, qual seria sua reação?

Silêncio. O mais belo dos sons. É nele que podemos observar as verdadeiras intenções, as vibrações contrárias e sobre qualquer outra coisa, é no silêncio que está as mais bem pensadas palavras.

O rosto de Laurie Raniere manteve-se gélido e sem movimentos.

– Pois é. Seria assim que o senhor reagiria. Palavras não existem nesses momentos. Coragem muito menos. – Dos olhos de Fredy algumas gotículas brotaram. – Não estou aqui por uma chave, muito menos por sua sociedade. Quero que ela se exploda. – Involuntariamente August Bagshot virou-se para o jovem. – Hoje pela manhã prometeram-me respostas, eu as recebi, mas entre elas também juraram punições aos culpados. Não quero poder, quero vingança, e a terei. – A mão direita de Alastor mergulho em seu bolso, todos sacaram suas varinhas a espera de uma azaração mas ela não veio, no lugar do feitiço um mapa foi arremessado. – Podem começar a brincar de caça ao tesouro.

. . .

O bar cheirava a comida vencida, e levando em conta a proximidade com o Sena a brisa não ajudava em nada.

– Ei, moço! – gritou Rebecca. – Garçon. – apelou em Francês. Ele atendeu.

– Mais um? – A garota confirmou com a cabeça, o garçom entendeu o pedido, se bem que ela não tinha controle algum sobre nenhuma parte de seu corpo.

– Ah, pode colocar...uma...sei lá, qualquer coisa pra tocar ai.

– Oui, madame.

E ele não demorou, por questão de minutos a vitrola que estava sobre o balcão ganhou um disco. Mesmo alcoolizada ela pode ler, no centro do vinil tinha fixado com letras brancas e finas: “Edith Piaf”.

– Em cheio, mon amour! – Ela apontou para o Garçom que apenas sorriu.

Os primeiros sinais da música tomaram conta do lugar. Após a introdução melodramática de “Sous le ciel de Paris” a voz de Piaf atingiu os ouvidos de Becca.

– La môme! – Levantou gritando. – Venha, Marcel, vamos dançar.

O garçom olhou ao redor, nenhum cliente. Juntou suas mãos as da garota e juntos bailaram por alguns segundos.

“S'envole une chanson

Elle est née d'aujourd'hui”

A inconfundível voz de Edith, que naquela época estava em seu auge mundial, afetou as duas pessoas que dançavam.

– Eu vou desistir de tudo, Marcel. Vou virar cantora. – O hálito da adolescente correu direto para o garçom, ele apenas aceitou. – Veja como canto bem.

Rebecca soltou o garçom e o fez sentar na cadeira mais próxima. Subiu no balcão e acompanhou Piaf em um dos refrãos:

“Parfois couve un drame

Oui, mais à Paname...”

Forçou ela. Marcel apoiou-se a uma garrafa seca e observou com um sorriso estampado no rosto. A música chegou ao seu ápice. Mas a bruxa prosseguiu:

“Tout peut s'arranger

Quelques rayons du ciel d'été...”

Uma parada para o ultimo gole da cerveja já quente, e por fim o último verso:

“ L'accordéon d'un marinier, l'espoir fleurit

Au ciel de Pari…”

A música acabara e junto com ela Rebecca despencara sobre o balcão. Movido pela emoção o garçom nada mais gritou do que “Bravo”, “Bravo”, mas após alguns segundos notara que não fora bebida ou muito menos cansaço. A garota tinha sido atingida por algo, e ao procurar o autor do disparo o próprio Marcel levara uma forte pancada no rosto. O homem desmaiou e deixou a garrafa de cerveja quicar no chão até desintegrasse.

Um homem de estatura mediana entrara no lugar por um dos arcos. Ele vestia capa negra e escondia o rosto. Colocou uma Rebecca desacordada sobre o ombro direito e levou-a para as ruas parisienses.

O vinil continuou a girar no interior da radiola, Piaf gritava aos quatro ventos “Hymne à l'amour”. Era só mais uma tarde Francesa como qualquer outra.

. . .

Uma roda fora feita sobre o mapa. Todos tentavam desvendar o local que o assassino marcara seu encontro nada casual com Alastor.

– Com toda certeza é Notre Dame. – falou Thaise Sauniere.

– Lá vem a Sauniere com suas ilusões... – retrucou Anna.

As opiniões já haviam sido postas a mesa. Alguns defendiam a teoria de que o mapa apontava para Marselle, no litoral mediterrâneo Francês. Já outros afirmavam que o confronto ocorreria em solo Parisiense, mas nenhum consenso chegara em uma localização.

– Thaise, porque Notre Dame? –August tentava obter informações de todos os lados, nenhuma parecia cabível.

Alastor observava em segundo plano. Não entrara na confusão e nem interessava-se por tal, até que...

– É óbvio, não? O assassinato do Bispo. Vocês não leem o Profeta? Façam-me o favor...

– Que assassinato? – Indagou Alastor.

– Ontem, segundo o Profeta, ocorreu um homicídio em Notre Dame, vocês sabem, eles têm informantes em todos os lugares. Segundo o tal informante um cara encapuzado ao extremo de preto entrou na Igreja...

– O que matou mais pais tinha essas mesmas referências...

– Por isso que falei que seria óbvio. Enfim, o louco sacou a varinha no meio dos trouxas e matou o bispo que estava celebrando a missa, ou coisa do tipo, não sei como se chama. Desde ai Notre Dame está interditada... nenhum trouxa entra...Trouxa, eu falei.

– Espera ai, o psicopata matou o Bispo? – O coração de Moody chegou até a boca.

– Sim, o bispo... o homem que faz a cerimônia. – Batilda aproximou-se de Frederick, ela sabia o que estava acontecendo.

– Porque a curiosidade no Bispo, Frederick? – perguntou Anna.

Uma vontade súbita de chorar lhe possuiu novamente, ele conteve-se e respondeu:

– O bispo... era o meu tio.