Jogos Do Amor

Aquele com o novo começo e o inesperado fim


Três meses se passaram desde o dia que eu sai do hospital. O braço de Bruno ainda era meio rosado, mas já estava voltando a cor normal e eu tinha uma pequena cicatriz no final da barriga, mas tudo voltou ao normal. Eu fui visitar o tumulo de Davi, chorei pelo o que aconteceu e pelo o que a gente podia ter evitado. Mas eu finalmente podia viver em paz.

Principalmente hoje. Depois de dois meses de preparação, finalmente Clara iria se casar. A barriga já estava começando a aparecer, mas foi facilmente disfarçada. O vestido dela era lindo, um decote com algumas pedras, tomara que caia e descia reto até o tornozelo, o cabelo estava solto, preso apenas nas laterais. Elena foi escolhida para ser a madrinha do casamento, já que Clara já tinha pedido para que eu fosse a madrinha do bebe. Então, ela também tinha sido toda produzida. Eu escolhi um vestido azul e as acompanhei no salão. Mais tarde Bruno passou no apartamento para me buscar.

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– Já disse que você fica incrivelmente lindo e sexy de terno? – Bruno estava com um terno completamente preto, mas os cabelos continuavam bagunçados.

– Posso usar mais se você quiser e você pode tirá-lo sempre que tiver vontade.

– Nem começa, temos que ir – como se não me ouvisse ele me puxou – Bruno!

– Eu não aguento – ele apertou minha cintura - você é linda de mais.

– Já chega Bruno, nós realmente temos que ir. Quer chegar depois da noiva?

– Se for pra te ter, tanto faz.

– Chega! – disse tentando ser séria, mas não aconteceu – vamos logo.

Bruno deu de ombros e, antes de me largar, me beijou. Era um beijo selvagem, como se fosse rolar algo mais, mas ele se afastou e sussurrou em meu ouvido.

– Isso é só o começo do que vai acontecer mais tarde.

Mordi meu lábio para segurar a vontade de avançar nele e ele, vendo aquilo, deu seu sorriso torto mais charmoso que podia.

– Eu te odeio – disse andando até a porta.

– Então por que eu sinto como se você estivesse com vontade de arrancar minhas roupas?

– Porque eu estou com vontade de fazer isso – disse rindo – agora cala a boca e vamos logo.

Chegamos à igreja, que já estava lotada, e nos sentamos na primeira fileira. Os pais da Clara eram muito religiosos e, por mais que a vontade da Clara fosse se casar no salão da casa dos pais – que era incrível, com direito a escada circular e lustre de cristal – e não na igreja, ela teve que aceitar. A decoração foi feita com rosas brancas e vermelhas, o tapete era vermelho também, tudo estava impecável.

Guilherme e Victor chegaram logo em seguida e depois Carlos entrou com o Rafael e Elena. Sem duvida ele estava nervoso, não parava de olhar para porta e as vezes para o pulso, que estava sem relógio. Rafael tentava o acalmar, mas ele só sossegou quando a musica começou a tocar.

A porta da igreja se abriu e a prima de seis anos entrou, vestindo um vestido lilás, parecendo uma princesinha. O priminho de quatro anos entrou com as alianças em uma almofadinha roxa e dourada. Por ultimo Clara entrou, o sorriso fazia parte da roupa.

Não pude evitar pensar o quanto aquilo foi precipitado. Casamento nessa idade, ainda mais por causa de filho, nem sempre tem um final feliz.

Cada um deu seus votos e depois trocaram as alianças, no final deu tudo bem e todos estavam felizes.

Imagina uma igreja toda decorada cheia de luxo para um casamento. Agora imagina um salão com o triplo do dinheiro gasto e preparado para receber mil pessoas. Essa era a festa que Clara e Carlos tinham, mas não queriam. Era tudo extravagante de mais até para a Elena que era uma das mais gastam entre nós. O lustre de cristal na entrada, os garçons de smoking, decoração impecável e a pista de dança mais bem elaborada que eu já vira.

Bruno nunca foi de dançar por muito tempo, embora dançasse muito bem, então fomos embora cedo e chegamos ao apartamento dele por volta das duas da manha. Antes que ele abrisse a porta seu celular tocou, me pediu licença e foi atender na cozinha enquanto eu o esperava olhando na sacada. Meus pensamentos estavam longe quando me assustei com o barulho de algo se chocando na parede, parecia ser o celular dele.

– Que merda – gritou Bruno e continuou no quarto.

Resisti ao impulso de ir ver se ele estava bem, sabia que com ele o melhor era esperar que ele viesse, a não ser que queira ouvir alguma grosseria ou respostas atravessadas. Nem deu dois minutos e ele apareceu pela porta da sacada, antes que eu pudesse perguntar qualquer coisa, Bruno colocou as mãos na minha nuca e encostou a sua testa na minha, olhando fixamente para mim quase sem piscar e então me beijou.

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Foi um beijo lento, cheio de sentimentos. Seu corpo correspondia a cada movimento que o meu fazia. Ele deslizou as não até minha cintura, se afastou e me pegou no colo do jeito que casais fazem ao entrar pela primeira vez em casa depois de se casarem. Ficamos ali, nos beijando por algum tempo, e depois ele subiu as escadas e me levou para o quarto dele. Deitado em cima de mim e sem aumentar a velocidade do beijo, ele começou a abrir o zíper do meu vestido, o tirou e me deixou de lingerie e salto alto. Eu o ajudei a tirar o terno e nós tivemos a melhor noite desde que nos conhecemos. Estávamos no mesmo ritmo, era tudo calmo. Nossos lábios não se desgrudavam e, quando acontecia, nossos olhos se fixavam um no outro.

– Te amo, Cat – foi a ultima coisa que ouvi antes de pegar no sono.

De manha eu me levantei e não encontrei Bruno do outro lado da cama, coloquei a camisa que ele estava ontem e fui procurá-lo. O achei na sacada, estava com uma calça de moletom cinza e uma xícara na mão.

– Bom dia – o abracei por trás, apoiando minha cabeça nas costas e ouvi as rápidas batidas do coração – ta tudo bem?

– Sim, só acordei e não consegui dormir de novo.

– Quer que eu faça café da manha pra você?

– Estou sem fome – ele ainda não tinha se virado para falar comigo – me desculpa.

– Vou fazer para mim então – soltei ele e fui para a cozinha, um tempo depois ouvi paços atrás de mim.

Sentado no balcão ele ainda me encarava, seguia cada movimento que eu fazia para preparar a refeição.

– Que foi? Desde ontem você não tira os olhos de mim.

– Não quero te esquecer – disse ele abrindo um sorriso torto, um sorriso feito para esconder a tristeza.

– Não vou deixar você me esquecer, nunca – disse indo até ele e o beijando.

– Queria que você tivesse a escolha.

– Bruno, você esta me assustando. Isso tem a ver com aquele telefonema ontem.

Ele fez que sim com a cabeça.

– Me fala logo Bruno, o que aconteceu?

– Eu ia viajar no final do ano, mas ela foi antecipada para segunda-feira, amanha.

– Só isso? Logo você vai voltar.

– Não vou, eu vou assumir os negócio do meu pai em Londres. Terminar a faculdade lá e não sei quando volto e se volto.

– Bruno...

– Eu estou indo embora, Cat.