P.o.v Austin

– Me diz uma coisa? – Estávamos deitados, eu e ela, em sua cama. Seu ombro roçava ao meu e nossas mãos brincavam uma com a outra no ar. Ela entrelaçava seus dedos aos meus, e soltava-os, acariciando a palma da minha mão e entrelaçando-os novamente.

– O que? – ela pergunta.

– O que você pretende fazer hoje, já que não vamos para a escola? – eu digo. Ally para de brincar com nossos dedos e sua cabeça encosta em meu ombro, seus grandes olhos encontrando-se com os meus.

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– Você acredita que eu me esqueci dessa parte? – ela solta uma risada fraca, como se aquilo não fosse uma novidade vindo da mesma.

– Acredito sim – começo a rir e ela me dá um tapa na barriga, que por um acaso estava descoberta por eu ter perdido, provavelmente pra sempre, a minha camisa para a garota ao meu lado.

– Pare de rir, eu não tenho culpa poxa – ela diz, começando a rir também.

– Não tem problema, morena, a gente improvisa. – Ally para um momento e se apoia em seus cotovelos, olhando para mim de cima.

– Morena? – ela sorri de canto, a sobrancelha direita arqueada. - Quantos diabos de apelidos você inventa pra mim?

– Sei lá, ué, cada um numa ocasião diferente.

– Eu gostei de “Morena” – ela sorri e me da um selinho.

– Eu gostei do selinho – roubo mais um dela, seu sorriso se alargando ainda mais. – Mas eu tive uma ideia!

– Oba! Qual? – sua animação me faz rir e ela senta-se com as pernas cruzadas no colchão, de frente a mim.

– Música! Tem algum violão aí? – pergunto. Ela sorri e balança a cabeça positivamente. Sai do quarto e volta após uns dois minutos com o violão. – É teu?

– Não, na verdade eu não possuo qualquer tipo de instrumento, apenas um piano velho no porão – seu sorriso cai um pouco, mas ela o recupera – esse violão eu peguei “emprestado” do depósito da loja do meu pai.

– Por que você não pode ter seu próprio violão? Seu pai não é dono da...

– Sonic Boom, sim, mas ele não acredita muito na possibilidade de eu construir um futuro baseado na música.

– E esse é o seu...

– Sonho, sim. – ela sorri com a cabeça abaixada, e eu só consigo pensar nesse tal dom dela de sempre saber o que eu vou falar. Entreguei de volta o violão o qual ela havia me dado.

– Toque algo.

– É a tua vez, Sr. Moon. – ela retruca.

– Mas eu quero ver o seu talento, vale mais a pena.

Suas bochechas adquirem um tom rosa, e eu vejo indecisão em seus olhos. Em alguns minutos, eu ouço a sua voz e a sua concordância.

– E o que você quer que eu toque? – ela diz, tocando levemente as cordas do violão.

– Uma canção tua – seus olhos se arregalam.

– Não, nem vem Austin.

– Ah, vamos Ally, só temos nós dois aqui.

– Eu sei, mas... – não deixei-a continuar e me inclinei até o seu criado-mudo, onde eu havia visto o caderno de capa marrom ontem. Peguei-o, o que fez a Ally pular em cima de mim e retira-lo das minhas mãos o mais rápido possível.

– Tá maluco, moleque? – ela deixa o violão de lado e aperta o caderno contra o peito – Nunca mais toque neste diário. – sua voz saiu tão sinistra que eu decidi me render logo e levantar os braços em sinal de, sei lá, paz.

– O que de tão importante tem no diário? – perguntei, mesmo lembrando da última espiada que eu dei nele em Sunset Beach.

– Sei lá, só a minha vida. – ela sorriu irônica.

– Deixa eu escolher uma música, vai. – estendo a mão, na esperança que ela deixe.

– Não – levanta o rosto e aperta ainda mais o diário contra o peito.

– Ally – digo repreendendo-a.

– Austin – ela diz no mesmo tom, rindo em seguida.

– Tá, eu desisto, toque a que você mais gosta.

– Tem certeza? – ela diz, indecisa.

Inclino-me pra frente e tasco um beijo demorado em sua boca, sussurrando um “absoluta”. Ally sorri fraco e retoma o violão em seus braços, deixando o diário ao seu lado. Seus dedos retornam às cordas e ela fecha os olhos. Sorrio só com a imagem dela assim, finalmente tranquila.

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Before I fall
Too fast
Kiss me quick
But make it last

So I can see
How badly this will hurt me
When you say good bye

Keep it sweet
Keep it slow
Let the future pass
And don't let go

But tonight I could fall to soon
Under this beautiful moonlight

But you're so hypnotising
You've got me laughing while I sing
You've got me smiling in my sleep

And I can see this unravelling
Your love is where I'm falling
But, please, don't catch me

See this heart
Won't settle down
Like a child running
Scared from a clown

I'm terrified of what you do
My stomach screams
Just when I look at you

Run far away
So I can breath
Even though you're far
From suffocating me

I can't set my hopes too high
'Cause every "hello" ends with a "goodbye"

But you're so hypnotising
You've got me laughing while I sing
You've got me smiling in my sleep

And I can see this unravelling
Your love is where I'm falling
But, please, don't catch me

So now you see
Why I'm scared
I can't open up my heart
Without a care

But here I go
It's what I feel
And for the first time in my life
I know it's real

But you're so hypnotising
You've got me laughing while I sing
You've got me smiling in my sleep

And I can see this unravelling
Your love is where I'm falling
So, please, don't catch me

If this is love
Please, don't break me
I'm giving up
So just catch me

Um sorriso simplesmente desliza em seus lábios assim que o último verso é cantado. Comigo não foi diferente. Eu finalmente percebi que eu estava vivendo uma história, uma memória. Eu amava, eu amo ela.

– Eu escrevi essa um dia depois de nossa briga na praia, quando você chegou em casa. – ela cortou o silêncio que havia ficado entre nós.

– E com todo aquele “ódio em seu coração” – fiz um gesto de aspas com os dedos – você ainda conseguiu fazer uma música tão linda? – ela riu com isso e suspirou.

– Uma parte de mim acreditava em ti, e no que tínhamos, mas a outra parte...

– Era o orgulho – cortei-a, ela assentiu.

– Eu – ela pausou – Já escrevi tantas músicas, - um sorriso apossou-se de seus lábios – mas essa é a que eu mais gosto, eu não sei por quê.

– Porque é sobre mim, Ally. Até eu reparei isso. – A morena me olhou com os olhos semicerrados.

– Por que tão convencido?

– Tão realista. – concertei-a. A morena deitou o violão em seu colo e fez um gesto estranho. Fiquei confuso enquanto ela rodava alguma coisa invisível, e de repente eu a vi mostrando o dedo do meio para mim. Minhas sobrancelhas, que antes estavam arqueadas por conta da confusão, relaxaram, e os olhos da Ally encontraram-se com os meus.

– Ops, perdoe-me, eu não sei controlar essa máquina. – soltou uma risada sarcástica.

– Cadê aquela Ally envergonhada e romântica que cantou uma música para mim há um minuto?

– Fugiu com o seu realismo.

– Você é uma pessoa tão chata – digo enquanto ela põe o violão de lado e guarda o seu diário, bem longe do meu alcance.

– E você é tão imbecil. – ela repete o meu tom.

– Imbecil que te ama – digo-lhe. Ally vira-se, em pé em frente à cama, em frente a mim. Eu sorrio com o teu olhar.

– Você não se cansa de clichês não é? Para mim você era o Bad Boy, e não o Mocinho.

– E quem disse que eu sou o mocinho? – pulei da cama, ficando em frente da minha morena.

– Então você é o Bad Boy, Sr. Moon? – ela sorriu pra mim, o que ultimamente está se tornando uma necessidade para mim. Seu sorriso.

– Eu sou o que você quiser... – sussurro-lhe no ouvido, pegando-a em meus braços, como se nunca fosse deixa-la ir embora. Meus lábios roçaram-se aos seus, e eu senti aquele arrepio repentino, porém bom.

– Austin – Ally disse, não se desgrudando de mim. Murmurei algo para que ela prosseguisse, e ela o fez. – Você poderia ser o Johnny Depp, né? Só pra quebrar o gelo. – me afastei rapidamente dela, olhando fixamente eu seus olhos, e simplesmente não acreditando no que ela disse.

– Mas o que? – fiz um esforço pra não gritar ou xingar, mas a única coisa que eu fiz foi ouvir a gargalhada da Ally e sentir os seus lábios de encontro com os meus.