But...I Like You.

Capítulo 25: Thoughts…


Assim que acordei no dia seguinte “saltei” por cima de Nathaniel, que dormia profundamente, e corri até à minha secretária. Precisava confirmar algo, algo que eu desejava ser mentira, mas já tinha a noção que era verdade. Parei à frente da secretária e observei-a, sim, lá estava aquela coisa, brilhava como se tivesse olhinhos muito pequeninose um sorriso detestável, era aquilo, a prova de que o dia de ontem não tinha sido um sonho. Agarrei naquele pequeno círculo observando-o, supostamente este tinha sido o objeto que o loiro tanto escondia no outro dia, agora compreendo finalmente a razão para tanto segredo e nervosismo, eu acho. O mais certo é que este anel não foi propriamente barato, ou seja, deverá ter pelo menos custado alguns números, mas isso agora não importa, não mudará o facto de só me apetecer esmagar esta coisa! Ontem tinha chegado à conclusão de que aquele anel só existia para manter as aparências credíveis, já que supostamente estamos a ser vigiados.

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Contive a minha raiva toda e voltei a pousar o anel na secretária, depois saí do quarto em passos largos fechando a porta com força de propósito, não me importava se isso iria ou não acordar Nathaniel, aliás também já não eram horas decentes para estar a dormir.

Tratei da minha higiene matinal e voltei para o quarto, mas assim que entrei nele reparei que Nathaniel ainda estava deitado, de barriga para baixo e numa posição estranha, como se estivesse acordado, mas ao mesmo tempo desejoso de dormir mais uns minutos. Bufei antes de me encaminhar para perto do rapaz, ele ia ver o que eu fazia às pessoas preguiçosas… Tentei abafar ao máximo os meus passos de modo a que o loiro não me ouvisse a chegar, ah sim ele ia levar um valente susto (bem merecido, só para salientar).

Apesar de ter conseguido ocultar a minha presença (no meu ponto de vista) não sei como Nathaniel conseguiu notá-la, quando estava prestes a pregar-lhe o susto da vida dele senti algo a puxar-me para baixo, neste caso era nada mais, nada menos do que o idiota dorminhoco que estava à minha frente. Durante a minha queda não sei que tipo de rotações fiz, mas posso dizer que, no fim, acabei deitada de costas para o colchão e com Nathaniel por cima de mim. Como este é muito maior que eu provocou uma espécie de sombra sobre mim, ou seja, eu não conseguia ver a sua cara, mas, pelo contrário, ele conseguia ver a minha.

Não sei que tipo de “pensamentos” passaram pela cabeça dele, mas posso apostar alguns, vejamos, (talvez não seja esta a ordem, mas…) primeiro aposto que ele ficou surpreendido (quem não ficaria?), depois talvez tenha ficado um pouco envergonhado e por fim quase tenho a certeza que deve ter pensado em algo não muito decente…

POV Nathaniel ON

Ai, a minha vida parece ter virado do avesso, não terei, por acaso, saltado para um mundo paralelo? Primeiro coloco Ayki numa situação delicada, depois o meu pai acaba por deixar-me numa outra situação, digamos, estranha e por fim a minha cabeça está totalmente confusa em relação aos últimos acontecimentos. Primeiro, pensei que o anel seria uma boa ideia, no entanto agora tenho algumas dúvidas…

Hoje de manhã, acordei com uma leve dor de cabeça, acho que foi por ela ter batido com a porta, rebolei na cama ficando de barriga para baixo, escondi a minha cara por entre as cobertas e esperei que ela voltasse. Como estava ainda meio sonolento e impaciente acho que adormeci durante a minha espera, no entanto acordei a tempo de ver Ayki a entrar no quarto, esta olhou-me durante alguns minutos, de seguida um sorriso divertido materializou-se na sua cara e ela começou a caminhar na minha direção. Não foi preciso pensar muito para perceber as suas intenções, se ela planeava pregar-me um susto quem iria levar um bem grande seria ela e não eu.

Quando a rapariga estava muito perto puxei-a com toda a força, devido a isso acabámos por dar algumas cambalhotas e eu acabei por cima dela. A nossa diferença de alturas era extremamente notável nessa posição, o meu corpo é muito maior que o seu e, se não conhecesse a Ayki de agora, até poderia comparar o físico dela com algo frágil, prestes a partir-se com um toque descuidado. Eu não sei o que se passou nestes cinco anos, mas seja lá o que tenha sido mudou Ayki radicalmente, apesar de continuar a ser gentil e dedicada parece estar simultaneamente mais distante e independente, lá no fundo isso preocupa-me, pois por mais forte que as pessoas sejam ninguém é de ferro. Todos têm a sua “barreira” e a da rapariga parece ter triplicado, mas basta um golpe no sítio certo para que esta acabe por se desmoronar em segundos.

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Com estes pensamentos acabei por me dispersar da realidade, quando voltei à Terra percebi que Ayki me encarava, provavelmente a tentar ler-me os pensamentos. Só nessa altura é que olhei realmente para a rapariga, a sua posição era no mínimo constrangedora, as nossas respirações misturavam-se e os doces lábios dela pareciam chamar-me, obrigando-me a desejá-los cada vez mais. Oh como eu gostava de prová-los mais uma vez, no entanto não podia, a última vez já não tinha corrido muito bem, então, se o fizesse agora apenas estava a deixá-la confusa.

Saí de cima dela e fui para a casa de banho, tinha de conter aquele desejo de beijá-la, não podia simplesmente ceder. Encará-la de frente estava cada vez mais difícil, pois, no fim, a única coisa que via eram os seus lábios. Molhei a cara e suspirei enquanto olhava-me ao espelho, de seguida murmurei “Nathaniel, Nathaniel onde é que te foste meter, rapaz!?”

POV Nathaniel OFF

Quando Nathaniel saiu de cima de mim e desapareceu por detrás da porta, permaneci deitada encarando, sem razão aparente, o teto. O que se passa comigo? Que sensações estranhas são estas?

Levantei-me, decidida a descobrir todas as respostas, e desci para começar a fazer o pequeno-almoço, ao menos ainda conseguia distrair-me com a cozinha. Apesar de cozinhar logo de manhã não ser a minha atividade favorita, hoje (e não sei porque razão) tenho uma vontade enorme de fazê-lo. Abri a geleira a cantarolar uma música dos Green Day, mas tive logo de fechá-la pois uma voz fez-se ouvir:

–Aya podes vir aqui acima, por favor? É urgente!