But...I Like You.

Cap.13:I’m alone... No, we are alone, but together


Sábado. Um dia esplendido, ainda mais quando passado com pessoas de que gostamos. China chegou um pouco antes da hora combinada, no entanto não foi isso que me surpreendeu, mas sim a companhia que trazia. Lysandre e Nathaniel estavam mesmo atrás da rapariga, ambos com um sorriso (supostamente) amável. Antes que pudesse contestar a rapariga sussurrou um pedido de desculpas e prometeu explicar-me tudo mais tarde. Mudei a minha expressão de espanto para uma “atenciosa” e convidei todos a entrarem:

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-Entrem, por favor, e estejam à vontade. Estou quase a acabar o almoço, esperem só mais um pouco. Eu pensei em fazer mais um pouco de comida para a China levar para casa, mas como não aguardava mais visitas inesperadas acho que não vai sobrar nada. – Disse com um sorriso falso juntamente com um olhar ameaçador.

Os rapazes engoliram em seco com o meu comentário e China corou envergonhada.

-Enfim, se precisarem de alguma coisa estarei na cozinha.

-Espera! Eu ajudo-te. – Ofereceu-se a rapariga.

-Nós também queremos ajudar, o que podemos fazer? – Pediu Lysandre; Nathaniel acenava em concordância.

-Que tal porem a mesa? – Sugeri. Os rapazes concordaram e seguiram-me todos até à cozinha, por sorte esta era suficientemente grande para podermos andar livremente.

Quando chegámos à cozinha indiquei onde estavam os pratos, talheres e copos aos rapazes, que prontamente organizaram a mesa, pedi a China para palitar as batatas, que eu já tinha descascado, e de seguida fritá-las. Eu tratei de terminar a francesinha para a seguir colocá-la no forno, de seguida retirei do frigorífico mais dois ovos e comecei a estrelá-los.

Depois da mesa estar posta, com as bebidas, as batatas fritas e os ovos em cima, um cheiro agradável já pairava no ar. Retirei a travessa de vidro do forno, com a ajuda de umas luvas bem grossas, e o cheiro a francesinha intensificou-se, provocando uns olhares famintos e ansiosos aos que já estavam sentados na mesa. Dirigi-me a esta e pousei a travessa por cima de uma base própria, para assim evitar aquecer muito ou até mesmo estragar a toalha de mesa.

Sorri, satisfeita, com o resultado: a francesinha tinha um ótimo aspeto e cheirava deliciosamente bem, agora só faltava saber se o sabor correspondia às minhas expetativas. Comecei a servir os meus “convidados”, primeiro China, depois Lysandre, de seguida Nathaniel e por fim eu mesma, porém antes de alguém começar a comer avisei:

-É a primeira vez que faço uma francesinha, por isso não esperem nada de especial.

Nathaniel foi o primeiro a experimentar, comeu uma garfada mastigando lentamente, depois de engolir ficou com o garfo suspenso no ar e olhava para mim com um sorriso amigável.

-A melhor francesinha que já comi.

Curioso o casal provou também a sua comida, quase simultaneamente, o que achei muito engraçado. Lysandre sorriu e disse que estava delicioso, China por sua vez ficou muito contente por ter provado a minha comida acrescentando que era uma das melhores francesinhas que tinha comido. Eu respondi-lhe que não era caso para tanto e provei também a minha comida, como era a primeira vez que comia aquele prato não sabia dizer se estava assim tão bom, mas como o sabor agradou-me continuei a comer sem contestar.

No fim do almoço estávamos todos demasiado cheios para nos mexer, deixei a loiça no lavatório (lavá-la-ia mais tarde) e convidei todos a sentarem-se na sala. O tempo passou devagar, os rapazes conversavam sobre algo que não me interessava e eu estava demasiado entediada para ligar. Apenas queria ter algum tempo a sós com China para conversarmos, não me sentia confortável em falar com os rapazes presentes, já que o assunto era sobre um deles. Sinceramente não sei o porquê de sentir esta necessidade de desabafar, talvez a rapariga é a pessoa mais próxima de mim, uma pessoa a quem eu posso contar o que sinto, uma amiga. Amigas…O que são? Também não sei ao certo. Não sei desde que aquilo aconteceu.

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POV China ON

Percebi que Aya estava a divagar, perdida nos seus pensamentos, como já eram quinze horas chamei-a à realidade. Ela corou quando percebeu que me tinha deixado “sozinha”, já que os rapazes tinham estado distraídos e ela também, murmurou um pedido de desculpas e olhou para o relógio, ao ver que horam eram levantou-se chamando a atenção de todos nós.

-Bem, já está na hora, que tal irmos andando China? – Gelei, tinha-me esquecido de avisá-la e agora? Como ela iria reagir?

-A-Aya? – Murmurei apreensiva.

-Yes?

-D-Desculpa eu esqueci-me de te avisar. O-Os rapazes também gostavam de vir connosco. – Continuei num sussurro.

-What? – Calou-se durante alguns minutos, provavelmente para pensar. -Está bem, mas nada de gracinhas, okay? – Acrescentou olhando para Nathaniel, deixando-me confusa.

Concordamos todos, levantamo-nos e fomos a pé até ao centro comercial, que não ficava muito longe, além disso seria uma boa maneira de queimar algumas calorias do almoço. Pelo caminho questionei-me o significado daquele olhar ainda há pouco, mas acabei por deixar de parte esse assunto.

POV China OFF

O centro comercial era grande, não gigante, apenas grande. Durante o caminho decidimos o itinerário da nossa visita: primeiro íamos passear um pouco, ver montras e quem sabe comprar alguma coisa, de seguida passaríamos pela fnac, uma loja incrivel, tem um pouco de tudo: música, livros, tecnologias…Por fim trataríamos do meu vestido, sapatos e acessórios numa loja específica, que pelo que entendi pertencia ao irmão de Lysandre. Os rapazes se não estivessem interessados em nos acompanhar podiam fazer o que lhes apetecesse.

Durante o pequeno passeio passámos por uma loja de acessórios, curiosa pedi para entrarmos. A loja era fantástica e até me apetecia comprá-la só para mim. No fim, comprei um pendente para o meu telemóvel e China encontrou umas pulseiras da amizade muito fofas, que ambas comprámos. China colocou a minha no meu pulso e eu fiz o mesmo com a dela, este ato para mim foi como se selássemos a nossa amizade.

Os rapazes pareciam ansiosos por chegar à fnac, então, depois de sairmos da loja encaminhamo-nos diretamente para lá. O local estava lotado, as pessoas andavam descontraidamente exceto quando esbarravam acidentalmente com alguém, no entanto não pareciam se importar com isso. Fomos primeiro à seção musical, mal chegámos lembrei-me de que queria comprar um CD há dias, mas que não tinha tido essa oportunidade, então pus-me à caça do mesmo, ansiosa por encontrá-lo e levá-lo comigo para casa. Com este pensamento separei-me do grupo, porém não dei conta disso, apenas me apercebi do que tinha feito quando já tinha o CD na mão. Olhei ao meu redor, mas não encontrei nenhuma cara familiar, respirei fundo para evitar entrar em pânico, e sentei-me num banco próximo para pensar. Eu estava sozinha e tinha de arranjar uma solução, de preferência rapidamente!

Vários minutos passaram e eu continuava sentada totalmente abstraída do mundo, a pensar numa solução que não vinha. De repente lembrei-me que tinha o telemóvel comigo, como é que essa ideia não me tinha ocorrido antes? É claro, eu não costumava trazê-lo comigo! Procurei o contacto de China, o único que tinha para além do dos meus pais, contudo antes que pudesse clicar no «chamar» uma voz familiar chega-me aos ouvidos:

-Até que enfim que te encontrei! Onde te meteste? – Olhei para cima e deparei-me com Nathaniel de braços cruzados a olhar-me furioso.

-B-Bem, eu estava à procura de uma coisa e afastei-me. – Esclareci, aquele olhar estava a tornar-se incómodo.

-E que coisa é essa? – Como resposta mostrei-lhe o CD, o loiro bufou antes de continuar. -Vamos!

-Para onde? Então e a China e o Lysandre?

-Não sei, eu também afastei-me para te procurar. Agora vamos procurá-los juntos, está bem?

Assenti distraída com as palavras do rapaz: juntos. Aquilo parecia-me estranho, soava a “casal”, porém nós, supostamente, erámos um casal, um casal falso, mas mesmo assim um casal. Nathaniel percebeu que eu estava a ficar para trás, por isso agarrou-me na mão e sussurrou ao meu ouvido:

-Não me largues, senão vais te perder outra vez.

Aquela sensação era nova para mim, nunca tinha sentido algo assim, não sabia que dar as mãos a alguém podia ser tão…agradável. A mão do loiro era quente e de certo modo acolhedora. Atravessámos praticamente toda a loja, no entanto não conseguimos encontrar o casal, provavelmente permaneciam ocultos devido à multidão que a cada minuto parecia aumentar.

Como estava farta de andar de um lado para o outro puxei a mão de Nathaniel, este virou-se inquirindo-me com o olhar.

-Acho que devíamos ir para um lugar mais tranquilo,…

-Ohh! Se querias ficar sozinha comigo podias ter dito mais cedo. – Interrompeu-me com aquele sorriso travesso que me irritava tantas vezes.

-Não me interrompas! – Ordenei com um olhar de censura, ignorando o seu comentário. -Como eu estava a dizer: Acho que devíamos ir para um lugar mais tranquilo, porque assim podemos telefonar à China ou ao Lysandre sem haver muito barulho a interferir na chamada.

-Ahh, é só isso? E eu a pensar que querias conhecer-me melhor, que desilusão.

Demorei alguns minutos a entender o verdadeiro significado daquelas palavras, quando finalmente percebi corei e dei um murro no braço de Nathaniel.

-Ai! O que foi? Não me digas que só agora é que percebeste?

-Cala-te e anda!

-Aonde vamos?

-Primeiro vamos pagar isto e depois saímos da loja e vamos procurar um sítio mais calmo. – Disse mostrando-lhe o CD.

***

Estávamos perto de uma fonte, eu já tinha o telemóvel na mão, pronta para fazer a dita chamada, cliquei no ecrã e coloquei o aparelho junto ao ouvido. Ouvi tocar uma, duas, três vezes até que uma voz irritante começou: O número que tentou contactar… Eu não acreditava…Ela tinha desligado!

-E-Ela…

-Ela o quê?

-E-Ela recusou a chamada.

-O quê? Não acredito! Primeiro Lysandre deixou o telemóvel em casa e agora China não atende! Mas que raios eles estão a fazer? – Perguntou Nathaniel aborrecido.

Uns minutos depois um sorriso, eu diria matreiro, materializou-se no seu rosto e ele acrescentou:

-Esquece. Estamos por nossa conta. Onde queres ir?

-Não sei, escolhe tu.

-Hmm…Não precisavas de um vestido?

-Sim, mas estava a contar com China para isso

-Pois, mas ela agora não está disponível. – Revirei os olhos, a nossa conversa não estava a avançar.

-Isso eu já sei. Não importa, vamos espreitar a loja e depois logo se vê.